Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demónios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
Mateus 7:21-23
Provavelmente das situações mais contrangedoras e deprimentes que uma pessoa pode testemunhar ou viver, são aqueles derradeiros momentos em que a ilusão criada mentalmente de que a Realidade está de acordo com a nossa expectativa, ser de repente provada contrária, expondo-nos seguidamente à frustração de uma realidade oposta, e por conseguinte, à decepção, ao embaraço, e todas as consequências drásticas que tal situação acarreta. Pessoas Iludidas são pessoas vulneráveis à realidade, pois nunca estão à espera daquilo que lhes espera.
Uma coisa temos por certo; A Realidade e o Tempo não obedecem aos nossos devaneios, e não se alteram pela expectactiva que depositamos neles. Existe outro Poder que opera em soberania sobre a Realidade, e nós se nos alienamos dela para dar espaço para ilusões convenientes, sonhos desmedidos, desejos e pensamentos induzidos por falta de senso comum e percepção daquilo que nos rodeia, rapidamente (ou a seu tempo) somos confrontados com as consequências do peso e a dor da realidade que se impõe a nós sem dó nem rodeios.
A Realidade é a constatação constante, imediata e incontornável da nossa falta de controlo sobre a mecânica do tempo e sobre o Princípio absoluto da Acção/Reacção; Causa/Efeito; Escolha/Consequência; por isso muitas vezes, mesmo fazendo o esperado de uma situação, encontramos consequências inesperadas.
Nós os Filhos de Deus, contudo, sabemos que está nas mãos Dele o curso de todas as coisas, e como nos entregamos nas Suas mãos, Ele nos conduz. Confiamos Nele, e esperamos Nele. O filho do mundo, confia nele, e nele espera ou pior ainda, espera nos outros, por isso tem uma consciência diametralmente diferente da realidade que o rodeia.
Mas quer sejamos filhos de Deus ou filhos do mundo, é-nos contudo inputado o senso de responsabilidade pelas escolhas que fazemos, e o preço que pagamos muitas vezes, pela nossa cobardia, frouxidão, rebeldia ou desobediência à voz de Deus pela consciência. Nós sabemos pela consciência quando Deus nos fala, e nos dirige, mas um ímpio crê não ouve pois preferer crer na sua "intuição", no seu "sexto sentido", ou simplesmente no seu "coração".
Mas é dos Cristãos que se pede servidão e dependência de Deus, pois os filhos do Mundo, estão sob o domínio do pecado. No comportamento de muitos cristãos é muito comum ir quando Deus diz espera e esperar quando Deus diz vai. ISto porque muitos cristãos, querem a Deus, mas querem muito mais o Mundo, e vêm a sua fé como algo pesado que lhes priva de alguns prazeres que não estão preparados para desconsiderar. Como pode ser um "Cristão" assim útil para ser usado como instrumento nas mãos de Deus.
Toda a Palavra de Deus remete-nos para a responsabilidade de uma Realidade que não está no nosso controlo. Nós simplesmente vivemos nela, e lidamos com ela segundo a nossa consciência e responsabilidade. Tudo o resto está entregue nas mãos de um Deus soberano cujo domínio se estende ao infinito.
A Palavra de Deus ensina-nos as consequências directas de uma vida com Deus, e de uma vida sem Deus; Aliás toda a história do povo Judeu no Velho Testamento, são testemunhos directos, e histórias reais que aquele povo viveu nesses opostos para ensinamento directo a todos os Cristãos em todas as épocas. Ora perto de Deus, colhendo os benefícios e bençãos da Sua protecção e orientação Divina; Ora longe de Deus, colhendo os frutos da sua decadência, sendo castigados, repreendidos e fulminados pela Ira de um Deus Santo e Justo (Salmos 7:11)
A passagem acima de Mateus 7:21-23 é uma passagem completíssima que tem vários pontos chave a discernir, não só nestes 3 versículos, como toda a passagem em si.
Neste capítulo, Jesus revela-nos claramente qual será o critério que Ele usará naquele dia, no dia em que Ele voltará para reinar e no qual todo o Homem (Ser humano) será julgado pelo que fez em consciência com a sua vida. Este critério nas mentes meramente religiosas tem sido continuadamente alterado, distorcido ou mal-entendido, porque pela conveniência humana, tem-se criado a ideia de que Deus se molda ou cede ou adapta-se às nossas expectativas ou interpretações pessoais da Sua vontade, tudo em nome do dito "Amor". Crêem erroneamente que um Deus "amoroso" (Característica que não entendem) não os julgará nas suas desobediências e rebeldia, porque é tudo uma questão de visão pessoal e perspectiva (esta que vai sempre ao encontro da concretização das suas vontades pessoais. Deus compreenderá (pensam eles); Deus tem paciência, Ele perdoa (mentalizam na sua rebeldia).
