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        Santificação

 (e a consciência do erro)

Ter uma "boa consciência" parece ser o alvo mais nobre a considerar para a maioria das pessoas; pois viver de "consciência tranquila", denota supostamente paz de espírito, tranquilidade, honestidade e serenidade. 

Mas se a consciência está "Limpa" estamos sempre no "bom caminho?

Para muitos sim, pois o mais importante é a sensação pessoal, de que estamos bem com o modo como temos vivido as nossas vidas, e se alguém está satisfeito consigo mesmo, então a consciência torna legítimo qualquer comportamento.
Há quem diga que para o ser Humano "O pior castigo é nunca ser absolvido no tribunal da sua própria consciência"; isto porque valorizamos a ideia de que se estamos a viver de acordo com o que é esperado de nós, e com o que nós próprios nos temos dito a nós mesmos que é necessário para sermos "Felizes", então esse é o caminho a seguir para uma consciência limpa. Se fosse a consciência pessoal a determinar o certo e o errado, para cada consciência individual, haveria um conceito diferente. "Boa consciência" para quem está no erro, só é boa para quem ainda não colheu as consequências.

Ora, Se sou Feliz com algo que não me pesa na consciência, então como posso eu estar errado? Certo?

A percepção do erro, é a chave para se entender a diferença entre uma consciência ímpia e uma consciência Santa, numa perspectiva Cristã.
Quando O Senhor Jesus disse: "E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará" (João 8:32) Ele estava a querer salientar que a libertação vem da Verdade, pois é ela que liberta, e estava apontando subtilmente para outra afirmação que Ele fez sobre si mesmo.
Ele é A Verdade, o que deixa claro, que as verdades não são pessoais para cada um de nós, mas procedem Dele (Sua Natureza perfeita, Sua mente Santa, Sua conduta exemplar, Seu carácter íntegro, Sua autoridade Soberana); e pra isso disse: "Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida" (João 14:6), para que entendamos inquestionavelmente que Ele é O único libertador; O Único meio, e nós somos os Escravos/Prisioneiros que precisam de Libertação. (Escravos do pecado, presos a uma natureza decadente, caída da Graça para a desgraça, subjugados ao captiveiro que é a vida na carne); Somos Libertos pela Verdade (POR ELE), para entrarmos em "novidade de vida" (Romanos 6:4) No Espírito: "Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne." (Gálatas 5:16);

Uma óptima representação disto é o "Êxodo" (Percurso feito pelos Judeus subjugados a Faraó), Quando Moisés (uma figura do Cristo por vir) os libertou da escravidão do Egipto, assim dirigido Pelo Deus Altíssimo. Esta obra já apontava para o maravilhoso e Glorioso plano de Deus que se haveria de cumprir na figura excelente do Próprio Senhor Jesus, Libertando o Seu povo (da escravidão do pecado), conduzindo-o à "Terra prometida" que é o simbolismo da Vida Eterna, da Nova Jerusalém e do Reino dos Céus (Que aguardamos fervorosamente).
-Mas devemos ser Libertos propriamente do quê? Se somos "aparentemente livres".

Uma consciência Liberta do engano, Liberta da aprovação do pecado, e Liberta da ignorância pela qual todos nós somos escravos do pecado.
"Nascer de novo", (João 3:7) é um termo que precede "a Nova Criatura" (2 Coríntios 5:17) que substitui o "velho Homem", naquilo que entendemos por "Metanóia", (expressão de origem grega que simboliza uma total transformação de mente e coração), ou seja, "nascemos de novo", porque o Velho Homem é morto e sepultado com Cristo, para com Ele ser "ressuscitado" para a Nova Vida: "De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida." (Romanos 6:4); Isto, para sermos "Um com Ele, como Ele é Um com O Pai" (João 10:30) (João 17:21-23); Note-se a total ideia de renúncia à "identidade em pecado": "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." (Gálatas 2:20);

Então esta nova mente e novo coração, (Ezequiel 36:26) representam uma nova percepção e consciência interior em relação primeiramente a nós mesmos e à nossa condição pecadora, e depois em relação ao mundo que nos rodeia e ao Eterno Plano de Deus centrado na Pessoa Do Senhor Jesus.

