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AS CRIANÇAS E A EDUCAÇÃO - BIBLIA VERSUS CULTURA

  • Writer: desaovicente
    desaovicente
  • Sep 13
  • 48 min read

Updated: Nov 11


"A infância é o chão onde andaremos o resto da nossa vida adulta"!


Se todos os pais soubessem da responsabilidade que têm em traçar o futuro dos seus filhos por meio da educação, por certo fariam na maioria das vezes escolhas melhores, diriam coisas melhores, e acima de tudo, fariam de seus filhos pessoas melhores.


Outro pensamento célebre diz que "A vida é a infância da imortalidade"; Se assim é, a infância é a preparação para a vida adulta, e a vida adulta a preparação para a vida eterna.

A educação tem valor eterno, pois ela está destinada a preparar Homens e Mulheres imortais para o serviço e a Adoração eterna ao Deus Santo e Bendito.

Isto devia mudar a visão que qualquer pessoa tem do acto de educar ou ensinar uma criança, que confia e depende completamente dos adultos à sua volta para a prepararem para este destino e propósito.


As crianças merecem toda a dedicação e sacrifício dos pais para receberem deles não só presentes caros, luxos, brinquedos e facilidades na vida, mas principalmente educações preciosas que excedem em valor todas as outras coisas. Por vezes as crianças têm todas as riquezas terrenas, excepto a educação celestial que é o verdadeiro tesouro que elas precisam.

Por isso Davi diz: "Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor." (Salmos 34:11)


Quando uma criança aprende desde cedo os valores da educação correcta, ela estará sendo devidamente preparada para se tornar num adulto igualmente correcto.

Então frisamos que, a infância prepara-nos para a vida, e a vida para a imortalidade!


A educação da criança, deve logo desde cedo, ser uma preparação para a vida eterna, quando aquilo que é mortal se revestir da imortalidade (1 Coríntios 15:53) conforme Paulo descreve, e a morte não tiver mais poder sobre nós.

Isto porque pela morte ou pelo arrebatamento, qualquer criança se tornará imediatamente um adulto na Glória.

A educação deve assim, almejar os padrões eternos comunicados pelo Deus da eternidade, de modo a que a criança cresça com uma visão para além das limitações deste mundo caído.

As crianças por isso devem desde cedo, aprender a temer a Deus, porque bem cedo, elas aprendem a pecar com prazer

Ninguém precisa ensinar nenhuma criança a pecar pois ela desde cedo o fará  intuitamente.

A falta de consciência que a criança tem do pecado, não anula o seu pecado, pois ele permanece na criança ao longo do seu desenvolvimento. 


Claro que sem a consciência correcta do bem e do mal, a criança ainda pecadora está debaixo da misericórdia de Deus, e seu pecado não lhe é imputado para a condenação, caso sua vida termine ainda na idade da inocência, e ela vá ter com O Senhor ainda nesse estado. Isto porque o arrependimento do pecado, pede discernimento do pecado.


-Porém, se a criança perde a inocência e cresce sem educação, e por conseguinte sem os valores do temor a Deus e da obediência à autoridade, como ela estará apta futuramente para considerar o Juízo que o seu pecado amontoa sobre a sua própria cabeça?


Lembramos que a Bíblia ensina que em pecado somos concebidos (Salmos 51:5), e que desde a gestação que a impiedade determina o erro no coração daqueles que nascem para pecar (Salmos 58:3).

Frisamos ainda que a "inocência" que é atribuída à criança até determinada idade é somente na consciência que ainda não tem noção do que o pecado é, pois a criança não é inocente diante de Deus, mas pecadora vindo ao mundo para afrontar directamente a Santidade de Deus.

Algo difícil de se conceber, mas por vezes a morte de uma criança pode ser uma bênção de Deus para ela escapar ao inferno, por onde sua educação a dirigia.

Devemos sempre lembrar que a inocência, a ingenuidade, ou a pureza da criança tende a desaparecer à medida que cresce, e a consciência do bem e do mal se instala na mente e no coração. 

Com o crescimento da criança, cresce também o pecado, de modo a que todas aquelas características que a protegem do juízo, se extinguem, e ela se torna somente mais uma alma rebelde contra Deus, esperando o prestar de contas.

Assim sendo, felizes são aquelas crianças que desde cedo têm pais e familiares bíblicos, tementes a Deus e sujeitos à Sua Palavra, para as encaminharem e instruírem no temor do Senhor.

J. Vernon Mcguee um célebre Pastor americano disse um dia na rádio onde também Ministrava, o seguinte: "Meu amigo, há algo muito pior do que ir para o inferno; E é você ir para o inferno, de mão dada com o seu filho". 


Filósofos, educadores, terapeutas, psicólogos, todos têm as suas opiniões, e pareceres, ditando princípios aos quais muitos pais se baseiam para educar os seus filhos, porém, para um cristão, a Bíblia é a única fonte de autoridade a considerar, especialmente se ela contradiz directamente a voz da "cultura".


Quando o povo Judeu estava negligenciando as suas responsabilidades para com Deus, e vivendo na prática da rebelião seguindo o curso do mundo e a voz da cultura, em vez da voz de Deus segundo Sua Palavra e Lei, logo O Senhor lhes dirige palavras de Juízo, associando a ausência de autoridade dos Homens, e da responsabilidade dos Anciãos, à vergonha de se submeterem à autoridade das crianças e das mulheres, que era algo escandaloso diante da cultura e diante de Deus.

⁴ E dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles.

⁵ E o povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um contra o seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o nobre.


Ao usar os meninos e crianças para fazerem sua vontade reinar sobre os adultos, Deus estava a associar a inversão da ordem de autoridade como sinónimo de desgraça e ruína.

"Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres dominam sobre ele; ah, povo meu! Os que te guiam te enganam, e destroem o caminho das tuas veredas." (Isaías 3:12)


Vivemos hoje também num ponto na história onde as crianças oprimem seus pais, e todos os adultos à sua volta, de forma ousada, rude e autoritária crescendo como marginais, sem qualquer respeito por autoridade, e principalmente sem qualquer temor a Deus.

Muitas vezes na nossa vida, agimos de formas que pensamos serem as mais correctas, e revestidos de confiança prosseguimos na certeza de que o que fazemos é digno, honroso e de alguma forma aprovado por Deus, mas ao entrar em contacto com as Escrituras e o que ela ensina, entendemos logo, que de facto estávamos a ser conduzidos pela voz da cultura, e não pela Voz de Deus, trazendo vergonha e desgraça sobre nós e sobre a nossa família.

É muito fácil sermos persuadidos e convencidos de opiniões e filosofias que partem do humanismo secular e da cultura antropocêntrica, que promove a psicologia emocional, ao invés de nos deixarmos influenciar somente pelo Espírito Santo, falando através das escrituras e da inteligência espiritual que a "Mente de Cristo" proporciona (1 Coríntios 2:15-16).

A sabedoria de Deus que Paulo cita aos Coríntios em contraste com a sabedoria do mundo e sua cultura onde tudo é invertido (1 Coríntios 2:6-7) é a que vem da Inteligência espiritual que o mundo não pode obter por nenhum mérito académico;


Assim, prosseguimos a revelar o que a Bíblia fala e ensina, como Paulo descreve: "não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais." (1 Coríntios 2:13)


A EDUCAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA


A Palavra de Deus é uma fonte inesgotável de conhecimento prático para todas as áreas da vida, e no caso da educação não é excepção.

No Livro de Provérbios lemos: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." (Provérbios 22:6). Outro ditado popular diz no mesmo tom: "É de pequenino que se torce o pepino" mas a mensagem é a mesma.


Note-se igualmente o que Livro de Provérbios diz sobre o comportamento, e como ele é um espelho onde as crianças reflectem a imagem da educação que recebem dos pais: "Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta." (Provérbios 20:11)

Interessante que o versículo anterior fala de um ponto importante no carácter dos Pais ao dizer: "Dois pesos diferentes e duas espécies de medida são abominação ao Senhor, tanto um como outro." (Provérbios 20:10). 


Não é à toa que estes versículos estejam seguidos um do outro, e a associação relevante aqui, está na forma como praticamente todos os Pais, agem em relação aos seus filhos em contraste com os filhos dos outros; A forma como desculpam o pecado dos seus filhos debaixo do amor idólatra carnal que confundem com o amor de Deus, enquanto recriminam sem dó o mesmo pecado, cometido pelo filho do outro, noutra ocasião.

