top of page

o amor sem limites
    -O Amor que é pecado-

Quando falamos de amor de uma forma geral, o seu significado pode variar porque cada pessoa vai descrevê-lo de uma forma particular segundo a sua experiência emocional em relação ao amor idealizado em contraste com o amor vivido: - O que é então O Amor?

Esta pergunta tem produzido muitos becos sem saída na filosofia, e também muitos abismos onde os homens mergulham de cabeça à procura de respostas.

O Amor inspira a poesia, a literatura, a arte toda a nossa cultura gira de alguma forma à volta de vários conceitos do que o AMOR é!

Embora digamos que somos racionais, quando entra o conceito de amor, para muitos a racionalidade acaba, e o homem entrega-se a este sentimento como se louco ficasse.

Até os que se dizem ateus que desprezam a Deus apelando para a lógica e a razão, logo perdem a razão e a lógica fazendo loucuras pelo amor.

O Amor é assim, inexplicável, incompreensível, imensurável; O amor é sobrenatural, por isso é necessário uma habilidade sobrenatural também para se entender as complexidades que vêm com ele.

-Morrer por amores; -Matar por amor; -Desejar morrer sem o amor; -Sacrificar-se pelo amor;

O mundo sem Deus não pode definir o amor, nem tampouco verdadeiramente conhecê-lo. Os homens sem Deus podem experimentar expressões momentâneas do Amor, mas misturado com o pecado na mente e no coração, o Homem sem Deus vai inevitavelmente pervertê-lo.

O que é que a Bíblia fala sobre o amor, é aquilo que vamos passar a descobrir:

Os gregos que são os pais da cultura ocidental e da filosofia definiram vários tipos de amor, ao meditar sobre este conceito.

Ao observar cada um deles, vemos que o Amor é um conceito abrangente e amplo:

 

  • (ἔρως - EROS) define um “amor romântico” ou o amor dos apaixonados evocando uma atracção física, erótica ou sexual.

  • (φιλία - PHILIA) É o amor “amistoso ou sociável” como um amor virtuoso de companheirismo que visa a felicidade; Como o amor dedicado a estranhos a quem queremos desenvolver bem-estar; um amor de lealdade aos amigos e à comunidade através de igualdade e familiaridade.

  • (φίλος - PHÍLOS) é um amor de confiança de tornar alguém especial ou próximo em regime de parceria; A amizade de um melhor amigo, um laço recíproco de favores e apoio com o senso intimo de partilha e conhecimento mútuo.

  • (στοργή - STORGE) é o “amor afectuoso” que representa o amor benéfico entre familiares; é o amor automático que está pronto no nascimento, desenvolvido naturalmente e biologicamente por aqueles que são próximos;

  • (πραγμα - PRÁGMA) é o "amadurecimento pragmático do amor"; um amor de convivência permanente que resulta em mútua aceitação e companheirismo de vida; associado somente aos cônjuges passados muitos anos de comunhão e convívio. O amor em que 2 pessoas se aceitam apesar das suas diferenças manifestas e provadas; um "amor que sobrevive ao tempo".

  • (λυδός - LÚDOS) O “amor lúdico”, alusivo a um jogo de brincadeira entre pessoas que se usam para se divertirem uma com a outra; uma afinidade para a diversão. A euforia, a aventura, a provocação compulsória estão presentes em todas as actividades que unem 2 pessoas segundo este tipo de ligação amorosa.

  • (μανία - MANÍA) “Amor doentio”; expressa um amor maníaco de transtorno emocional ou mental, intimamente ligado com a obsessão; um amor que coloca uma outra pessoa em tão alto patamar de estima, que exige ser amado no mesmo registo; O “amor assustador”;

  • (φιλαυτία - PHILAUTÍA) É o tipo de “Amor-próprio” sinónimo de um amor por si mesmo; auto-aceitação, auto-estima; O amor que se põe sempre a si mesmo em primeiro lugar; "O amor egoísta" que ama mais a ideia de que os outros o amem, do que na verdade ama os outros;

  • (ἀγάπη - AGÁPE) “O amor altruísta”, expressão do amor Divino idílico e perfeito, que prefere o outro em honra; Um amor sacrificial, puro, incondicional; o Amor que não faz acepção de pessoas e é igualmente difundido a todos na mesma intensidade; também chamado de “Amor ao próximo” ou ainda “O amor de Deus”;

 

O Amor AGÁPE (lê-se agápei) como "Amor de DEUS" é o amor que nos convém entender, porque é deste amor que procedem os conceitos humanistas culturais estejam eles bem ou mal interpretados.

