Todo o Evangelho é uma mensagem professa de esperança continuamente renovada e inabalável; O suicídio é por contraste uma rendição ao desespero (esperança esgotada) numa mensagem incontestável de rejeição da Graça e do sacrifício de Cristo, ou simplesmente entendido na sua forma mais básica como uma espécie de desapego daquilo que é (ou devia ser) o Centro de um Cristão regenerado. Se Cristo morreu por mim para me dar vida, e Vida Eterna, quando eu escolho o Suicídio eu professamente declaro que o Seu sacrifício não me foi suficiente. A Graça justifica (removendo a culpa, substituindo-a pela esperança Eterna em Cristo), portanto esta (A Graça) toma controlo da vida de alguém que verdadeiramente nasceu de novo, fortalecendo-o na Fé, segundo as promessas garantidas de Cristo. Por isso é que mesmo que haja o desejo pontual de desespero e rendição ao desejo de morte por alguém em sofrimento, a Vida que há em nós comprada na Cruz por -Alto/Bom Preço- fala sempre mais alto, e O Espírito Santo - "O Consolador", faz exactamente aquilo a que se propõe fazer - Dá-nos o consolo necessário para nos restituir a esperança. Um trabalho de Equipa da Trindade, que envolve o poder magnífico do Amor incondicional de Deus, dirigindo-o eficazmente àqueles a quem predestinou e chamou para a Vida Eterna.
Por isto, é ímpossível que um Cristão nascido de novo, mesmo caindo em tentação momentãnea, tenha capacidade de levar a cabo o suicídio.
Um Cristão, verdadeiro filho de Deus, resgatado pela Graça abundante, (em pleno estado de saúde e sanidade mental) jamais em circunstância alguma cede ao desespero a este ponto, pois está debaixo da Graça, facto este que o impede de cair neste tipo de desgraça. A passagem de, I João 3, é interessante para analisar-se segundo o prisma do suicídio.
Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele.
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.
E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.
Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade.
E bem sabeis que Ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e Nele não há pecado.
Qualquer que permanece Nele não peca; qualquer que peca não O viu nem O conheceu.
Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo.
Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.
Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a Sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.
Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.
Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas.
Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia.
Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte.
Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.
Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
1 João 3:1-16
Se sabemos que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele, sabemos que o suicida também não, pelas mesmas razões. Aliás, o amor ao próximo, esse amor que é o amor que o Cristão deve conhecer e praticar, parte primeiramente do Amor a Deus. Alguém que ama a Deus não pode ceder ao desejo de tirar a vida de alguém, muito menos a sua própria vida. Primeiro porque sabemos que a vida é um privilégio da Graça e do Favor de Deus estendido a todos nós. Ele tem o poder de dar a vida, e simultaneamente o único com o direito de a tirar. Segundo, o Cristão sabe que a sua vida não lhe pertence, portanto ceifá-la no desespero não é um acto digno de um legítimo Filho de Deus, por muito que alguém queira vê-lo ou defendê-lo para alívio da sua consciência.
A maioria das pessoas que gostam de ver o suicídio como um acto que pode ser "perdoado" são aquelas que têm casos próximos de suicídio na sua família ou nos círculos próximos que frequentam, e isto porque se recusam a pensar que os seus entes queridos ou amigos possam estar perdidos, ou simplesmente para se perdoarem a eles mesmos por sentirem que de alguma forma são responsáveis por não terem percebido o desespero que havia em alguém tão próximo. O nosso desejo de aliviar a consciência e remover de nós a culpa que nos atribuimos em casos destes não pode levar a que deturpemos as Escrituras e afirmemos Verdades duvidosas que colocam em causa toda a Doutrina da Salvação.
Há uma questão base incontornável a ter em conta quando se começam debates pseudo-Teológicos, sobre este Tema criando abertura de pensamento para enquadrar o suicídio no leque abrangente dos pecados perdoados.
Quando alguém se professa Cristão, é porque deu a sua vida na Cruz quando se rendeu a Cristo, passando da morte para a vida, reconhecendo que não era merecedor, e que por Cristo e pela Sua morte, ele foi tornado co-herdeiro da vida eterna. A própria expressão "passar da morte para a vida" parece dizer tudo. Será mesmo que alguém que tenha realmente interiorizado isto, crido com verdadeira Fé nas promessas de Cristo, ainda possa em plena consciência de entendimento escolher tirar a sua própria vida?