Na altura de julgar os filhos dos outros, todos os Pais têm os valores morais correctos em relação à educação, porém não os aplicam nos seus próprios filhos no tempo devido.

Estes 2 pesos e 2 medidas, que Deus abomina, é a origem de muito do comportamento instável que as crianças demonstram nas suas acções, e forma de se comportar. 

Se na educação só há alguma espécie de disciplina quando a criança já atingiu os limites da paciência dos pais, havendo uma disparidade entre a autoridade, que ora se faz sentir, ora é inexistente, então não há educação.

Assim sendo, a criança cedo aprenderá a testar os "limites" dos pais, até que sua vontade prevaleça, mesmo correndo o risco de ocasionalmente se dar mal, a taxa de sucesso de fazer sua vontade reinar sempre será maior.

Por isso como bem diz a passagem "a criança se dará a conhecer pelas suas ações", quando ela repetir os pecados dos pais ou daqueles que têm a responsabilidade de os educar.

Quando lemos as Palavras acerca do Senhor: "visitar a iniquidade dos Pais nos filhos até à terceira e quarta geração" como está dito em (Êxodo 34:7) o que isto quer realmente dizer?

A passagem diz o seguinte:


⁶ Passando, pois, O Senhor perante ele, clamou: O Senhor, O Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade;

⁷ Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.


O contexto é o de fazer um contraste e também uma associação ao comportamento dos Homens diante de Deus, e o comportamento dos filhos dos Homens diante dos seus pais e de Deus. 

A terceira e a quarta geração é uma expressão que era usada antigamente para referir como a honra ou a vergonha públicas, eram transmitidas por herança aos filhos e netos, resultando em louvor social ou ostracização; Podia de uma forma positiva dar o direito a alguém a possuir cargos, herdar estatutos de nobreza, somente por causa da honra de ser filho ou neto de alguém considerado Honroso, ou negativamente a ficar marcado para vingança, repúdio social ou cobrança de dívidas se tiver caído sobre si a vergonha dos seus antepassados.

Isto quer dizer claramente que honra dos Pais ou a sua desonra, será carregado pelos filhos e netos aos olhos de Deus, como acontece na cultura entre os Homens.


Então usado neste contexto, quer dizer que quando os Homens não se comportam devidamente diante de Deus, ou seja, vivendo na rebelião e idolatria da carne, contrários às Leis de Deus e Sua autoridade, seus filhos aprenderão com eles a mesma postura de anarquia e afronta, de modo que quando Deus "visitar a iniquidade" que é uma expressão que se traduz por, vier para "aplicar justiça e juízo", não só pagarão os Pais pelos seus pecados, mas eventualmente seus filhos, que provavelmente passarão a repetir o pecado dos pais, pedindo de Deus a mesma consequência. 

Na cultura dos ditados populares há um dizer particular, pelo qual se julgam os filhos pelos Pais dizendo: "A maçã nunca cai muito longe da árvore".


Há que frisar, que cada um pagará por seu próprio pecado, na medida, que cada um é responsável por si mesmo diante de Deus (Deuteronómio 24:16), porém se os filhos se habituarem a imitar o comportamento dos Pais, não receberão eventualmente também a mesma retribuição? Sua desonra não contaminará seu carácter e valores eventualmente? 

Se assim for, e é sempre o cenário mais provável, receberão o mesmo tratamento que seus pais repetindo o ciclo, provavelmente ensinando os seus filhos a perpetuarem a desgraça que eles mesmos receberam.

Por isso a Bíblia deixa claro que: "Deus não se deixa escarnecer, porque tudo o que o homem semear isso ceifará" (Gálatas 6:7).


Outras vezes, ainda que os filhos já estejam em caminhos diferentes de seus pais, as consequências da sua desgraça pode cair sobre seus filhos e descendência indirectamente, conforme se lê em (2 Crónicas 34:21) e (Deuteronómio 28:59). Isto é o que se pode chamar de "punição composta" ou "castigo colectivo baseado no castigo individual" conforme (Levítico 26:38-41) (Isaías 65:7) e (Jeremias 14:19-20) também evidencia.


Desta forma, o "castigo transgeracional" (que atravessa gerações) na sua base, é a perpetuação dos pecados dos pais no comportamento dos filhos; Isso explica a oposição ao castigo colectivo encontrado em alguns lugares no Antigo Testamento. 

Contra isto alguns do povo ripostavam para Deus dizendo: "Nossos pais pecaram, e já não existem; e nós levamos as suas maldades". (Lamentações 5:7); E ainda: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram." (Ezequiel 18:2) duas expressões que reconheciam que Deus por vezes trazia juízo colectivo sobre o pecado individual de muitos. 

Mas Deus ali, logo responde que nunca mais ninguém diria tal coisa, pois Ele os julgaria conforme suas obras e isso seria mais do que suficiente para condená-los, visto que a tendência era repetirem os pecados dos pais; Porém a eles era dado poder para reverter qualquer punição de Deus, fazendo o bem (Ezequiel 18:29-30).


O  "castigo transgeracional" então era baseado num forte senso de solidariedade e empatia social, no qual as acções de qualquer indivíduo tinha impacto sobre os outros, de modo positivo ou negativo. Um exemplo positivo de "Bênção transgeracional" é a forma como Deus prometeu abençoar todas as Nações da Terra por causa de Abraão em (Génesis 12:3).

Isto faz parte da ordem social estabelecida por Deus para que todos sejamos responsáveis uns pelos outros. O comportamento colectivo podia assim trazer constante bênção, ou castigo permanente. 

Por isso é bom reconhecer aqueles a quem Deus derrama bênção garantida, e nos fazermos rodear deles, de modo a que suas bênçãos também caiam sobre nós (Salmos 133:1-3). 

Esta é uma das razões porque Deus nos pede para nos separarmos dos ímpios, de seu engano e más obras, de modo a que quando eles colherem seus castigos, não incorremos nas suas desgraças, conforme a bíblia também o demonstra (Apocalipse 18:4) (Jeremias 51:45) (2 Coríntios 6:14-18).

Lembramos ainda que embora os pais paguem pelos seus pecados, e os filhos pelos seus, nunca podemos esquecer da misericórdia que Deus pode fazer por amor aos Seus filhos, derramando-a também sobre a sua descendência, porém se algum filho de Deus viver em rebelião e pecado sem se arrepender, não só está a pedir castigo para a sua vida, como poderá ainda, estar a privar os seus filhos pecadores da misericórdia de Deus, que podia cair sobre eles, caso eles não estivessem a tentar a Deus o tempo todo com sua rebeldia. 

E se Deus não se compadecer do filho pecador daquele que já é seu filho redimido, mas é rebelde e desobediente, estará Ele a ser injusto? -De modo nenhum! (Romanos 9:14-15)


Convém nunca esquecer que Deus nunca premiará a desobediência professa com bênção e misericórdia, mas sim com castigo e punição. 


Deus não irá castigar directamente um filho pelo pecado do Pai, mas pode bem reter a misericórdia ao filho pecador, como consequência e castigo ao Pai por seu pecado. 

Um belo exemplo disto está na forma como Deus permitiu a morte do filho de David, após o pecado do adultério e homicídio em (2 Samuel 12:13-14).

David arrependeu-se e foi perdoado, mas as consequências do seu pecado não foram apagadas, perdendo não só o filho naquele momento, mas marcando os seus dias futuros com muitas tribulações e sofrimento.

Se um Pai viver fielmente debaixo do temor do Senhor que é o princípio da sabedoria (Provérbios 9:10), ele vai saber exactamente como se comportar debaixo da autoridade do Senhor, e irá ensinar os seus filhos a fazerem o mesmo, de modo a que a bênção seja constante nas suas vidas.

Ensinar crianças, não é uma tarefa fácil para nenhum Pai, por isso é necessário submissão a Deus, para que Ele venha suprir as necessidades de sabedoria para a instrução e a correção que edificam. 


Note-se ainda como O temor, a sabedoria e o conhecimento tornam a ser usados por Salomão numa advertência necessária no contexto da educação que alguém se dá a si mesmo, e aos seus filhos: "O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, Porque serão como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao teu pescoço." (Provérbios 1:7-9).