A Bíblia diz com toda a autoridade que O Amor é de Deus:

Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
1 João 4:7

E logo de seguida especifica e fortalece esta ideia afirmando que O Próprio Deus é a expressão do Amor:

Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
1 João 4:8

O termo grego no texto original diz: " Theos agapē estin" que literalmente diz: "Deus Amor é";

O verbo "ser" (Eimí) usado está no presente do indicativo e aponta para: Existir em; ser como; fazer parte de; Assim sendo O Amor que procede de Deus é Ele mesmo comunicando-se à Sua criação. O próprio sentimento de Amor experimentado, é a expressão viva do Próprio Deus eterno.

A ideia de o Amor ser o sentimento mais nobre e sublime, pelo qual vale a pena morrer, aponta directamente para o sacrifício de Jesus na Cruz, e como esse amor bíblico deve ser sentido por nós; A bíblia diz:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3:16

É importante falar do pedido de Deus a Abraão de sacrificar o seu filho Isaac, porque muitos falham em entender o valor prático deste pedido da parte de Deus.

Em (Gênesis 22:1,2) lemos que Deus pede o sacrifício do seu filho Isaac, em forma de "provação"; 

O que nós vemos na passagem, é que Abraão nem resistiu e naturalmente tomou esse pedido como algo que até parece ser natural ou esperado da sua parte. Porquê?

-Se Deus pedisse para você sacrificar o seu filho você teria a mesma postura de Abraão?

A resposta de "para quê?" já foi respondida na passagem - "Para provar Abraão";

Agora resta-nos descobrir "o porquê?"
 

Uma passagem na Bíblia expressa bem a qualidade deste amor, e diz:

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

1 Coríntios 13:1-8

Este Amor tem carácter eterno portanto é real antes que o mundo existisse, sendo experimentado entre as 3 pessoas da Trindade de Deus, e vai se prolongar muito além da existência desta terra, sendo estendido à Igreja glorificada e ao povo de Deus para todo o sempre.

O Amor (verdadeiro) é a essência que define a origem e o destino da nossa existência; Criados para servir, adorar, e amar a Deus:

(ORIGEM): Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16)

(DESTINO): Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; (Efésios 2:4-6)

Quando um "Doutor da Lei" pergunta a Jesus sobre qual era o maior mandamento, Jesus responde:

"Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento." (Mateus 22:36-38);

 

O Amor de Deus leva ao Amor a Deus naturalmente; Todo o amor experimentado que não leve portanto a Deus, não veio Dele;

A Bíblia descreve o Amor como: "o vínculo da perfeição." (Colossenses 3:14) de tal forma que O Amor de Deus experimentado e vivido, aperfeiçoa aqueles que vivem em amor.

Se haveria uma forma de fazer este mundo um mundo muito melhor, seria somente através deste amor de Deus que torna tudo perfeito; O Amor de Deus traz ordem ao caos interior; O Amor de Deus regenera as feridas de todos os traumas; Vivifica todo o homem que está morto por dentro; Purifica todas as doenças mentais; acalma todos os impulsos agressivos; pacifica todo o carácter conflituoso; dirige toda a alma perdida;

O Amor de Deus é a cura para todos os males do coração do Homem!

 

Vamos ver alguns princípios deste amor segundo a Palavra de Deus:

(1 João 4:7,8)

-O Amor é de Deus, porque O Próprio Deus é a essência do Amor!

-O Amor leva-nos a amar os outros!

-Ter O amor de Deus só é possível a quem é "nascido de Deus", ou seja a quem é espiritualmente vivificado!

-Quem não ama, ainda não conhece a Deus!

(1 João 4:9-13)

-A manifestação do amor de Deus está no envio de Jesus ao mundo;

-A manifestação do amor de Deus evidenciado em Jesus é que nos permite conhecer e experimentar o amor;

-O amor de Deus gera em nós amor pelo próximo;

-Só é possível contemplar o carácter de Deus e Sua verdadeira essência através do amor experimentado;

-Só a prática do amor difundido, permite um relacionamento directo com Deus;

(1 João 4:16-21)

-O Amor de Deus nos dá confiança e convicção para um relacionamento espiritual firme por meio da Fé;

-O Amor de Deus em Jesus nos permite vencer o mundo e ficar de fora do Juízo e da condenação;

-O Amor nos dá um relacionamento de intimidade e comunhão libertando-nos do medo e da culpa;

-O Amor de Deus por nós, é que nos permite amá-lo de volta;

-O Amor de Deus não nega o amor a ninguém.
 

Há muitas características espirituais que são valiosas para aperfeiçoar o interior dos Homens mas o Amor é o maior atributo espiritual a desejar: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." (1 Coríntios 13:13)

O Amor dedicado aos Santos (que são os crentes, chamados para uma vida de santidade) é o Amor AGÁPE, centrado em Cristo, portanto incondicional e irreversível; O amor que nós temos por Deus é o resultado final do Amor que primeiro O Pai tem pelo Filho! Nós estamos seguros nesse amor, porque embora o nosso amor seja limitado e falho, o de Deus é perfeito!