Observe: "E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus. (Ezequiel 36:26-28); Passar da carne para o Espírito é o que permite uma nova e mais elevada percepção sobre conceitos como Espiritualidade, Eternidade, Propósito, Continuidade, discernindo sobre o estado do mundo, e sobre a realidade das coisas Divinas, concernentes à imortalidade. 

 

Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.
Romanos 8:5

Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
Romanos 8:9
 

O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

João 3:6

Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
2 Coríntios 7:1

 

Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.

Gálatas 6:7,8


A percepção do erro, ou a consciência do Pecado é a coisa mais importante que desenvolvemos logo que somos chamados por Deus ao arrependimento; patamar crucial para a verdadeira disponibilidade para receber a Graça Salvífica.
Porque razão "Arrependei-vos e crede no Evangelho" ou "Arrependei-vos que é chegado o reino dos céus" (Mateus 4:17) (Marcos 1:15) é o grande apelo para o anunciar das Boas Novas e da Nova vida? E porque razão este, é feito à consciência?


Sem consciência do erro e do pecado, nenhum Homem pode se arrepender verdadeiramente, pois o primeiro passo para qualquer mudança de comportamento é o reconhecimento que algo está errado e precisa ser consertado.
A Santificação é o processo que todo o Filho de Deus em regeneração da mente e do coração, tem como objectivo. A Santificação é a aproximação que nós vamos tendo com O Deus que é 3x Santo. 

A Santificação é o propósito que Deus quer operar em nós, e pelo qual nós somos cada vez mais íntimos com Ele, e por conseguinte cada vez mais conformados à imagem do Seu Filho Jesus Cristo, nosso Redentor. (1 Pedro 2:5) (1 Pedro 1:14-16) (João 17:18-19) (João 17:17) (1 Coríntios 6:11) (Efésios 1:4) (Hebreus 12:14) (Hebreus 10:10) (1 Coríntios 1:2-3) (1 Tessalonicenses 4:3-7) etc.

 

O significado das palavras "Hagios" (Grego) e "Qodesh" (Hebraico) usadas no Velho e Novo Testamentos, é - Separado para Deus - e em ambos foram utilizadas para designar pessoas e coisas, sem nenhuma conotação adicional de cariz religioso ou Moral especifico mas, separado ou reservado para Deus; No entanto, observa-se que, actualmente, a palavra que se traduz para "Santificação" passou a apresentar um novo sentido ligeiramente distorcido.

Este novo sentido da palavra passou a predominar gradualmente vinculada exclusivamente à moral e ao que é religioso, perdendo de todo o seu significado original. Esta mudança tem vindo a ser operada pelos lexicógrafos "Modernos", segundo agendas de ordem Humana (Lexicógrafos são estudiosos que se resumem a acompanhar e em estudar as origens e evolução das palavras - o que deve ser feito sem qualquer influência do estudioso em questão, e infelizmente nem sempre acontece).

 

O significado original de Separação, foi abafado ou até mesmo contrariado por alguns, por causa da chamada "inclusividade ecuménica", (Pseudo Cristãos que amam o mundo e não querem nenhuma separação) ao mesmo tempo que se adicionou e exacerbou ao propósito da Separação que é o de ter uma conduta não corrompida pelo mundo. Então, a Separação em si deixa de ser o alvo, e a prática de "Boas obras" como se alguém fosse diferente do mundo, ou "especial" no mundo é que ganha destaque.

Este é o Evangelho social, um movimento Gospel verdadeiramente demoníaco e totalmente focado no Homem, seus talentos (Música, testemunho, experiências pessoais, oratória), seus desejos pessoais (Relevância, notoriedade, influência, ganância, auto-Glória) e poder para impactar o mundo. 

É aqui que o coração humano desejoso de relevância e mérito, encontra real prazer. A Idéia de que Deus sozinho não poderia operar totalmente a minha Salvação, sem a minha ajuda, é o que a agenda Humanista pretende realmente dizer, indo totalmente contra ao ensinamento Bíblico que nos afirma que "não depende do que quer ou do que corre, mas de Deus que se compadece" (Romanos 9:16)

A Bíblia é muito clara ao demonstrar que a regeneração, a justificação e a santificação são provenientes de Deus por meio da fé em Cristo. Porém, não podemos desconsiderar também que A Santificação embora operada por Deus no nosso Espírito, é também operada na "Consciência", ou seja na mente e no coração, onde nós nos percebemos "Criaturas livres". E daí é que vem toda a deturpação e confusão Humana em relação a este tema, que leva a agendas humanistas e antropocêntricas focadas exclusivamente no poder da "Boa Obra" e do "Impacto cultural e social".

