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ORDEM NA IGREJA!

  • Writer: desaovicente
    desaovicente
  • Jan 13, 2023
  • 31 min read

Updated: Jan 14, 2023


Estar sendo dirigido Pelo Espírito de Deus é estar submetido a uma linha de pensamento para uma ordenação muito maior que nós. o Novo Testamento, O Evangelho de Cristo, dá-nos o padrão ideal para a igreja.


Em Actos dos Apóstolos encontramos a história de como foi o início da igreja de Jesus Cristo aqui na terra e o exemplo deixado pelos apóstolos pela linearidade de um padrão permanente para a igreja. Os seguidores de Cristo devem levar a sério os exemplos dos apóstolos deixados neste livro, exemplos de santidade, ousadia, zelo, fidelidade ao Senhor Jesus, sofrimento, oração, fraternidade e união.

Uma das primeiras descrições da estrutura da Igreja primitiva diz o seguinte: "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum." (Atos 2:44) (Estavam juntos) - Ideia de união e de comunhão, de onde retirámos naturalmente a ideia de uma Igreja congregada. (Tinham tudo em comum) - ideia de uniformidade de pensamento e semelhança na forma de viver os frutos do Evangelho recebido. Pouco antes na mesma passagem diz: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42);

"Perseverar na Doutrina dos Apóstolos" significa que havia rigor e fidelidade aos ensinamentos transmitidos, o que atesta para a mente de Cristo neles presente, pelo dom Do Espírito Santo recebido (Atos 2:38).

Toda a descrição aponta para uma sintonia em todos os rituais praticados em igreja, e que havia ordem, na estrutura daquele corpo de pessoas descrito: "perseverando unânimes todos os dias no templo" (Atos 2:46); quantos dias? Todos! (E hoje ouvimos da boca de crentes dizer, se agora o Pastor quisesse fazer culto todos os dias, eu eu tinha que vir? então e a minha vida?!)

A resposta está nas palavras de Jesus:

E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.

Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.

Ao ler esta passagem de Actos 2 da vida em Igreja fica evidente que havia Santidade, paz, temor, reverência, devoção e sujeição a Deus segundo um único princípio abrangente - Ordem! Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.


DEUS É DEUS DE ORDEM

A ideia de ordem é uma das mais antigas expressões do carácter de Deus. É pela ordem que entendemos que a Eleição precede a criação do mundo (Efésios 1:4); que o mundo foi criado em 7 dias devidamente distintos (Gênesis 2:2-4) que a vontade de Deus nos foi manifesta em forma de mandamentos de ordenação (Salmos 119:4); que a morte de Jesus estava preparada antes dos séculos (Atos 3:18) (2 Timóteo 1:9), e por isso sabemos que O Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo (Apocalipse 13:8), tudo por causa da Ordem imposta por Deus.


Ordem remete para Soberania e Perfeição na autoridade e liderança de Deus em tudo o que existe. A estrutura da Igreja deve ser de ordem também, honrando em hierarquia, dons, prestações individuais, contribuições, serviço, a Esse Deus de excelência, unidos a Ele em toda a reverência e zelo. Muitas Igrejas actuais perderam sua pureza descaracterizando o formato de culto, a forma de servir, a ideia de Ministério, o papel de Pastor, a noção de legitimidade na contribuição individual, a natureza dos rituais e ordenanças, etc. É fácil de se perceber pela leitura das Escrituras que a Igreja de Corinto tornou-se alvo dos primeiros ataques de satanás para desvirtuar e descaracterizar a Igreja Do Senhor Jesus Cristo. Paulo refere vários problemas específicos que eram sinal de contenda, escândalo, confusão, ajuntamento desordenado e dissensão. Por causa do erro instalado, temas como o baptismo (1 Coríntios 1:15); celebração da Ceia (1 Coríntios 11:21,22); Ministério (1 Coríntios 4:1) (1 Coríntios 9:1,2); conduta (1 Coríntios 5:1) (1 Coríntios 8:9) (1 Coríntios 6:1); Costumes (1 Coríntios 8:4) (1 Coríntios 11:4-7); Família (1 Coríntios 7:3); Sexualidade (1 Coríntios 5:1) (1 Coríntios 7:27); casamento (1 Coríntios 7:38,39); Hierarquia (1 Coríntios 11:3) (1 Coríntios 12:22-24) etc.

O problema que afectava os Coríntios era o movimento ideológico do Gnosticismo e a influência dos Filósofos estoicos e epicureus (Atos 17:18) que em registo de "cultura", começavam a ganhar peso entre alguns dos crentes no que diz respeito à ideia de "relevância".

A cultura sempre quis ser relevante, e todas as pessoas de coração mundano sempre sentem o apelo da modernidade e progresso no que diz respeito ao pensamento colectivo em sociedade. A Igreja de Cristo porém não pensa como o mundo, pois recebeu a Mente de Cristo para discernir espiritualmente sobre todas as coisas (incluindo sobre as coisas terrenas) com maior entendimento. (1 Coríntios 1:25-30)

Actualmente o gnosticismo foi substituído pelo relativismo, e a cultura dos "pensadores modernos" continua a afectar a forma de pensar de alguns crentes sendo conduzidos por uma "cultura" de hábitos enraizados no pensamento colectivo completamente contrários à Palavra de Deus. Não estava na altura de haver um profundo examinar de consciência em relação à disparidade entre o que a Bíblia diz, e o que as pessoas estão a fazer em relação ao que a Bíblia diz?

Havendo pessoas contenciosas seguindo suas próprias vontades dentro da Igreja promovendo hábitos extra-Bíblicos e ignorando o que a Palavra diz, Paulo remete as seguintes palavras: Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior.

