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AS PÉROLAS E AS COISAS SAGRADAS

  • Writer: desaovicente
    desaovicente
  • Sep 22, 2024
  • 21 min read

O "Valor das coisas, está nos valores que sugerem"!

Isto é uma grande verdade na medida em que nada neste muito tem valor algum, se não remeter o nosso pensamento para os valores morais e espirituais que foram colocados por Deus na nossa consciência em relação àquilo que realmente importa e tem valor.

Desfrutar prazeres, sem que a nossa mente rapidamente deseje glorificar a Deus em gratidão, desvaloriza o prazer até torná-lo pecaminoso, pois Deus nos deu a capacidade de receber prazer para a Sua Glória.


Buscar felicidade, receber louvores, conquistar sucessos, obter riquezas, experimentar a paz, maravilhar-se com a beleza, desfrutar da arte, e identificar qualquer tipo de valor em coisas do mundo, sem que a Deus seja atribuído de volta o louvor por Sua criação, e a majestade do Seu domínio sobre tudo o que existe, é uma afronta directa a Deus e talvez o exemplo máximo do que a mediocridade representa.


Tudo o que há na bíblia de bom ou de louvável, é graças a Deus; assim como tudo que é mau e abominável é graças ao pecado em nós.

Não há vida mais vazia e pobre do que aquela que desvalorizou Deus a favor de qualquer outra coisa.

Bem pior do que o ímpio que não conhece a Deus, nem lhe devolve a glória que Lhe é devida pelos prazeres que vive, é aquele que conhece a Deus, e vive seus prazeres para sua própria glória.

A bíblia nos ensina que é "no favor de Deus que está a vida" (Salmos 30:5), e também que é na sabedoria de reconhecer Deus e de valorizar o Seu favor que a vida pode ser vivida plenamente (Provérbios 8:35).


Contudo, a grande maioria deste mundo está sem Deus, no coração e na consciência, buscando prazeres que logo passam dando lugar à frustração, ou buscando a felicidade que quando acaba gera amargura e vazio interior. Vivem como se nunca fossem morrer, e morrem sem que nunca tivessem vivido! Vivas perdidas, em prazeres onde só há miséria.

Num mundo onde tudo tem preço, mas nada tem valor, o que é que a palavra de Deus nos ensina sobre dar valor aquilo que é valioso não só nesta vida, mas na próxima onde a eternidade começa para nunca ter fim?


Diz O Senhor Jesus:

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;

Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.

Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; 

Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.


O Senhor Jesus sabendo que nós pecadores vivendo neste mundo estamos demasiado sujeitos às influências da carne e às tentações do Diabo para procurar satisfação em tudo menos em Deus, nos redireciona para a verdadeira ordem de prioridades de um coração regenerado, de modo a que fique claro aos olhos de todos quem de facto foi ou não liberto do mundo, somente por observar onde os seus olhos estão postos a maioria do tempo.

O termo "Ajuntar" (thēsaurízō) referindo-se aos "tesouros" descritos por Jesus, refere-se a: armazenar; amontoar coisas em cima das outras em pilha; colher para fazer um molho maior e maior; Passa a ideia de viver o dia a dia com a postura decidida de aumentar o lote de possessões daquilo que a pessoa em questão tem por valioso.


Isto parece descrever a grande maioria de pessoas do mundo, e até de crentes, que vivem uma espécie de capitalismo material e espiritual, onde tudo é acerca de possessões e conquistas pessoais, totalmente fora de Deus. 

Tudo é acerca de enriquecer e prosperar e de obter benefício próprio constante. 

Pessoas centradas não só em riquezas materiais, porque o ajuntar também se refere à aquisição de experiências e aventuras, de sensações físicas, sentimentos emocionais e prazeres carnais; Também trata de pessoas obcecadas com eventos sociais, projectos, investimentos no ego e no bem estar pessoal, formações académicas, conquistas profissionais, sonhos e relacionamentos mundanos

Tudo isto é o ajuntar tesouros na terra, que na bíblia também pode ser identificado pelo termo "Idolatria" que é nada mais do que a substituição de Deus por qualquer outra forma de adoração no coração por meio dos olhos.

O próprio termo idolatria é a junção de 2 palavras gregas (Eidos Latréia) que literalmente é traduzido, (Eidos = forma ou coisa formada) e (Latréia = Adoração) sendo a idolatria a adoração de qualquer forma.