Através da fé em Cristo o homem é Santificado“Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim” ( Actos 26:18 ).

De igual forma, o homem é Justificado pela fé em Cristo: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” ( Gálatas 2:16 ).

O Homem é também regenerado por meio da fé: “Necessário vos e nascer de novo (…) para que todo aquele que Nele crê não pereça mas tenha a vida eterna” ( João 3:7 e João 3:15).

Através dos versículos acima, verifica-se que - A Fé - é o elemento comum e essencial à regeneração, à santificação e à justificação.

Por meio do Evangelho, Deus oferece Salvação graciosa a todos os homens que se encontram perdidos e mortos no pecado, sendo que a Salvação é adquirida pela fé em Cristo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” ( Efésios 2:8 ).

Nem todos são da fé, como Diz a Palavra de Deus: "porque a fé não é de todos." (2 Tessalonicenses 3:2); Sabemos ainda, que a fé vem pelo ouvir da Palavra da Verdade: "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus." (Romanos 10:17); Mas nem todos que ouvem, podem ouvir com Fé para crer: "Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram." (Hebreus 4:2);

A Fé como vimos acima no versículo citado, não vem de nós, é dom de Deus, o que numa última instância remete cada alma e espírito individual a uma responsabilidade séria entre a pessoa em questão e O Próprio Deus. Nós evangelizamos as pessoas na medida da comunhão social que temos uns com os outros, mas a Fé vem da comunhão com Deus apenas, e nenhum de nós por muito socializar pode incutir a Fé a alguém. Evangelizar é levar a Verdade das nossas bocas aos ouvidos dos outros, mas só Deus leva do ouvido à mente e ao coração. Nós sabemos que: "a justiça vem de Deus pela fé;" (Filipenses 3:9); (VEM DE DEUS)
 

O chamado de Salvação é para todos os homens, sem distinção alguma. Porém, somente quando o homem crê em Cristo, ou seja, descansa na promessa proposta, entra em ação o poder de Deus, que é concedido àqueles que crêem para a Salvação segundo o propósito Daquele que os chama: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." (João 1:12,13);

A oferta de salvação é proposta ao homem na condição de pecador, porém, o homem não pode ser salvo enquanto pecador. É neste ponto que Deus realiza uma obra maravilhosa e Gloriosa, segundo a Sua vontade e poder: a Regeneração.

O homem que recebe a proposta de salvação e crê, tem que morrer (Mateus 10:39), e verdadeiramente morre com Cristo, sendo sepultado com Ele. Isto porque Deus não salva a planta que não foi plantada por Ele, antes ela é arrancada ( Mateus 15:13).

A semente incorruptível que foi plantada no coração do homem, somente germina quando este morre e é sepultado com Cristo; “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12: 24).

Neste sentido, Cristo não veio trazer conciliação com a velha natureza presente no homem, mas sim, trazer espada e Separação (Mateus 10: 34)

Santificação nada tem a ver com merecimento, ou com contribuição humana relevante, mas vem de Deus pela Fé no Cristo Redentor, O Salvador dos Homens, pela acção directa do Espírito Santo na nossa consciência;

A Fé se é verdadeira, ela vivifica a consciência para a genuinidade da obediência e sujeição a Deus, e por isso é que a Fé deve estar intimamente ligada a Obras, pois a Conversão é activa e dinâmica e gera em nós acção pelo directo poder de Deus. Muitos dizem crer, mas não produzem obras de quem creu de facto; O que nos leva a considerar as obras para identificar a Fé.

Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Mateus 7:20

Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.
Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.
E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?
Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.