É comum, que muitos Cristãos a dada altura no seu sofrimento possam até ponderar fazê-lo e isso é legítimo, porque somos demasiado fracos, e nas fraquezas tendemos a colocar mais os olhos em nós do que em Cristo, mas quando e onde a Graça opera, rapidamente vem a força, o alento, e a esperança, pois é este o papel do Espírito Santo; O de Consolador. Um Suicida no seu sucesso executado, parece passar um atestado de incompetência ao Espírito Santo pois demonstra que o Seu consolo é ineficaz, como passa também um atestado de insuficiência à Cruz, onde Cristo morreu Uma única vez, por todo o pecador.
Afinal a Vida Eterna não começa no acto da conversão? Se morremos na cruz com Cristo, e "nascemos de novo" (Outra expressão que por si só diz tudo), não significa isto que já estamos de alguma forma na Eternidade nem que seja em Espírito? O corpo morrerá sim, se Cristo não retornar primeiro, mas a consciência e o Espírito já pertencem à Eternidade porque foram libertadas no sacríficio do Cordeiro de Deus, por "Bom preço".
Como é possível então que um Cristão que já herdou a Eternidade, decide por-lhe termo por sua própria autonomia e decisão? Que se diria da eficácia da Graça salvifíca, e do Alto preço pago? Que se diria então da Aliança que foi feita por Deus, da qual fazemos parte como Cristãos?
Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele.
Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.
Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
Romanos 6:8-14
Se sabemos que um Filho de Deus, está debaixo da Graça, das duas uma; no suicídio: ou a Graça é insuficiente, ou o suicida não estava debaixo da Graça.
Se não estava debaixo da Graça não era Filho de Deus, portanto o seu acto de suicídio não tem perdão (A não ser que entre o acto do suicidio e a morte clínica o suicida em questão tenha tido tempo para o verdadeiro arrependimento). O chamado pensamento eliminatório é essencial para se entender coisas que a Bíblia não se debruça demasiado em detalhe.
A Bíblia afirma que o único pecado que não tem perdão é a blasfémia contra o Espírito Santo (Marcos 3:29/Mateus 12:31/Lucas 12:10), mas o que quer propriamente isto dizer?
A blasfémia contra o Espírito Santo está intimamente ligada à Santidade de Deus, à negação da Trindade, e à negação de que Jesus Cristo é o próprio Deus encarnado. Os pecados contra o Espírito Santo são todos aqueles que o exponham ao ridículo, que o vulgarizem tirando-lhe o seu papel Santo e Divino, ou que Lhe atribuam conotação maligna, ou ainda que O associem directamente ao pecado.
Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro,
E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.
Hebreus 6:4-6
Quem opta pelo suicídio, automaticamente nega a eficácia da Cruz de Cristo, factor sine qua non, incontornável e indiscutível. Ninguém pode dizer em coerência que aceita Cristo, que reconhece o peso do Seu sacrifício, que acredita nas Suas promessas, e em seguida dizer, "mas mesmo assim eu creio que o suicídio é a melhor saída para os meus problemas". Até porque aqueles que são verdadeiramente Filhos de Deus estão protegidos de realmente darem esse passo, pois O Senhor cuida daqueles que são Seus.
Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.
1 Coríntios 10:13
Onde está o escape na morte do suicida "Cristão"?
Ou a Bíblia é mentirosa ou claramente esse suicida não estava debaixo da Graça, portanto não era filho de Deus, e portanto não podemos afirmar displicentemente que esse pecado é "perdoado", pois o perdão que Deus opera, é operado somente entre Ele e o pecador. Podemos sim é dizer que alguém que cometeu suicídio não era Filho de Deus no acto do suicídio, pois nele a Graça não superabundou, e o desespero superou a Graça. Esta Graça portanto não é a Graça de Deus irresistível, poderosa e superabundante.
Afirmar que o Sangue Redentor de Cristo tem poder para perdoar até esse pecado é uma coisa, afirmar que assim o fará é outra. Todo o pecado é perdoado pelo sacríficio do Sangue precioso do Cordeiro de Deus, (passado, presente e futuro) isto é um facto bíblico. Mas onde diz nesse versículo que o suicídio é um pecado que pode ser cometido pelo Cristão? Este é que é o verdadeiro cerne da questão! Atribuir o suicídio a um verdadeiro Cristão não é bíblico nem tem base bíblica, pois não há nenhuma associação directa e biblicamente credível entre a afirmação do versículo, e a ideia de que Cristãos se suicidem. Aliás segundo a passagem de (Mateus 24:13), será salvo aquele que "preserverar até ao fim", e não aquele que desistir a meio do caminho; Porque a Perseverança (capacidade de resistir às adversidades com persistência e determinação) é uma característica essencial na vida de um Cristão regenerado que lhe é dada pela Graça do Espírito Santo de Deus. Nós não perseveramos porque somos fortes, mas perseveramos porque Aquele que nos sustém é Poderoso forte, e Soberano.