Claro que nós, temos a graça de Deus nos conceder a gestão do tempo, e as oportunidades para fazer todas as coisas, e obter prazeres, e alcançar conquistas pessoais durante o nosso serviço a Ele.

Deus não nos impede de viver a vida com todas as oportunidades que ela nos concede, desde que ao fazê-lo, Ele não deixe de ser realmente O CENTRO!


"Há tempo para tudo debaixo do céu" diz Salomão em (Eclesiastes 3:1), deixando isto claro; Porém logo a seguir ele diz: "Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim." (Eclesiastes 3:11).

Muitas pessoas não entendem a grande verdade que aqui está descrita e o seu contexto aplicado durante a mensagem que há "tempo para tudo" passada por ele nos versículos anteriores.

A consciência do tempo é algo que todos os Homens têm recebido de Deus, e a noção do valor do tempo está em cada um de nós, apesar de nos servirmos do tempo de formas diferentes.

A Noção da eternidade está em cada um dos Homens, e a efemeridade do tempo é-nos dada para que percebamos o valor do tempo medido e do tempo aplicado.

Ainda que na ignorância possamos não descobrir todo o plano eterno, e a importância de cada circunstância na experiência individual, nós podemos contemplar a mão de Deus dirigindo a História e chamando os Homens para a passagem da momentaneidade para a eternidade, que na bíblia são descritos como (Chronos) (tempo medido ou tempo dos Homens) e (Kairos) (Tempos eternos, ou do Deus fora do tempo) (Actos 1:7).


A tradução de Deus "pôr o mundo no coração do Homem" de (Eclesiastes 3:11), no texto original é bem mais explícito, e o termo "Mundo" é (ET-HÅOLÅM) em Hebraico e (Aiṓn) na tradução grega, e ambos traduzem-.se por "eternidade" ou por "eras do tempo".


O interessante é que o Livro de Eclesiastes tem exactamente 12 capítulos, sendo o número 12 na Bíblia a representação da perfeição de Deus na realidade eterna onde o Homem é inserido.

Todo o Livro é acerca da superficialidade da vaidade, e a efemeridade da vida, ou seja, que tudo é irrelevante e passageiro na realidade da terra, em comparação à realidade da eternidade que Deus tem planeado para nós, após julgar a Terra e os Homens. 

Não é à toa que o tom da mensagem dos últimos versículos que encerram este livro diga: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau." (Eclesiastes 12:13-14).


Paulo nos dá uma bela mensagem de esperança falando desta glória que em nós há de ser revelada (Romanos 8:18), quando fala sobre esta mesma vaidade que Salomão refere (Romanos 8:20) apontando para uma nova criação também liberta da servidão da corrupção, como nós os filhos de Deus fomos libertos em Cristo (Romanos 8:21-22).

A única coisa que nos falta mesmo para que esta obra esteja terminada em nós, é o corpo de Glória ao qual esperamos no momento da nossa redenção, quando finalmente nos unirmos ao Senhor nos céus (Romanos 8:23), como ele também refere aos coríntios (2 Coríntios 5:1-2).


As coisas que fazemos no mundo que nos dão prazer, só são santificadas como fora da idolatria quando elas não competem com o nosso serviço a Deus, mas cooperam na consciência em forma de gratidão e louvor a Deus, de forma a que desejamos retribuir a bondade e a benignidade de Deus para connosco. 

A tal benignidade de Deus que dura para sempre citada 26 vezes em cada versículo do (Salmos 136) deveria gerar no crente a retribuição em gratidão igualmente para sempre (começando obviamente no momento da conversão).


Por isso Paulo nessa passagem de Coríntios referida (2 Coríntios 5:1-2), um pouco à frente depois de falar sobre o Juízo de Deus sobre cada um de nós (2 Coríntios 2:10) apela à consciência individual para a fé verdadeira (2 Coríntios 5:11) que está associada a uma nova vida de Santidade, obediência e piedade (2 Coríntios 5:17).

As tentações do mundo para idolatrarmos o prazer e o pecado devem ser resistidas por aqueles que professam ter sido chamados das trevas para a maravilhosa Luz que há em Jesus (1 Pedro 2:9).

A bíblia nos diz: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. Portanto, meus amados, fugi da idolatria." (1 Coríntios 10:13-14).