Deus não perdoa pecados, Deus perdoa o pecador, por amor a Cristo, o Seu filho amado. Ele que pagou o preço de cada pecado, passado, presente e futuro, fazendo de homens ímpios, filhos de Deus, mas o preço do pecado foi pago. Serão estes que O desobedecem consecutivamente, que não se curvam perante Ele em submissão e servitude, e que voltam recorrentemente aos mesmos erros, às mesmas filosofias, cujas opiniões, conselhos, e atitudes são sempre duvidosas, e nunca centradas na Vontade de Deus, Seus verdadeiros filhos?
Esta passagem nos consciencializa de como é absolutamente necessário entender muito bem qual o critério correto, que Jesus exige (não pede) para não errarmos na maneira como conduzimos as nossas vidas diante de Dele.
A maioria dos cristãos religiosos, acha que Deus não exige nada; Ele pede ou sugere apenas. Isto confere a cada um o poder de decidir dar ou não dar a Deus uma total obediência, e neste espaço aqui entre total versus parcial, moldam a sua expectactiva e projectam em Deus para que com alguma sorte as suas vontades, influenciem a Sua Justiça. É uma espécie de roleta russa com a Vontade Divina, onde pode ser que com sorte eles se esquivem duma bala.
Crêem cegos que o Amor de Deus se sobrepõe à Sua Justiça; Isto porque nunca entenderam que todos os atributos de Deus têm a mesma dimensão. Deus é uma Entidade completa, Eternamente estável e infinitamente em harmonia. Nenhum dos Seus atributos é comprometido para dar espaço para outro. Todos trabalham com o mesmo propósito num equilíbrio irrepreensível.
Primeiramente precisamos entender que não seremos julgados por aquilo que fizémos, pelas obras que pusémos em prática. A passagem é clara ao dizer que profetizar, expulsar demónios e fazer maravilhas (Milagres) não é garantia de que alguém será aceite "naquele dia". Mas como não, poderá alguém dizer? Não são estas coisas evidências de alguém estar em Deus?
O perigo é que estas acções (as obras mortas) dizem respeito, diretamente, a factos ligados a uma vida meramente religiosa. E não qualquer vida religiosa, mas uma vida de pessoas ímpias disfarçadas de Cristãos onde existe sempre mais amor pela regra, pela lei, do que pelo Deus que as determinou, mais zelo pelas Obras, do que pela Verdade, mais compromisso com a diplomacia, do que com o discernimento, mais fervor pelos relacionamentos humanos do que o relacionamento com Deus. O próprio Jesus afirma nunca ter conhecido Homens que aparentemente tinham todos os critérios de verdadeiros filhos de Deus. Profetizar, expulsar demónios e fazer milagres, não são obras pequeninas cometidas por qualquer um. Sabemos bem haverem multidões de Cristãos verdadeiros que viveram suas vidas sem operarem nenhuma destas grandes obras.
O exemplo destas obras grandiosas e apeladoras, são uma forma extremamente óbvia para revelar que identificar Cristãos falsos não é muito fácil se usarmos apenas os olhos para ver evidências básicas, e factos de aparência. É preciso discernimento, verdadeiro compromisso com a Verdade, e intimidade com Deus para detectar os sinais de impiedade até nas grandes maravilhas que se fazem no nome de Deus. Existem por exemplo vários ímpios que agem com conduta mais irrepreensível do que muitos Cristãos, contudo, não são Homens salvos, e as obras que fazem, fazem sem saber que o mérito é da Graça Comum estendida a todos os Homens.
"Nunca vos conheci!" Intimidade, relacionamento, cumplicidade, convivência com Jesus, conhecimento de Jesus. Este é único critério que Jesus usará naquele dia. E conhecimento exige tempo. Tempo reservado para desenvolver essa amizade, relação, união. Ninguém pode dizer que tem essa intimidade com alguém que encontra só eventualmente, e por quem não existe um interesse proximidade e cumplicidade. Intimidade exige tempo e frequência mas sobretudo genuinidade de intenção em procurar, em estar disponível. Isto é campo não da mente, mas do coração, pela vontade de Deus, e Sua contínua obra de renovação. Guardar os Seus estatutos e Juízos e andar no caminho certo, conhecendo a Verdade é obra do Santo Espírito de Deus, e não depende da nossa capacidade intelectual ou esforço emocional, mas do Seu querer operado na nossa submissão e entrega.
E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.
E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.
Ezequiel 36:26,27
Sabemos que isto é o trabalho que Jesus veio fazer, morrendo na cruz por nós pecadores, e a razão pela qual as Suas palavras "Está consumado" (Tetelestai) nos retiram qualquer legitimidade para reinvindicar Mérito pessoal. Esta Obra é Sua e não nossa, e esta é a única razão porque podemos na verdade descansar na nossa Salvação, pois só Ele poderia garanti-la Eternamente.
Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.
Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.
No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.