A Palavra escrita é o instrumento da Voz de Deus pela qual podemos julgar todas as coisas; ela é o manual para o comportamento, e Pelo Espírito Santo nós somos repreendidos pelo Senhor, quando o erro é exposto e evidenciado. Quem está no erro nunca se julga a si próprio, por isso é importante que pelo auxílio da Palavra, a Igreja condene o erro para a saúde do corpo de Cristo. Por isso Paulo diz: Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.

Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.


A IGREJA DE TODOS


A Ideia de Igreja e de culto tornou-se tão absurda entre os crentes actuais que uma infinidade de pequenos erros são detectados impunes dentro das congregações como "males menores" e ninguém se incomoda com eles.

Muitos dos dirigentes até, sabendo que seus princípios estão fundamentados no erro, ainda assim os permitem como forma de "apaziguar os ânimos", ou evitar confrontos.


O verdadeiro perigo a considerar são as subtilezas ondulando aparentemente inofensivas entre nós, que se acompanham geralmente de uma cúmplice ingenuidade, destinada a camuflar o erro instalado em livre curso, na imagem simplista e relativa da trivialidade.

Um erro relativizado, é um erro consentido; um erro consentido é um erro cometido!

Apenas porque determinados erros aparentam ser triviais, não quer dizer que eles sejam desconsiderados como inocentes. Nossa “tolerância” e “empatia” não são inocentes. Nós toleramos uma piedade mundana, diluída e enfraquecida face aos erros dos outros porque esperamos uma tolerância semelhante para os nossos próprios erros. Criamos desculpas para eles, porque queremos também ser desculpados em troca. Nós abusamos do facto de que “não há perfeição na terra” e a convertemos numa espécie de licença na consciência para errar voluntariamente, ou para pior ainda, permanecer no erro confortavelmente.

"Errar é humano", é um dos lemas mais antigos para a psicologia da aceitação da falibilidade pessoal; Lema este que parece ecoar no vazio tenebroso da mente humana sempre que alguém desculpa "em paz de consciência" o erro flagrante que não se deseja de modo algum combater. Spurgeon imortalizou uma quote sua ao dizer algo fundamental que assenta aqui perfeitamente: "A Paz se possível, mas a verdade a qualquer preço".


Sempre houve homens de Deus profundamente compromissados com o combate ao engano instalado, da mesma forma que sempre haverá homens introduzindo erros onde a Verdade se pretende pura.

Por exemplo uma das ideias disseminadas mais contrárias ao exemplo deixado nas escrituras sobre o formato de "culto", é que enquanto um homem tem autoridade para ministrar, todos os outros devem ouvir em silêncio sem acrescentar, contribuir, partilhar ou interromper aquele que fala durante todo o período daquilo que se catalogou como "pregação".

Esta ideia surgiu depois da Igreja de Roma ter lançado mão das rédeas do "Cristianismo" popularizado", onde literalmente milhares de pessoas se converteram por causa da iniciativa do Império romano de forçar uma transição abrupta do paganismo para o Cristianismo.

Constantino favoreceu politicamente a Igreja cristã sincrética de múltiplas maneiras (benefícios fiscais, facilidade de emprego, instauração do Domingo, reconhecimento da audientia episcopalis, etc) sem, no entanto, erradicar as superstições antigas.

Tudo isto para que "O Cristianismo" proliferasse em números, e o movimento Cristão fosse integrado nas estratégias políticas de crescimento e estabilidade romanas. A estátua de Apolo foi transformada na "Estátua de Pedro" convenientemente e rapidamente as pessoas transitaram a identidade de um deus fictício, para uma personagem real, só para de seguida o cultuarem no mesmo registo idólatra.

Por isso é que nos dias de Hoje a Igreja católica tem "São Pedro" colocado em Pedestais, e pessoas "rezando" a ele.

As igrejas ditas "evangélicas" criadas a partir do movimento protestante contra a Igreja de Roma, dizem ter voltado ao formato fiel e original da Igreja primitiva, contudo transportaram da liturgia católica uma infinidade de más práticas aparentemente inofensivas, mas que desvirtuaram completamente o sentido da união e comunhão da Igreja descrita em 1 Coríntios 14.

Uma igreja de "palcos" levantados para serem erguidos púlpitos tem origem nos altares romanos onde Os Líderes pagãos operavam seus rituais. Aquela ideia católica de Bispos e padres vestindo indumentárias repletas de iconografia idólatra, com suas estátuas, e ornamentos diversos, velas, e toda uma espécie de imagética excessiva serve para focar os olhos dos "fiéis" num altar pagão.

Um homem apenas falando e dirigindo o culto servia o propósito de limitar a oportunidade de alguém contestar o erro instalado publicamente e censurar o pensamento individual e a acção Do Espírito na comunidade reunida.

Um conhecimento partilhado por todos também poria o poder nas mãos de todos, o que de todo não era o pretendido. Por isso durante algum tempo, por ordem directa do Papa Leo X, as Bíblias deveriam ser somente escritas em Latim, e apenas o clero podia aprender e ensinar a Língua, de forma a reter o conhecimento a um grupo restrito de pessoas. Esta foi sem dúvida a forma mais eficiente de propagar o erro sem as pessoas poderem realmente contestar.

Onde na Bíblia é referido que O Espírito inspira somente um homem para ministrar? A ideia de que a única contribuição que nós podemos ter num culto é "ouvir em silêncio", só é defendida por quem não conhece as Escrituras e usa o púlpito como uma expressão de autoridade e relevância pessoal. Note-se precisamente o oposto nas Escrituras, quando a Ideia de "todos" (ou seja de cada um dos membros da Igreja em culto) é referida em termos de contribuição: Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.

"Cada um de vós" é uma forma clara e transparente de discriminar singularmente cada membro da Igreja reunida (por isso refere: "quando vos ajuntais" como referência ao formato de culto em igreja).