A passagem de Tiago também tem algo a dizer sobre isto, que é preciso considerar em honestidade de coração; O homem pode e será sempre tentado, mas a coroa da vida é para os que são tentados e perseveram, não para os que são tentados e cedem irremediavelmente à tentação, ou o seu estado tornou-se pior que o primeiro como também declarado em (2 Pedro 2:20).
Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.
Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
Não erreis, meus amados irmãos.
Tiago 1:12-16
Ter a vontade e ceder à vontade são coisas distintas e é precisamente aqui que um Cristão se separa do ímpio.
A vontade de dar esse passo pode até ser permitida por Ele, como Jó, Moisés, Elias e Jeremias, fizeram, deprimindo-se tanto a ponto de quererem morrer, mas Deus permite chegarmos a alguns patamares de desespero para nos mostrar a fragilidade da nossa mente, e a debilidade do nosso coração, mas isso só serve para que esse vazio que se crie em nós, seja seguidamente preenchido com a Graça. E estas referências históricas Bíblicas que citamos foram todas de Homens que foram grandemente elevados e engrandecidos pela Graça de Deus.
Onde superabunda a Graça, no pecado do desespero que leva ao suicídio conforme (Romanos 5:20)?
-O suicídio patológico-
Se falamos particularmente de alguém que tem problemas psicológicos patológicos, ou pessoas sob o uso recorrente de medicação psicoterapêutica, temos que enquadrar todos os factores e com bom senso deixarmos estas questões nas mãos de Deus que tudo sabe, e tudo vê. Só Ele esquadrinha os corações, conhece intimamente o interior de cada um e sabe com exactidão os últimos pensamentos e sentimentos do coração de alguém antes do seu último fôlego (Muitas pessoas podem se converter de verdade nos últimos minutos de vida, como o ladrão na cruz) - Mas isto é um caso que não nos compete justificar ou sequer tornar legítimo usando de psicologia terapêutica. O nosso Papel é focar na vida, e nas coisas que dizem respeito aos vivos. Dos mortos, sabe Deus, pois assim como o seu tempo terminou, terminou também toda a relevância destas questões.
Por isso este tema é focado no acto do suicídio consciente, excluindo este tipo de casos complexos em que a mente está comprometida por casos extremos de psicoses, e outros estados médicos particulares. Estar apenas a enfrentar a depressão, ou o cansaço psicológico não qualifica ninguém a adoptar o papel de vítima do Destino e optar pela saída do suicídio, comparando-se a alguém que de facto sofra de uma perturbação psicológica avançada do ponto de vista clínico. Acho que nesta questão estamos esclarecidos, para melhor focar no problema em si de um ponto de vista geral e relevante.
Só existe suícidio numa vida consciente onde o pecado vence a Graça, e isto sabemos não acontecer na vida daqueles que temem a Deus e O amam com todo o seu entendimento.
Ora então, se alguém foi justificado, a Fé é o seu combustível, e é por esta que tudo na vida é contabilizado, pesado e digerido. O suicídio por si só, é um acto contrário à Fé; o suícidio é cobardia, a Fé é coragem; é mais que sabido na psicologia do comportamento que esta opção consciente da parte de um invidíduo procede exclusivamente da falta de fé, da falta de esperança, da falta de ousadia, na ausência de alternativas práticas, válidas e apelativas. Tudo no Evangelho é precisamente o oposto, pois quando somos resgatados pela Fé, a vida torna-se mais atraente, as oportunidades mais desejadas e o tempo mais precioso.
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Romanos 5:1-5
O diabo tenta a todo o custo criar espaço para controvérsia e dúvida entre aqueles que buscam a Deus, para que estes mesmos neguem a Cristo com as suas opções de vida. Quantos há que com a boca professam lealdade e devoção a Cristo e com as atitudes e opiniões o negam vergonhosamente?
Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai.
Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai.
E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.
Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam.
1 João 2:23-26
Repare-se que o versículo acima afirma o seguinte: -Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai. Se permanecer o que de principio ouvistes, significa que Cristo tem de permanecer em nós, tanto na mente como no coração, não negando o que nos foi dito, e por nós recebido. O resultado dessa permanência é de seguida identificado no versículo 25 como a promessa da "Vida Eterna". A questão a fazer agora é:
- Suicídio é permanecer no Filho; de mente e coração?
Estas conversas das redes sociais sobre o tema do suicídio têm vindo a trazer muita controvérsia e muita separação (tudo coisas que o diabo adora por sinal), e tem criado mais atrito, dúvida e blasfémia da parte daqueles que opinam do que verdadeiramente edificar Espiritualmente e fazer avançar o Reino dos Céus. Claramente se vê que estes debates não aparentam ser criados com o objectivo de edificar a Igreja, especialmente pelo teor dos comentários que sempre geram.
Alguns nomes sonantes dos palcos evangélicos têm vindo à frente em palestras e fazem comunicados nas redes sociais criando "conversa" sobre este tema, de forma algo displicente e bastante generalizada. A forma em si como este assunto é por vezes tratado e exposto é pouco prudente do ponto de vista Bíblico, e altamente irresponsável, pois temas controversos pelo teor sensível que carregam consigo têm de ser tratados privadamente ou expostos publicamente com toda a minúcia e rigor bíblico que exigem. Nenhum deles afirma apoiar publicamente o Suicídio, mas os exemplos dados em si, mostram uma certa leviandade para com este tema tão sensível; Isto são temas para serem falados com seriedade e responsabilidade, longe das redes sociais ávidas de atrito e confusão. A forma pouco explanatória e incisiva sobre as opiniões destes senhores deixa muitas vezes muito a desejar. Não seria de esperar que quase todos deles estejam já há algum tempo com um pé cá, outro lá, no arraial da apostasia; para grande tristeza daqueles que os seguiam com respeito e admiração.
Embora a Bíblia não diga com todas as palavras "este pecado tem perdão, aquele não tem; discriminando-os um a um", é-nos ensinado que todos os pecados têm perdão menos aquele especial da Blasméfia contra o Espírito Santo por causa do absolutismo dos versículos (Marcos 3:29/Mateus 12:31/Lucas 12:10/I João 5:16).
Obviamente as afirmações dos versículos acima não estão erradas e não são enganosas. Este pecado da blasfémia contra o Espírito Santo porém, pode ser muito mais abrangente do que muitos pensam ser, pois a descrição mais prática da Blasfémia contra o Espírito Santo, é alguém deliberadamente, conscientemente, persistentemente, continuadamente resistir, negar, rejeitar, e difamar os frutos da Graça (e do Espírito) na sua vida, chegando até ao ponto de lhe atribuir conotação maligna e prejudicial. Não é o Suicídio consciente uma expressão directa abrangida nesta descrição? Quando temos também um entendimento correcto do que é a Salvação (passar da morte para a vida), não precisamos ter ou não ter cada palavra escrita objectivamente para sabermos com certeza que certas coisas são verdade, certas coisas são mentira. A isto chamamos de examinação eliminatória da Verdade; Neste processo a forma de sabermos toda a Verdade é saber se há elementos desta que contradigam outros, visto que detemos à partida as premissas de que tudo ali contido é Verdade. Se uma contradiz directamente a outra na sua essência, não é verdade e vice-versa.
Os pecados para a "vida" e os pecados para a "morte" são notoriamente distintos, e a verdade é que conforme a seguinte referência: "o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca" indica logo à partida que o filho de Deus - "conserva-se a si mesmo" - e o maligno não lhe toca, no sentido que o mundo não tem mais poder sobre ele e sua vida. Nitidamente esta passagem faz uma distinção de quem são os Filhos de Deus, e quem são os filhos do Mundo, e neles se distinguem também os pecados para a vida, e para a morte.
"Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.
Toda a iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte.
Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.
Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno."
1 João 5:16-19
-A questão em si: "o suicídio tem perdão?" É uma questão perigosa no sentido de que ela acarreta consigo várias outras perguntas em que é fácil dispersar se olharmos para ela apenas com o intuito de dar respostas concretas, exactas e "Teológicas". Como se "nós" (pessoas falíveis) fossemos capazes de saber com exactidão coisas tão subtis, tão delicadas como a forma como Deus conhece o íntimo de cada um e como Ele opera a Salvação. Mas com o auxílio da Palavra de Deus, das suas histórias, das suas personagens, com os exemplos de vida nela contidos, podemos chegar a conclusões lógicas, dentro do bom-senso que é uma das vantagens de se estar inspirado pelo discernimento do Espírito Santo.
