"VICIADOS EM CRISTO" - O cristão e o vício
- desaovicente
- Aug 28, 2023
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¹¹ isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. ¹² A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. ¹³ Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. ¹⁴ Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências. Romanos 13:11-14 Na iminência da chegada do Senhor Jesus para vir buscar a Sua Igreja, a ordem é que despertemos do sono, caso sejamos ainda crentes adormecidos, estando novamente debaixo do domínio da carne, voltando ao jugo da servidão, como Paulo disse aos Gálatas, referindo-se ao mau uso da Liberdade que haviam conquistado em Cristo: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão." (Gálatas 5:1)
Paulo aos Romanos diz 7 coisas importantíssimas que devem ser bem observadas: "Conhecendo o tempo" - Ter noção de que nos últimos dias, nos quais agora vivemos, os ataques das Trevas são mais frequentes e ainda mais intensos, aos quais precisamos resistir e permanecer firmes (Tiago 4:7) (Colossenses 1:23); Ter verdadeira noção de que o tempo da misericórdia e do perdão está a chegar ao fim, debaixo da paciência de Deus que em breve dará lugar à vingança (Hebreus 10:30) e ao julgamento (1 Pedro 4:17). "Despertar do sono" - Refere-se à abertura dos olhos para que saiamos debaixo da ilusão de que estamos bem diante de Deus, e que nossa conduta diante Dele é de aprovação. É o tal "despertar de entre os mortos" de (Efésios 5:14) que em muitos casos até, aponta para uma vida cristã meramente nominal, em que alguns crentes dizem "ter nome de que vivem, mas estão mortos" como aqueles com os quais se deitaram por demasiado tempo (Apocalipse 3:1-2). "Rejeitar as obras das trevas" - Trata de não arranjar desculpas para relativizar pecados de estimação, ou de aprovar o erro por causa da conveniência; É uma forma sincera e convicta de "não comunicação com as obras infrutuosas das trevas" descritas em (Efésios 5:11). É a abdicação do prazer da carne, para fazer a vontade de Deus (Tito 2:12). Infelizmente muitos preferem rejeitar a instrução (Provérbios 15:32) e correção do Senhor (Provérbios 3:11) de modo a que sua vontade prevaleça. "Vestir-se das armas da Luz" - Uma perfeita alusão à tal "armadura de Deus" descrita em (Efésios 6:11) e às armas da Justiça de (2 Coríntios 6:7); Estas são armas espirituais e não carnais, pelas quais podemos destruir as "fortalezas" do pecado alojado em nós (2 Coríntios 10:4). Esta postura descreve um acto de guerra constante, de preparação e vigilância; Um serviço militar, de responsabilidade para a preservação da segurança e protecção permanente. "Andar honestamente" - Fala de uma Integridade pessoal na caminhada cristã, na qual há coerência e verdade, associados ao zelo e ao bom senso. Uma vida sem hipocrisia, nem dois pesos e duas medidas como muitos crentes gostam de andar tentando a Deus (Provérbios 20:10). Uma vida de Obediência zelando por aquilo que é honesto, não somente diante dos Homens, mas especialmente diante de Deus (2 Coríntios 8:21). "Revestir-se de Jesus Cristo" - Fazer de Jesus o filtro pelo qual olhamos para o mundo e para nós mesmos; Ter as características de Jesus enraizadas cada vez mais no nosso carácter (Gálatas 3:27) de forma a que Ele modere o nosso comportamento, e seja o factor decisivo nas suas escolhas, tanto ponderadas como impulsivas (Colossenses 3:12-17) (Efésios 4:17-24). Revestir de Cristo é fazer com que Ele viva em nós no lugar onde vivia o nosso ego (Gálatas 2:20) "Não ter cuidado da carne" - Não estar mais preocupado com o que a carne deseja, (seus prazeres e conquistas sobre nós) mas "tendo por perda todas as coisas" (Filipenses 3:7-8) de modo a que somos reputados aos olhos do mundo, à semelhança de Jesus, como pessoas destinadas a padecer (Romanos 8:36); Enquanto o mundo prefere o prazer agora, e padecerá sofrimento eterno, nós por Amor a Deus preferimos padecer agora na renúncia à carne (Lucas 14:33), para passarmos uma eternidade de prazeres ao Seu lado (Romanos 8:18). Voltar ao jugo da servidão da carne, como Paulo disse aos Gálatas (Gálatas 5:1) pode significar muitas coisas, ao longo da bíblia, que se resume a criar obediência debaixo de uma autoridade externa sobre nós, que não Do Próprio Deus mediante a Palavra. O Jugo de servidão referido por Paulo trata de sujeição a Leis de ordem Humana que contrariam as Leis de Deus instituídas sobre elas, às quais devíamos estar sujeitos primeiramente; Aponta para a submissão de qualquer outra