Efésios 2:18-22
"Está consumado" são Palavras grandiosas que expressam a supremacia e a autoridade da Vontade de Deus, revelando um plano executado fielmente áquilo que Ele mesmo predestinou. Quão terrivelmente estas benditas palavras de Cristo têm sido mal-entendidas, mal-apropriadas e mal-aplicadas por muitos ditos "Cristãos". Quantos parecem pensar que, sobre a cruz, O Senhor realizou uma obra que torna desnecessário que os beneficiários dela vivam vidas santas sobre a terra. Muitos têm sido enganados com o pensamento de que, até onde diz respeito, o de se alcançar o céu, não importa como eles andem, desde que eles estejam “descansando sobre a obra consumada de Cristo”. Por isso crêem que podem ser infrutíferos, desonestos, desobedientes, todavia, conquanto que eles repudiem toda justiça própria e tenham fé em Cristo, eles imaginam que estão “eternamente seguros”. Tornam as Doutrinas da Graça numa verdadeira desgraça, e por isso agem como não fosse necessário mais nenhum arrependimento ou contrição além do dia em que supostamente "Aceitaram a Cristo" como uma espécie de presente que se recebe por cortesia e depois se coloca numa gaveta a apanhar pó.
Congregações repletas de pessoas que são mundanas, amantes do dinheiro, hedonistas, quebradores do Dia do Senhor, maldizentes, que sempre usam de 2 pesos e 2 medidas, mas que pensam que tudo está bem com elas, pois “aceitaram a Cristo como seu Salvador”. Nos seus afazeres, nas suas conversas e momentos recreativos, não há praticamente nada que os diferencie daqueles que não fazem nenhuma profissão de fé.
Nem na sua vida familiar ou social há algo, excepto pretensões vazias, para distingui-los dos ímpios. O temor de Deus não está sobre eles, os mandamentos de Deus não têm autoridade sobre a sua vida, a santidade de Deus não os atrai, os vícios e práticas ainda encontram lugar de protecção e conforto e justificação em suas mentes e embora confessem publicamente que estão debaixo do nome de Cristo (Cristãos), estão longe de obedecê-LO, quanto mais Servi-LO, fazendo exactamente aquilo para que foram destinados.
"Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.
Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo."
Judas 1:3,4
Está consumado”.
- Cristo ao proferir estas benditas palavras insinua que por satisfazer o requerimento da santidade de Deus, que mais nenhuma santidade é agora exigida sobre nós? Até mesmo para o redimido, Deus diz: “Sede santos, porque Eu sou Santo” (1 Pedro 1:16).
- Cristo “cumpriu a lei e a fez honrosa sendo nisso engrandecido” (Isaías 42:21), para que pudéssemos ficar sem lei ou para podermos agora ignorá-la em descanso?
- Ele “cumpriu toda a justiça” (Mateus 3:15) para comprar para nós uma isenção de amar a Deus com todo o nosso coração e servi-lo em gratidão e obediência?
- Cristo morreu para assegurar uma divina indulgência, para que pudéssemos então viver para nos agradar a nós mesmos descansando agora que Cristo já fez tudo o que havia a ser feito?
Muitos não o afirmam abertamente nos seus discursos, mas vivem como se concordassem com isso. O Senhor Jesus deixou ao Seu povo um exemplo perfeito de Santidade para que "os Seus" tivessem agora um novo standard pelo qual viver suas novas vidas. Este novo Standard, redefine completamente as prioridades pelas quais nos movemos; o Compromisso que temos com as exigências do mundo; o discernimento sobre aquilo que é certo ou errado; uma nova intenção de coração, genuínamente predisposta para a gratidão e retribuição; um novo entendimento das Verdades de Deus, em contraste com os enganos do mundo; uma nova resistência Às tentações pela agora incompatibilidade para com o pecado; e um novo desejo contínuo de honrar a Cristo, tendo o Seu testemunho como exemplo. Isto é a Santidade para a qual fomos chamados a viver. A santidade que não nos levou à Salvação, mas a Santidade que a Salvação produz agora em nós. 2 realidades bem distintas.
Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;
Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância;
Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;
Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.
E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,
Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais,
Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
1 Pedro 1:13-19
-O que é que está “consumado”? A necessidade dos pecadores se arrependerem continuadamente? Claro que Não! A necessidade de nós fazermos sacrifícios pelas escolhas que nos definem diariamente? Claro que não. Cristo não morreu para fazer a nossa aversão e resistência ao pecado desnecessária. Cristo não morreu para nos absolver completamente das nossas responsabilidades diante de Deus. Cristo não morreu para que pudéssemos continuar retendo a amizade e comunhão com os prazeres ímpios do mundo. Isso seria uma horrível perversão da verdade e a transformação da graça de Deus “em pura libertinagem”.
-O que é que está “consumado”? As exigências sacrificiais foram consumadas; as profecias de Seus sofrimentos foram cumpridas; a obra dada a Ele pelo Pai foi perfeitamente realizada; um fundamento certo foi posto, no qual um Deus justo e Santo pode perdoar o mais vil transgressor e pecador; A grandeza da Graça sobre a Lei foi eternamente estabelecida; O plano do resgate foi fielmente cumprido; a Vitória sobre a Morte foi-nos incontestavelmente garantida; e o calcanhar de Jesus esmagando a serpente foi gloriosamente executado.
Cristo já realizou tudo o que era necessário para que o Espírito Santo viesse e operasse nos corações do Seu povo; convencendo-lhes de sua rebelião, destruindo sua inimizade contra Deus, produzindo simultaneamente inimizade para com o mundo e produzindo neles um coração amoroso e obediente.