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Romanos 8:35

Quando alguém descobre, recebe e difunde o amor de Cristo, por meio da salvação e novidade de vida, jamais pode voltar atrás; A pergunta retórica de Paulo aos Romanos, não precisa ser respondida, porque é óbvia: NINGUÉM! (incluindo nós mesmos)

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Romanos 8:37-39

 

Este é um amor eterno e duradouro, um amor como o mundo anseia descobrir, mas não pode enquanto odiar a Deus e amar o pecado. Este amor e salvação são duradouros, porque estão selados, através de um selo inquebrável (Efésios 4:30) segundo a eficácia do Próprio Espírito Santo de Deus!

Uma curiosidade interessante de se referir é que os primeiros 9 usos do termo “Agápē” no novo Testamento são usados quando Deus Pai se refere a Jesus O Filho. O Número 9 na Bíblia é sempre um número ligado ao acto de: finalizar, cumprir ou completar algo;

Não é à toa que à “hora nona” Jesus diga: “Está consumado” (Mateus 27:45) (João 19:30) quando por amor Ele entrega a Sua vida por nós.

O amor do Pai pelo Filho, é o fim e último propósito de todo o plano eterno do qual nós passamos a fazer parte em Cristo. Tudo sempre reverte de volta ao Amor do Pai pelo Filho! É nesse amor que nós somos amados por Deus!

O mundo não pode conhecer este amor, vivendo no amor à prática do pecado.

Nem sempre o termo "Amor" usado pelo mundo, revela aquele sentimento nobre idealizado que procede de Deus, e é legitimamente bom. Existe um tipo de "amor" que é pecado; um amor abominável que procede da mente do próprio Diabo; Todo o amor que não é vivido para a Glória de Deus, em reconhecimento do Seu Amor por nós, é um Amor idólatra. Por isso não interessa quão "Honesto seja o amor entre as pessoas" se elas se amam enquanto desprezam ou odeiam a Deus; Seu amor é condenável.

É precisamente por um conceito de Amor completamente errado que o Ser Humano vive hoje debaixo do pecado e preso à Lei; é também daqui que se origina toda a espécie de sofrimento, desgraça, corrupção, maldade que consome o coração e perverte o pensamento humano trazendo a maldição sobre toda a Criação (Gênesis 3:17)

Porque Adão e Eva amaram mais a ideia de serem iguais a Deus, do que Amaram O próprio Deus, é que o mundo foi entregue ao pecado e todos nós estamos debaixo da condenação.


O Pecado é o resultado de um amor equivocado e mal dirigido que a Bíblia descreve como um amor tenebroso: "E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más." (João 3:19)

A Lei que é a resposta ao pecado, é a manifestação física do carácter de Deus revelando a distância entre a Sua Santidade e perfeição em contraste com a decadência humana, por meio de um sistema de princípios de autoridade, justiça e juízo para a condenação;

Deus nos passou Regras, estatutos, preceitos, mandamentos, para definir na nossa consciência desperta para o conhecimento do bem e do mal, os limites necessários.

A Lei vem auxiliar o homem caído a distinguir o bem do mal, o certo do errado, o Santo do profano; A Lei quer evidenciar e condenar todo o mal, de modo a que o bem seja desejado.

Adão é o homem pelo qual entrou o pecado no mundo; Moisés é o Homem pelo qual veio o conhecimento da Lei, e ele apontava para Jesus O libertador pelo qual veio a Graça e a Verdade: "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo." (João 1:17)

 

A Lei condena o melhor dos homens, da mesma forma que a Graça absolve o pior dos homens; Não há nenhuma obra por si só que dê ao homem esperança de alcançar sozinho a Salvação, como também não existe nenhum pecado na natureza humana, que esteja impossibilitado de receber a graça para a salvação.

A Lei portanto aponta para a Graça e a Graça para Jesus!

Jesus é a solução para a vida de todos os Homens; sem Ele não há esperança! Isto é o que a Lei pretende evidenciar! O principal propósito da Lei é apontar para os méritos da Graça de Deus em Jesus; Por isso Jesus cumpriu totalmente a Lei de Deus, que nenhum Homem podia cumprir: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir." (Mateus 5:17)

A Graça é a contramedida da Lei por parte de Deus para depois de reconhecer todos os homens como culpados e condenados, possibilitar o resgate e a reconciliação em Jesus;

O pecado é a transgressão da Lei, portanto a Lei é para todos os que não estão ainda convencidos do pecado: "Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado." (Romanos 3:19,20) "Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão." (Romanos 4:15) "Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor." (Romanos 5:19-21)

O AMOR MUNDANO

Hoje o "deus do mundo" é o "AMOR", de tal forma que o Amor de Deus é transformado e pervertido para dar lugar a um amor mundano e enganoso, de sensações e emoções carnais.