-Que questões são essas que também estão intimamente ligadas?
-
-O suicida estava em perfeito estado de saúde mental, consciente das suas acções?
-
-O suicida já tinha experimentado da Graça regeneradora e da Paz de Cristo?
-
-Quanto tempo passou desde que o acto de suicidio foi posto em acção, até ao último fôlego?
-
-O suicida era visto como "Cristão", simplesmente porque cumpria requisitos básicos de Cristão?
-
-Que razão objectiva tinha o suicida para optar por terminar a sua nova vida em Cristo?
Estas 4 perguntas são fundamentais quando se julga um caso de suicídio, em vez de "chutar para o ar" uma afirmação concreta e responsável como dizer "Sim, o suicídio é um pecado que pode ser perdoado" passando atestados de alívio "à la carte" simplesmente porque determinada pessoa se afirmava cristã ou frequentada determinada congregação, ou tinha familiares cristãos. Certas afirmações embora na sua essência sejam verdade, quando aplicadas de forma generalizada tornam-se mentira, e é aqui que deve haver muito cuidado por parte de Pessoas com projecção Ministerial.
A questão em si não é querer criar divergência ou demonstrar de forma incisiva e conflituosa qual é a posição de cada um face a esta temática, e à pergunta - O suicídio pode ser perdoado?
-A questão é, porque razão esta resposta me é necessária? Esta pergunta edifica? Não será a resposta para mim, muito mais importante que a pergunta e isso não me fará ter já à partida uma expectactiva errada da resposta?
Aliás a pergunta em si já denuncia um posicionamento errado; podemos entender isto desta forma; Há 2 formas de abordar o suicídio com uma pergunta. Neste caso 2 perguntas são possíveis de acontecer:
-Pergunta errada: "Se um Cristão se suicidar ele pode ser salvo?"
-Pergunta certa: "Um Cristão nascido de novo pode se suicidar?"
A vida em si, a oportunidade de existir, de dispor de tempo e de consciência, de um animal ou de um ser humano é o dom mais maravilhoso que Deus concede às suas criaturas. Rejeitar este dom de livre vontade, é um acto de profundo egoísmo e rebeldia contra Deus em primeiro lugar. Estar vivo é uma benção, porque Deus se continua a estender O seu favor sobre o tempo que nos é concedido, é porque Ele assim o determinou.
A bíblia dá-nos várias instruções no sentido de que devemos cuidar de nós mesmos, do nosso corpo, da nossa mente, afinal são estes a morada do Espírito Santo.
Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
1 Coríntios 6:19,20
Esta passagem afirma que o nosso corpo é o Templo do Espírito Santo, comprado por bom preço, portanto Sua morada (e propriedade); e as outras passagens de Mateus, Marcos e Lucas afirmam que o único pecado sem perdão é a blasfémia contra o Espírito Santo; Coincidência ou não, estes versículos complementam-se muito bem e alguém poderia até dizer que nos trazem uma luz sobre a ideia de que o suicídio não é um pecado comum, capaz de ser cometido debaixo da Graça, e visto ser um atentado ao Templo (Morada) do Espírito Santo poderia ser considerado uma blasfémia, conforme descrito como o único pecado sem perdão?
Este versículo é perfeito para demonstrar que o acto de suicídio não é um acto tipicamente Cristão, mas ímpio. Não é um acto de dependência de Deus, mas do Ego; não é um acto de obediência, mas de rebeldia.
As nossas ordens e instruções são para que cuidemos de nós, sempre firmes, orando e vivendo na Esperança e Paz de Cristo, e estas ordenanças se cumpridas jamais podem ser compatíveis com o acto do suicídio.
Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo;
Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências.
Estes são os que a si mesmos se separam, sensuais, que não têm o Espírito.
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,
Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
Judas 1:17-21
(Há que salientar o uso da expressão "Conservai-vos")
As próprias palavras de Jesus, antecedendo os eventos que levariam à sua morte disse:
Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.
Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.
João 12:25,26
(Há que salientar o uso da expressão "Guardá-la-á")
A expressão "guarda-la-á" (referindo-se à vida) é totalmente inclinada para aqueles que O seguem e O servem.