A “obra consumada de Cristo” não nos beneficia em nada, se o nosso coração nunca foi verdadeiramente quebrantado através de uma consciência agonizante da nossa pecaminosidade; A “obra consumada de Cristo” não nos beneficia em nada, a menos que um novo nascimento tenha occorido, produzindo um novo discernimento sobre a Verdade e o engano; Ela não nos beneficia em nada, se o amor do mundo por nós, e o nosso amor pelo mundo permanecem intocáveis; Não nos beneficia em nada, a menos que sejamos continuadamente conformados à imagem de Jesus, Aquele que nos comprou por alto Preço para que não sejamos mais de nós mesmos; novas Criaturas.
Identificar os Filhos de Deus então, é algo que se percebe não só pelo compromisso que têm com a Santidade, mas pela forma como estes entendem conscientemente o que é ser Santo. Santidade não é perfeição, não é religiosidade, não é moralismo, não é cumprimento de regras; Santidade é discernimento puro, incorrompível do que agrada a Deus e do que não agrada, do que convém e do que não convém. Um sentimento que une os verdadeiros Santos, como uma espécie de linguagem inacessível aos demais, mas que faz todo o sentido para aqueles que a conhecem. Ser Santo é ter a mente de Cristo, e longe da confusão do mundo e das garras perniciosas do pecado, ter claridade de pensamento que produz comportamento e conhecimento Bíblico, com discernimento e sensibilidade aprimorados, reconhecíveis por outros santos, e principalmente testemunhando infalivelmente da Verdade produzida por Deus.
Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam;
Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;
A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.
Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem,são as que Deus preparou para os que o amam.
Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.
Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.
Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.
As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
1 Coríntios 2:6-16
Muitos que se auto-intitulam Cristãos, fazem as suas obras, têm os seus ministérios, ajudam os outros, cedem aos pedidos que lhes são feitos, mas não o fazem em Santidade. fazem com impiedade, movidos por corações pesados pelo esforço que têm de fazer, disponíveis apenas pelo senso de obrigação, que crerem ser o que lhes faz Cristãos. O Cristão não "TEM" de fazer o bem; mas fazer o bem é um acto voluntário de "QUERER", de desejar, de sentir prazer no auxiliar, no aliviar alguém nas suas necessidades. Só a Santidade pode produzir obras válidas para Deus, e o valor das obras, não está na obra em si, mas no propósito que lhe é incutido; obras operadas no Espírito, honram e glorificam a Deus, e por isso são por ELE aceites. Deus não tem prazer algum em obras da carne, executadas por auto-justiça, ou religiosidade, e a personagem Bíblica de Caim é um perfeito exemplo disto.
De todos os versículos bíblicos, este é se calhar um dos versículos mais perigosos de desconsiderar, pois fala-nos de uma realidade alarmante, que virá para muitos dos que crêem estar protegidos debaixo do seu "aceitar a Cristo" pessoal. Cristo não é uma vantagem que se promove, se anuncia e se aceita ponderando prós e contras como se tratassemos de coisa ligeira, passível de barganha. Cristo não é o produto do tão aclamado slogan "queres ir para o céu"? ou "queres alívio para o teu sofrimento"? Muitos Pastores vendem Cristo nos púlpitos como uma grande vantagem, que costuma vir como um "levante a mão" ou "fale comigo no fim do culto". A conversão operada pelo Espírito, verdadeira, genuína, é voluntária, tornando-se numa espécie de ardor que impele o pecador a reconhecer a sua miserabilidade e a entregar-se a Cristo espontaneamente. Contudo em muitas Igrejas parece um acto constrangido pelos Pastores, influenciado por psico-emocionalismo, como um negócio impossível de recusar. Muitas conversões não produzem Santidade, pois não foram operadas pelo Espírito de Deus, mas pelo chamado atractivo de Pastores nos púlpitos promovendo uma espécie de lista vantajosa de mais valias para se aceitar a Cristo.
"Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade". Mateus 7:23
Poderá alguém conceber a ideia de ele mesmo estar sendo ludibriado pela sua própria percepção, acreditando estar no caminho certo, debaixo da Graça, imune ao julgamento final, salvo pelo sangue de Cristo que nunca verdadeiramente conheceu?
Quando Cristo virá para terror e decepção dos incrédulos, Ele virá também para a surpresa desesperante de todos quantos se iludiram a si mesmos, crendo e operando e perseverando num cristianismo medíocre, frívolo, e infrutífero produzido por uma conversão forçada, emocional e centrada em vantagens.
Qual o primeiro passo para o arrependimento? A consciência do pecado. Mas como é que alguém iludido pode verdadeiramente se arrepender. O papel do Espírito Santo é dar a consciência do pecado, da Justiça e do Juízo conforme (João 16:8) portanto a pergunta a fazer é:
-Quem se ilude a si mesmo, vivendo na desobediência, e na impiedade e na pobre compreensão da Vontade de Deus tem de facto o Espírito Santo habitando em si?