autoridade terrena sobre a nossa vontade, levando a carne a dominar sobre o espírito nas decisões finais; O crente que recebe a Graça sobre a Lei, está livre da Lei, mas não está livre do pecado que a Lei condena; Antes agora cumpre a Lei gravada no seu coração, condenando o pecado como a Lei também condena (Romanos 3:31). Isto pode reflectir-se em nós directamente na forma de rendição a qualquer hábito ou comportamento nocivo, de mau testemunho, pelo qual demonstramos que Deus não representa autoridade sobre nós. Os vícios por exemplo são uma das formas mais recorrentes e básicas em que alguém demonstra não ter ainda aprendido a obediência na sujeição à autoridade de Deus, permanecendo no tal sono do qual é necessário despertar. Um crente preso a um vício é uma figura de alguém "meio a dormir meio acordado" que resulta numa dormência dos sentidos, onde não há discernimento e clareza de pensamento. ⁸ Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz ⁹ (Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade); ¹⁰ Aprovando o que é agradável ao Senhor. ¹¹ E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. ¹² Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe. ¹³ Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta. ¹⁴ Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. ¹⁵ Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, ¹⁶ Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. ¹⁷ Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. Efésios 5:8-17 Um Crente nascido de novo, só devia estar "viciado em Cristo", na medida em que Ele ocupa todo o lugar disponível no nosso coração e pensamento, influenciando todos os nossos desejos e vontades. A rendição a qualquer outra vontade compulsiva, sobre o nosso corpo, é idolatria, especialmente se isso se tiver tornado um hábito recorrente e persistente. Algo que nós abraçamos por completo para fazer parte da nossa rotina. São muitos os vícios terríveis que deixam muitas pessoas ainda divididas no que diz respeito à sujeição a Deus na negação à carne: adultério e promiscuidade sexual, pornografia, mentira, tabaco, álcool, drogas, antidepressivos, jogo e apostas, gula, cobiça, avareza, má língua e por aí fora. Tanto na passagem de Romanos 13 (versículo 12) como aqui em Efésios 5 (Versículo 8) existe uma distinção em tom de oposição, entre o dia e a noite, e a luz e as trevas. Há uma guerra espiritual em curso, e a rendição à carne é descrita na bíblia como uma rendição ao lado do inimigo; Se somos do dia e da luz, e estamos escravizados à carne, nós estamos equivocados quanto ao lado que professamos servir.
De olhos bem postos em Cristo Jesus, e na Liberdade com a qual Ele nos libertou (Gálatas 5:1) ficará mais fácil ganhar plena consciência quem é O Senhor a quem servimos realmente, e isso nos dará todo o poder para vencer a carne nas suas concupiscências. ²² A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; ²³ Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! ²⁴ Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Mateus 6:22-24 Por vezes há um grande equívoco entre as pessoas que estão fora da Graça e dentro da Graça, no que diz respeito às suas decisões, e ao poder que há nelas na luta contra o pecado. Pessoas fora da Graça, não têm poder nenhum para verdadeiramente vencer a carne porque são escravos do Diabo que reina sobre toda a carne. Porém, quando alguém é Libertado por Cristo (João 8:36) (2 Coríntios 3:17), O Poder activo do Espírito Santo CONCEDE o poder para se vencer a carne. O mais triste é vermos que em relação a vícios, muitos impios, têm dominado, e vencido suas dependências, enquanto cristãos permanecem subjugados a eles. -Que isto diz em tom de testemunho ao mundo lá fora, do poder de Deus para a vitória sobre o pecado? -Que legitimidade tem um crente para alertar alguém para o perigo do domínio do pecado, quando ele mesmo permanece debaixo da escravidão à carne? Note-se o que é dito das pessoas que procedem deste lugar de hipocrisia religiosa: ¹⁹ Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. ²⁰ Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. ²¹ Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; ²² Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vómito, e a porca lavada ao espojadouro de lama. 2 Pedro 2:19-22 Acerca do testemunho hipócrita das pessoas falarem uma coisa e fazerem o oposto do que falam, Paulo fala em tom severo aos Judeus, mas suas palavras são perfeitamente aptas para serem dirigidas também aos crentes em Cristo cujo testemunho é semelhante.