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?
Jeremias 17:9

Quando João fala sobre O Amor, ele sempre refere primeiro o contexto da "Verdade" como base do Amor de Deus em contraste com o amor enganoso do mundo (o amor secular):

Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante Dele asseguraremos nossos corações;

1 João 3:18,19

E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.
E aquele que guarda os seus mandamentos Nele está, e Ele nele. E nisto conhecemos que Ele está em nós, pelo Espírito que nos tem dado.

1 João 3:23,24

Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve.
Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.
Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.

1 João 4:5-8

Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.
Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade, assim como temos recebido o mandamento do Pai.
E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.
E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, que andeis nele.

2 João 1:3-6

O Amor do mundo é relativo, e no fim de contas serve sempre e somente para proteger desejos mundanos e paixões carnais: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." (1 João 2:15-17)
 

O Amor do mundo não só é relativo como permissivo; é o Amor que diz amém a toda a emoção, seja ela legítima ou não. Quando se confunde Amor com "fazer bem", em vez de "fazer o bem", entra o mundanismo e a emoção;
 

"Fazer bem" a alguém, segundo o mundo, é fazer a sua vontade, ou satisfazer o seu desejo; porém se a felicidade de alguém está na prática voluntária do pecado, então, conceder, permitir, proteger ou incentivar a consumação do pecado, nunca pode vir do amor de Deus, mas do amor ao pecado (que é carnal e não espiritual);

Ninguém que comete o pecado voluntariamente sem sentimento de culpa é vítima do pecado, de tal modo que precise de defensores correndo ao seu auxílio; Ainda se fossem os ímpios a defenderem-se entre si, mas muitas vezes são até crentes que se levantam contra outros crentes de forma a defender o pecado naqueles que eles amam.

Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.

Tiago 1:14,15

AI DOS QUE DEFENDEM OS QUE AMAM O PECADO

Paulo fala aos romanos sobre a natureza da impiedade como rebelião para fazer tudo o que não convém, e como muitos sabendo que a prática do pecado pede juízo da parte de Deus, ainda assim o promovem e praticam; Defender o pecado de alguém é tão mau como praticá-lo;

Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.
Romanos 1:32

Ai ainda, daqueles que condenam, os que condenam o mal, e defendem aqueles que o praticam; Se alguém pretende fazer do mal bem, e do bem mal, lembre-se das palavras do profeta Isaías:

Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!
Isaías 5:20

"Fazer o bem" é portanto fazer aquilo que está de acordo com a verdade de Deus e os seus mandamentos, ainda que vá contra à natureza libertina e rebelde daqueles a quem amamos;

"Fazer o Bem" é fazer tudo aquilo que Deus aprova e Se agrada; quem não faz portanto a vontade de Deus comete pecado: "Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado." (Tiago 4:17)
 

Amar a alguém segundo o amor de Deus é revelar que na prática voluntária do pecado está o juízo e a ira de Deus. Ou seja, é muito mais amoroso e verdadeiro o desejo de condenar o erro, e exortar alguém que peca sem consciência da ira de Deus, do que proteger e relativizar o pecado apelando para "o amor".

-Como alguém pode alguém que ama a Deus ter coragem de arranjar desculpas para relativizar o pecado?

Compreender a razão porque as pessoas cometem pecado (ou seja porque não o podem evitar sendo pecadoras) é uma coisa; mas proteger o pecado sem demonstrar que esse pecado tem de cessar é outra completamente diferente; O Senhor Jesus disse à mulher adúltera: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." (João 8:10,11)

Jesus em vez de acusar ou defender a acusadora, ele permaneceu em silêncio, acusando os seus acusadores, e isto porque eles tinham intenções erradas a respeito dela; Primeiro não acusavam o seu pecado para a edificar, mas para condená-la; depois também porque usavam isto como desculpa para encontrar em Jesus algo condenável. Jesus no fim, não condenou a pecadora, mas condenou o seu pecado ao dizer: "Não peques mais";
 

Jesus foi amoroso e misericordioso para com a mulher adúltera, mas indiferente e intransigente com os fariseus. Se alguém quer entender bem o amor de Deus que Jesus pede de cada um de nós, leia:

Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
Mateus 10:37

Alguém podia dizer que Jesus foi drástico aqui, ou que foi muito longe ao exigir que uma mãe O ame mais a Ele do que aos seus próprios filhos. Porque Jesus usou estas palavras tão absolutas e exigentes?

Porque por vezes, para aplicarmos o amor, nós nos esquecemos da ordem que o amor deve obedecer; Devemos amar sim as pessoas e não as condenar, pois também somos pecadores, mas o pecado que elas cometem, deve ser chamado à atenção para que sintam a seriedade das circunstâncias onde se encontram; Este princípio tanto vale para os estranhos como para os próximos e familiares, pois não devemos ter 2 pesos e 2 medidas (Provérbios 20:10).