Um filho que deve ouvir a instrução do seu pai, e os ensinamentos de sua mãe, porém, se não tem pais verdadeiramente tementes a Deus e obedientes à Sua Palavra, está perdido, pois não tem onde se agarrar para desenvolver um carácter digno diante de Deus enquanto cresce.

A bíblia diz que "os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão" (Salmos 127:3) revelando que filhos e netos são bênção na vida de alguém, pois constituem família, e estimulam o amor e a União.

Contudo, muitos pais, cedo percebem, que por fruto da educação empobrecida que proporcionaram aos seus filhos, em vez de bênção, seus filhos trouxeram maldição à sua casa.


Crianças sem consciência moral, sem conhecimento correcto do bem e do mal, e da retribuição do bem com bênção, e do mal com punição, nunca estarão aptas para entender a realidade espiritual do pecado, da Justiça e do Juízo que O Espírito Santo veio trazer à Terra (João 16:8); Nem tampouco irão desenvolver o temor da responsabilidade acerca das consequências directas das suas acções e as repercussões que isso trará para si e todos à sua volta.

Educar as crianças para saberem viver em sociedade e lidar com outras pessoas além dos seus próprios pais é igualmente uma prioridade a ter em conta, pois as crianças que não respeitam seus pais, rapidamente não respeitarão seus avós, vizinhos, e qualquer outra pessoa que lide com eles.


Uma criança que não aprende a respeitar adultos, logo se tornará num adulto que não respeitará outros adultos.


Quando uma Criança não é ensinada a adorar a Deus, ela rapidamente aprenderá a adorar tudo, menos a Deus; 

Assim, quando um Jovem não educado a temer a Deus, for para o mundo para se entregar ao pecado, ele aprenderá a adorar a ideia da não existência de Deus. 

No fim, depois já Homem, habituado a não precisar de adorar a Deus, ele acabará se adorando a si mesmo, através da ideia de ele ser o seu próprio deus.


A ausência da educação e o incumprimento dos deveres dos Pais diante de Deus, logo desde cedo criará crianças que se tornarão jovens, e adultos altamente resistentes à ideia de sujeição a Deus; e como podia, se não aprenderam sequer a sujeitar-se à autoridade dos Pais, a quem desafiaram impunes, durante todo o tempo do seu crescimento?

Deus dá a ordem aos filhos de honrarem seus pais, dizendo: "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá." (Êxodo 20:12), todavia, se os pais não ensinam os filhos a honrá-los em primeiro lugar, porque razão haveriam eles de honrar a um Deus que não vêm, honrando Sua Palavra, se nem aos Pais que vêm, eles reconhecem o dever da honra?


O Apóstolo Paulo advertindo Timóteo sobre os perigos das más influências dos Homens maus deste mundo, aponta para a educação nas escrituras como a vantagem preciosa que ele tinha, fruto do ensino correcto que lhe havia sido passado, e diz:

¹⁴ Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,

¹⁵ E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.


Mas se Timóteo não tivesse tido ninguém que desde a sua meninice lhe tivesse ensinado as escrituras, estaria ele ali do mesmo modo, apto a tornar-se "sábio para a salvação que há em Cristo Jesus"?


É importante então definir preceitos indispensáveis, e aprender os conceitos imutáveis do carácter de Deus expressos na Sua Palavra para entendermos o poder que uma educação Bíblica tem de desviar homens dos caminhos "que vão de mal a pior" (2 Timóteo 3:13).

Não é à Toa que Paulo no seguimento desta conversa com Timóteo, acabe a passagem colocando as Escrituras e os ensinos que ela contém, como a maior riqueza que alguém pode receber, especialmente uma criança, dos seus pais e dos adultos à sua volta (2 Timóteo 3:16-17).


Escritura revela o Poder de Deus, Sua Majestade, Seu domínio, Seu carácter Santo e atributos Divinos, e ela é autoridade sobre nós, pois ela representa a Autoridade de Deus!


A AUTORIDADE DE DEUS NOS PAIS


Para se entender a razão porque o discernimento da autoridade de Deus é fundamental não só na educação da criança, mas na construção de uma sociedade baseada em princípios morais, e éticos, há que pensar primeiro na Anarquia, ou na Rebelião como modos de viver, há muito tempo rejeitados como modelos verdadeiramente inúteis.

Muitas tribos e civilizações antigas, tentaram aderir ao modelo da anarquia, da "Lei do mais forte", ou do modo de viver sem quaisquer leis, regras ou princípios de ordem social.

Escusado é dizer, que não funcionou, pois o caos, está no oposto da natureza de Deus que está gravada em nós em cada célula e átomo que nos compõe. 

caos como oposição à ordem, é a tentativa de Satanás desenvolver o seu próprio modelo de autoridade e controlo sobre a natureza caída, porém, Deus nos impele à ordem através das leis que Ele mesmo gravou em toda a Sua Criação.


Por isso vemos actualmente a decadência moral e a anarquia do caos causar distúrbios na ordem Mundial, de modo a que se entenda que esta é definitivamente a última geração sobre a Terra.

Outro célebre sábio provérbio da antiguidade diz: "Tempos difíceis criam Homens fortes; Homens fortes criam tempos fáceis; Tempos fáceis criam homem fracos; Homens fracos criam tempos difíceis";

Um ditado profundo, que retrata uma grande verdade sobre o comportamento humano, e sobre a natureza de cada criança debaixo do processo de crescimento até à fase adulta.

Claramente temos vivido nos "tempos difíceis" criados por "Homens fracos", fruto da pobre educação que a cultura tem promovido nas últimas décadas.


Tudo aquilo que nós hoje observamos de abominável e escandaloso no comportamento humano, é fruto de uma educação desviada da direcção das escrituras, para obedecer à voz da cultura e suas modas progressistas que fazem a sociedade regredir.

Se há um argumento poderoso a favor do Cristianismo, e da educação cristã, é que uma sociedade sem eles, retrata um cenário terrível!


A noção de autoridade é portanto a base de toda a interação entre a Criação e O Criador, e ela está comunicada desde o Éden, quando Deus coloca a árvore da ciência do bem e do mal no meio do jardim (Génesis 2:9), e uma só regra de restrição passada ao Homem (Génesis 2:16-17).

A "árvore" em questão tinha um só propósito, e era indicar com toda a autoridade, que DEUS REINA!

Se os seus filhos não sabem que DEUS REINA, é porque muito provavelmente você também ainda não se compenetrou dessa grande verdade acerca da autoridade de Deus sobre você, a sua vida, e a vida dos seus filhos.


Nós reconhecemos a autoridade, pelos atributos que ela manifesta e produz quando exercida em tom de Ordem, e nos remete para a ideia de Soberania, Liderança, Força, Poder, Comando, Potência, Prestígio, Grandeza, Domínio, Controlo, Influência, Governo, Superioridade e Supremacia. Assim sendo, a resposta à Autoridade pede de volta, Submissão, Sujeição, Obediência, Temor, Tremor, Prontidão, Servidão, Entrega, Conformidade, subordinação, Dependência, Inferioridade, Pequenez, Humildade, e Rendição.


Praticar a autoridade é determinar uma ordem de princípios aos quais a obediência deve seguir; desta forma seguir os princípios da autoridade é descobrir e reconhecer a estrutura da disciplina para o bom funcionamento da Hierarquia.

A Ordem Divina estabelece que Deus manda e o Homem obedece, porém o Diabo inverteu esta ordem no coração do Homem quando persuadiu com sucesso Eva a comer da árvore proibida.

Se Deus é Autoridade sobre tudo e todos, a criança para entender isto, primeiro tem de ver a autoridade dos Pais sobre si, de modo a que os princípios da hierarquia se formem saudáveis no entendimento da ordem e estrutura da vida.

O Apóstolo Paulo aos Romanos fala sobre a importância da autoridade, falando sobre a hierarquia, a ordem, e os benefícios que ela traz sobre aqueles que estão debaixo do seu exercício e função; E diz:

¹ Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.

² Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.

³ Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer à autoridade? Faz o bem, e terás louvor dela.

⁴ Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz em vão a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.

⁵ Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.


Assim que os Pais entenderem o que aqui é dito, podem exercer melhor a sua autoridade sobre seus filhos, e também as consequências e benefícios que ela produz.

Todavia, um Pai cristão antes de fazer seu filho obedecer-lhe deve primeiro aprender a obedecer a Deus e à Sua Palavra. 

