A FOGUEIRA DAS VAIDADES
- desaovicente
- Aug 31, 2021
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Muitas pessoas deitam-se de noite cheias de ansiedade pelo futuro, e acordam pela manhã cheios de planos para correr até ele; As pessoas correm perseguindo o futuro porque seu passado está cheio de frustrações e seu presente carregado de limitações; As pessoas correm não porque sabem que o tempo urge e há coisas importantes a cumprir enquanto ele dura. Correm porque querem viver intensamente aquilo que sabem que não pode durar. Por isso não têm tempo para pensar em Deus sequer durante o curso do dia; Cada dia que passa é menos um dia para sonhar, e mais um que foi desperdiçado em mediocridade.
Todo o Homem que crê ter direito a ser feliz vai dormir confiante que amanhã, novas oportunidades surgirão para satisfazer o seu coração idólatra. E durante a noite sonha com aquilo que não tem, enquanto lamenta com pesar aquilo que já possui. Nunca é suficiente sentir apenas uma felicidade que não cobiça.
Quando podem, segundo as forças que vão resgatando da auto-indução, Acordam de coração palpitante pelo romance incerto para logo pegarem seus telemóveis a receber as notificações do mundo que elas pelo sono estiveram temporariamente distantes. Logo retomam o curso de uma rotina alucinada e frenética, rentabilizando ao máximo o seu tempo para todos os desejos que a liberdade lhes concede na expectactiva.
Esperam e correm, longas distâncias que sempre adivinham metas ao horizonte, só para não chegarem realmente a lado nenhum; Mas isso não as impede de logo, logo definir outras metas, e rotulá-las do que quer que seja que naquele momento lhes pareça digno de dedicar atenção.
A Liberdade é a aventura da adrenalina indo ao encontro da circunstância.
O mundo é apenas o cenário onde a liberdade desenfreada corre em busca de satisfação natural. A liberdade para estes, sempre pede libertinagem. A Emoção é o pêndulo que aprova o uso do tempo, e que dita que o tempo sem felicidade não é bem aproveitado.
O novo mantra é: Desejo, logo existo! Ou ainda: Experimentar ou não experimentar? eis a questão! Prosseguem pelo dia, cumprindo obrigações, executando tarefas, sempre motivados pelos planos de um coração idólatra que vai encontrando descanso e alento somente nos encontros que se seguem, e nas pessoas que os preenchem; nas rotinas e hábitos aos quais seu tempo é escravo e Senhor!
Ora no controlo; ora subjugados; Vivem como se nunca fossem morrer; Morrem sem que nunca tivessem vivido. O "aproveitar a vida" é a única convicção por meio de inúmeras dúvidas que desmoronam nos escombros das suas opiniões frágeis.
Cegos para ver além da diversão, correm multidões de almas perdidas, em direcção ao fim. Fim do tempo; fim do prazer; fim da juventude; fim da saúde; fim das forças; fim dos tempos; Esse último fim, que não fiz respeito somente ao fim do tempo individual pelo qual um a um vamos deixando tudo para trás, virá O Deus do fôlego, que deu a vida, e com ela, a responsabilidade de um prestar de contas.
No mundo, a Diversão, em si, podem ser paixões inebriantes, amizades estimulantes, Eventos glamourosos, projectos aliciantes, ambições relevantes, entre muitas outras coisas, até que, que por meio de ocasião e sonhos se vá construindo a ideia de que a vida está a ser aproveitada; senão ao máximo, pelo menos no limite da exigência possível que a pessoa em questão crê ser-lhe de direito.
"O direito de ser feliz" dita muitos passos ousados na vida; Muitos riscos concebidos na imprecisão da consciência. Muita convicção por meio de reticências; Muito desespero flagrante escondido por trás de desinibição; Muita rebelião dissimulada através da ideia de Liberdade. Há que desafiar a sorte, e buscar também o nosso "quinhão" de riquezas emocionais. (Afinal a vida para se aproveitar, dizem eles).
Ainda há crentes que "adoram a vida", justificando que estão a viver a "alegria da Salvação", mas isto não é Verdade. A alegria da salvação nunca está em nós mesmos, ou no mundo, mas na plena consciência de que só as coisas eternas importam, com Cristo no Trono rodeado delas.
Se no palpitar do seu coração do acordar ao deitar, Cristo só passou de leve (por meio de uma falsa e breve sensação de comunhão), que lhe vai permitindo continuar a acreditar que está tudo óptimo entre você e Deus, você vai sofrer em breve a maior das decepções. Se sua alegria está mesmo no mundo, quando o mundo o/a decepciona, frustra, contraria e magoa, sua felicidade rapidamente escoa pelo ralo das águas sujas onde suas convicções descansavam em segurança. Se você cai sempre que o mundo não corresponde à sua expectactiva, Você não é feliz e sabe disso! E a razão é porque O mundo, e não Cristo tem sido o objecto da sua afeição natural.