Tiago 2:17-26

 

Dirão alguns:

Mas se "não vem das obras para que ninguém se Glorie" (Efésios 2:9), como pode dizer Em Tiago 2 que as Obras também contribuem? A Salvação vem pela Graça, por meio da Fé, que é aperfeiçoada pelas Obras, para Justificação do Homem, não para a Salvação. (A Bíblia não se contradiz)

Paulo faz um poderoso apelo à consciência na sua carta aos Romanos; demonstrando o efeito da Lei na consciência dos ímpios também como naqueles que já têm conhecido os frutos de uma nova Vida em Cristo. O apelo é feito no sentido de admoestar para o peso na consciência, para que a Lei e as Obras não sejam pedra de tropeço e de escândalo, como eram para alguns naqueles tempos (e ainda parecem ser hoje em dia).

Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;
No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;
E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
Instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.

Romanos 2:14-24  

 

Toda a Bíblia é um manual de "apelo à consciência", em que somos constantemente advertidos a pensar na forma como um verdadeiro Filho de Deus se deve comportar, e mostrar os "Frutos, pelos quais os conhecemos" (Mateus 7:20)

Alguns breves exemplos a considerar:

 

-Como estar: "Não estar ansiosos e inquietos por coisa alguma" - (Mateus 6:25-34)

-Como agir: "Abster-se das concupiscências carnais, vivendo honestamente dando bons exemplos" - (1 Pedro 2:11-12)

-Como falar: "Deixar a mentira e falar a Verdade, para demonstrar a Justiça e Santidade de Deus em nós" - (Efésios 4:24-25)

-Como pensar: "Pensar em tudo que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama, de virtude e Louvor" - (Filipenses 4:8)

-Como definir prioridades: "Buscar primeiro o reino de Deus e a Sua Justiça" - (Mateus 6:33) 

-Como Viver: "Ser achados imaculados e irrepreensíveis em Paz" - (2 Pedro 3:14-15)

-Como responsabilizar a consciência: "Saber que tudo é Lícito, mas nem tudo convém" - (1 Coríntios 10:23)

 

A Santificação, tem um profundo sentido, através do qual, o fanatismo legalista, tem deturpado a ordem de prioridades, e pela qual se têm promovido tantas heresias, e engano.

O Sentido em questão é o da Separação do Mundo, pois quando entendemos, que Santo, é - Separado para Deus - inevitavelmente temos de perguntar; Separados do quê, senão do mundo?

 

A separação do mundo leva então a que através do legalismo e do tradicionalismo, muitos incautos exacerbem a responsabilidade do apelo à consciência Bíblico, para tornar "As obras" numa espécie de complemento à Salvação, em que inúmeras pessoas "ditas convertidas", até crêem ser necessárias para que se salvem.

A separação do mundo é operada conscientemente por nós "na prática", mas é operada primeiro na Soberania de Deus; É Ele que nos separa, pelo Seu poder e Santificação. Nós simplesmente não podemos muitas vezes contemplar esse Domínio e acção do poder Divino derramado sobre nós, porque somos miseráveis, e portanto é necessário o "Apelo À consciência", para que estejamos aptos a ver a acção poderosa da Graça nas nossas vidas.

 

A Separação do mundo, não é um complemento à Salvação, (Pois a obra foi totalmente consumada por Cristo na Cruz do Calvário e Ele mesmo o confirmou -João 19:30) mas é o resultado de uma nova mente, novo coração, e uma nova ordem de prioridades na consciência. 

O Senhor Jesus disse: "Não são do mundo, como Eu do mundo não sou" (João 17:16) referindo-se àqueles por quem Ele morreu; (Aqueles que O Pai Lhe deu), e esta afirmação, revela no fundo o princípio base da Santificação; - A Separação do Mundo. (Pela consciência de que Não somos deste mundo)

Aliás pela Fé é-nos dada a vitória que vence o mundo. Vitória em quem, senão em Cristo? A Vitória vem com a separação deste mundo, e o acesso à nova vida que Ele nos concede; A vida Eterna.

Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.
Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?

1 João 5:4,5 

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Romanos 8:37

Notem-se alguns dos inúmeros versículos que nos dirigem para a Doutrina da Separação, através do apelo à consciência.


Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 

1 João 2:15,16 

             

Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.
1 João 5:19

 
Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou.