Paulo dá um belo conselho a Tito quando diz: "Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e autoridades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda a boa obra;" (Tito 3:1) de modo a que o princípio da obediência e a sujeição às autoridades é o primeiro passo para qualquer pessoa que queira desenvolver um carácter santo e sábio diante de Deus e da Obra que Deus lhe dá para servir.


Educar filhos é uma obra difícil, porém seu galardão de honra ser-lhe-á entregue pelo Senhor, havendo feito tudo aquilo que agrada a Deus em santidade e fidelidade à Sua Palavra.

De outro modo, não só não haverá honra, mas um castigo severo, pois os Pais são responsáveis por seus filhos diante do Senhor.

Lembramos sempre que as Crianças não só nascem em pecado, mas crescem no pecado; A educação mediante a representação de Autoridade, visa reprimir o curso do pecado, e orientar a criança no caminho correcto. 

Uma verdade que todos os pais devem aprender desde cedo, e ensinar aos seus filhos, é que o "Não" de Deus não é uma "Rejeição", mas uma "Redirecção".


-A sua criança, tem aprendido a receber o "Não" respeitando a autoridade da negação à sua vontade?

Lembre-se que Autoridade também é educação.


A criança que não aprende a ver, reconhecer, admirar e respeitar a autoridade dos Pais e dos adultos à sua volta, é uma criança muito mal preparada para lidar com a realidade do mundo debaixo da Autoridade de Deus, e irá por certo ser um adulto de múltiplos fracassos a todos os níveis pessoais.

A criança não deve crescer e desenvolver-se a olhar para o mundo como uma realidade de "Sim, sim, sim", mas de "Não, não e não", e entender que a educação é a arma de transformar o Não em Sim.

Valores como paciência, determinação, espírito de sacrifício, humildade, zelo, rigor, empenho, dedicação, moderação, partem da educação e visam preparar a consciência da criança para a realidade das obras que Deus pede de nós, mas que é igualmente pedido pelos professores na escola, e mais tarde pelos patrões, pelo governo e pela sociedade em geral.

Nós somos desde cedo, chamados pela realidade, para uma vida de obediência, e por Deus para uma vida de Obras dignas, de sujeição à autoridade que determina para nós o caminho a seguir. 

Por isso lemos no Livro de Provérbios dizer: "O coração do homem planeja o seu caminho, mas O Senhor lhe dirige os passos." (Provérbios 16:9).

Deus já nos preparou o caminho, e as obras a fazer, agora só nos resta andar nele, e fazê-las:

¹⁰ Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.


A ordem de Deus desde o Êxodo no deserto diz: "Olhai, pois, que façais como vos mandou o Senhor vosso Deus; não vos desviareis, nem para a direita nem para a esquerda." (Deuteronômio 5:32); A razão porque Moisés recebe esta ordem e a dá ao povo ensinando o temor do Senhor, é porque Deus sabia que por meio da liberdade que Ele mesmo concede, nós temos a propensão para rapidamente nos desviarmos dos caminhos que Ele mesmo traça para nós. 

Isto foi o que o povo fez, ao construir um ídolo assim que Moisés se ausenta para subir o monte ao encontro do Senhor em (Êxodo 32:7-8).


Se formos ao episódio do Monte onde Deus desceu para dar os 10 mandamentos a Moisés, que é o momento em que a Autoridade de Deus se revela na sua melhor demonstração, notamos que há todo um espectáculo de imponência e espanto, na forma como Deus se apresenta, e como os Homens reagem a isso.


Deus se apresenta numa "nuvem espessa" entre "relâmpagos e trovões" acompanhados de "tremores de terra" que "estremeciam" o monte que "fumegava do fogo que descia do céu" em Glória, enquanto uma "Trombeta soava" seus ecos no silêncio do raiar do dia (Êxodo 19:16-19). (Uma imagem épica digna de Hollywood)


Todo o cristão devia fechar os olhos e tentar reproduzir por meio da sua imaginação, como foi aquele dia, de terror e espanto, quando aqueles homens viram a Glória do Senhor descer sobre aquele lugar e pensar como ela reagiria ali.

Na continuidade desta passagem, entre a Glória de Deus ali apresentando a Majestade da Sua Autoridade, e o temor e terror do povo que observava ao longe (Êxodo 20:18) um versículo diz o seguinte: "E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o Seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis." (Êxodo 20:20).


Curioso que Moisés diz segundo a voz de Deus, que eles não precisam "temer", porém logo de seguida aponta para a necessidade do "Temor do Senhor" estar diante deles;

Nós não devemos temer a Deus no sentido do "medo pelo pecado" pois Ele quer se relacionar connosco em intimidade, ainda que sejamos pecadores, mas devemos temer em "reverência e santidade" para que o relacionamento entre nós e Deus, seja de acordo com a Justiça que há em Jesus, "Aquele que desfez a inimizade" (Efésios 2:15-16); Por isso lemos que o povo em questão estavam ao longe, enquanto Moisés estava perto (Êxodo 20:21) fazendo ali o papel de Jesus como Mediador (1 Timóteo 2:5). 


Isto porque Deus quer deixar claro que a proximidade com Ele, pede automaticamente abandono do pecado conforme se entende nos versículos (Êxodo 19:12) (Êxodo 20:19).

Quando no seguimento do tema do Temor, é dada uma conclusão justificativa da razão porque ele é necessário, Moisés simplesmente diz: " a fim de que não pequeis".

E isso nos faz lembrar das palavras de Isaías que diz: "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça." (Isaías 59:1,2)


Esse é o grande problema da nossa geração de adultos, e da futura geração que virá das crianças que hoje recebem educações diabólicas sem qualquer temor dos pais, ou de Deus.

Uma sociedade de pecadores desenfreados, ávidos de prazer, inimigos da santidade, resistentes à correção, intolerantes à frustração e contra toda a ordem, justiça e Verdade.

Todos desesperadamente precisam de Cristo, porém ninguém crê que Ele seja necessário, porque cresceram recebendo dos seus pais a educação de que Jesus não tem tanta importância como tem o dinheiro, os amigos, a diversão, o prazer, o sucesso, e a felicidade.

Lembramos sempre que seremos um dia todos julgados não pelo dinheiro nas nossas contas, ou pelos cursos e diplomas académicos que conquistamos ou por qualquer sucesso terreno, mas o padrão pelo qual seremos julgados será a excelência da Santidade de Deus contrastando com a nossa miséria. Por isso é necessário que Cristo nos revista da Sua santidade e perfeição, de modo a que estejamos aptos a passar pelos olhos de Deus naquele dia totalmente aprovados, como Moisés pode estar na presença do Senhor, enquanto nenhum outro no monte podia.

Os 10 mandamentos não foram dados por Deus para que ao obedecê-los pudéssemos entrar nos céus, mas para nos indicar que nós seríamos no fim de contas, incapazes de obedecê-los; Assim sendo, eles apontavam para Jesus, de modo a que crendo pela fé que Ele os obedeceu por nós, é como se nós mesmos os tivéssemos obedecido, segundo a Sua perfeição. 

A Justiça de Jesus desta forma, passa a ser a nossa justiça; Porém até que a consciência se desenvolva para ver e crer em Jesus, os adultos e especialmente as crianças, devem aprender a "Temer a Deus" por meio da "Autoridade" sendo compelidos a obedecer com os olhos postos no fogo da justiça de Deus descendo no Monte Sinai em Glória.


Do mesmo modo o escritor da carta aos Hebreus trazendo à memória estas figuras do Êxodo diz desenvolvendo o temor do Senhor em contraste com a Sua autoridade:

¹⁸ Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade,

¹⁹ E ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais;

²⁰ Porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte será apedrejado ou passado com um dardo.

²¹ E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo.

²² Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos;

²³ À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados;

²⁴ E a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.

²⁵ Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos Daquele que é dos céus;

²⁶ A voz do qual moveu então a terra, mas agora anunciou, dizendo: Ainda uma vez comoverei, não só a terra, senão também o céu.

²⁷ E esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam.

²⁸ Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;

²⁹ Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.


Por causa disto a "Autoridade" também atribui à ordenança, zelo e rigor, através dos quais somos convencidos de que o que nos é pedido, para desenvolvermos o compromisso com a excelência, e o cumprimento fiel.


Assim que entendemos o compromisso com a autoridade para a excelência da execução, somos confrontados com o espírito de responsabilidade, que por sua vez nos consciencializa de que a autoridade acarreta poder para determinar aprovação ou desaprovação, e com elas, o benefício ou o castigo.