Em relação à "Doutrina" e ao acto de "Doutrinar", vemos o versículo dizer que a uma pessoa apenas é dada essa responsabilidade ou oportunidade para contribuir? Doutrina é coisa de "Pastor" somente? "Faça-se tudo para edificação" passa a ideia de um culto semelhante a estes que estamos habituados a frequentar em igrejas da actualidade? De onde é retirada a ideia de que os membros da Igreja devem permanecer em silêncio ou restringidos de contribuir com Doutrina, ou com leitura e referência de passagens que contribuam para a mensagem que O Espírito de Deus está a Ministrar entre a Igreja?

O problema é que muitas pessoas têm a ideia errada de que O Pastor é o único a receber instrução Do Espírito Santo na altura do culto. Quando lemos em (Lucas 12:12) que a acção Do Espírito Santo é que nos ensina o que é conveniente falar, e isto em momentos fora da Igreja reunida (como era o caso referido na passagem, caso fossem entregues aos magistrados por denúncia por causa da proclamação do Evangelho), muito mais nos ensina e instrui O Espírito de Deus se estivermos reunidos para edificação da Igreja.

Por isso Paulo deixa claro que o acto de Doutrinar descrito como "profetizar" não vem somente de 1 pessoa em formato de culto:

E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.

Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.

Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.

E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.

O Pastor não tem propriamente que ser o mais culto na Palavra, ou o mais erudito dos membros da Igreja (ainda que o dom da ciência e da palavra de sabedoria sejam qualidades que deva almejar).

O Espírito Santo dá a diversos Homens e os distribui ordenadamente para a boa saúde da Igreja, e isto porque o trabalho de Ministério deve ser operado por todos os membros, e não que caia sobre o Pastor todas as responsabilidades, obrigações e deveres.

Ser Pastor tem mais a ver com ser um homem de pé na lama do que um bibliotecário de pé no tapete, pois ovelhas e rebanhos não se encontram em Bibliotecas, mas em currais, onde é preciso muitas vezes fazer esforços acrescidos por meio de muito suor e sacrifício para uma manutenção sadia da igreja.

Por isto mesmo a Igreja deve facilitar o trabalho do Pastor e não contribuir para uma excessiva carga de trabalhos que o dispersem no cuidado ao rebanho, e isto para que ele também esteja disponível para procurar com zelo os dons da ciência (conhecimento) no trabalho de estudar as Escrituras ao detalhe. Ser Pastor não é uma profissão qualquer, movida por desejos intelectuais de dirigência e liderança. O cargo de Pastor, como "excelente obra" (1 Timóteo 3:1) é um cargo de imensa responsabilidade, por isso reconhecer-se "Um chamado".

Alguns Pastores, crêem que a "excelência" descrita por Paulo a Timóteo é sinónimo de "superioridade", o que é totalmente errado.

"Excelência" aqui é sinónimo de responsabilidade e seriedade como uma obra onde se requer uma conduta irrepreensível. Ser Pastor é igualmente um dom dado Pelo Espírito Santo como todos os outros, o que não confere ao que o recebe nenhum patamar de relevância e superioridade em relação a qualquer outro dom interno da igreja. Note-se o que Paulo diz a este respeito:

Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;

E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.

Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela;

Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.


E O Próprio Senhor Jesus deixa isto claro dizendo:

Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.

Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;

E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;

Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.

Pastor não é um homem cujo trabalho é somente preparar "pregações"; Ao Pastor é dado o trabalho sacrificial de cuidar do "rebanho" não sendo negligente e centrado em si mesmo.

Ser Pastor é um cargo sacrificial de entrega (a tal excelência requerida prova-se aqui). Deus irá cobrar com mais zelo das mãos daqueles a quem deu mais (Ezequiel 34:2-10) (Jeremias 23:1-4), pois a estes colocou como responsabilidade cuidar de orientar e exercer a ordem na Igreja e a fiel manutenção do rebanho (das ovelhas particularmente uma a uma).

O Senhor deixa claro: E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.

Paulo refere na estrutura do culto várias prestações e sempre demonstrando ordem e hierarquia passando a ideia constante de harmonia, bom senso, respeito, coerência, zelo, rigor, sujeição e ordem. Para isto é necessário que o Pastor (O Homem levantado para guiar o rebanho) seja um bom gestor dos recursos da igreja (incluindo das pessoas). Como é óbvio, culto não é um frenesim de pessoas motivadas por ego e desejo de relevância de falar sem prudência e restrições, fazendo contribuições inúteis movidos por emocionalismo e falta de bom senso, prejudicando o curso do culto e a ordenação das ideias transmitidas. Nunca é demais salientar que é O Espírito de Deus que deve motivar alguém a contribuir, e não a pretensão humana. Se o propósito é a Edificação (1 Coríntios 14:26) é notório que nem todos têm uma prestação edificante dadas as limitações de cada um. Por isso cada um deve ter bom senso e reverência e sujeição a Deus na medida certa para saber antecipar se sua prestação vai edificar ou não, ou ainda se o fazendo está a fazê-lo de forma legítima, permitida nos parâmetros descritos nas Escrituras. Em caso de dúvida opte pelo silêncio e moderação que são sinais de sujeição e bom senso.


LIBERDADES E RESTRIÇÕES NA IGREJA


Vamos ver a estrutura de culto em meia dúzia de versículos onde Paulo transmite liberdades e restrições na contribuição de todos os que compõe a Igreja reunida. Toda a passagem de 1 Coríntios 14 serve este propósito, mas vamos resumir a passagem em pontos chave para melhor compreensão das Verdades aqui transmitidas.

O culto deve ser uma reunião em assembléia movida pelo Amor a Deus, por isso Paulo começa dizendo: "Segui o amor"; (1 Coríntios 14:1). O Amor a Deus é o que nos faz amar a Igreja (o próximo como a nós mesmos), e é também o amor que nos leva a Adorá-Lo, servi-Lo e conhecê-Lo. O amor é o centro do culto no formato da Adoração.