Substituindo o termo "Judeu" por "Crente", note-se o perigo do testemunho que muitos filhos de Deus estão a dar pelo mundo fora, com suas condutas contraditórias: ¹⁷ Eis que tu que tens por sobrenome "crente", e repousas na lei, e te glorias em Deus; ¹⁸ E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; ¹⁹ E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, ²⁰ Instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; ²¹ Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? ²² Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? ²³ Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? ²⁴ Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Romanos 2:17-24 Como alguém dominado pelo vício (que é pecado) tem alguma legitimidade para evangelizar alguém, dizendo que ele tem de se arrepender e negar a si mesmo e a sua natureza? Como é que os pecadores como os bêbados, toxicodependentes, adúlteros, prostitutas, deste mundo e por aí fora, ouviriam o apelo, senão com hipocrisia? A luta contra o pecado faz parte da vida constante de um crente, de tal forma, que é impossível dizermos que porque somos crentes, jamais cometeremos algum pecado, pois afinal, continuamos pecadores miseráveis, até que sejamos retirados deste mundo. Contudo, depois de salvos, somos agora pecadores que lutam diariamente contra o pecado, sofrendo as aflições desta guerra da carne que cobiça contra o espírito (Gálatas 5:17). Por isso lemos: ²⁰ Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, ²¹ Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. ²² Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. Romanos 8:20-22 Mas após o alerta, note-se o tom de alento e esperança que há na certeza do poder de Deus para a influência sobre as nossas decisões finais: ¹² Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. ¹³ Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. 1 Coríntios 10:12,13 O ensinamento é que devemos estar em constante vigilância vivendo na dependência de Deus, para que quando a tentação vier, estejamos aptos a ver o escape que Deus proporciona para nos livrarmos do domínio do pecado sobre a nossa carne. Quando alguém cai portanto na carne, vezes sem conta nos mesmos pecados, fraquezas e dependências carnais, é Deus que tem falhado em proporcionar o escape, ou é o crente, que tem falhado em viver na dependência de Deus em vigilância? O que é curioso é que algumas pessoas para justificar a sua dependência dos vícios referem a luta da "carne contra o espírito", mas sempre omitindo a realidade que o versículo continua dizendo que "o espírito também cobiça contra a carne" (Gálatas 5:17). Isto porque fica evidente que na sua vida, não há luta contra o vício, mas tão somente rendição a ele. O espírito delas se rendeu completamente, escravizando-as à dependência da qual não se conseguem desprender.
Paulo alerta: "Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" (Romanos 6:2); Portanto a ordem é: "Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;" (Romanos 6:11,12) Muitos ainda, imediatamente após receberem a exortação sobre o seu jugo desigual com o vício, logo assumem um papel de acusadores, retribuindo com ataques àquele que os exorta.
De tal forma, que seu vício deixa de ser um pecado aos seus olhos, e a exortação a eles dirigida é tida como pecado.
Normalmente vem logo a ideia de que há "falta de amor" na exortação, de forma a que muitas vezes dentro das igrejas, diante do pecados, vícios evidentes e erros instalados, exista uma espécie de negligência em fazer o que é devido, em prol de um sentimento de receio das reacções à exortação necessária. Se alguém não vê o seu vício como um pecado terrível que pede arrependimento e abandono imediato, ficam os seguintes versículos: ⁸ Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. ⁹ Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. ¹⁰ Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. 1 João 1:8-10 A passagem de Gálatas 5 depois de referir esta guerra espiritual sobre a nossa realidade carnal (Gálatas 5:17) e de descrever os frutos que a escravidão à carne produzem, logo passa a esclarecer que: "os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito." (Gálatas 5:24,25) Nesta passagem, dentre alguns dos pecados da escravidão à carne, está colocada a "Bebedice e glutonaria" como alguns dos pecados que impedem alguém de entrar no reino dos céus (Gálatas 5:21); Aqui o que fica interessante é a expressão logo a seguir que diz: "e coisas semelhantes a estas".