Se alguém portanto não consegue fugir à idolatria do seu coração, e sabendo que Deus não falha em nada do que faz, só podemos concluir que a pessoa que não consegue escapar, é porque ou não tem Deus do Seu lado para a auxiliar, ou recebendo de Deus o escape, ela prefere render-se à carne e idolatrar o que quer que seja que os seus olhos desejam alcançar na terra, mesmo correndo o risco de estar em inimizade contra Deus (Tiago 4:4).


No mundo só existem 2 tipos de pessoas; Aquelas que nasceram de novo, e agora renunciam ao Mundo e à sua própria vida, para ganhar a Cristo, e ter um relacionamento com Deus, e aquelas que renunciam a Cristo, e rejeitam um relacionamento com Deus para ganhar o mundo!


Salomão quando falou da vaidade da vida no Livro de Eclesiastes, um livro também dedicado à sabedoria de se entender como a vida na terra está cheia de confusão sobre a razão porque tudo acontece, ele nos diz em determinado momento: "E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol. Então passei a contemplar a sabedoria, e a loucura e a estultícia. Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram. Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas." (Eclesiastes 2:10-13).


Salomão quer nos ensinar a desviar os olhos das circunstâncias e colocar os olhos no Deus das providências; a desviar os olhos de um mundo injusto e sem sentido, para colocar os olhos numa eternidade onde habita a justiça orquestrada por Deus para nós, quando isto que é tudo passageiro, realmente passar.

O interessante é ver o último versículo com que ele acaba este capítulo 2 dizendo: "Porque ao homem que é bom diante Dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito." (Eclesiastes 2:26).


Sobre o coração dos homens disposto a servirem-se a si mesmos enquanto Deus e a Sua casa são desprezados, lemos o que diz o profeta Ageu no mesmo sentido: "Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vestis-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado." (Ageu 1:6) e ainda 3 versículos a seguir: "Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa." (Ageu 1:9).


Todo aquele que troca a Deus pelo mundo em qualquer circunstância evitável, está não só a privar-se da Graça de Deus, como a trazer sobre si e a sua casa o juízo de Deus.

O Povo Judeu e a sua conduta rebelde de desprezarem a Deus e o trocarem pela idolatria dos seus corações, muitas lições práticas nos dá de como Deus não deixe impune essa afronta (Malaquias 3:7) (Ezequiel 18:30-32) (Jeremias 23:38-40)


A história sempre se repete, e os pecados dos Homens são iguais ontem, hoje e amanhã. Por isso a Bíblia continua sendo actual e prática para ensinar o Homem a perceber que a única coisa que distingue os Homens do passado, presente e futuro, é o destino final eterno que cada um colherá das escolhas que faz aqui temporariamente.


Agora faz mais sentido ler as palavras de Salomão que abrem o Livro de Eclesiastes:

Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.

Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?

Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.

Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu.

O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos.

Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr.

Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.

O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.

Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.

Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois.


Desde o início do capítulo que a mensagem é, se os nossos olhos estão postos somente neste mundo, não há esperança, nem senso de plenitude, nem de satisfação, nem de descanso, nem de preenchimento, nem de valor, nem de sentido.

O objectivo é criar no leitor um senso de insatisfação com o mundo, na medida que só Deus pode preencher e completar em Cristo!.


-Mas porque razão até aqueles que professam ter nascido de novo, ainda não encontraram em Cristo plena satisfação, buscando do mundo mais e mais e mais incorrendo em constante desobediência que é rebelião, amando o pecado e as coisas que no mundo há? (1 João 2:14-17).


Salomão nos apresenta a realidade de "um mundo que passa", que João também refere, só para de seguida nos fazer lembrar de que "Aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 João 2:17).

Vemos que "Fazer a vontade de Deus" é a condição apresentada, e não "crer em Jesus"; A pergunta seria, porquê que isto se torna nesta passagem o tom central?


Porque muitos dizem crer em Jesus e tê-lo como Senhor, mas não fazem a Sua vontade (Lucas 6:46) nem têm um relacionamento directo com Ele (Mateus 7:23); 

É fácil dizer que se crê, porque é só necessário a boca, mas para se fazer a Sua vontade, é preciso a mente, a alma e o coração (Mateus 22:37) (Romanos 10:9-10). Por isso lemos: "E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. " (Tiago 1:22)

Por isso Jesus na promessa do arrebatamento que faz à Sua igreja, um pouco à frente diz algo que tem o propósito de distinguir e separar pessoas naquele dia; 2 versículos distintos mostram a contradição destes 2 tipos de pessoas e lemos:


1-"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e Eu o amarei, e me manifestarei a ele." (1 João 14:21).