Tendo portanto noção de que a autoridade impele para uma vontade pré-estabelecida, nós somos ensinados o valor da humildade e da sujeição, através dos quais operamos pelo sacrifício e empenho, aquilo que é de nós pedido, sabendo que o percurso entre o contacto com a autoridade e todo o relacionamento criado com ela, demonstrará no fim, o nosso carácter cumpridor e competência.


Assim como os servos aprovados do Senhor em (Mateus 25:19-23) por certo encheram seus olhos de brilho ao ouvir "servo bom e fiel", também nossas crianças deviam esperar com alegria ouvir dos seus pais "Filho bom e fiel".

Se você tem ensinado este compromisso de obediência desce cedo aos seus filhos, você tem sido bem sucedido nessa obra, e não só eles ouvirão de si o elogio, como ouvirão garantidamente um dia, do Senhor o Louvor.


O Ensino da Palavra, permite às crianças desenvolver a paz espiritual, que o mundo não conhece; Se os seus filhos não têm paz, nem lhe transmitem paz, pode ser um sinal de que a Palavra do Senhor não tem sido autoridade sobre a forma como eles têm sido educados, e talvez seja melhor reconsiderar os valores, e os métodos aplicados até aí.


Falando do bom sucesso futuro para todos os que se aplicam a servir ao Senhor com fidelidade, Isaías diz:


E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante.


Isto, porque depois dos Pais fazerem o trabalho que lhes compete na educação dos seus filhos, eles crescem, e será O Senhor a ensiná-los e a guiá-los nos caminhos da paz e da prosperidade.


Entre os relacionamentos humanos, a autoridade é reconhecida entre Pais e Filhos, Patrões e empregados; Líderes e seus seguidores, Mestres e seus acólitos, Senhores e seus servos, entre os poderosos e os fracos.


Autoridade é o símbolo Divino para a hierarquia dos relacionamentos.


Deus deu-nos o conceito de autoridade, exercendo Ele mesmo Sua Divina e Soberana vontade sobre tudo o que existe. A autoridade reconhecida sempre aponta para Deus em primeiro lugar.

Deus é a autoridade que reina sobre os céus e a Terra e todo o Universo.

Sua majestade determina, ordena, sustenta, conduz, e gere com mão poderosa toda a prestação humana, à qual Ele também entregou uma menor hierarquia e força, poder e legitimidade para exercer autoridade na Terra.


Submeter-se às autoridades é submeter-se a Deus; Um filho que não se submete aos pais, não se irá submeter a Deus de modo algum.

Por isso o exercício de qualquer tipo de autoridade é uma grande responsabilidade perante Deus.

A submissão à autoridade começa com a criança olhando para a mão pesada de seus pais, e para com a voz de ordem, e reconhecer que a autoridade encurralou a sua vontade de forma incontornável.

Enquanto a criança vir alguma chance de ver a sua vontade prevalecer sobre a do adulto, ela nunca irá entender o que a autoridade realmente é e igualmente nunca se submeterá de verdade a ela.


Todos nós somos crianças aprendendo a submeter-se às autoridades que Deus integrou na nossa vida diária, para aprendermos a valiosa lição da submissão e sujeição, através da qual podemos então descobrir a vontade de Deus soberana, e da mesma forma, sermos confrontados com essa autoridade maior que rege o universo invisível para uma realidade eterna, da qual faremos parte.


Somos pessoas rebeldes por natureza, contaminados pelo pecado para a rebelião e a desobediência. Entre nós é cada vez mais comum ver desafios constantes à autoridade; Filhos contra Pais; Desacatos entre forças policiais e cidadãos; guerras entre governos e seu povo; Nações umas contra as outras; e nisto tudo, entre os homens, não só são as pessoas que corrompem o serviço à autoridade, mas a própria noção de autoridade é corrompida no coração dos homens. Por isso vemos no mundo por um lado o abuso ou mau uso da autoridade, e por outro a constante resistência à autoridade como resultado.


A criança deve também entender no exercício da autoridade dos pais, como ela aponta para a autoridade de Deus, ganhando ainda com o tempo, a consciência correcta que essa autoridade sobre nós não nos faz inferiores, mas faz-nos melhores!

A EDUCAÇÃO FÍSICA, EMOCIONAL E ESPIRITUAL


Muitas pessoas têm uma ideia errada da autoridade, como um mecanismo de opressão, ou repressão das emoções e vontades pessoais; Por isso odeiam o exercício da autoridade, na medida em que crêem, que ela causa a frustração dos desejos, e a imposição de valores, ideias ou vontades que estão no lado oposto das suas.

Isto é o que qualquer criança demonstra, ainda mesmo antes de aprender a falar.

A intolerância à frustração de não ter a sua vontade satisfeita, gera o choro como uma arma de imposição da sua vontade sobre a vontade do adulto.

Outras crianças ainda, recorrem simultaneamente ao uso do espernear, rebolar no chão, gritar, rosnar, fazer cara feia, bater nos pais, atirar objectos, bater com portas, puxar os cabelos, tudo na tentativa de ver o seu desejo reinar absoluto. 

Se alguém quer ver o "grilhão de Satanás" em qualquer criança, é só observar a forma como ela resiste ao "Não".


Deus desde cedo, quando chama para si um povo, os trata como um Pai trata crianças rebeldes, ingénuas e desobedientes, e por isso implementa com Autoridade um sistema de regras, de leis, preceitos e mandamentos, para incutir a sujeição e o hábito na obediência

O povo Judeu está bem representado na figura da criança que faz "birras" durante o período do Êxodo no deserto.

A manifestação da autoridade de Deus ali, contudo, não veio em tom de opressão, mas de amor, para promover a união em respeito e reverência, pois só assim, a obediência à autoridade tem valor e produz carácter.


⁵ Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.

⁶ E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;

⁷ E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.

⁸ Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos.

⁹ E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.


A ordem de Deus, não só era dada aos Adultos, pais e avós daquele povo, mas dirigida igualmente às crianças.

¹ Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca.

² Abrirei a minha boca numa parábola; falarei enigmas da antiguidade.

³ Os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado.

⁴ Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que fez.

⁵ Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, a qual deu aos nossos pais para que a fizessem conhecer a seus filhos;

⁶ Para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos;

⁷ Para que pusessem em Deus a sua esperança, e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos.

⁸ E não fossem como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel a Deus.


Porém Deus teve de aplicar severamente a disciplina durante esse período também para que a educação do Seu povo ali deixasse para todos nós, a forma como o Amor de Deus educa.

Quando Deus os levou durante 40 anos a caminhar no deserto, Ele tinha um plano de disciplina na preparação física, emocional e espiritual para o Seu povo.


A EDUCAÇÃO FÍSICA


A sobrevivência naquele lugar, e todos os desafios que enfrentaram, visava dar resiliência e resistência à adversidade, para que aquele povo pudesse mais tarde se tornar no povo guerreiro e na Nação vitoriosa que Israel se tornaria rodeados de inimigos de todos os lados.

Da mesma forma os pais devem educar os seus filhos para serem resistentes e destemidos ao enfrentar os perigos do mundo, sabendo que o excesso de protecção os pode deixar indefesos e vulneráveis ao invés de independentes e desenvoltos.

As crianças cujos pais não orientam a sua saúde física, e estimulam hábitos de disciplina na higiene, no sono, na alimentação e na actividade física, rapidamente se tornam frágeis, irregulares, indisciplinadas, preguiçosas, débeis e doentes.


Neste âmbito, a Bíblia apresenta diversas práticas de hábitos saudáveis que agradam a Deus, como o jejum (Levítico 23:27) (Êxodo 34:28), a circuncisão (Génesis 17:10-12), as restrições na dieta alimentar (Levítico 11) (Deuteronómio 14), e a purificação (Êxodo 19:10-14) (Números 31:23-24), que visavam não só os benefícios físicos reais, mas sobretudo os benefícios espirituais, estimulando ainda uma disciplina por meio de regras, que se tornaria eventualmente na estrutura da educação do povo nos princípios eternos do Reino que Deus tinha preparado para eles como Herança.


A EDUCAÇÃO EMOCIONAL


O impacto emocional do povo Judeu por meio da provação física que Deus lhes deu ali no deserto, logo provocou um tom de "ingratidão" e "reclamação" a respeito da sede (Êxodo 15:24) e fome (Êxodo 16:2-3) que eram as necessidades mais básicas.