Lembramo-nos de que a mulher adúltera, ainda que Jesus não a tenha condenado, ela era condenável, daí a ordem de Jesus para que não pecasse mais. Quem atribuiu a ordem de morte a quem é apanhado em adultério foi Deus no Antigo testamento (Levítico 20:10); Nós sabemos que a misericórdia triunfa do Juízo (Tiago 2:13), Mas se nós não demonstrarmos também às pessoas que o seu pecado deve ser abandonado, e ainda arranjarmos desculpas para o justificar, como vão elas sentir a culpa que leva ao arrependimento e abandoná-lo? Imagine-se Jesus a dizer à mulher adúltera que não a condenava, e ficar por aí; Talvez a omissão de Jesus passasse a ideia àquela mulher de que o seu pecado podia continuar, pois Jesus lhe passava um atestado de permissão não abrindo a boca para condená-lo.

-Se esse trabalho só coubesse somente a Deus, porque nos manda Ele então condenar as obras das trevas? 

E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.
Efésios 5:11

Quando  O Senhor Jesus também diz:

Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:26

O termo "Aborrecer" aqui usado é um termo curioso de se usar; "Aborrecer" (MISEI de miséō - μισέω) quer literalmente dizer "Odiar" ou "Ser odiado"; perseguir com raiva ou desprezar, detestar;

Jesus quer dizer aqui que Aquele que O Ama em Verdade, e que usa as Escrituras como guia e o amor de Deus como padrão, ele vai ser um peso na sua própria consciência e na das pessoas à sua volta, principalmente dos seus familiares que são os que estão mais perto.

Isto porque uma vida de santificação é uma vida de condenação do pecado! Naturalmente ao fazê-lo como é esperado que o façam, os filhos de Deus vão ser odiados, perseguidos e desprezados por aqueles que amam o pecado. Isto é a reacção natural de um mundo que odeia a Santidade e que sempre leva a que o nosso amor seja incompreendido ou mal interpretado; Por isso disse também Jesus: "Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros. Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia." (João 15:17-19)

Se alguém optar pelo silêncio usando "o amor" como justificação, como pode ele ser perseguido? Na Bíblia os perseguidos vão ser aqueles que à semelhança dos profetas antes deles, não se calaram; 

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

Mateus 5:10-12

"Por causa da justiça" (HENEKEN) Como resultado de; (DIKAIOSYNE) Por ser justo; por ser exactamente como devia ser; estar na condição aceitável diante de Deus; ter a doutrina de alguém que é aprovado por Deus; ter integridade e virtude em justiça; por estar no estado correcto de sentir, pensar e agir;

Amar a Deus sempre vale as cicatrizes que deixa; O apóstolo Paulo descreve bem isto na sua carta aos Tessalonicenses:

Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para convosco não foi vã;
Mas, mesmo depois de termos antes padecido, e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate.
Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência;
Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações.

1 Tessalonicenses 2:1-4

Por isso O Apóstolo Paulo exortando a igreja dos Gálatas que andavam de forma duvidosa e precisavam de ser confrontados com a Verdade disse:

Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?
Gálatas 4:16

O "Amor" segundo o mundo não tem barreiras ou restrições; segundo a cultura, deve ser celebrado sempre que associado a qualquer desejo emocional a que as pessoas se entreguem. Este amor mundano reprime e condena qualquer crítica ou julgamento.

Nos dias de Hoje se Jesus estivesse cá, muitos "crentes" iam crucificá-lo só por dizer às pessoas que elas tinham de se arrepender. Ninguém quer ser chamado à atenção nos dias de Hoje, porque na verdade ninguém se quer arrepender dos pecados que dão origem ao chamado de atenção em primeiro lugar.

O amor que tem por pai o Diabo, sempre incita ao sentimento egoísta de se fazer bem a si próprio em primeiro lugar não se importando com mais nada ou ninguém; depois desperta o desejo desenfreado, o atrevimento, ousadia, impulsividade, obsessão e por fim a anarquia e a rebelião total contra Deus;

O amor cultural é um amor limitado mas e sem limites! É o "Amor vale tudo!"

"Se te faz sentir, faz sentido" é um dos grandes lemas do mundo para convencer corações vazios e carentes a buscar a felicidade a qualquer custo.

Sempre soa bem ao ouvido, mas a realidade é que o pecado promete, mas nunca cumpre; No fim de cada sonho concebido em pecado está a frustração; no fim de cada ilusão pecaminosa está a decepção; O Homem não pode confiar no seu próprio coração para enfrentar o que vem depois do tempo para a "liberdade" em pecado se esgotar.

 

Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito.
Provérbios 16:2

Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.
Provérbios 16:25

Este caminho é o da vontade rebelde que leva ao inferno! 

"Segue o teu coração" deve ser o cliché mais comum de se ouvir como conselho nos dias actuais;

Este estado de afronta a Deus em nome "do amor" seguindo um coração dominado pelo Diabo, é o começo de todas as desgraças.