Por isso o culto compreende momentos como Louvor, Estudo da Palavra e oração servindo estes 3 propósitos. Estas coisas não são rituais como muitos operam em ignorância do hábito, mas frutos naturais desse Amor que é o vínculo da perfeição (Colossenses 3:14). O Ministério portanto que é a acção prática e proactiva do serviço a Deus pede capacidades excepcionais que Deus atribui àqueles que têm o compromisso em servir e dedicar-se ao Senhor. Paulo para isto refere os dons espirituais como as capacidades excepcionais que Deus concede para um serviço mais excelente.


No Capítulo 12 anteriormente Paulo já havia referido os dons espirituais, e para isto diz: "Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." (1 Coríntios 12:4-7); Aqui Paulo está literalmente a dizer que ninguém tem um estatuto (segundo dons) que seja melhor ao ponto de distinguir aquele que tem particularmente o dom.

A Glória dos Dons pertence a Deus que os dá, e não aos homens que os recebem.


O versículo diz que Deus opera tudo em alguns? Apenas em um? ou em "TODOS"?


Paulo depois discrimina alguns dons, demonstrando que Deus os distribuiu Pelo Espírito, a cada um, conforme Lhe apraz: "Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (1 Coríntios 12:8-11).

Claramente que os Coríntios tinham problemas com a ideia de "relevância" assim como têm hoje muitos crentes em muitas igrejas, especialmente naqueles que se dizem "Pentecostais".

Porque o dom de receber a habilidade de falar noutras línguas de um momento para o outro era naturalmente mais reconhecido como "sobrenatural", era muito mais desejado, o que acabou por confundir e dispersar a ordem de relevância em relação aos dons.

Por isso Paulo diz: "Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente." (1 Coríntios 12:31). E atesta agora no capítulo 14: "procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar" (1 Coríntios 14:1).

De seguida Paulo dá evidências que os dons servem para honrar e servir a Deus, mas igualmente para edificação da Igreja (1 Coríntios 14:3,4), razão pela qual eles são dados indiscriminadamente a cada um (vários membros, um só corpo): "Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos." (1 Coríntios 12:14). Paulo evidencia que o dom de falar Línguas estrangeiras era bom e necessário pois permitia a evangelização a outros povos, contudo o dom de "profetizar" (anunciar a Verdade revelada por Deus), era muito mais necessário.

Que interessa alguém poder falar uma língua estrangeira, se depois não tem conhecimento para evangelizar aquele que o entende? Contestando isto Paulo afirma: "E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?" (1 Coríntios 14:6).

O dom de Línguas também serve para interpretar as contribuições daqueles que se convertiam de outras nacionalidades. Imagine-se um estrangeiro no seio da igreja de corinto, após ser evangelizado na sua própria Língua por um dos crentes dali.

Após se reunir na congregação, pretende movido Pelo Espírito Santo contribuir para a edificação da Igreja, e ao fazê-lo não há quem interprete e traduza o que é dito. Como é que a Igreja é edificada se uma língua estrangeira é um mistério para quem não a entende? Note-se as palavras de Paulo neste sentido: "O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação." (1 Coríntios 14:4,5) e ainda: "Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar." (1 Coríntios 14:9)

Algumas pessoas têm uma interpretação errada do significado de certas palavras pela forma como foram adulteradas com o tempo, portanto é importante ir ao contexto da língua original e distinguir certos termos e palavras na intenção em que são usados. Voltando às palavras de Paulo citadas acima, veremos o versículo ao pormenor:

Na tradução portuguesa do original:

"E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?" (1 Coríntios 14:6). Agora em Grego original: NUN DE ADELPHOI (E agora irmãos) EAN ELTHÔ PROS UMAS GLÔSSAIS LALÔN (se eu for ter convosco falando em Línguas) TI UMAS ÔPHELÊSÔ (que vos aproveitaria) EAN MÊ UMIN LALÊSÔ Ê EN APOKALUPSEI (Se não vos falasse ou por meio de revelação) Ê EN GNÔSEI (ou da ciência) Ê EN PROPHÊTEIA (Ou da profecia) Ê EN DIDAKHÊ (ou da doutrina)?

Note-se as palavras usadas para descrever Revelação (APOKALUPSEI-ἀποκαλύψει) de onde procede a palavra "Apocalipse" em português; Ciência (GNÔSEI-γνώσει), de onde vamos buscar a palavra "Conhecimento"; profecia (PROPHÊTEIA-προφητείᾳ); e Doutrina (DIDAKHÊ-διδαχῇ), que curiosamente significa "Ensino" ou "disciplina de estudo e aprendizagem". Existe uma diferença entre Revelação e profecia, e daí o uso de duas palavras distintas com significados distintos aqui usados. Todos nós temos a ideia de "Profecia" como Revelações de conhecimento vindouro, em registo de premonição sobre eventos futuros, e de facto, encontramos na Palavra de Deus este termo passando esse significado. Contudo este termo é bem mais amplo do que essa interpretação simplista. O termo em si trata de receber directamente de Deus a Verdade; Esta pode chegar em forma de premonição de acontecimentos vindouros (e por sinal encriptados muitas vezes por meio de linguagem simbólica difícil de se entender), ou de receber discernimento sobre a Verdade intemporal de Deus (Seu carácter, Sua Vontade, Seus desígnios, Suas instruções, etc).

O termo Apokalupsei no sentido de revelação está intimamente ligado à recepção de Verdades temporais (Por isso o último Livro a Bíblia toma este nome, no sentido de associar verdades sobre os últimos dias - do termo grego "Escáton" que deu origem ao estudo da "Escatologia" (Estudo dos dias do fim). Paulo aqui fala sobre Verdades intemporais de Deus para edificação da Igreja, e não propriamente sobre profecias sobrenaturais de tempos ainda por vir. Isto é evidente quando ele diz: "Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação." (1 Coríntios 14:3) Edificar, exortar, e consolar a Igreja de Corinto era o intuito, e não o de passar revelações proféticas futuristas, como aliás se percebe, a carta aos coríntios não é uma carta sobre conteúdo profético nesse sentido, mas de aplicação de Verdades intemporais de Deus para bom exercício da Fé e saúde interna da Igreja.