Deus estava a usar a Restrição e a Moderação para estimular a submissão na dependência do Seu acto de providência; Algo que as crianças devem também cedo aprender ao olhar para seus pais. 

A primeira reacção como resistência à providência de Deus, que eles achavam não ser suficiente, foi a "desobediência" (Êxodo 16:18-20); Isto é um belo exemplo repetido pelas crianças ingratas em relação a seus pais, até aos dias de hoje.

A disciplina debaixo da sujeição à autoridade, deve abranger tanto a educação física, como a emocional espiritual; A educação emocional deve portanto dar equilíbrio ao pensamento e estabilidade no controlo dos sentimentos, tanto em momentos de fartura, como nos momentos do desespero e necessidade, e isto é algo que as crianças modernas dos nossos dias habituadas às redomas de luxo, não desenvolvem, até se tornarem adultos com ataques de pânico e ansiedade por qualquer emoção adversa que experimentem.


Paulo nos mostra um perfeito equilíbrio emocional, conquistado também nas provações que Deus lhe deu quando o chamou para a obra dizendo: "Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece." (Filipenses 4:12,13)


Você que é pai, esforce-se para criar filhos que possam um dia repetir estas mesmas palavras, falando da instrução que receberam.


A base da educação emocional é a estabilidade dos desejos, e o equilíbrio entre os sentimentos interiores em contacto com as influências exteriores; Para isto as crianças devem desenvolver um forte senso da realidade, e a percepção correcta do mundo onde estão inseridas, para desde cedo habilitá-las a desenvolver mecanismos de defesa, não só sociais, mas espirituais, conforme Paulo os descreve, associando-os a uma "armadura espiritual" (Efésios 6:10-17).


O povo Judeu no Êxodo, que tinha saído de uma experiência de escravidão, num determinado momento debaixo da provação do Senhor, logo se lamentaram (Números 11:4-6) ao ponto de preferir retornar àquela vida desgraçada que tinham, somente porque lhes era mais habitual (Números 14:2-4). 

A reacção à adversidade do deserto, logo demonstrou a instabilidade emocional daqueles adultos, que esquecendo dos horrores da escravidão à qual estiveram presos, despertava neles sentimento de saudade.


Um alerta para você considerar, é que as crianças mal educadas, uma vez habituadas à "escravidão no pecado", ainda que adultos, e tendo a liberdade ofertada gratuitamente, logo desejarão correr de volta para o seu "Egipto espiritual".

É preciso muito cuidado para que as crianças não cresçam para se tornarem adultos com estes Homens e Mulheres no deserto, que Deus teve de intervir com provações, e castigos severos porque seus pais falharam em criá-los debaixo da sujeição e temor ao Senhor.


A EDUCAÇÃO ESPIRITUAL


Muitas pessoas não crentes, aparentam ter os valores correctos, e muitas vezes com muita tristeza parecem ter filhos muito mais bem comportados do que filhos de crentes, porém, sua base não são as escrituras, ou o temor a Deus.

Lembramos as palavras do Apóstolo Paulo a Timóteo, que descrevem perfeitamente a base da educação espiritual, que o mundo não tem:

¹⁶ Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;

¹⁷ Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.


É importante que as crianças entrem com contacto com a Palavra de Deus o tempo todo, para serem pacificadas, moderadas, e santificadas na Verdade que as pode libertar permanentemente da tal escravidão do "Egipto espiritual" à qual, muitos adultos estão ainda presos repetindo os pecados de seus pais.

Paulo ainda diz aos Colossenses o seguinte sobre a forma como até os adultos se podem educar uns aos outros espiritualmente: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração." (Colossenses 3:16).


A verdadeira educação espiritual começa com o princípio passado por Jesus na grande comissão na ordem de "fazer discípulos" e "ensiná-los a obedecer":


¹⁹ Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;

²⁰ Ensinando-os a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação do mundo. Amém.


Discipular alguém, é instruir e preparar para seguir determinados princípios; Moldar alguém para seguir um determinado modo de viver;

Se um pai quer ver seu filho se tornar discípulo de Cristo, é bom que o prepare para "guardar todas as coisas que Ele nos tem mandado" lembrando sempre que Jesus não é Senhor dos desobedientes (Lucas 6:46).


Também é conveniente lembrar que o exercício de autoridade não pede um regime militar em casa, de inflexibilidade constante e rigidez obtusa.

Muitos Pais por falta de "tacto" na forma de lidar com seus filhos, se tornam ríspidos ao ponto de não estimular o amor e a gratidão de seus filhos; Paulo também diz: "E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor." (Efésios 6:4).

A autoridade com amor ainda que pareça excessivamente dura, logo produz um sentimento de gratidão e amor retribuído na consciência de que a autoridade visa a protecção e a edificação (Hebreus 12:11).


A DISCIPLINA NA EDUCAÇÃO


Após entender devidamente alguns pontos importantes sobre o conceito de autoridade na educação, é inevitável agora que se entenda o valor da disciplina no exercício da autoridade.

A passagem de Hebreus por excelência que fala sobre a disciplina de Deus sobre nós Seus filhos, tem muito para nos ensinar, e diz:


⁵ E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por Ele fores repreendido;

⁶ Porque O Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.

⁷ Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?

⁸ Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.


O escritor de Hebreus (Muito provavelmente Paulo) faz referência "à exortação que argumenta", citando o Livro de provérbios que diz: "Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão. Porque O Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem." (Provérbios 3:11,12)

Aqui ele faz uma associação à correção e repreensão ao espírito de resistência e de dureza para a rejeição da autoridade.

Isto porque, é notório que todo aquele que precisa ser corrigido, não está predisposto a receber a correção, pois a prática do erro sempre se acompanha do espírito de rebelião à ordem estabelecida.

Não é à toa que também se leia que: "Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; ele se insurge contra toda sabedoria." (Provérbios 18:1).


Assim sendo, o escritor quer à partida pavimentar o caminho da correção com a certeza de que ela tem boas intenções, e parte de um sentimento de protecção e cuidado paternal necessário para contrariar a prática do erro e inverter o caminho daquele que se desviou.

Claro que o acto de se "isolar" fala do afastamento não só físico mas espiritual também, daquele que se dedicou a praticar o pecado sem quaisquer intenções de se refrear; O "insurgimento" contra toda a sabedoria é óbvio e trata da rebelião que acompanha o prazer no pecado, ao ponto de rejeitar qualquer acto de resgate ou conselho.


Aquele que santifica seu próprio pecado, logo aprenderá a ver pecado na santidade daquele que pretende corrigi-lo.


Isto acontece com adultos, pois acontece logo desde cedo com qualquer criança que precise a dada altura receber disciplina. Uma criança bem disciplinada no curso do seu desenvolvimento irá por certo ser um adulto que se permitirá melhor admoestar e corrigir sem tomar automaticamente para si afronta.


Quando lemos "porque, que filho há a quem o pai não corrija?" logo se entende ser uma pergunta retórica, ou seja, uma pergunta à qual nem é necessário responder, pois ela se responde a si mesma. 

A resposta correcta é -NENHUM! Presumindo que o filho tem um pai presente, e fiel às suas responsabilidades; é neste tom que o texto está construído, para encurralar a ideia de que se há algum filho sem correção, a vergonha assenta totalmente sobre a negligência e inutilidade do pai.

Então o escritor passa a descrever o relacionamento de Pai e filho na forma como Deus lida connosco na disciplina espiritual, e logo evidencia que a "Ausência de disciplina" da parte de Deus só pode presumir uma coisa, que se traduz na ideia de aquele que não é disciplinado pelo Senhor, na realidade ser um "bastardo" ou "filho ilegítimo", por isso Deus o entrega a si mesmo.

De seguida o escritor continua a mensagem dizendo:


⁹ Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?

¹⁰ Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas Este, para nosso proveito, para sermos participantes da Sua Santidade.

¹¹ E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.


Ora um adulto saudável que tenha recebido uma boa educação e reconheça o valor de seus pais, logo saberá também o valor da disciplina que recebeu, e os frutos que ela produziu sobre o seu carácter e personalidade. 

Se amamos os pais por causa disso, não amaríamos muito mais a Deus pela disciplina que Ele exerce sobre nós, para que sejamos Santos como Ele é Santo? (Levítico 20:26) (1 Pedro 1:15-16). 