-Quantas almas têm sido perdidas, precisamente porque seguiram o seu coração até aos portões do inferno?

Atrás do movimento do "Amor sem limites", O mundo tem sido entregue nas mãos do Diabo, porque cada vez mais as pessoas amam e cedem ao pecado, rejeitando a ordem que Deus preparou para restringir e refrear o comportamento humano.

O Amor ao pecado está intimamente associado ao marketing diabólico de promover o pecado como aliciante e proveitoso. A Ideia é criar menos regras, e permitir mais desinibição em nome da Liberdade; contudo é notório que quanto menos regras existem, mais tóxica se torna a expressão da liberdade humana.

O mundo chegou a este lugar de decadência e desgraça, porque o ser humano quer "amar como lhe convém".

-Então até onde amar é legítimo? Se o amor for o comboio onde entramos, qualquer destino está bom?!

-Obviamente que não. Ninguém entraria deliberadamente num comboio que soubesse ir directamente dar ao inferno.

Deus impõe limites ao Homem, porque Ele sabe que até o nosso conceito de amor, sem Ele no centro, é pecado.

"Amar como nos convém", leva ao "Amor sem limites", e por conseguinte à prática desenfreada do pecado; isto dá origem ao desejo de "extinguir Deus" dos padrões morais onde predominam os juízos de valor.

Não tendo portanto padrões morais, são erguidos padrões ideológicos que os substituam.

Sem limites para definir os excessos, tudo que é do bom senso se perde, e quanto menos limites o Homem tiver intimamente ligados ao seu comportamento, pior será o seu desempenho, pois os limites bem colocados impedem o Homem de ceder aos seus desejos mais obscuros, desejos esses escondidos no coração perverso de cada um de nós.

Deus (E ELE SOMENTE) pode restaurar a Glória da qual fomos destituídos, e sintonizar-nos com o Verdadeiro Amor que há em Jesus sendo restaurados na intimidade e comunhão com Ele;

Por isso é importante falar em pecado! Sem reconhecimento do pecado como transgressão às Leis de Deus não pode haver arrependimento, e portanto nem o perdão que procede da Graça.

 

A Bíblia comprova a condição do Homem como maldito, e aponta para a condenação pairando sobre os pecadores. A doutrina da depravação total dos homens revela que ninguém vivendo na prática voluntária do pecado pode agradar a Deus;

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;

Romanos 3:23

 

Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.
O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.
Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.

Salmos 14:1-3

Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.
Salmos 51:5

Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras.
Salmos 58:3

Porém O Amor de Deus em Verdade é a essência da Graça, tendo Jesus Cristo se revelado a manifestação física do Amor de Deus e Sua justiça para proporcionar de novo a reconciliação com Deus:

Mas Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.

Romanos 5:8-11

A reconciliação com Deus é uma transformação completa espiritual pela qual Jesus Cristo é revelado como A plenitude de Deus; A Bíblia refere que esta reconciliação traz uma total mudança de pensamento e coração dizendo: "Eis que tudo se fez novo" (2 Coríntios 5:17).

A Bíblia ensina que esta mudança permite uma nova visão sobre Jesus e o Seu papel central na nossa identidade, sendo: "unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência." (Colossenses 2:2,3); É este o verdadeiro sentimento comum dentro da Igreja de Cristo como uma colectividade de pessoas nascidas de novo.

Ter a mente de Cristo (1 Coríntios 2:16) é o que distingue alguém que "nasceu de novo" (João 3:3) de todas as outras pessoas ainda debaixo da condenação.

A "novidade de vida" (Romanos 6:4) caracteriza uma nova forma de encarar o mundo, e de fazer leitura dos desejos da carne; Uma pessoa regenerada por Deus, é convencida do pecado, da justiça e do Juízo (João 16:8) e anseia por Santidade e comunhão com Deus, mais do que seu corpo cobiça o pecado.

É daqui que o verdadeiro Amor brota em alegria da Salvação, gratidão e desejo de adoração a Deus!

Quando a Bíblia defende e promove "O Amor" não fingido, com que nos devemos amar uns aos outros (Romanos 12:9,10); o amor que vence o mal com o bem (Romanos 12:21) e ama até inimigos (Mateus 5:44) está a falar de um amor completamente diferente daquele que é ensinado culturalmente pelas pessoas vivendo na prática do pecado.  

A CARNE E O PECADO EM OPOSIÇÃO AO AMOR DE DEUS

O Pecado como maldição "herdada"  em Adão e Eva leva-nos a questionar a autoridade de Deus (e até a Sua existência) porque um Deus que não existe, não tem autoridade; o pecado leva-nos também a preferir o relativismo, a criar desapego à Verdade e a perseguir desenfreadamente a "vontade pessoal". 