Muitas coisas aparentemente "inofensivas" são deixadas na vida nos crentes, permanecer durante toda a sua vida "cristã", como pecadinhos de estimação, que Deus não vai atentar para julgar.
É um grave erro acharmos que pequeninos pecados não nos impedem de viver uma vida cristã sincera, quando até a "Glutonaria" é referida como um pecado que impede a entrada no reino de Deus!!
Por vezes achamos que os "grandes pecados" são os que foram primeiramente referidos, como o adultério, a fornicação, ou o homicídio, mas o versículo continua demonstrando que todos eles têm em comum o desejo do prazer que não quer ser negado.
O Acto de não querer negar a carne, dá à luz todos estes pecados, mas não é pela prática em si dos pecados, que o versículo refere que não entrarão no reino nos céus, embora assim o pareça.
Se todos estes pecados procedem do acto de alguém se recusar a negar a sua carne para sujeitar-se a Deus em obediência, então o pecado que impede as pessoas de entrar no reino dos céus na realidade é a falta de sujeição à autoridade Divina.
É portanto a falta de se "Humilharem diante da potente mão de Deus" (1 Pedro 5:6) que os coloca nessa posição, o que se pressupõe da parte de Deus, que sem a humilhação, também não há exaltação.
O termo "exaltado" (Hypsóō) refere-se a ser: levantado em honra; concedido dignidade e glória; ser erguido de um lugar de fraqueza para um lugar de força; de um lugar caído, para ser firmado nas alturas;
Se alguém quer vencer um vício, ou uma fraqueza da carne, DEVE HUMILHAR-SE diante de Deus! A exaltação só vem depois da Humilhação! Por isso podemos entender que a verdadeira falta de domínio sobre a carne, está enraizada na falta de sujeição e humilhação sincera diante de Deus.
Tiago expressa bem esta mensagem de exortação para a sujeição e obediência que vai além da superficialidade de palavras:
²¹ Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. ²² E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. ²³ Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; ²⁴ Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era. ²⁵ Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. Tiago 1:21-25 Qualquer vício que esteja a dominar o nosso corpo ao ponto de nos apercebermos que só a ideia da sua negação nos causa dor e ansiedade, é na realidade um ídolo que pede abandono imediato. Isto claro se houver uma consciência espiritual verdadeiramente cristã a moderar o comportamento e os desejos. Paulo garante a todos que: "o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." (Romanos 6:14); -Como pode então um cristão debaixo da Graça, estar debaixo do domínio do pecado? O termo vício é usado como adequado para descrever qualquer tipo de envolvimento que seja compulsivo e habitual, independentemente de seus efeitos negativos, contudo, o termo em si não aparece na Bíblia, que fala mais do princípio dominante do pecado – a escravidão subjacente e causa de muitas das nossas propensões pecaminosas que competem com a nossa sujeição a Deus. O Vício portanto à Luz da palavra de Deus é nada mais que o "domínio do pecado" reinando sobre os desejos carnais aos quais um homem se rende para obedecer. Em sua primeira carta à igreja em Corinto, O Apóstolo Paulo lista muitos tipos de pecadores – de fornicadores, adúlteros e homossexuais a ladrões e bêbados – e então declara: “é o que alguns têm sido” (1 Coríntios 6:10-11).
Agora a pergunta seria: -Como essas ligações terríveis foram quebradas? O mesmo versículo explica que aqueles que antes estavam tão presos aos pecados ao ponto de serem definidos por eles, agora foram "lavados, santificados e justificados" em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito de Deus.
Imagine-se um Homossexual "convertido", voltar a prender-se ao jugo da carne de voltar a buscar prazer nestas práticas nas quais andava anteriormente? Muitos diriam que é totalmente inaceitável, enquanto eles mesmos estão presos na escravidão da sua própria carne. Porque razão um vício tão banal como o tabaco, seria tão condenável como a prática da homossexualidade? Porque ambos buscam o prazer naquilo que Deus tornou ilícito, e porque essa busca parte, da falta de sujeição à autoridade de Deus em primeiro lugar.