2- "Quem não me ama não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou." (1 João 14:24).


Quando conhecemos a Deus e somos convertidos do pecado pela Graça para a obediência da fé em Jesus (Romanos 1:5) (2 Coríntios 10:3-6), nós recebemos directrizes em tom de ordem, para cumprir com zelo e fidelidade, demonstrando na prática a coerência e integridade da nossa caminhada Cristã. 

Há uma diferença entre a vida passada fora da salvação e a vida depois que alguém é verdadeiramente salvo, e tudo está centrado na conduta e forma de fazer escolhas sobre aquilo que é prioritário e valioso, e lemos: "Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, o afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas." (Colossenses 3:5-7).


É importante observar aquilo que a Bíblia descreve como comportamento normal que é a prioridade daqueles que vivem na desobediência fora da salvação, e descreve:


A "Fornicação" (Porneía) - A entrega à luxúria da carne para o prazer fora de Deus; Isto pode incluir a fornicação sexual pornográfica, como relações ilícitas para obter prazer sexual sem restrições morais adequadas; ou a fornicação espiritual em tom de adultério que é substituir o relacionamento de amor com Deus por qualquer outro relacionamento que seja tido por mais importante.

A "Impureza" (Akatharsía) - Uma forma de viver onde o senso de moralidade foi contaminado pela luxúria e sensualidade da carne; Alguém que troca a Santidade pela podridão decadente da cultura mundana;

A "Afeição desordenada" (Pathos) - A empatia ou cumplicidade que alguém tem com alguma coisa; Aqui descreve o emocionalismo dos desejos a que alguém se entrega; Aqui também descrevendo a depravação das paixões em regime de obsessão; A busca incessante de satisfação e preenchimento emocional como uma aflição da mente que nunca se contenta;

A "Vil concupiscência" (Epithymía kakēn) O desejo por aquilo que é proibido ou ilícito; O desejo por algo contrário àquilo que deveria ser; um sentimento perverso, danoso, enraizado em problemas.

A "Avareza" (pleonexía) - O desejo cobiçoso de se ter mais e mais de alguma coisa; Pode referir-se a dinheiro, como a qualquer prazer ou ideia de benefício que alguém sente em relação a algo que se tem por valioso ou desejável; A incontrolável ansiedade em obter mais, ao ponto de nunca haver suficiente para o contentamento;


Outra lista de comportamentos contrários à vida cristã diz: "Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias;" (1 Pedro 4:3).


O que se entende rapidamente pela descrição de comportamentos destes 2 versículos, é que tudo que tem origem na carne para a satisfação do Homem e não para a Glória de Deus, é pura idolatria.

A importância do uso do "passado" nestas 2 passagens é muito importante; "Outro tempo andastes" e "no tempo passado da vida" apontam para algo que a Graça vem substituir pelo espírito de sacrifício, negação da carne, obediência, fidelidade, e Santidade.

Isto porque o oposto da Idolatria no comportamento rebelde, é a sujeição e entrega completa a Deus.


Outra lista ainda de pecados nos é apresentada dizendo: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.

E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus. Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma." (1 Coríntios 6:10-12).

E como estas, muitas outras listas são apresentadas na bíblia para nos ensinar a distinguir o comportamento do amor ao pecado, do comportamento do amor a Deus.


Se os crentes dos dias actuais entendessem as palavras do Senhor Jesus em relação ao Reino dos céus, não fariam escolhas onde o pecado reina sobre a obediência.

Leia-se:

Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.

Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.


O que se entende nestas palavras de Jesus é que quando alguém encontra algo de grande valor, ele troca tudo o resto para obter aquilo que ele sabe valer muito mais. 

No mundo há muitas histórias de pessoas que trocaram suas famílias por um grande amor, relacionamentos por um trabalho exclusivo, amigos por causa de sonhos, suas próprias vidas em busca de algum prazer, e a Glória de Deus pela sua própria glória. 

Ainda que o final de muitas destas histórias ainda não tenha chegado à última cena, seu fim já foi descrito por Deus, quando Ele nos diz: "Há um caminho que parece direito ao Homem, mas o seu fim são os caminhos da morte" (Provérbios 14:12) (Provérbios 16:25).