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.
1 Coríntios 6:12

A vontade natural do ser humano é para pecar; Se observarmos que tanto no Hebraico (Chattâ'th - חַטָּאוֹת) como no Grego (Hamartia - ἁμαρτία) ambas as palavras que designam "pecado" significam: "Errar" no sentido de falhar ou não atingir um alvo; desviar-se da rota ou do caminhodar um passo em falso ou perder o pé; então entende-se que pecar é desviar-se da vontade de Deus que resulta em estar no incumprimento da Lei que foi instituída para determinar o caminho perfeito; 

Infelizmente para a grande maioria, a expressão "pecado" é uma afronta aos seus direitos humanos, ou uma hipocrisia de alguém que aponta o dedo com a intenção de apenas denegrir, inferiorizar ou assediar alguém, lançando-lhe uma cortina de vergonha ou de culpa por algo que se entende ser "A sua natureza".

Esse estado de indignação em confronto com a perspectiva de pecado, é o estado natural de todo o pecador que não reconhece o pecado por aquilo que ele realmente é; quem nunca ouviu a expressão: -"Qual é o mal"? quando o pecado é condenado, ou a exortação vem repreender o erro instalado.

Desta mesma forma alertar então alguém para o perigo do pecado, é automaticamente visto como julgar de forma discriminatória, assediar segundo o fanatismo religioso;

A Bíblia é um Livro sobre misericórdia, Amor e Graça (ainda que falando também na ira da justiça de Deus), portanto o ódio que as pessoas têm pela Bíblia está paralelo ao seu amor ao pecado; Se a Bíblia não pode condenar o comportamento humano, é porque o homem sabe que está a fazer coisas condenáveis.

-Infelizmente vivemos em dias tão obscenos, que é considerado muito pior julgar o mal, do que praticá-lo.

Fomos ao longo do tempo ensinados pela sociedade anti-Deus, que o pecado é nada mais do que: uma obsessão fanática de uma minoria religiosa de pessoas frustradas, com visões apocalípticas e de segregação, alimentadas por uma culpa anti-natural que as impede de aproveitar a vida com todo o prazer que ela proporciona.

Ou seja é como se o pecado não existisse, mas fosse meramente uma construção moral que as pessoas religiosas inventaram para reprimirem os desejos naturais.

A Bíblia diz que: "se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados." (1 Coríntios 11:31); Se nós não gostamos de nos julgar a nós mesmos, muito menos vamos gostar quando alguém nos julga.

Todos nós estamos num "Titanic" a afundar, pelo confronto directo com o pecado (o grande icebergue da vontade rebelde); A Bíblia ensina que só "anda pelas águas" quem tem a Fé para sair do barco. (Mateus 14:29)

A Lei está registada na Palavra de Deus, de forma a determinar o carácter Santo de Deus para que o Homem saiba como andar dignamente diante de Deus.

A Lei nos conduz à Graça e ao Amor de Deus que há em Jesus;  ELE é a exposição final do Amor de Deus aos Homens.

A maior forma de Deus se revelar a nós é nesse Amor;  e o amor em Cristo revela a ética suprema de Deus que é o ápice, por excelência de todo o alinhamento Espiritual, intelectual e emocional.

Cristo "O Filho Amado" (Mateus 3:17) revela O Amor de Deus na sua forma mais pura e gloriosa. Um Amor altruísta, Santo, imaculado, sendo dirigido a criaturas pecadoras em rebeldia, caídas em desgraça. 

O Amor é o alvo de todas as almas, na medida em que Cristo é a demonstração do amor de Deus pelas almas perdidas.

Este é o sentimento maior que o ser humano experimenta em consciência. 

Portanto o Amor e o Valor são a ética suprema de todas as coisas. Reconhecer a obra da cruz traz valorização e amor a Deus na essência da Trindade. A Obra da cruz é sobre um Pai que está disposto a sacrificar o Seu filho para resgatar inimigos que o odeiam; e sobre um filho que se sujeita ao Pai, entregando-se voluntariamente para ser o alvo da ira de Deus para com o pecado dos Homens. 

Se alguém não vê o valor e o amor na obra da Cruz, tanto entre a Trindade de Deus como entre Deus Criador e o homem criatura, esse alguém está completamente cego e perdido.

Uma coisa é certa, que todos os salvos "odeiam o pecado", da mesma forma que todos os não salvos "odeiam a Lei" que condena o pecado.

Falar de pecado às pessoas cria inimigos, pois estes geralmente vêm o seu "próprio pecado" como algo natural que eles chamam de "direito a ser feliz" e que não merece a injustiça da crítica; Por isso falar em pecado sempre gera o sentimento de ultraje defensivo àqueles que não o pretendem abandonar;

O Diabo introduziu na mente humana (desde o éden com Eva e Adão) a ideia da liberdade de escolher o que nos convém; Não interessam as regras, ou a ordem que Deus instituiu mas apenas o desejo pessoal concretizado na escolha conveniente. 
 