Muitos como escape das suas consciências quando confrontados com o pecado nas suas vidas, nas suas decisões, na sua forma de viver e pensar, usam a desculpa de que "não são perfeitos", de que são fracos, impotentes; que sabem bem o que têm de fazer, mas que não conseguem mudar. Dizem isto, em tom de desculpa escolhendo até versículos bíblicos para se defenderem, pensando que por estarem debaixo da protecção de Cristo, estão imunes à ira Divina contra a desobediência, portanto estão sempre aptos a mudar, quando bem entenderem, esperando que seja Deus a operar a mudança de forma involuntária naquilo que eles entendem ser a Vontade de Deus. Fazer o que se quer e depois atribuir a Deus a responsabilidade é um acto de grande coragem ou estupidez. Fazer o que se quer e de seguida afirmar que se Deus permitiu é porque era da Sua vontade é a mesma coisa que dizer que tudo o que há de errado com o mundo incluindo o nosso pecado, é porque Deus assim o quer. Esta foi a estratégia de Adão culpando a Deus pela mulher que lhe havia dado, e nós bem sabemos qual o resultado de tamanha pretensão.
De facto a mudança do coração é operada por Deus, e é verdade que quem está em Cristo está perdoado dos seus pecados, mas a questão é - Estarão estas pessoas em Cristo?
Aqui é que entra a parte mais perigosa da ilusão; a de se pensar estar em Cristo quando não se está. Como chegar até à consciência de alguém firmemente convicto de que está salvo, vivendo em impiedade? É mais fácil converter um impío que não se importa em estar perdido, do que um que pensa estar salvo.
Existe uma certa urgência que deve acompanhar sempre o Cristão no seu percurso da regeneração em Cristo, e esta é o da constante auto-examinação. Um Cristão que diariamente se auto-examina, com honestidade, franqueza e desejo de aperfeiçoamento, sabe aquilo em que tem de trabalhar em si, sabe onde residem os seus pecados de estimação, e onde as fraquezas são mais óbvias, e portanto com discernimento opera nelas entregando-se a Deus para que ELE opere suprindo a força, o querer e o efectuar, que vem obviamente da Graça imerecida.
O problema é que o ímpio que se acha Cristão, não pode fazer isto, porque se alguém tentar se auto-examinar sem o auxílio do Espírito Santo, fazendo-o apenas por mera religiosidade, ele vai encontrar pecados, mas vai cobri-los, vai atenuá-los, vai disfarçá-los com virtudes, e ainda vai usar da Palavra de Deus para contornar as suas impiedades e desobediências. A ilusão é uma mentira contada que alguém conta a si mesmo consecutivamente, e quem o faz, fá-lo porque não é a Deus que elas buscam, mas o alívio e a esperança e o conforto que o conceito de Deus lhes traz.
De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas;
Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;
Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.
Filipenses 2:12-16
"Operar a Salvação com temor e tremor", é algo que o "cristão ímpio" não tem noção, pois ele pensa sempre que está debaixo da Graça e portanto da protecção em Cristo e desta forma fazendo bem, ou fazendo mal, esforçando-se muito ou empenhando-se pouco, tudo vai sempre acabar bem porque é da vontade de Deus, por isso continuam seguros na ideia de que estarão a salvo "Naquele dia". Mas bem sabemos o que Jesus disse sobre Aquele dia e sobre Aqueles que disserem ..."Senhor, Senhor..."
"Operar a salvação com temor e tremor", sabendo que é Deus quem "opera o querer e o efectuar segundo a Sua boa vontade", dá-nos 2 convicções a ter em conta. O que fazemos em relação à nossa Salvação é do mérito de Deus, e da nossa total responsabilidade. É isto que este versículo quer sumimamente dizer. Curioso que logo de seguida o Apóstolo Paulo diga: "...para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão..."Ora o dia de Cristo é o mesmo que se refere em Mateus "Naquele dia", e o trabalhar em vão é não ser apanhado de surpresa numa ilusão ignóbil que enganou tudo e todos, incluindo aquele que mentiu a si mesmo, mas que nunca enganou Aquele que conhece verdadeiramente os corações.
Podemos tirar algumas lições valiosas desta passagem de Mateus.
PRIMEIRA LIÇÃO: Declarações públicas de fé não garantem a ninguém entrada no Reino dos céus.
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Intimidade com Deus não é questão de palavras vãs; de profissões verbais, nem de aparências.
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O que se é professado em palavras deve ser evidenciado nas atitudes, no manusear saudável dos princípios Bíblicos e por fim nas ações e reações em relação a nós mesmos e aos outros.
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Não existem dois pesos e duas medidas na vida de um Cristão regenerado.
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Obras saudáveis são obras em Cristo, resultantes da Fé saudável, centrada na firmeza da Verdade. Portanto entre a Fé e as Obras não existe hipocrisia nem contradições. Jesus disse que os seus discípulos são conhecidos pelas seguintes atitudes: 1-Se permanecerem na Sua Palavra; “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (João 8:31,32). 2- O Amor é a base do carácter e o propósito de todas as boas obras. “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (João 13:35). Alguém que tem Cristo como SENHOR de sua vida, sem dúvida alguma é alguém que ama o seu semelhante, portanto as suas obras são sempre pelo prazer de servir, de fazer o bem, de honrar a Cristo, e nunca são objecto de aparência, obrigação ou contrariedade.