Paulo continua exortando a Igreja a desenvolver vários e diversos dons espirituais, não para auto-Glória, ou desejo de relevância pessoal, mas para edificar a Igreja: "Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja." (1 Coríntios 14:12).

-Paulo referindo o propósito e intenção do uso de dons dentro da Igreja, evidencia com toda a clareza que o formato de culto é dinâmico na partilha e comunhão dos Santos. Se o formato de culto fosse 1 Pastor prega e durante todo o tempo a congregação ouve em silêncio não faria sentido algum Paulo dizer: "Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas"; (1 Coríntios 14:23); e novamente ainda o termo "todos": "Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado." (1 Coríntios 14:24);

Note-se como Paulo estimula a contribuição da Igreja a "Todos" e "a cada um":

"Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação." (1 Coríntios 14:26); -Para colmatar entenda-se que como referido anteriormente, a ideia de "culto dinâmico" não tem nada a haver com as aberrações dos cultos de confusão onde pessoas sem senso comum, reverência, noção de legitimidade, e sobretudo sem O Espírito de Deus abusam da sua liberdade para promover um festival de desordem e palhaçada. -Quando Paulo diz que "Todos" podem contribuir, ele não está a dar livre trânsito para que toda a congregação fale o que lhe vier à cabeça por meio do emocionalismo e desejo pessoal de contribuição.

Nada disto! O termo "Todos" refere-se a todos que tenham legitimidade para o fazer.

Note-se o que Paulo diz aqui: "Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas." (1 Coríntios 14:30-32)


-Então quem tem legitimidade para o fazer?


Quando Paulo diz que enquanto um estiver ministrando a pregação da Palavra, se houver entre a congregação alguém que tenha sido instruído Pelo Espírito Santo para fazer uma contribuição, o primeiro deve calar-se e dar espaço para que o outro contribua, não se compreende serem propriamente todos no sentido inclusivo de literalmente toda a gente, pois ele começa logo a seguir a identificar condições para isso; condições essas que apresentam restrições de forma a compreender "TODOS" como "ALGUNS" somente.

-1º condição "E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas." - Significa que para "profetizar" (Anunciar a verdade revelada Pelo Espírito de Deus), é preciso ter "espírito de profeta", ou seja, é preciso ser alguém com o conhecimento firmado e fiel na Palavra (visto que esta é a única fonte de revelação directa actual por onde Deus nos conduz à Verdade), e provado e aprovado pela Igreja como tal.

Alguém que demonstre ter o conhecimento legítimo para o fazer, e que quando o faz, a igreja é realmente edificada. Contribuições inúteis, desmedidas, intrusórias e aleatórias deverão ser veemente rejeitadas. -2º condição Uma condição "sine qua non", significa: "uma condição sem a qual não poderia ser"; Ou seja, se alguém não sente e é reconhecido por ter "Espírito de profeta", essa pessoa deve ficar calada como Paulo refere que deve estar alguém cuja contribuição não seja edificante e/ou legítima a determinado momento (1 Coríntios 14:28).

Se a ideia em mente for em reverência por meio de ordem e bom senso e de acordo com o que as ESCRITURAS determinam, O Espírito dirá quem tem legitimidade para o fazer. Contudo, existe um corpo congregado que sabe a função de cada um e a extensão da legitimidade de cada um também na aplicação dos dons. Existe então também no texto uma segunda condição que exclui automaticamente do termo "Todos" algumas pessoas. Paulo diz que às mulheres "não lhes é permitido falar", o que apresenta uma condição de negação ao direito de "Profetizar" (ensinar, expor em pensamento, revelar com autoridade) na Igreja (Dentro do ritual do Culto congregado).

Então "Todos" inclui somente Homens por regime de exclusão de partes. Isto é machismo como a cultura do mundo pretende apontar? Claro que não! Simplesmente que a cultura do reino dos céus é diferente da cultura dos homens.

-Mas onde é que não é permitido às mulheres falar e profetizar? Em todo o lado? Não!

O versículo é claro; é descrito que isto é somente e particularmente "Nas igrejas"! (isto refere-se ao formato de culto em sessão debaixo de uma ordem ritualística específica)

-Esta ordem é somente para as Igrejas de corinto? Não!

Pois o versículo anterior especifica: "como em todas as igrejas dos santos." (1 Coríntios 14:33) no contexto das admoestações ali dirigidas. Deus não tem mandamentos para serem obedecidos somente num determinado local.

Nós sabemos que as mulheres podem orar, profetizar, fora da igreja, e isso é bastante evidente noutras passagens bíblicas, incluindo na própria carta de Paulo aos coríntios uns capítulos atrás (1 Coríntios 11:5) quando fala sobre hábitos honrosos e desonrosos entre os filhos de Deus apelando ao "Bom senso" como uma característica daqueles que têm O Espírito de Deus. Paulo não se estava a contradizer, mas estava simplesmente a delimitar restrições dentro da Igreja onde deve existir uma ordem excepcional em regime de culto.


Porque existe uma "sensibilidade" cultural para acharmos ofensivo ou discriminatório algo ser negado a mulheres simplesmente baseado no facto do seu género sexual, convém referir que Paulo não era "machista", assim como esta ordem não tem nenhuma intenção de "inferiorizar ninguém", muito menos todas as mulheres em particular.

Esta ordem é dada somente a "Mulheres convertidas" a um Deus e às Leis de um Reino que não é deste mundo, portanto a cultura do mundo não tem peso sobre a realidade interna de um corpo espiritual como a Igreja.