João 17:14-16  

                                         
Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.
João 15:19  

                                                       

Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
Tiago 4:4  


Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão;
Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três.
O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra.

Lucas 12:51-53 

Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:26 

Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.

Mateus 19:21,22

 

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

Mateus 6:19-21  

 

É notória a constante consciencialização de como a Santificação exige como ponto vital, a separação do mundo, o deixar para trás as coisas terrenas, no sentido de nos aproximar-mos mais e mais de Deus.

Isso tem valor prático no comportamento? Sim, contudo é algo muito mais profundo, e é na consciência primeiro que a separação deve ocorrer, para não sermos como os fariseus hipócritas e legalistas, operando obras mortas com o fim de barganhar a Salvação, ou ostentar uma falsa espiritualidade.

São muitos os versículos e passagens que nos apelam à consciência para que ponderemos se servimos verdadeiramente a Deus ou ao mundo, pois na Verdade não podemos servir a 2 Senhores, e estar em íntima associação com aqueles que "fornicam" com o mundo, se desejamos mais e mais sermos Santos e separados para Deus: 

(Mateus 6:21-24) (Lucas 16:13) (1 Corintios 10:20-23) (1 Reis 18:17-21) (Josué 24:14-15) (1 Corintíos 5:9-13)                                        

A consciência voluntária, ou seja a percepção pessoal do Homem, confere-lhe responsabilidade pelas suas decisões, mesmo que a acção de Deus soberana tivesse determinado primeiro o curso das decisões que tomamos.

A soberania de Deus age na nossa consciência de forma determinante e poderosa, providenciando o discernimento, segundo a sua Real Vontade, mas também o prático sentido de responsabilidade individual pelas nossas decisões, que são tomadas em consciência, desligadas da percepção da Soberania de Deus; e é aqui que Ele ilumina ou cega o entendimento humano, para conceder ou não a Salvação, e isso é segundo a Sua vontade e não a nossa vontade. Por isso os ímpios rejeitam a soberania de Deus, estando iludidos na consciência de que é tudo acerca deles, e das suas percepções. Esta rebeldia é consciente, Voluntária e individual, embora não alheia à Soberania de Deus que surpassa qualquer Liberdade Humana.

Da mesma forma como a Santificação nos aproxima cada vez mais de Deus, a Rebeldia funciona no sentido oposto. Não é à toa que (Romanos 1:18-25) refira que "Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações", e em (Tiago 4:6) diga que "Deus resiste aos Soberbos e dá Graça aos humildes".

Se somos verdadeiramente Santos (Separados do pecado e do mundo), e se fomos chamados para ser santos porque Ele é Santo (1 Pedro 1:16), como podemos justificar pecados, e resistir à Verdade, quando esta questiona e identifica o erro nas nossas vidas? Não é o papel da Verdade, denunciar o erro e expô-lo para que seja reconhecido e combatido? Quando alguém resiste à Verdade, ela não estará primeiramente resistindo a Deus? (Se Ele mesmo disse também ser a Verdade - (João 14:6)


Uma mente firmada na Sã doutrina, e desejosa de ver a Deus, tem discernimento para identificar o erro e reconhecê-lo, sem desculpas, sem justificações, sem subterfúgios e esquemas psico-emocionais. 
Muitas pessoas têm então uma noção profundamente errada do que é a Santificação na sua primeira instância (enquanto estamos presos à carne).
Santificação não é ser-se "perfeito", ou "Infalível" no sentido de não se cometer nenhuma falha, ou erro, ou pecado, mas é ser-se cada vez mais consciente do pecado e das misérias em nós e nos nossos comportamentos, continuadamente alerta para detectar atempadamente a nossa inclinação para as reacções mundanas, e lutar contra elas para as vencer. É também a Santificação que nos permite a contínua separação do Mundo.

Santificação é sobretudo mais e mais intimidade com Deus, e menos e menos afinidade com o Mundo.

Neste processo, nem sempre se consegue agir como se deveria, mas isso também faz parte da Santificação, que nos indica e nos relembra constantemente de que "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia." (1 Coríntios 10:12), incentivando ao investimento na Humildade para não nos deixarmos corromper pelas tentações que o Diabo exerce sobre o nosso ego, para nos indignar ao ponto de pecarmos e ainda defendermos o pecado com unhas e dentes.