O que fica então claro é que o verdadeiro propósito da disciplina é desenvolver a Santidade nos Filhos, para que sejam participantes da natureza de Deus, e do Seu carácter Santo e atributos Divinos.


Se você quer ter filhos dignos de louvor, dos quais você se orgulha, em vez de se envergonhar, eduque-os no Temor do Senhor debaixo de um senso correcto e inflexível de disciplina.

Convém saber, que Inflexível é somente no sentido de não ter dois pesos e duas medidas, ou má aplicação da correção sem regra e estrutura de ordem.


Há uma grande diferença entre o carácter e a personalidade da criança, e os pais devem saber distinguir ambas para reagir e adoptar a disciplina devidamente.

A personalidade é a base natural do comportamento da criança, fruto de uma herança genética, de predisposição hormonal e até ainda no processo de desenvolvimento de alguma influência social. 

O carácter é aquilo que se vai formando à medida, que a educação e os valores morais, se vão sobrepondo à personalidade criando um revestimento da individualidade.

O carácter assim sendo é o alvo principal da educação moral, e na formação de um conceito de ética acompanhando as emoções; É pela qualidade do carácter, que a personalidade como um "cavalo selvagem" vai sendo domada, até se tornar domesticada na moderação e domínio próprio.


A disciplina é portanto figurada nos freios, na sela, nos espigões, e no chicote

(Os freios determinam o controlo sobre o que sai da boca; a sela, a noção de que o adulto está acima da criança em autoridade; os espigões, servem para mudar a direcção e orientar o percurso a seguir; o chicote para reverter a resistência mantendo o domínio).


Claro que os filhos sempre resistem à educação de diversas maneiras, encontrando estratégias de persuadir os pais e facilitarem sua rebelião, e a premiarem seus desejos de anarquia; Porém a provação que a obra de educar filhos dá a um Pai, não lhe devia desencorajar de permanecer firme de modo a que a criança se renda à autoridade sabendo que ela não tem poder nenhum para fazer sua vontade reinar.

Se o seu filho é um "cavalo selvagem" que você quer domar, saltar a meio da viagem enquanto ele pula e dá coices saltando desordenadamente não é a solução, mas sim, agarrar com mais firmeza as rédeas às quais você tem atribuído demasiada folga.


Domar a "besta" a meio do percurso prova-se sempre mais difícil, mas essa é a razão pela qual as "rédeas" existem em primeiro lugar; Use as rédeas atempadamente, para que não tenha de inevitavelmente levar a mão ao "chicote".

Para isso a Palavra de Deus tem diversos versículos que provam que a disciplina firme e inflexível, sempre associa o amor à regra:


¹⁵ A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela.


²⁴ O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga.


¹⁵ A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe.

¹⁶ Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos verão a sua queda.

¹⁷ Castiga o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma.


¹³ Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.

¹⁴ Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.


Fica claro que a falta de disciplina envergonha os pais diante da sociedade, mas sobretudo diante de Deus.

A expressão "nem por isso morrerá" como reacção ao facto de receber a disciplina, é usado especificamente para contradizer a ideia que alguns pais "modernos", têm ao dizer que "a vara" como castigo físico não produz efeitos positivos, mas até pode ser contraproducente, contrariando abertamente a eficácia da Palavra de Deus e o carácter de Deus que o aprova.


Muitos cristãos modernos assim, também adoptam estas filosofias seculares, querendo ser mais bíblicos que a Bíblia ou mais Santos que Deus, adoptando posturas contrárias ao que a bíblia ensina, somente por terem ouvido a voz de psicólogos e terapeutas que desconhecem a Deus e vivem segundo o curso do mundo.


Quando em (Provérbios 23:14) a Palavra diz que o "fustigar com vara" tem poder para "livrar a alma do inferno" referindo-se à criança à qual é aplicada a punição física, isto quer dizer que a cultura que recrimina este tipo de disciplina, visa não livrar a criança do inferno, mas de conduzi-la para lá.

Interessante vermos que o versículo fala do "livramento ao inferno" como um potencial resultado da "disciplina", e não da morte de Jesus na Cruz e reconhecimento do Seu sacrifício que é a única forma verdadeira de escapar do inferno.

Isto é porque aqui, a doutrina da disciplina pretende evidenciar, que a forma como os pais exercem ou não a disciplina, sempre estará de facto associada à forma como Deus irá ou não futuramente exercer a misericórdia sobre o filho de alguém para conceder a Salvação. 

Se um filho cresce sem disciplina, ele por certo irá estar exercitado na afronta aberta contra Deus, e seu perfil e carácter moldado ao pecado, o que em vez de pedir de Deus misericórdia, pedirá de Deus Juízo.

Nada sabemos como a forma como Deus olha para nós na eternidade, e como Ele opera a Sua salvação gloriosa, mas sabemos muito sobre como Deus exige de nós obediência, sujeição, temor, zelo, humildade, disciplina e gratidão de modo a que Sua ira se afaste de nós, e Sua misericórdia e compaixão nos alcance.

Assim sendo, devemos aprender e ensinar as crianças à nossa volta a "humilharem-se diante da potente mão de Deus para serem a seu tempo exaltados" (1 Pedro 5:5-6).

Quando entendemos que "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos Humildes" logo entendemos porque Deus determinou a disciplina e o castigo como método de humilhação da soberba da criança em resistir e afrontar a autoridade dos Pais.

Quando você disciplina o seu filho no tempo certo, você está a protegê-lo da disciplina muito mais severa que Deus poderá fazer cair sobre ele mais tarde.


DAS CRIANÇAS É O REINO DOS CÉUS


Muitas pessoas conhecem a expressão que "das crianças é o reino dos céus" mas nem sempre entendem o contexto correcto da passagem e da afirmação feita por Jesus.

Isto está relatado nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, e o texto diz:


¹³ Trouxeram-lhe, então, alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam.

¹⁴ Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.

¹⁵ E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.


Entre as 3 passagens paralelas, existem algumas similaridades, e algumas diferenças, que contadas de uma perspectiva diferente, descrevem o episódio no meio de outros momentos que ocorreram durante o percurso a pé, que Jesus fazia indo a caminho de Jerusalém.

O Senhor Jesus ia para Jerusalém passando por diversos lugares ensinando, já sabendo que ia brevemente ser entregue para cumprir toda a justiça, sendo obediente até à morte, indo para a Cruz (Mateus 20:17-18); Porém isto não o impedia de se dedicar àqueles que durante o percurso se aproximavam Dele buscando Sua atenção; 

Note-se que a razão porque os meninos eram trazidos até Jesus, para lhes impor as mãos e orar por eles, tem um significado importantíssimo.


Na cultura Judaica, os meninos eram levados pelos pais aos rabinos, para que eles fossem educados a respeitar os líderes espirituais e sua autoridade, como forma de respeito e reverência a Deus, os quais retribuíam com a imposição das mãos e a oração como símbolos do favor de Deus e a intercessão para que Deus os guarde e os oriente após os pais cumprirem com a sua obrigação.

Ao Jesus receber as crianças, logo se entende a importância que é os pais desde cedo entregarem os seus filhos a Jesus.


No Evangelho de Mateus o termo usado para "meninos" é (paidíon) e trata de crianças pequenas, atravessando um diverso contraste de idades entre as mais pequenas até, crianças pré-adolescência, porém no Evangelho de Lucas o termo usado é (bréphos) que refere desde os bebés ainda na fase da gestação, ou seja dentro da barriga de suas mães, até aos recém nascidos, de colo.

Algumas destas crianças podiam caminhar por seus próprios pés, porém outros para irem a Jesus tinham forçosamente de ir por intermédio de seus próprios pais.

Isto evidencia que desde o ventre da mãe, que as crianças devem ser entregues a Deus, pois assim sendo, quando puderem andar, irão acompanhadas pelos pais aos cultos, até que um dia, mesmo sem os pais, continuarão a ir por si mesmas para honrar Jesus, como Ele as honra também.

Quando os discípulos aparentemente impediam as crianças de chegar a Jesus naquele momento particular, é porque eles já haviam ouvido do Senhor que Ele "seria entregue nas mãos dos Homens" para ser morto, e como diz a passagem, "se entristeceram muito" (Mateus 17:22,23).