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É fundamental conhecer a Verdade, e viver a Verdade. A libertação vem da Firmeza na vivência da Verdade.
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Permanecer na Palavra é aplicá-la devidamente, conhecê-la transversalmente, e viver segundo os princípios nela contidos.
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Dar Frutos é algo natural para o verdadeiro Cristão. “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor". (João 15:8,9). O que significa dar muito fruto? Significa que os discípulos de Jesus querem produzir boas obras que contribuam para o aumento e crescimento do Seu reino. Têm um compromisso sério com a excelência, porque são movidos pelo Espírito, e tudo que fazem é para a Glória de Deus em honra ao nome do Senhor Jesus.
Medite: Cristo tem sido de facto seu Senhor? Era Cristo o Senhor dos Homens de Mateus que gritaram "...Senhor, Senhor..."?
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Estará de facto você obedecendo à Sua Palavra?
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Tem você amado o seu semelhante, o seu próximo, especialmente o ímpio, o seu inimigo?
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Tem tido como seu maior compromisso a colaboração para a crescimento do reino de Deus aqui na terra?
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Tem feito verdadeiro esforço e tem designado verdadeiro empenho em servir a Deus imitando a Cristo?
"E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?"
SEGUNDA LIÇÃO: AS obras não dão passagem para o Reino dos céus.
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Muitas pessoas fazem coisas boas, e iludem-se a crer serem boas pessoas tentando merecer o céu por conta do que realizam. Estão mais desejosos de fazer as obras do que obedecer à Palavra de Deus, e aplicar o rigor e o zelo Bíblicos em tudo o que fazem. “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demónios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? (Mateus 7:22)
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Essas pessoas desses versículos fizeram grandes obras, mas a intenção dos seus corações era outra. Não o fizeram para a Glória de Deus, mas para sua glória pessoal; não o fizeram por amor aos outros, mas para a aparência e para o alívio da consciência, por isso não tiveram valor algum para Deus; Contudo foram iludidos crendo que haviam agido bem, e sobretudo crendo que isso abonou a seu favor, talvez contrapondo a desvantagem da sua desobediência e mau carácter. Com certeza muita gente foi beneficiada pelas ações destes indivíduos, mas a questão é que se intentamos fazer o bem, partindo de pressupostos e princípios errados conquistados na desobediência e falta de discernimento, criamos apenas uma ilusão de que há algo favorável ou abonatório, mas que em nada agrada a um Deus Santo que não comunga com o mal.
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A Bíblia diz claramente que o homem não é salvo por fazer boas obras, e que as verdadeiras boas obras procedem da Salvação, ao invés de guiarem alguém a ela. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas". (Efésios 2:8-10) Outras passagens: (Tito 3:5) (2 Timóteo 1:9)
Medite: Em que está baseada a sua salvação? De onde vem a certeza da Sua Salvação?
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Você tem associado as suas obras à sua salvação com que intenção?
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As suas obras são fruto de um prazer em servir a Cristo e aos outros, ou a si mesmo?
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Se você tem se sentido nesse caminho, arrependa-se e viva para Cristo, antes que seja tarde demais.
"Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca."
Apocalipse 3:15,16
TERCEIRA LIÇÃO: Cuidado! Boas obras, nem sempre são boas, pois Cristo as vê como iniquidade.
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Quando Jesus diz “...vós que praticais a iniquidade” Ele refere-se à mistura do santo com o profano, ou seja usar a aparência da Santidade e o nome de Deus para operar obras originadas em pecado, por corações ímpios.
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Pensar em servir a Deus, sem arrependimento, quebrantamento e conversão, é praticar iniquidade e produz ilusão, não Salvação.
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Fazer obras, e agir publicamente como sendo um Cristão, sendo ainda ímpio, produz mais maus resultados que bons, pois haverá inevitavalmente legalismo, farisaísmo, hipocrisia e 2 pesos 2 medidas, que trarão aos verdadeiros Cristãos imagem duvidosa e negativa. Estas serão também as pessoas que usarão do nome de Deus e Sua autoridade para criar dissensões, difamar outros Cristãos, adulterar ou relativizar a Verdade e promover a apostasia. Estas pessoas que fazem aparentemente tudo que é reconhecido como cristão não eram salvas, e isso é notório pela expressão que Jesus usa: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim...”. Se fossem ovelhas de Cristo seriam conhecidas por Ele, pois Ele mesmo disse: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido."(João 10:14)
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Quando desprezamos ou relativizamos os preceitos de Deus fazendo aquilo que nos é útil, mas que não serve a Cristo, é quando praticamos a iniquidade disfarçada de Santidade e é exactamente isso que Jesus disse àqueles Homens, e por isso afirmou não os conhecer. A seguinte passagem de Amós denuncia bem "estes que praticam a iniquidade": “Odeiam na porta ao que os repreende, e abominam ao que fala sinceramente.
Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho.
Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta. (Amós 5:10-12) Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. (Amós 5:21-23) (Estes a quem se refere este versículo são todos aqueles aparentes filhos de Deus, que vivem apenas da aparência) -
A iniquidade é fazer o mal pelas intenções erradas assim como fazer o bem com as motivações erradas. Um bom exemplo é a conversa entre Deus e Caim: “E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante. E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar”. (Génesis 4.3,5-7)
Medite: Quais as motivações pelas quais serves a Deus e aos homens?
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Fazes porque O amas e amas ao teu próximo de verdade?
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Fazes porque és grato a Deus por tudo que Ele tem te feito e sabes que a gratidão leva naturalmente à retribuição?
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Ou fazes porque queres manter um padrão de espiritualidade diante dos homens para reconhecimento e valorização pessoal?
E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;
Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.
Tiago 1:22-26
Sabemos que existem muitos Cristãos com fraquezas, com dificuldade em lidar com as suas batalhas espirituais, com tempos diferentes no processo de regeneração, e por isso é-nos difícil muitas vezes distinguir estes dos outros que aparentam ser Cristãos mas não o são. é difícil porque apresentam em traços gerais os mesmos desafios, as mesmas dificuldades e a mesma aparente fé. Muitas vezes estes são pessoas com cargos de relevância nas congregações, e muitos deles sobem até aos púlpitos para pregar. A única forma de detectarmos quem é quem, e distinguir o trigo do joio é convivendo com eles na intimidade, pois é aqui que a língua denuncia o objecto do coração. Estas pessoas são aquelas rápidas a julgar, abundantes em hipocrisia e má língua, desejosos de repreensão alheia, porque associam a denúncia do mal como Santidade, sendo eles próprios pessoas escusas, de carácter duvidoso e legalistas.
Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.
E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?
Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:
A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;
Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade;
Romanos 2:1-8
Mas nem sempre os ímpios que se crêem Cristãos são pessoas assim tão flagrantes; pelo contrário agem recorrentemente com uma conduta digna, e de uma forma até honesta assumem que têm erros para consertar, falhas para trabalhar, e pecados para superar. Quando lidamos com eles, parecem de fácil trato, parecem tementes a Deus, e até hábeis no manusear da Palavra. Quem os vê, reconhece os seus defeitos, as suas falhas, mas ainda assim não duvida da honestidade da sua fé. Eles próprios não concebem a ideia de eles serem os Homens descritos em Mateus 7, nem concebem a ideia de que Cristo lhes pudesse dizer um dia "Nunca vos conheci". Mas a Verdade é que passados anos de suposta conversão, há esmorecimento onde devia haver fervor, há frieza, onde devia haver compaixão, há desalento, onde devia haver esperança, há tropeçar e cambalear onde devia haver firmeza. Pessoas que têm anos e décadas de suposto Cristianismo, e os seus frutos são pobres, o seu empenho insuficiente, as suas convicções ligeiras, as suas opiniões frívolas, a sua sabedoria ineficaz.
E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.
Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.
Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
Apocalipse 3:1-3
E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Apocalipse 3:14-16
A ideia de mornidão, é semelhante à de apatia, marasmo, preguiça, desmotivação, frouxidão, neutralidade, e que é simultaneamente oposta ao conceito de fervor, empenho, determinação, rigor, zelo, convicção. Estes opostos são poderosas armas para determinarmos durante um tempo prolongado de convivência com alguém, se tratamos na verdade com ímpios ou com Cristãos.
Nem todos os ímpios têm de possuir todas as más qualidades possíveis para serem conclusivamente identificados como ímpios. Muitos ímpios conforme dito anteriormente têm condutas e vidas que se assemelham em muito aos valores Cristãos, mas os seus valores vêm de uma perspectiva educacional e cultural. Outros ímpios terão tido educações cristãs, podem ter experimentado uma espécie de conversão temporária, podem ter desejos de mudança de vida, e por isso integrarem uma congregação, podem ser pessoas que sairam de religiões doentias como o Espiritismo, ou o pentecostalismo ou de religiões legalistas como as testemunhas de Jeová e os adventistas do sétimo dia, e que agora encontrem algum alívio e comunhão e sintonia com a Verdade em ambientes verdadeiramente Cristãos que lhes conferem uma ideia de Salvação, mas a sua conversão foi uma ilusão criada por emocionalismo, pelo desespero da necessidade de mudança de vida, pelos laços de amizade e proximidade criados dentro das igrejas, pela carência afectiva, ou de ajuda financeira, e aconselhamento.