Somos humanos sim, somos pecadores sim, mas se somos salvos, temos armas diferentes com as quais lutamos contra o pecado e contra a impiedade do mundo. 

Falar que somos separados do mundo, apenas para nos momentos chave de tensão, agirmos exactamente como agem os ímpios deste mundo, que valor há no nosso testemunho? 

Somos "Santos", não somos "santinhos"; Como tal, o nosso testemunho deve ser senão o de absoluta firmeza na resistência ao pecado, pelo menos que seja da coerência e honestidade, em relação ao assumir os nossos pecados. Se não podemos evitar cometer pecado, que sejamos íntegros ao reconhecer que pecamos, quando o fazemos, porque só aí existe logo uma abismal diferença entre nós e o mundo.

Como Ele (O Senhor Jesus) foi imaculado e irrepreensível, nós somos também movidos e encorajados a agir com o desejo de sermos também imaculados e irrepreensíveis, (2 Pedro 3:14) para testemunhar da tão poderosa Salvação que nos resgatou da morte para a Vida.
Muito embora nos seja impossível alcançar a perfeição do Senhor Jesus, especialmente enquanto presos a um corpo decadente, a mente em si deve buscar o tempo todo o desejo da perfeição, e para tal é necessário uma constante capacidade de detectar e identificar os erros que o pecado nos leva a cometer, e lutar contra eles para os vencer. Fazemos isto para sermos salvos? Claro que não; Fazêmo-lo porque Somos Salvos.
Não somos perfeitos, mas devemos desejar ser perfeitos, e, em perfeita consciência perceber se estamos ou não a servir de novo ao jugo da carne, vivendo como o "Velho Homem", pecando voluntariamente, estando ainda por cima, completamente ludibriados pelo ego a defender os nossos pecados e uma suposta honra que não merecemos.


O discernimento que o Espírito de Deus concede, aumenta com o desejo e o prazer na Santificação, e este, confere a qualquer filho de Deus uma aptidão para reconhecer o erro, e lutar contra ele para o vencer.

O amor a Deus e à Verdade, é o que nos leva a desenvolver uma boa consciência, capaz de lidar com o pecado de forma Digna; primeiro não deixando o pecado dos outros nos afectar ao ponto de nos levar também a pecar, e seguidamente, a de resistir à tentação de pecar de forma a contribuir ou incentivar o pecado alheio. 

A boa consciência deve ser firmada na Verdade, e em vez de ser Susceptível (vulnerável ao pecado e à ofensa), deve ser Graciosa (repleta de amor, Graça e paz), para o testemunho de uma Fé não fingida, e de um coração puro e íntegro que revela a superioridade Espiritual que nos separa do mundo.

Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas;
Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.

1 Timóteo 1:5-7  

A santificação é portanto mais evidente, não no acto directo do "não faço isto ou aquilo" mas na consciência e no discernimento e na Sujeição a Deus em relação aquilo que eu faço ou deixo de fazer.

Convém lembrar que "não vem das obras para que ninguém se glorie", (Efésios 2:9); contudo A Salvação produz boas obras.

A primeira "boa obra" da Salvação e a mais evidente, é a capacidade que O Espírito Santo nos dá, de nos humilharmos perante Deus em arrependimento pelas nossas contínuas fraquezas e transgressões.

A Humildade de reconhecer o erro, é o que de seguida demonstra arrependimento genuíno e evidências de um coração e mente em contínua renovação para o propósito da Santificação, através da qual nos apresentamos perante Deus para comunhão com Ele.

 

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

Romanos 12:1,2  

 

O discernimento bíblico, não impede uma pessoa de cair na fraqueza da carne e pecar, (Embora assim o deva) mas impede sem dúvida uma pessoa de pecar e justificar o pecado com desculpas e subterfúgios disfarçados de boas intenções e sobretudo de "Justiça". Muitos cristãos rebeldes, até usam a Palavra de Deus para justificar seus erros, ego, e atitudes questionáveis.