Todos os que são do mundo, já caíram, antes ainda de terem dado o passo para tropeçar. A Queda para eles é inevitável. Cristo não é a sua felicidade, e por isso elas deprimem, caem, rebolam, esperneiam, e o mundo não as ouve; Ninguém ouve. Tampouco Deus!
O mundo nunca poderá realmente satisfazer um coração verdadeiramente forjado no céu.
O conceito do céu Bíblico nunca poderá satisfazer também, um coração idólatra forjado no prazer da carne.
Isto foi o que Jesus quis dizer quando refere: "Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo." (Lucas 14:26,27)
"Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo." (Lucas 14:33)
"Aborrecer a própria vida" é algo que nunca soa bem a quem tem a vida como uma celebração de prazeres. Divertir e aborrecer são conceitos diametralmente opostos.
Por isso os crentes são "chatos" aos olhos do mundo! E o mundo é podre aos olhos dos santos.
Renunciar a tudo o que se tem, é recebido por muitos como um "exagero";
- "Deus não me iria pedir tudo" (dizem elas ultrajadas segundo o princípio do direito à felicidade, que elas julgam ser a única razão porque Deus existe). Abraão descobriu cedo que Deus pode a qualquer momento pedir-lhe Tudo o que Ele quiser.
Estas pessoas não querem um Deus que pede, mas somente um deus que dá. Não são elas que existem para servir a Deus, mas Deus existe para as servir. Um Deus que não serve todas as suas necessidades não tem razão para existir, afinal para que serviria então um céu, se não para satisfazer tudo aquilo que a carne não alcança na terra?
Por isso algumas visões idólatras que concebem a ideia de "deus existir" têm o céu como um harém; um Spa de descanso; um lugar de Riquezas incalculáveis; uma realidade onde tudo é permitido; mas nunca O Céu onde Deus reina, e onde a Sua Glória é o tesouro de tudo o que existe e por Ele subsiste.
Renunciar a tudo não é para todos verdadeiramente.
A Bíblia bem demonstra isto no homem "impecável" que queria saber o que fazer para herdar a vida eterna, e ouvindo de Jesus que teria de abdicar de todas as suas propriedades, logo se entristeceu e foi embora (Lucas 18:18-24).
Não é que muitas pessoas não queiram servir a Deus; esse nem é sempre o problema; mas sim o facto de se quererem servir do mundo, enquanto o fazem.
"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." (1 João 2:15-17)
Se você está tendo dificuldades em processar isto, lembre-se: A sua vontade de fazer somente o que lhe apetece, nunca poderá competir com a vontade de Deus de fazer o que LHE apetece. A vontade de Deus é maior do que a Sua, portanto é essa vontade que irá reinar sobre tudo e todos, incluindo sobre a Sua própria vontade que você quer impor a Deus, quer você queira, quer não.
Se você porém quiser ver a vontade de Deus cumprida, Sua vontade também será! Isto porque Ele fará a Sua vontade no final de contas!
A Escritura é clara:
"Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim.
Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade."
Tudo é Vaidade no coração humano, e só não se apercebeu disto, aquele que ainda não renunciou verdadeiramente a tudo o que tem para seguir a Cristo, com tudo o que pode.
O interesse a contemplar, não é, em odiar excepcionalmente o mundo, (afinal, quem poderia?) mas amar a Cristo de tal forma, e de tal maneira, que o amor ao mundo perca naturalmente todo o seu esplendor. (Mateus 22:37)
As labaredas da fogueira das vaidades estão subindo até aos céus, por meio de multidões adormecidas no embalo da felicidade e diversão; Cada um vive desperdiçando o seu fôlego segundo a melodia e a coreografia que o próprio Diabo dirige enquanto dançam e rodopiam distraídos à volta da fogueira.
O arrependimento sincero e o perdão de Deus são as redomas dos santos quando Jesus passar de novo pela Terra; desta vez não como o salvador indo em direcção à Cruz, mas como o Justo Juíz descendo do Seu Trono.
"Eis que o nome do Senhor vem de longe, ardendo a sua ira, sendo pesada a sua carga; os seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua é como um fogo consumidor.
E a sua respiração como o ribeiro transbordante, que chega até ao pescoço, para peneirar as nações com peneira de destruição, e um freio de fazer errar nas queixadas dos povos."
"Vim lançar fogo na terra; e que mais quero, se já está aceso?" (Lucas 12:49)
Pare de dançar ao som dos mantras do mundo!
Arrependa-se e viva!

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