A verdade é que muitos crêem estar salvos porque têm o desejo de se salvarem, têm medo do Julgamento final, vivem com medo do pecado, com obssessão com o cumprimento da Lei, com necessidade de se sentirem úteis para os outros, mas nada disto tem fundamento em Cristo. Cristo é apenas um nome que eles jogam de boca em boca, que professam amar, servir e adorar, mas que não é visto em mais lado nenhum, senão nos hinos que cantam ao domingo, em posts de facebook, com frases bonitas e imagens inspiracionais por trás. É o Cristo das correntes sociais, do copie e cole e repasse; é o Cristo do Amor sem Justiça; é o Cristo do Amor sem fundamento Bíblico; é o Cristo das convenções, das palestras, dos seminários; é o Cristo da Unidade e da União sem Verdade, mas nunca é o Cristo da Bíblia, o Cristo que morreu para produzir Salvação transformadora. A Salvação do Cristianismo destes que pensam serem filhos de Deus nunca operou transformação interior, nunca produziu um novo coração. Lutam, e anseiam por mudança, e achegam-se a Deus e entram pelas igrejas desesperados por soluções, por alívio da dor, e passados os anos, embora tenham provado dos frutos da Graça, nada mudou. Espiritualidade estagnada, constante conflito interior, e pouca alegria na Salvação.
Viver anos de Cristianismo à espera que venha um novo coração é perturbador no mínimo.
O perigo de uma vida de aparência de piedade, é que os outros e nós mesmos podemos acreditar que não é preciso mudar, por isso não temos como controlar nem dominar os nossos vícios, as nossas mesquinhices, os nossos ódios de estimação, os nossos egos, as nossas presunções, a nossa luxúria, a nossa decadência, a nossa língua, as nossas invejas, a nossa idolatria, e por isso estagnamos, por isso não produzimos frutos, não somos firmados na Verdade que não conhecemos e por isso não nos apercebemos de que estamos perdidos, até que por fim nos tornamos nos Homens de Mateus 7, a quem Cristo profere nunca ter conhecido.
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências;
Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
2 Timóteo 3:1-7
Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.
Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.
Tito 1:15,16
Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.
E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,
Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.
Hebreus 10:22-27
Enquanto o Mundo, pelas desculpas dos nossos maridos, mulheres, filhos, amigos, patrões; por desculpa da falta de tempo, de condições, de conhecimento; pela desculpa das nossas fraquezas, frouxidão e negligência, tiver mais força e mais influência na nossa conduta e prioridades do que o nosso desejo de verdadeiramente servir a Cristo como Seus imitadores, firmados na Verdade, nunca seremos conhecidos por Cristo.
Conhecer a Cristo, sem ser conhecido por Cristo é a maior das misérias que uma vida de ilusão pode produzir.
Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.
Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;
Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;
E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.
Mateus 10:32-39
Não negar a Deus é continuar firmes, não cedendo às chantagens do mundo, não arranjar desculpas para justificar a nossa fé empobrecida, e não colocar outras prioridades à frente da prioridade do zelo, da firmeza e da adoração constante a Deus na pessoa de Cristo.
A nossa Salvação é um dom gratuito de Deus que nos vai custar tudo!
Quando você diz que faz parte "do Reino", você deve lembrar que Um reino tem política (Estrutura, propósito e visão) um reino tem súbdito, (servidão e sujeição) um reino tem guarda (ordem e zelo) um reino tem Rei (Autoridade, soberania e domínio) um reino tem lei (Regra, rigor, cumprimento e obediência) um reino tem Justiça (Juízo, Julgamento e punição). Agora responda para si mesmo a que Reino você pertence: Ao Reino dos Céus? ou ao reino da Disney?
Temos de ser prudentes, aptos ao discernimento, hábeis na comunicação, conhecedores proficientes da Palavra, amantes da sabedoria, audazes e corajosos na defesa da nossa Fé. Um Cristão que cede constantemente às pressões do mundo, às chantagens dos Homens, e às ameaças dos ímpios não é um Cristão firmado na Verdade. O verdadeiro Cristão não é somente aquele que não se envergonha do Evangelho, como também aquele que não é uma vergonha para o Evangelho.
Se somos na verdade Filhos de Deus, não nos podemos comportar como filhos de Belial, e é triste que muitos chamem a Deus de Pai, mas poucos se comportem como filhos.
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
Romanos 8:15-17
Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes a prudência.
Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei.
Porque eu era filho tenro na companhia de meu pai, e único diante de minha mãe.
E ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive.
Adquire sabedoria, adquire inteligência, e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca.
Não a abandones e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá.
A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento.
Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará.
Dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.
Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se multiplicarão os anos da tua vida.
No caminho da sabedoria te ensinei, e por veredas de retidão te fiz andar.
Por elas andando, não se embaraçarão os teus passos; e se correres não tropeçarás.
Apega-te à instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida.
Não entres pela vereda dos ímpios, nem andes no caminho dos maus.
Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo.
Pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar.
Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.
Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.
O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.
Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido.
Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no íntimo do teu coração.
Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo.
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.
Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios.
Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem directo diante de ti.
Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados!
Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.
Provérbios 4:1-27
Se o seu Cristianismo não é contagioso, você está doente.
Se o seu Cristianismo não é primitivo, você está desactualizado.
Se o seu Cristianismo não for constrangedor, você é uma vergonha.
Se o seu Cristianismo não for radiante, você está às escuras.
Se o seu Cristianismo não for pela fé, você está cego.
Se o seu Cristianismo não for a sua vida, você está morto.