Quando alguém comete pecado, e se defende sem reconhecer que pecou, ou defende o pecado alheio por conveniência e afectos mundanos, com justificações hipócritas, não recebendo da Palavra de Deus directamente o apelo à consciência que por sua vez cria a vergonha e arrependimento necessários para se ver o Espírito de Deus em acção na santificação, então algo está profundamente errado.

O ego é o pior inimigo da Santificação, pois o ego age directamente como um "supressor de consciência", limitando a percepção do "Cristão" para a realidade prática do pecado.

O pecado sempre justifica, sempre contorna a Verdade, sempre está em defesa, nunca mostrando vulnerabilidade e contricção. Aliás o ego garante que o pecado é tornado legítimo pelo orgulho, e por isso a sua primeira reacção é a de indignação e de revolta quando é confrontado, para seguidamente apresentar todo um cenário de auto-imunidade para com a repreensão que lhe é dirigida. 

Partindo daí, o "pecador" em questão começa o acto de se colocar no papel de vítima, e rapidamente são orquestradas todas as justificações, desculpas e enquadramentos, sempre oscilando entre 2 pesos e 2 medidas, através das quais, toda a evidência do pecado que cometeu ou que defende, é totalmente suprimida.

Convém salientar ainda que "2 pesos e 2 medidas é abominação aos olhos do Senhor", (Provérbios 20:10) e não é compatível com uma "boa consciência Cristã", apta a discernir sobre o pecado.

 

Não convém que seja assim, pois se alguém que diz ser Cristão, não reconhece o pecado quando este é evidente, exposto à Luz da Palavra de Deus, então há que ponderar se o "arrependimento" para a conversão, também foi ou não genuíno. Como é que alguém que não consiga assumir o seu erro, apresenta características da Salvação, que é primeiramente a libertação do engano, e a purificação da consciência para a identificação do pecado e da miséria do nosso estado pecador?

Porventura pode alguém arrepender-se de pecados que não reconhece nem assume ter? E se não se pode arrepender, como pode ter nascido de novo?

Se nasceu de novo, como pode estar cego para a prática do pecado e sua manifestação directa na acção do seu próprio comportamento? 

 

Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este mesmo pensamento, que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado;
Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.
Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias;

1 Pedro 4:1-3  

 

Se cometemos pecado, e temos O Espírito de Deus connosco, Ele mesmo nos consciencializa, pois o Seu papel é mesmo esse, o de convencer do pecado, da Justiça e do Juízo, (João 16:8), o que torna o nosso posicionamento na defesa do pecado, uma atitude altamente hipócrita e rebelde.

Se o coração condena, e é impossível que um coração regenerado não condene o pecado interiormente, então devemos assumir o pecado, mesmo que demore para o fazer, dadas as circunstâncias favoráveis que o pecado cria no seu acto de auto-imunidade.

Se o coração não condena, e se existe absoluta confiança no conhecimento da Palavra de Deus, que não contraria as Escrituras, nem tampouco existe na conduta, manifestação condenável e repreensível, então não existe pecado, mesmo que exteriormente formos julgados indevidamente como transgressores.

É o amor para com Deus e para com todos à nossa volta, e o zelo das Escrituras Sagradas que deve determinar a forma como lidamos com as situações. Se vivemos rodeados de ímpios, mas se os amarmos de verdade, mesmo que eles pequem contra nós, injustiçando-nos por exemplo, devemos amá-los refreando-nos de pagar o mal, pecando também contra eles. 

 

Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos nossos corações;
Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas.
Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus;

1 João 3:18-21  

 

A boa consciência deve sempre estar baseada em toda a Escritura Sagrada, sabendo que estamos debaixo dos olhares dos ímpios, desejosos de nos verem pecar, para justificarem o porquê de sempre resistirem à Fé que professamos ter. Muitos ímpios não têm desejo nenhum de se converter, nem de servir a Deus, e tudo que eles menos precisam é que nós lhes demos motivos para se justificarem, acusando-nos de sermos crentes de uma fé hipócrita.

Por isso devemos resistir a toda a injustiça, malícia e maledicência operando sempre a mansidão e a paciência e a longanimidade (Tudo coisas que cristão sabe serem terríveis de se cumprir, dadas as limitações da nossa carne e o poder constante do ego a querer dominar as nossas reacções, contudo não impossíveis para o nosso Deus que nos Santifica).