A curto prazo a troca pode parecer valer a pena, mas a longo prazo, ninguém acaba fazendo um bom negócio (2 Timóteo 2:4-5). 

Disse Jesus a respeito: "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?" (Mateus 16:24-26)


Isto é o que disse Tim Elliot na sua citação brilhante quando diz: "Não é tolo aquele que abre mão daquilo que não pode reter, mas ganhar aquilo que não pode perder".

Nós bem sabemos que em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Colossenses 2:3); Ele é a Pérola que nós trocamos por tudo neste mundo, reputando-o por perda, como o Apóstolo Paulo também reconheceu na sua conversão (Filipenses 3:7-8).

Infelizmente muitos Homens (incluindo crentes) não vêm Cristo como Valioso e inestimável, nem têm a Sua Glória como o objectivo principal das suas vidas. 


Ainda ouvindo as duras pregações que pregam contra suas vidas, e a verdade sendo anunciada aos seus ouvidos, seu coração duro se isola para não receberem um coração humilhado perante Deus para o verdadeiro arrependimento e mudança de comportamento.

Por vezes o crente que tem Cristo, como a grande pérola da sua vida, pretende indicar aos outros "negociantes de pérolas" (os Homens em busca de coisas valiosas de (Mateus13:44-46) onde a encontrar, remetendo-os para a Palavra de Deus, somente para ser relativizado e desprezado, e até tomado por inimigo.


Se lembrarmos as palavras de Jesus de (Mateus 6:19-24) sobre os "tesouros da terra" que a traça e a ferrugem tudo consomem, e temos Suas palavras como verdadeiras:

-Como podemos ainda assim desejar o mundo acima das nossas responsabilidades espirituais para com Ele?

-Como podemos em inteligência e bom senso, trocar o supérfluo pelo eterno?


-Como crentes, quantos tesouros temos nós conquistado dia após dias ao longo da nossa conversão? Ao final de cada dia, como está o saldo das riquezas espirituais amontoado? Saldo positivo, ou saldo negativo?


O Senhor Jesus em Mateus 7, nos fala sobre as pérolas e os Porcos que bem nos ensina uma valiosa lição sobre como o conceito de valor é diferente na consciência de cada Homem, passando de seguida a distinguir os Homens mediante a conduta como resultado do senso de valor sincero que cada um tem em relação a Ele e à Sua Palavra. Convém atentar que é nesta mesma passagem que Ele nega conhecer os Homens que faziam milagres em Seu nome chamando-o frivolamente de "Senhor" (Mateus 7:22-23). E novamente ouvimos a realidade prática do serviço sendo colocado na centralidade das palavras de Jesus dizendo: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." (Mateus 7:21)


AS PÉROLAS E OS PORCOS


E Lemos:

Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.


Para bom entendimento deste versículo é necessário identificar 4 verdades aqui expressas por Jesus; - Quem são os cães e os porcos, e que são as coisas santas e as pérolas?


"Cães e Porcos" - (kýōn) são literalmente cães, ou como figura referindo-se a Homens de mente impura, insolentes, sem pudor, consideração e respeito por regras ou autoridade

- (choîros) são literalmente porcos, ou como figura, Homens que vivem na imundícia do pecado; Pessoas de carácter imoral sem noção do que é honroso e decente;


"Coisas Santas e Pérolas" - (To Hagion) literalmente coisas Santas referindo-se a ideias, opiniões, conselhos, palavras, gestos revestidos de santidade, ou seja, segundo a Palavra de Deus e seu senso moral comunicado a nós como princípios absolutos de conduta e comportamento

-(Margarítēs) Literalmente uma pérola, ou como figura, uma palavra valiosa; a representação de sabedoria e instrução de valor para o enriquecimento espiritual de alguém.


Em resumo a intenção do Senhor Jesus é prevenir o crente de investir as coisas mais sagradas e preciosas do Evangelho e das Escrituras sobre aqueles Homens que se provam malditos através da sua hostilidade e como tal propensos a profanar tudo aquilo que lhes seja concedido por nós.


A hostilidade nem sempre é necessário ser violência física ou agressão verbal, estando também incluído o sarcasmo, a presunção, o gozo, o relativismo, a desconsideração e o desprezo como indiferença.


Alguém forçaria outra pessoa a receber um bilhete de Lotaria premiado com 100 milhões? Garantidamente que não, pois então porque razão forçar o Evangelho e O Senhor Jesus a quem não o deseja, sendo estas riquezas infinitamente maiores? 