Todos os pecadores listados por Paulo em (1 Coríntios 6:10-11) estavam no mesmo pé de igualdade, tanto como praticantes do pecado fora da graça num determinado momento, como agora Homens lavados, santificados e justificados na Graça, para a novidade de vida (Romanos 6:4)
Será que há uma diferença assim tão grande, entre a rendição a vícios de tabaco, bebedeira, glutonaria, e a volta à homossexualidade? Quando é óbvio que tudo isto se resume à falta de negação da carne, para buscar prazer em coisas que nos foram feitas ilícitas pelo sangue de Cristo?
Logo de seguida Paulo remata: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma." (1 Coríntios 6:12)
Ser liberto da escravidão ao pecado ao sermos "lavados, santificados e justificados" em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito de Deus, no entanto, não é o fim da história para o crente durante sua permanência na terra. A conversão inaugura a nossa batalha espiritual contra os desejos pecaminosos (que é a santificação), e a Bíblia ensina muito sobre a nossa necessidade de nos empenharmos diariamente nessa guerra, bem como sobre a natureza das armas ao nosso dispor nesse conflito constante (Efésios 6:10-18).
Para começar, os cristãos são avisados com urgência da possibilidade real de se submeterem novamente ao cativeiro. Embora haja verdadeiro e maravilhoso consolo na declaração de Paulo em (1 Coríntios 6.11), seu objetivo é advertir os santos sobre o perigo de se sujeitarem novamente ao domínio dessas práticas ilícitas. O termo "concupiscência" na Bíblia refere-se exactamente ao "desejo ilícito" de fazer "o que não convém".
Leia-se o tom sério e restrito de apelo à consciência para a concupiscência, que é o combustível do "vício" de fazer aquilo que ao santo se tornou ilícito perseguir: ¹⁵ Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. ¹⁶ Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. ¹⁷ E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. 1 João 2:15-17 ²⁴ E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Gálatas 5:24 ⁴ Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; ⁵ Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. 1 Tessalonicenses 4:4,5 ¹⁴ Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. ¹⁵ Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. ¹⁶ Não erreis, meus amados irmãos. Tiago 1:14-16 ¹³ Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; ¹⁴ Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; ¹⁵ Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; ¹⁶ Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. 1 Pedro 1:13-16 ¹¹ Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ¹² Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, ¹³ Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; ¹⁴ O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. Tito 2:11-14 A própria expressão "viciado", significa e pressupõe um estado de descontrolo que alguém não consegue lidar de nenhuma outra forma, senão pela completa cedência ao estímulo apresentado. -Como é que isto poderia representar alguma vez a natureza cristã liberta do pecado?
O crente em Cristo pode ser "dominado novamente pelo pecado?" - Pode sim, como as próprias escrituras o confirmam nos inúmeros apelos feitos aos crentes em Cristo. Ora se um crente convertido, não pudesse ser dominado pelo pecado, não haveria a necessidade de haver advertência alguma a ele dirigida. -Mas isto é o que de Deus é pedido? Obviamente que não!
Da mesma forma, Paulo adverte a igreja em Roma da escravidão que aguarda aqueles que, desprezam a santificação, cujo fim é a morte, e para que não nos enganemos, essas advertências são sustentadas, ao longo das Escrituras, pela franca afirmação de que – independentemente da profissão de fé – aqueles que novamente se entregam aos pecados, dos quais foram libertos, para lhes obedecer (Romanos 6.16-22) fazem do seu pecado Seu Senhor!
Os cristãos são obrigados, portanto, a permanecer firmes na liberdade de Cristo, para que não se enredem novamente com o jugo da escravidão.
¹⁴ Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?
¹⁵ E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?
¹⁶ E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
2 Coríntios 6:14-16
O Jugo suave de Jesus (Mateus 11:30) é melhor que o Jugo de servidão ao pecado (Gálatas 5:1); A Santificação é portanto o processo em que nós substituímos o jugo da carne, pelo Jugo de Jesus, sendo progressivamente mais e mais libertos dos grilhões que este mundo lança sobre nós.
No mundo as pessoas estão entregues a si mesmas, buscando apoio e ajuda nas alternativas ao vício, nos tratamentos, nos psiquiatras, nas terapias de substituição, contudo, nada pode realmente produzir frutos permanentes, pois suas condição está gravada na dependência do pecado.