Desde o Éden que a mulher foi tornada o "alvo" preferido de satanás, ao ponto de Deus afirmar a satanás que colocou uma natural inimizade entre ambos: "E porei inimizade entre ti e a mulher" (Gênesis 3:15) por Eva ter caído em tentação e ter levado consigo Adão pelo caminho da desobediência. Satanás não escolheu Adão como alvo para o engodo da mentira, mas Eva, pois ela foi feita a partir de adão para o completar (Gênesis 2:18) (Gênesis 2:23); Satanás viu isto como uma potencial "fraqueza".

Por isso Paulo diz na carta a Timóteo justificando sua ordem de restringir a mulher de falar e ensinar na igreja o seguinte: "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão." (1 Timóteo 2:12-14); Ainda diz mais: "Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras. A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio." (1 Timóteo 2:10-12); Paulo é claro ao dizer que "(como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus)" ou seja, a mulheres que se professam Cristãs, tementes a Deus, que convenha estarem em silêncio e sujeição. Esta ordenança de Paulo (Vinda de Deus é claro, pois sabemos que todo o conteúdo bíblico é inspirado pela mente de Deus) visa a sujeição da Mulher segundo os princípios de ordem de que Deus é a cabeça de Cristo; Cristo a cabeça do Homem, e o Homem a cabeça da mulher (1 Coríntios 11:3). Aliás Paulo deixa bem claro que esta posição não é uma "opinião pessoal" dele ao dizer: "Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor." (1 Coríntios 14:37) Quem não obedece a estas palavras está em directa rebeldia contra a mente de Deus e Sua expressa vontade. Se só Houvesse 1 singular ocasião de Paulo refrear as Mulheres a "falar" dentro do formato de culto reunido em Igreja, podíamos entender isto como um caso excepcional, contudo Paulo reforça a Timóteo este mesmo princípio e di-lo em tom de Autoridade, o que nos indica sem dúvida que não há como apontar as referências aos coríntios debaixo do título "excepcional".

Mas esta vontade de Deus de reprimir a Mulher de ter participação activa na Igreja resume-se a quê propriamente? Esta vontade é exclusiva ao novo testamento? Primeiro é claro que Deus não reprime a Mulher como inferior em coisa alguma. Note-se: "Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas 3:26-28) A ordem de ter a mulher em silêncio visa a sujeição, como modelo de hierarquia. Porque Deus faz isto? Primeiro porque como já vimos a mulher e o homem logo no Éden ao caírem do estatuto que tinham perante Deus, foram amaldiçoados, e Deus assumindo Sua autoridade atribuiu tanto ao Homem como à Mulher castigos directos; à Mulher contudo (e esta é a razão da ordem do silêncio imposta) foi aplicado o castigo da dor na concepção, e a sujeição em posição de submissão ao domínio do Homem:

"E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará." (Gênesis 3:16) Qualquer mulher que tenha um grande problema em aceitar esta realidade tem um grande problema directo com sujeição, e um grande problema também com a autoridade da Vontade de Deus em atribuir este castigo. Se formos transportados até ao Velho testamento, comprovamos que decididamente as mulheres já haviam naquele tempo tomado um papel silencioso e ausente no que diz respeito à participação da "adoração" no templo em Jerusalém. Também vemos que quando Deus deu directrizes específicas ao seu povo para a construção da tenda da congregação, não vemos uma única mulher incluída naquelas tarefas. Isto não eram "ordens de homens" machistas, mas a expressa vontade de Deus. Deus deu instruções ao detalhe de tudo quanto havia de ser feito, e não deu a mulher alguma nenhum papel a desempenhar. Até o cozer, pespontar e reparar da tenda da congregação (um trabalho que seria sem dúvida mais bem desempenhado por mulheres hábeis nesses papéis), havia sido dado exclusivamente a homens entre os 20 e os 50 anos. Aos Homens foi dada a responsabilidade de fazer todas as vestes sacerdotais, incluindo as do Sumo-sacerdote; Foi também dado o trabalho de artífice de bordar em ouro, construir os utensílios, e todos os objectos respectivos à obra que Deus lhes havia designado (Êxodo 28:1-3) (Êxodo 28:15) (Êxodo 35:4-19) (Êxodo 39:1). Vemos que mulheres participaram na oferta dos recursos juntamente com o povo (Êxodo 35:21-29) mas a obra de executar as tarefas, apenas Homens distintos recebiam Do Senhor (Êxodo 35:30-35). O apóstolo Paulo deixa claro que não era permitido às mulheres falarem na igreja por ser vergonhoso (1 Coríntios 14:35) e não que a liberdade da mulher necessitava de ser reprimida em relação aos homens, somente por serem mulheres. O termo grego traduzido por vergonhoso é αισκρος (aischros), cujo significado é "extremamente sujo", "baixo", "desonroso" de onde vamos buscar a ideia de "asqueroso". EI DE TI MATHEIN THELOUSIN (e, se querem aprender alguma coisa) EN OIKÔ TOUS IDIOUS ANDRAS (interroguem em casa a seus próprios maridos) EPERÔTATÔSAN AISKHRON (Porque é vergonhoso) GAR ESTIN GUNAIKI (que as mulheres) LALEIN EN EKKLÊSIA (Falem na Igreja) λαλέω ou -LALEIN- é o verbo usado aqui para referir a ideia de "falar"; Lalein é sinónimo de "Lego" (Apresentar diante de; representar em palavras) que aqui usado no tempo "Infinitivo" expressa exactamente a ideia de: Falar abertamente, proferir palavras; discursar, dizer, pregar, proclamar, dirigir ou comunicar ideias; conversar; uma extensa forma de arranjar pensamentos em discurso; Veja 2 outras aplicações directas desta palavra segundo os mesmos propósitos usada noutras passagens: E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão. E, quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. Lucas 5:3,4 (Repare-se que no versículo 3 directamente revela que o termo "Falar" do versículo 4 estava associado ao acto de "ensinar") Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém. 1 Pedro 4:10,11 (Outro pormenor interessante do termo "Lalein" é que atribui ao acto de falar uma acção de "Autoridade" ou "convicção", razão pela qual a mulher é refreada de falar dentro da Igreja congregada em culto e somente aí). Por isso Paulo vai ao detalhe de referir: "que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido" (1 Timóteo 2:12);) Paulo já no fim do capítulo remata: Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém ignora isto, que ignore. Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. 1 Coríntios 14:37-40 Se devemos procurar profetizar com Zelo, então devemos atender à Vontade e ordem Do Senhor a respeito de como fazê-lo. Se alguém considera A autoridade do Senhor, tem de considerar que a mulher deve ficar calada. EI TIS DOKEI PROPHÊTÊS EINAI (Se alguém cuida ser profeta) Ê PNEUMATIKOS (ou espiritual) EPIGINÔSKETÔ A GRAPHÔ UMIN OTI (reconheça que as coisas que vos escrevo) KURIOU ESTIN ENTOLÊ (são mandamentos do Senhor.) Entolé: uma injunção, ordem, comando Palavra original: ἐντολή, ῆς, ἡ Uso: uma ordenança ou Lei a cumprir; usada como intenção de "chegar ao fim; consumação; cumprimento; focado no resultado final de um mandamento. Depreende a acção directa de Ouvir e cumprir; Veja fonte: (https://biblehub.com/greek/1785.htm) "KURIOU" vem de Kyrios (Senhor), portanto é uma ordem directa Do Senhor, e não de Paulo. A Autoridade deste "Senhor" ao qual devemos obedecer aqui descrito é melhor compreendida uns capítulos atrás quando Paulo diz em (1 Coríntios 8:6): ALL ÊMIN EIS THEOS O PATÊR (Todavia para nós há um só Deus, o Pai) EX OU TA PANTA KAI ÊMEIS EIS AUTON (de quem é tudo e para quem nós vivemos;) KAI EIS KURIOS IÊSOUS KHRISTOS (e um só Senhor, Jesus Cristo) DI OU TA PANTA KAI ÊMEIS DI AUTOU (pelo qual são todas as coisas, e nós por ele) O Senhor deu-nos o exemplo de uma Igreja funcional, por meio dos seus servos que registaram os problemas que a igreja sempre enfrentou e ainda enfrenta. A questão nem é se a Igreja sofre ou não dos mesmos problemas, pois sabemos que a história sempre se repete com ligeiras diferenças da cultura de época, mas a raiz do pecado contamina os corações da mesma forma desde o princípio dos tempos. A questão é como a Igreja age; se está ou não apta, fiel, e saudável para enfrentar os problemas e resolvê-los adequadamente. A igreja é portanto mais que uma mera assembléia de pessoas, na medida em que nós não estamos sozinhos para lidar com os problemas na vida em Igreja. Nós temos a Mente de Cristo e O Espírito de Deus para nos guiar em toda a Verdade, honrando e servindo Ao Senhor. Se a Igreja fosse apenas e meramente uma "Assembleia" no sentido figurativo que ela tem, não faria sentido sistemas corporativos e legislativos no mundo usarem o mesmo termo para definir as suas reuniões. Se Igreja é apenas uma assembleia, então assembleias são também Igrejas? A Assembleia da República é uma igreja? A reunião de assembleia de uma multinacional é Igreja? E as Assembleias de crenças místicas, pagãs e esotéricas, são também Igreja no sentido Cristão? Claro que não, daí termos de entender que o sentido Cristão de Igreja é ÚNICO, não partilhando da mesma estrutura sistemática, que o mundo também adopta. -A Igreja é uma assembleia quando obviamente está reunida, mas quando não está reunida não é Igreja? Então é o quê? -Então o poder para tornar legitima a Igreja de Deus não está em Cristo, mas no acto de congregar ou de reunir de pessoas? É portanto um acto de iniciativa Humana? É dado aos Homens o poder de formar a Igreja, congregando? Mas o poder e o sustento e a estrutura da Igreja é de ordem Humana ou Divina? É exactamente aqui que reside o verdadeiro objectivo ecuménico de sistematizar a Igreja; o de dar poder e autoridade aos Homens de algo que não lhes pertence. sempre foi este o real desejo da Igreja de Roma pagã ao tornar o Cristianismo a religião oficial do Império (Numa primeira instância de apenas estabilizar o império com o o fim ecuménico de criar a paz entre o cristianismo Judeu e o paganismo romano pelo imperador Constantino, mas mais tarde decretado oficialmente