Se desejamos partilhar destas riquezas, mas as pessoas não as querem, nós de bom grado as retemos connosco para partilhar com quem lhes dá o devido valor.

Isto é o que O Senhor Jesus também referiu aos Discípulos como o "provar se as pessoas são dignas", e "sacudir a poeira dos pés" caso desvalorizem e rejeitem o que a eles lhes é proposto receber (Mateus 10:13-14).


Os porcos e os cães representam para nós portanto, coisas impuras e perigosas em contraste às coisas santas onde há pureza e valor.

Na Lei de Moisés, os porcos eram considerados animais impuros, impróprios para comer (Levítico 11:7); Os cães vadios eram animais ferozes, parecidos com lobos, e não era seguro se aproximar deles (Salmos 59:6) (1 Reis 21:23-24). Lidar com ambos era se expor à impureza e ao perigo, um risco que sempre saía em prejuízo físico ou espiritual.


É então prudente e sensato da parte do crente avaliar o comportamento dos Homens diante das coisas Santas do Senhor que nós temos para partilhar.


Jesus passou uma série de instruções aos Seus discípulos durante o sermão do Monte sobre como eles deviam viver e se comportar de acordo com a realidade do reino de Deus.


No contexto deste capítulo onde Jesus fala sobre "não dar as pérolas aos porcos, nem aos cães as coisas santas" (Mateus 7:6) Ele também faz primeiro algumas considerações acerca do julgamento para que possamos provar aqueles a quem as pérolas e as coisas santas serão concedidas.

Inclusive é nesse contexto que ele diz as conhecidas palavras: "Não julgueis para que não sejais julgados" que muitos conhecem e mal aplicam (Mateus 7:1).


Com essas palavras Jesus não estava a proibir qualquer tipo de julgamento, mas a advertir para o tom de juízo que o julgamento hipócrita pede de volta, e indicando o padrão e a forma correcta para se julgar adequadamente.

Nesse sentido essa declaração abre o capítulo com um alerta importante a considerar: Enquanto o julgamento hipócrita é terminantemente proibido, o julgamento justo é absolutamente necessário.


Ninguém pode obedecer à ordem de "negação" das pérolas e coisas santas aos "cães e porcos", sem primeiro identificar quem são "os cães e porcos", e para isto é preciso fazer algum tipo de julgamento.

Os cães e os porcos eram animais naturalmente rejeitados pelos Judeus, o que serve de exemplo para que nós nos dias actuais possamos por meio de um Juízo justo (não hipócrita) saber distinguir e evitar aqueles que não irão dar valor ao Evangelho e à Verdade das Escrituras.


A bíblia nos ensina a pregar o Evangelho, e a trazer as boas novas da Luz de Jesus aos que estão em trevas (2 Coríntios 4:3-6), mas como a própria passagem diz: "se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto."

Ou seja, não nos cabe a nós convencer nem converter ninguém. 


Isto é um trabalho que é feito pela misericórdia de Deus, mediante um coração quebrantado e preparado para receber a Graça e o perdão dos pecados mediante o arrependimento genuíno.

Se ao cumprir a nossa obrigação e privilégio de pregar o Evangelho (1 Coríntios 9:16), os Homens que ainda não identificamos espiritualmente como "cães ou porcos" nos dêem provas de que o são, então a nossa função é reter as pérolas e as coisas Santas, e os evitarmos para que não ocorra o que Jesus depois descreve como a consequência final da nossa permanência ou insistência, e lemos: "não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem" (Mateus 7:6).


Se você que é crente tem essa oportunidade, coloque alguma coisa de grande valor diante de um animal que não o pode valorizar, e o observe durante alguns minutos para entender a incapacidade dele em reconhecer o que está sendo posto diante dele. Depois, olhe para o mundo à sua volta e suas riquezas, e para dentro de si para ver a sua miséria; Olhe para os céus, e feche os olhos para se possível alcançar pela imaginação aquilo que Deus preparou na eternidade, e medite.


-Você é um crente verdadeiro, um cão ou um porco diante da glória de Deus que há em Jesus a Luz do Mundo?


Faço das palavras de Paulo as minhas Palavras:

Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. 

E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele.

Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prémio? Correi de tal maneira que o alcanceis. 

E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível.

Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar.

Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.





 
 
 

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Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

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