 

Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.
Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.
Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas.
E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.

Tiago 1:19-22  

 

A boa consciência, é a consciência que está em contínuo processo de arrependimento e contrição, simultaneamente, sujeita a Deus em gratidão e Louvor pela sua tão grande e imerecida Salvação. 

Isto é a base da Santificação que age em duas frentes, dando contínua habilidade na detecção do pecado, e na consciente percepção das misérias escondidas em cada um de nós, conferindo por outro lado contínua gratidão, paz e esperança pela expectativa de aperfeiçoamento eterno, ao lado do nosso Salvador e Redentor Jesus Cristo.

Embora já tenhamos recebido a Salvação e o perdão pelos nossos pecados, passados, presentes e futuros, o arrependimento é uma característica que abrange uma vida inteira, e se estende sobre todo o tempo, enquanto vivemos em corpos carnais, e pelo qual a Santificação opera o desejo de aperfeiçoamento na separação do mundo e na aproximação a Deus.

Se esquecermos as nossas misérias, esquecemos também do peso do pecado, e a razão pela qual as "Boas novas do Evangelho" começam com: -Arrependam-se!
Arrependimento é um estado de consciência progressivo alimentado exclusivamente pela fixação contínua dos olhos no imerecimento do perdão e a gratidão pela capacidade interior de entender o que o arrependimento produziu em nós.

É o arrependimento que nos leva ao perdão e à gratidão, e por conseguinte ao Amor genuíno a Deus, e ao próximo como a nós mesmos. Isto porque quando ganhamos perfeita consciência sobre o nosso estado miserável, e somos despertados para as subtilezas pérfidas do pecado nos nossos corações, nós entendemos que sem o Amor de Deus estávamos perdidos, e é por isso mesmo que até somos mais condescendentes com as fraquezas pecaminosas dos outros. Este amor quando descoberto, gera naturalmente o desejo da Santificação, que é nada mais do que estar cada vez mais perto Daquele que nos amou, enquanto nós éramos ainda seus inimigos.

 

O amor é o estado mais puro de consciência, em que nós somos despidos de todas as mediocridades da nossa condição Humana, e nos é então possível perceber o propósito eterno da nossa existência: - "Amarmos a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos" (Mateus 22:37-40).

A pureza do Amor na consciência eleva o entendimento do Homem para a Obediência, a gratidão e a sujeição. 

Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.
Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.

Tito 1:15,16 

O grande apelo à consciência constante em todos os Livros da Bíblia, é o da responsabilidade (Arrependam-se; Quem tem ouvidos para ouvir ouça; Vigiai; etc), para que não vivamos as nossas vidas longe do Amor, e da Pureza e da Sujeição a Deus.

Somos criaturas extremamente inconscientes, (Por isso pecamos) e esta é a razão pela qual as "Boas novas" apelarem tanto À consciência. Para que sejamos constantemente cientes e conscientes que somos miseráveis e pecadores, e que Deus é Santo e magnânimo para connosco, chamando-nos para a Sua Glória.

As Boas obras que vêm de Deus nascem na consciência por amor a Deus; as Obras mortas nascem no ego, por amor ao mundo.

A nós só nos resta saber que Deus não nos impede de vivermos a vida como queremos, pois nada pode contrariar o Plano eterno de Deus, e Sua Soberania. Vivemos como queremos, mas daremos contas por isso.

Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, seja justificado ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.
E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.

Apocalipse 22:11,12  

Não deixemos de nos arrepender, e de procurar os pecados escondidos no nosso comportamento, mente e coração, buscando sempre a paz e o amor uns para com os outros. Não deixemos de buscar a Santidade e a perfeição, e de reprimir o ego que nos valida toda a espécie de pecados de estimação e que nos inflama em pretensões mesquinhas de grandeza.

Vamos ser Santos porque Ele é Santo. Santo, Santo, Santo!

 

Afinal, ser-se Santo é ser-se o mais parecido com Deus, sem se correr o risco de querer-se ser igual a Deus.

 

E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis.
Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção.
Porque Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano.
Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a.
Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.
E qual é aquele que vos fará mal, se fordes seguidores do bem?
Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bemaventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;
Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,
Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.
Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.
Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;


1 Pedro 3:8-18

Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

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