A razão porque Deus diz NÃO ao amor carnal, é porque Ele tem um padrão de Amor melhor para nós; Por isso o NÃO de Deus não é uma mera rejeição, mas um redirecção; 

Cada vez mais se torna impossível aos Cristãos apregoarem o Amor de Deus que condena o mundo, porque a cultura do mundo, celebra o pecado e condena a Deus. Por isso a Ira de Deus sobre eles permanece (Romanos 1:18)
 

O Senhor Jesus falou sobre os últimos dias dizendo: "por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará." (Mateus 24:12); Nós já estamos a viver esses dias em que o Amor a Deus está frio ou morno, e que o amor entre as pessoas também. As pessoas amam-se tanto a si mesmos, que estão a definhar hipnotizadas no seu próprio reflexo.

A identidade colectiva foi perdida, e o culto do "Eu" domina na nossa sociedade; Na Bíblia sempre há o sentido de colectividade como: "Povo de Deus", "Filhos de Deus", "Igreja de Deus", "Rebanho", "Corpo de Cristo "Família dos Santos", "Povo Eleito", "Nação escolhida", "Exército dos Santos" (Efésios 2:19) (1 Pedro 2:9,10) (Jeremias 30:22) (Jeremias 31:1) (1 Coríntios 12:27) (Salmos 68:6) (Hebreus 4:9) (Atos 20:28) e nunca o culto à individualidade, por esta mesma razão. O Homem como a brasa fora da fogueira, distante de Deus e do Amor que o une aos outros Homens, se torna frio.

"A chama" espiritual é a essência do Próprio Deus habitando em nós, unindo-nos ao Seu Espírito, e isto é perfeitamente descrito por Jesus quando diz: "Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós"... e ainda se refere que o propósito é que sejamos "perfeitos em unidade" (João 17:21-24)

Lembremos então que O Amor de Deus está somente em Jesus e na Sua Palavra, com o fim do nosso aperfeiçoamento e união em Verdade.

Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.

1 João 2:5,6

Devemos buscar o Amor de Deus verdadeiro, de modo a que o amor enganoso do mundo não tome conta das nossas emoções e pensamentos para crermos que estamos a fazer uso do amor legítimo, quando de facto estamos a viver um amor odioso que Deus abomina.

O Amor que não vem de Deus não nos levará a Ele:

Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão.
Provérbios 8:17

O Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos.
Salmos 145:20

Amar a Deus é amar segundo a Sua Verdade, honrando todos os aspectos do Seu carácter comunicável a nós pelas Escrituras.

Amor sem verdade é amor sem Jesus, e como tal é um amor que nasce do pecado debaixo do domínio do Diabo.

Não podemos aceitar as novas verdades ditadas pela cultura do amor ao pecado, e sincretizá-las com a Palavra de Deus. 

A nossa sociedade é tão anti-Deus que o pensamento cultural secular está totalmente centrado em blasfémias, heresias e afronta a Deus, de modo que pensar como o mundo pensa é vergonhoso para alguém que se professe "crente" ou "Cristão". 

Estamos a chegar ao ponto onde "O amor de Deus em verdade" se tornou odiável dentro das igrejas, e o "amor que desculpa e protege o pecado" é aplaudido em seu lugar.

O Amor que vem de Deus é o amor que ama ao Seu Filho; Nós amamos a Deus quando fazemos de Jesus o amado das nossas almas; Este amor não é um amor pesado que alguém tem associado a restrições e a castração de prazeres; Quem ama a Deus ama também a Sua Palavra e os seus mandamentos:

Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido.
Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.
Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.

1 João 5:1-3

É portanto na Verdade de Deus que o Amor pode crescer para preencher totalmente o vazio interior, que o mundo não pode completar. O Amor à Verdade é o Verdadeiro Amor!

Por isso frisamos com toda a ousadia, que é a Verdade que move o Cristão; Não o amor nem tampouco o zelo. E isto para que por engano não acabemos por zelar mais pelo amor ou amar indevidamente o zelo, mas sim em consciência, amar e zelar pela Verdade.

Por vezes estamos mais inclinados para o zelo do que para o amor, porque o amor que nos move é o amor pelo zelo; Outras vezes estamos tão cegos no emocionalismo do amor, que zelamos demasiado por um amor sem zelo.

A Verdade de Deus é plena em amor, abundante em Graça, rica em justiça e grande em misericórdia; A verdade de Deus é Jesus!

O único "Amor sem Limites" válido é o amor Daquele que não se limitou apenas a amar, mas a morrer por nós em amor.

Você que sempre quis que alguém "morresse de amores" por você, pois saiba, Jesus morreu!

Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.
João 10:10

As Palavras do Apóstolo Paulo aos Filipenses fiquem sempre presentes no nosso pensamento:

E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

Filipenses 1:9-11

Siga a segunda parte deste tema aqui (Clique)

Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

bottom of page