-Como planeia um "Cristão" servir e seguir a Cristo suicidando-se?
-Quem se suicida, guarda a sua vida?
-Que testemunho de paz e esperança do Evangelho dá o suicida aos incrédulos optando por terminar a sua própria vida?
-Poderia uma pessoa estar em Cristo e fazê-lo mesmo assim? Tudo questões pertinentes para meditação.
A Passagem de Tiago 4, também nos faz pensar sobre a razão que leva alguém ao suicídio. Muitas pessoas afirmam que este acto é um acto de auto-ódio, mas é precisamente o contrário; o Suicídio é uma das maiores manifestações de egoísmo e auto-adoração.
Vejamos:
Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
Tiago 4:2-5
Um coração suicida cobiça aquilo que não tem, que não consegue alcançar em vida, e normalmente a morte é o escape para a frustração, a impotência e o desespero. Assim como as crianças que quando são reprimidas e não conseguem a satisfação das suas vontades, se arranham, se mordem e por aí fora.
A auto-flagelação começa sempre com buscar na dor o alívio para a raiva, para a decepção e para a insatisfação; assim como o suicídio é a tentativa de buscar o alívio para uma vida de frustração em relação às condições que não são favoráveis do ponto de vista do suicida. Nunca houve em tempo algum conhecimento de que uma pessoa super feliz e realizada, e contente com a sua vida se tenha suicidado deliberadamente. Então o suicídio é o resultado de um ódio pelas circunstâncias que alguém não consegue superar ou reverter; Um ódio que tem de ser vazado, mas não é o ódio por si mesmo, mas o ódio que alguém pode ter por não conseguir que a realidade se molde às suas próprias expectactivas. A passagem acima afirma isso mesmo: -"Cobiçais e nada tendes", (Olhos e corações postos nas coisas erradas) de seguida afirma, "matais e sois invejosos e nada podeis alcançar" (Inveja dos prazeres do mundo que não se tem e que se deseja obssessivamente e que levam à morte seja ela homicídio para se obter o que os outros têm ou suicídio pelo cansaço de não se ter o que se deseja). "Pedis e não recebeis, porque pedis mal para o gastardes em vossos deleites", é exactamente o que Deus nos quer ensinar aqui; Pedimos coisas mundanas, satisfações terrenas, desejamos o prazer e a concretização das nossas vontades a todo o custo, e por isso Ele nos nega a satisfação das nossas necessidades. Deus não nos alimenta a paixão pelo mundo, muito pelo contrário, e por isso o versículo seguinte é o que refere: " não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus". O "Cristão" suicida é amigo de Deus, ou amigo do Mundo? Não podemos crer que amigos de Deus desejem morrer, pois Deus é o propósito de toda a Vida.
O Espírito de Deus quer para nós a Santificação (processo pelo qual nos afastamos dos amores do mundo, focando os olhos e o coração nas coisas celestiais), por isso quando negamos a Sua intervenção nas nossas vidas, e O rejeitamos deliberadamente (em consciência), estamos literalmente a passar-lhe um atestado de inutilidade. É um processo contínuo de rebelião que acaba sempre mal, com a morte; o suicídio é só um desvio para cortar caminho. E isto porque a própria passagem nos diz "Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?"
Mesmo que um Cristão esteja salvo, quando peca, há sempre uma reacção normal de contrição, vergonha e arrependimento, operada pela Graça que expõe e denuncia a razão pela qual cedemos ao pecado, que é no fundo o afastamento de Deus; por isso nas alturas que estamos menos próximos Dele, mais nos aproximamos do pecado. O nosso perdão passado, presente e futuro foi conquistado na Cruz, no acto da conversão, contudo acompanha-nos sempre a necessidade de pedir perdão a Deus, mesmo que esse pecado em questão cometido já tivesse sido perdoado. Isto acontece naturalmente pela contrição, no processo da regeneração e santificação.
Esta visão de perdão no suicídio para um Cristão só faz sentido se quisermos dizer que o Sangue de Cristo tem poder até para lavar o pecado do suicídio, o que é óbvio que tem, mas simultaneamente só é possível defender isto em coerência se com muito esforço emocional quisermos inventar uma justificação para defender que uma pessoa pode ser simultaneamente Cristão e suicida, e isto lamentavelmente não tem respaldo bíblico. É aqui que entra novamente a chamada Verdade eliminatória para com bom senso julgarmos cada situação naquilo que podemos, e no que não podemos, entregar nas mãos de Deus.