Os Crentes têm a grande a preciosa vantagem de contar com o "Poder de Deus".
Nada é impossível para um filho de Deus, que "em Cristo é mais que um vencedor" (Romanos 8:37); que "tudo pode em Cristo que o fortalece" (Filipenses 4:13).
A Bíblia tipicamente usa o que muitos consideram imagens batismais para descrever o nosso papel na santificação: somos instruídos a nos despirmos das ações da carne, como sendo trapos da nossa antiga natureza adâmica, e a revestir-nos de Cristo Jesus, seu caráter justo e obediência como lemos: "Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo." (Gálatas 3:27); e ainda: "Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade." (Efésios 4:22-24) O aspecto de "despir" e "revestir" refere-se à mortificação deliberada e disciplinada em relação ao pecado, exigindo tanto esforço vigoroso quanto sacrifício; é o acto professo de substituir o jugo velho, por um novo.
O aspecto de “revestir” refere-se ainda à prática da piedade, a substituição intencional de hábitos corruptos por um comportamento santo que honre a Deus.
A luta de Paulo contra a sua carne nos deixou preciosas palavras de convicção e zelo para que entendamos o espírito cristão nascido de novo:
²⁴ Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.
²⁵ E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível.
²⁶ Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar.
²⁷ Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
1 Coríntios 9:24-27
No mesmo tom, ele escreve a Timóteo dizendo:
³ Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
⁴ Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.
⁵ E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.
2 Timóteo 2:3-5
O "Vício" que nos leva a sentir o domínio da carne sobre a nossa vontade espiritual deve ser combatido diligentemente, pois o grande pecado em si não é o acto de fumar, ou de beber, ou de comer, ou qualquer outra prática que exerça domínio sobre nós, mas a idolatria do desejo que não queremos negar, de tal forma que até arranjamos formas de o justificar, e por trás da idolatria, a falta de sujeição à autoridade Divina.
-Estar ao serviço de Jesus e preso a um vício, é o "militar legitimamente" que precede o acto de ser coroado no fim? - Claro que não!
Muitas pessoas estão sobrecarregadas de "Vícios" que nem sabem que têm; Maus hábitos, comportamentos que definem comportamentos recorrentes que podem até estar escondidos onde menos se espera.
Nesta era "moderna", até o trabalho, o ginásio, o centro comercial, as compras impulsivas, os passatempos, os videojogos, um telemóvel nas mãos, se tornou para muitos um vício incontrolável e pecaminoso. Onde não há refreio e domínio próprio, continência e abstinência, há por certo vícios escondidos, ou prestes a surgir, pois o nosso coração é uma fábrica de ídolos.
O Próprio Senhor Jesus nos ensina com palavras duríssimas, que se temos algo por mais precioso do que Ele, ao ponto de não querermos de todo abandonar nem por amor a Ele, então não somos dignos do Seu amor:
³⁸ E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
³⁹ Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.
Mateus 10:38-39
Ele continua nos advertindo que temos de "cortar" de forma incisiva, tudo aquilo que desperta em nós outro domínio que não o de Cristo dizendo:
²⁹ Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
³⁰ E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
Mateus 5:29,30
Você que tem um vício que domina sobre o seu desejo, da próxima vez que estiver para lhe obedecer, lembre-se das seguintes palavras de Paulo aos Romanos e pergunte-se se essa é a sua vontade, ou a vontade de Deus que você está prestes a perseguir com seu coração:
¹ Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
² E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
Romanos 12:1,2
Lembrando ainda, que o nosso corpo na verdade, não é de nós mesmos, mas pertence, a Deus:
¹⁹ Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
²⁰ Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
1 Coríntios 6:19,20
Se um crente estiver verdadeiramente "Viciado em Cristo", tudo o resto vai perder a sua relevância e domínio sobre nós, pois nada pode realmente satisfazer um coração forjado no céu!
Negar tudo por amor a Cristo é a obra da Cruz gravada em nós, quando Jesus por Amor ao Pai, largou tudo (esvaziou-se a Si mesmo) para carregar a Dele (Filipenses 2:6-8).
Você que está aí prestes a ser dominado pelo seu vício, já se "esvaziou a si mesmo hoje"?
É necessário que Ele cresça e que eu diminua.
João 3:30

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