Ora, é natural que após múltiplas abordagens de pessoas a Jesus durante a Sua caminhada a Jerusalém, quando chegam as crianças, os discípulos, crendo estar a proteger Jesus do incómodo, as queiram dispersar.

Imaginamos o estado emocional dos discípulos sabendo da revelação do Senhor acerca da finalidade da ida a Jerusalém, e até do estado emocional de Jesus que sendo Homem, também estaria por certo debaixo do cansaço naquele dia.

Aqui há outra Lição boa a retirar, e é que muitas vezes os adultos encontram razões para justificar a razão porque tomam certas decisões que impedem as crianças de ir até Jesus; Muitos pais, encontram forma de deixar seus filhos em casa quando vão aos cultos, arranjando desculpas para que eles não vão com elas.

Muitas até podem parecer justificáveis, porém nenhuma deve ser impedimento para que elas não estejam nas Igrejas.

Muitos pais vão até ao ponto de frisar que elas são muito novas para entender o que ali está a acontecer, ou que o tempo dos cultos é muito cansativo para elas; Isto porque claramente suas crianças não estão preparadas biblicamente para se integrar num culto conforme deviam. 


Ainda hoje, tanto em Israel, como nos países islâmicos, as crianças mostram uma reverência nos templos, que as ocidentais nem sonham ter, sendo ocasionalmente muito mais jovens, provando que as desculpas usadas não passam somente de desculpas.


-Como poderia alguém impedir uma criança hoje de chegar a Jesus?


No caso dos Pais, ao deixar de os educar segundo a Palavra de Deus; ao impedir que ela esteja nos cultos, crescendo habituada ao ambiente da comunhão com o corpo de Cristo; Ao expor a criança à idolatria do mundo; ou pior ainda, ao fazê-la conhecer somente o Jesus falso da religião através de um testemunho medíocre de fé.

Então, por causa do impedimento dos discípulos de deixar as crianças irem até Jesus, Ele os repreende, e Marcos ainda relata que Jesus se "indignou" com eles (Marcos 10:14), recebendo as crianças em seu seio; E é aí que Ele profere as tais palavras que todos conhecem dizendo: "dos tais é o reino dos céus".

A forma como Jesus reage com os discípulos, entende-se melhor ao ler sobre a conversa que eles haviam tido um pouco atrás no capítulo anterior:


¹ Naquela mesma hora chegaram os discípulos a Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?

² E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles,

³ E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.

⁴ Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.

⁵ E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe.

⁶ Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.


Não é à toa portanto que nas passagens paralelas de Marcos e Lucas, haja ainda uma nota adicional da parte de Jesus que Mateus não inclui no seu relato.

E diz: "Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele" (Marcos 10:15) (Lucas 18:17);

Os discípulos preocupados com quem "seria maior no reino dos céus" demonstravam uma característica específica que os adultos perdem e que é fundamental na educação de uma criança - A sujeição da pequenez.

O "fazer-se como meninos" como requisito para entrar no reino dos céus, trata de várias coisas específicas que caracterizam uma criança até determinada idade e resume-se basicamente em 3 pontos:  

  • - Voltar a desenvolver a Sujeição natural em que uma criança, consciente da sua pequenez, tem em relação aos adultos, reconhecendo sua autoridade sobre eles; 

  • - Voltar à ingenuidade honesta da criança em acreditar em tudo o que um adulto lhe diz, que é igualmente uma forma pura de fé

  • - Receber Jesus em completa confiança e entrega total.


Esta afirmação é na verdade uma lição sobre a qualidade da forma como alguém "recebe a Jesus" (Mateus 18:5); E a forma como os meninos eram recebidos ali, também demonstrava a forma como Jesus é recebido entre a maioria dos adultos deste mundo. 

Quando Jesus refere "um destes pequeninos, que creem em mim" (Mateus 18:6), o propósito é evidenciar que o verdadeiro escândalo deste mundo, é que os adultos tivessem perdido a pureza da credulidade, para naturalmente crerem Nele, ao contrário das crianças que o faziam naturalmente. 


-Alguém algum dia viu uma criança que se preocupa com dinheiro para pagar as contas ou se haverá comida amanhã, ou ainda com qualquer das responsabilidades que os adultos vivem em preocupação constante?


As crianças vivem em plena confiança em seus pais, que eles irão proporcionar tudo aquilo que eles têm falta, e que debaixo da sua protecção nada lhes faltará, e é assim que são felizes e brincam e sonham sem quaisquer reservas.

Então, como "meninos" devemos confiar completamente no Senhor, e descansar na entrega total a Ele, sabendo que Ele cuida de nós, como Pedro diz: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós." (1 Pedro 5:7)


As crianças ali testemunhavam da fé verdadeira que dá entrada no reino dos céus, ao contrário da fé religiosa, que homens adultos muitas vezes estão presos, e por isso impedidos de realmente verem Jesus por quem Ele é, confiarem Nele, e O seguirem sem reservas. 

Não é à toa, que neste mesmo capítulo, no seguimento do texto, surja o "Jovem rico" que desde a "sua mocidade" fazia tudo correcto de acordo com a religião, porém seu coração há muito se havia corrompido com as riquezas deste mundo (Mateus 19:20-23).


A razão, porque os discípulos se preocupavam com a "grandeza" nos céus, é porque eles ainda estavam presos à ideia de grandeza na Terra, contaminados pela cultura terrena, que traz a competição, a inveja e a cobiça; Isto está bem evidente logo a seguir na continuidade do texto ainda em (Mateus 20:20-24), demonstrando que aqueles homens nada sabiam naquele momento sobre como realmente funciona "o reino dos céus".


As crianças podem dar aos adultos vários testemunhos de genuinidade, espontaneidade, pureza, honestidade, fé ou credulidade que são também ao mesmo tempo instrumentos para envergonhar a forma como muitos adultos vivem de aparências e ambições equivocadas.

Lembramos aos Pais que quando Jesus diz: "Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar." (Mateus 18:6) isto também inclui qualquer que dê uma má educação aos seus filhos!


Se repararmos no termo "escandalizar" no original (skandalízō), ele fala primeiramente sobre: colocar um bloqueio, ou um impedimento no caminho de alguém que o fará cair; e ainda: levar alguém a desenvolver falta de confiança naquele que devia confiar e obedecer; A forma como muitas vezes se entende este escandalizar é diferente do sentido que é usado no texto e por isso não se entende também a severidade da consequência directa que Jesus aponta, dizendo que "melhor serem afundados nas profundezas do mar".

Se a educação de um pai impedir um filho de temer a Deus, ou puser bloqueios na vida espiritual deles por causa da forma escandalosa como foram instruídos e disciplinados ao longo do seu desenvolvimento, Deus irá por certo retribuir esse escândalo com a devida retribuição, por isso logo diz: "Ai daquele por quem o escândalo vem" (Mateus 18:7)


Aos pais ausentes, que deixam seus filhos para serem educados por estranhos, por causa do incómodo que isso traz à sua vida profissional, às mães modernas que trocam o privilégio do cuidado materno por causa de sonhos, de se sentirem socialmente activas; aos pais negligentes que não apoiam e motivam suas esposas no cuidado dos filhos; aos avós omissos que destroem a educação dos filhos e noras com mimos carnais invertendo a eficácia da disciplina, deixamos a advertência que a criança não se pode educar a si mesma, por isso está totalmente entregue à responsabilidade daqueles que têm o dever de fazer isso por elas.

Mais do que a educação das crianças, esta mensagem é sobre a educação dos adultos e a forma como eles se educam a si mesmos e aos seus filhos, debaixo da correção e instrução do Senhor.


Se você falhou algures por causa da ignorância, limitações pessoais, falta de rigor, cansaço emocional, desgaste físico ou qualquer outra razão, saiba que sempre é tempo de mudar, pois o poder de reverter qualquer mal, não está em si, mas no Senhor que capacita.

No seguimento da disciplina, o escritor de Hebreus ainda deixa por fim estas palavras aos que sabem que servir ao Senhor, assim como educar crianças não é uma tarefa fácil para ninguém, e diz: "Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado." (Hebreus 12:12,13)


¹ Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.

² Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.

³A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.

⁴ Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.


Reconhecendo a vulnerabilidade das crianças, é comum sempre orarmos por elas para que Deus as proteja dos males terríveis deste mundo; Oremos pois ainda para que elas não precisem ser protegidas dos seus próprios pais.


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Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

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