pelo imperador bizantino Teodósio 1º com o intuito de gerar uma "Igreja Universal" liderada por poder humano) -A chamada "Grande prostituta" pela boca Do Próprio Deus. (Apocalipse 19:2). O que parece agressivamente conveniente nesta agenda de tornar A Igreja (como corpo) em algo tão linear como meramente uma Assembléia, é forçar as pessoas a fazerem parte de um sistema religioso estereotipado, movido por mãos humanas a constranger as pessoas a permanecerem nos Templos e a adoptarem regras sincréticas entre algumas ordenanças bíblicas e outras de cariz humano legislativo; quase um pesar na consciência sistemático que visa números, contagem, e controlo. É óbvio e convém salientar também que um indivíduo que se identifique como cristão mas que queira permanecer sozinho, longe de outros cristãos, sem o hábito de congregar, de reunir, fazendo aquilo que é natural dos Cristãos, que é também a comunhão dos Santos, não pode em momento algum afirmar com bom senso fazer parte da Igreja de Deus, porque Cristãos são chamados a viver em comunidade, a reunirem-se com um propósito singular; o de União em Cristo; Assim como uma brasa sozinha não é uma fogueira. "Eu e o Pai somos um" (João 10:30); A própria constituição da Trindade de Deus é evidência da União e cumplicidade que devemos ter entre nós, e com Ele. O termo Igreja é um termo colectivo, porque assim como Deus é Pai, filho e Espírito Santo, e todos são UM, nós também somos Um em Cristo. Não existe individualidade (no que diz respeito à independência) no verdadeiro Cristianismo (Redenção em Cristo), e quanto mais crescemos na fé e na intimidade com Deus, mais queremos a comunhão com Ele e com os Santos. Não se pode amar o caminho para Deus, e não se amar aqueles que andam no mesmo caminho. Isto é Igreja, a Verdadeira Igreja. O único propósito de se ter Igreja como assembléia, é no sentido prático e real que a Igreja é levada naturalmente a reunir-se. Assim como uma empresa não é uma assembleia, mas é pontualmente reunida com propósito especifico convocando assembléias; uma empresa que não se reúne acaba tendo graves problemas internos por falta de comunicação e de uniformidade nos propósitos comuns. Assim é com as "Igrejas" (Congregações) compostas por Filhos de Deus. -Nós Cristãos também somos levados a reunir com propósito. E que Propósito é este da Igreja neste mundo, podemos perguntar? A igreja é uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma organização ou instituição, independente do povo que compõe a igreja confundindo organismo com organização. Este não é o conceito bíblico de igreja. Jesus não morreu para estabelecer centros, nem para sistematizar locais de reunião públicas, mas para salvar e redimir o Homem do pecado. Muitas pessoas sugerem que a “igreja universal” é constituída de todas as congregações locais no mundo. Isto dito desta forma não é um conceito verdadeiramente bíblico na sua essência. Uma igreja local consiste de cristãos que se reúnem num determinado lugar. Eles podem ser identificados por nome e contados (Romanos 16:1-15) (1 Coríntios 16:19) (Colossenses 4:13-15). A Igreja universal consiste de todos os discípulos de Cristo espalhados em todo o mundo. Nenhum homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste corpo universal. A tentativa de contar todos os verdadeiros cristãos numa nação ou no mundo seria inútiil; Somente Deus pode contar e identificar os seus “primogénitos inscritos nos céus”. Daí que o "Fim" venha precisamente quando o Evangelho for pregado por todo o lugar, a todas as Nações, para que todos fiquem inescusáveis. (Mateus 24:14)(Marcos 13:10)(Marcos 14:9)()(Mateus 9:35). Convém salientar que O fim virá quando o Evangelho for pregado em todo o lugar, e não quando se abrir um determinado número de Assembleias! A Igreja (como instituição Sagrada e Espiritual) pertence a Deus, e é, muitas vezes, por isso chamada “a igreja de Deus” (Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; 10:32; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 3:5,15) portanto todas as iniciativas forçadas de impingir a ideia de que a Igreja é sempre e só uma "Assembléia", é como se fosse uma forma agressiva e tendenciosa de cadastrar os crentes, e dar ao Homem alguma espécie de poder sobre a Igreja, coisa que é totalmente anti-Bíblica. É claro que a Igreja tem também como característica natural o acto implícito de reunir, de congregar, mas reservar-lhe apenas este estatuto é um exercício limitativo e medíocre, que desvia-se contraditoriamente da centralidade em Cristo. A divisão religiosa da nossa sociedade é claramente vergonhosa. Muitas pessoas estão mais preocupadas em abrir Igrejas como se fossem empresas. Alguns destes nomes pelas quais são conhecidas honram certos homens, enquanto outros ressaltam pontos doutrinários específicos, como se isto fosse o centro da Fé de alguém Salvo. A unidade dos salvos é baseada no Nome e na doutrina de Cristo. Devemos fazer tudo pela autoridade de Jesus ou em Seu nome. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. Colossenses 3:17 Devemos perder menos tempo centrados na forma como Homens chamados "estudiosos" ou "Teólogos" definem aquilo que é a Igreja de Cristo, e centrarmo-nos no que a Bíblia exclusivamente nos revela, - Uma Igreja composta por Homens e mulheres que pelo Evangelho da Graça, receberam a Cristo e pelo Seu sangue foram lavados de todo o pecado e tornados filhos de Deus; Uma igreja de Santos que congregam e se reúnem, estando unidos e centrados Naquele que é o Salvador de cada um deles - Jesus Cristo - O Senhor. Uma Igreja que persevera na comunhão, na exortação e admoestação mútua; Uma Igreja que espera fielmente o retorno iminente do Seu Senhor; Uma Igreja que tem como missão o Anunciar por todo o lado o Reino dos Céus, e o Evangelho da Salvação centrado no Sacrifício da Cruz em que Jesus morreu imaculado e perfeito pelo pecado de cada um de nós; Uma igreja que prega o arrependimento e a Graça abundante de Deus, poderosa para resgatar do pecado todo aquele que Crê que Jesus é o Filho de Deus, e o Salvador prometido; Uma Igreja que prega O amor maravilhoso de Deus, Sua Misericórdia e também Sua Justiça e ira para com o pecado, rebeldia e desobediência; Uma Igreja que tem um compromisso de zelo com a Verdade de Deus, e não a verdade dos Homens; Uma Igreja que prega a Verdade como a recebeu, não omitindo ou aligeirando ou desprezando Doutrinas Bíblicas; Uma Igreja que ama Israel e o seu povo, a Terra prometida do nosso Senhor, e que intercede por ela continuadamente; Uma Igreja que não tem como objectivo transformar ou impactar o mundo através de cumplicidade com ele, mas ao invés, uma Igreja que foi erigida para ser exemplo e testemunho da Glória de Deus para o Mundo; uma Igreja humilde, que irradia a Luz do mundo (Jesus), no mundo; Uma Igreja que na verdade não é deste mundo. Já dizia Jesus com Palavras que o mundo não pode compreender: Não são do mundo, como Eu do mundo não sou. João 17:1




 
 
 

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Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

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