A personagem de Jó, é o maior exemplo bíblico de que o Suicídio nunca pode ser a resposta para um verdadeiro Cristão. Aquela que é a personagem histórica com maior legitimidade para cometer suicídio, permaneceu firme na dependência do seu Deus, perseverando pela Fé.
Onde está a Fé no suicida? Onde está a dependência de Deus no suicídio? Onde fica também a Graça no acto da auto-punição? Onde fica a esperança nas promessas de Cristo no desespero do suicida? Todas estas questões são pertinentes quando se pretende abordar o tema do Suicídio, e que devem ser exploradas, disseminadas e ensinadas na prática da exposição das Verdades Bíblicas.
Brincar de Teologia é um grande perigo e uma falta de zelo incrível, quando é feito nas redes sociais, de forma imprecisa e inconsequente.
Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.
Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.
Jó 2:9,10
A mulher de Ló, representa alguém que defende que o suicídio pode ser uma solução viável para o desespero, e instiga o seu marido a considerá-lo como opção, contudo Jó (Um Verdadeiro Cristão), mostra-lhe o que a Fé e a Graça fazem por nós nas alturas de maior desespero e sofrimento.
A Bíblia menciona seis pessoas específicas que cometeram suicídio: Abimeleque (Juízes 9:54), Saul (1 Samuel 31:4), o escudeiro de Saul (1 Samuel 31:4-6), Aitofel (2 Samuel 17:23), Zinri (1 Reis 16:18) e Judas (Mateus 27:5).
Cinco deles eram homens pecadores e perversos (não se sabe o suficiente sobre o escudeiro de Saul para fazer um julgamento a respeito de seu caráter mas pelos restantes exemplos prevê-se uma ordem sistemática); Parece bastante evidente que existe um padrão para o suicida (Pecador e perverso), e sabendo que a Bíblia é um manual de exemplos de vida, contrastes entre comportamentos e consequências, e que serve o propósito de nos ensinar a pensar e agir, o facto de só salientar homens ímpios associando-os ao suicídio torna legítima a hipótese de afirmar que o suicídio é de facto um comportamento ímpio de rebeldia. Alguns consideram Sansão um exemplo de suicídio (Juízes 16:26-31), mas o seu objectivo era matar os filisteus e não a si mesmo, reconciliando-se com Deus; portanto outra questão completamente diferente. Sansão foi um mártir, e não um cobarde, e Deus auxiliou-o nesse sentido, o que prova que não houve pecado ali. Deus não auxilia ninguém a cometer suicídio da mesma forma que Ele não tem participação alguma com o mal (Salmos 5:4), nem contribui para a prática do pecado. Então proferir que Sansão é um caso de suicídio legítimo é literalmente uma Blasfémia.
Judas é a segunda personagem juntamente com Jó mais importante no que diz respeito ao tema do suicídio na Bíblia. Por um lado temos Jó: o exemplo perfeito de um Homem fiel, temente a Deus, que foi ferido, tentado, violentado de todas as formas e feitios mas permaneceu com muita dor e agonia esperançoso nas promessas de Deus, e sempre obediente. Judas por outro lado: O exemplo perfeito de alguém em negação, acreditando ser um servo fiel, demonstrando uma aparente fé, seguindo a Cristo, vendo com os seus próprios olhos os Seus milagres, ouvindo a voz do Deus vivo e as palavras de poder que proferia; contudo nunca nasceu de novo.
Aparentava ser piedoso, mas era um ladrão (João 12, 4-5-6); Fingia ser genuíno, mas era falso e traiçoeiro (Marcos 14, 10-11); Fingia ser leal, mas era hipócrita e mentiroso (Marcos 14, 17-18-19-20);
Curioso que Judas traiu a Jesus e arrependeu-se conforme descrito em (Mateus 27, 3-4-5); Mas o próprio Jesus afirmou que a todos guardou, menos a Judas que se perdeu em (João 17:12).
Sabemos que Judas é uma das 6 pessoas que se suicidou na Bíblia, e sabemos que ele era seguidor de Cristo; sabemos também que ele se arrependeu segundo a descrição de Mateus referida acima, contudo sabemos que ele não foi salvo, pela própria boca de Jesus que o disse.
Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.
João 17:12
Então pode um seguidor de Cristo se arrepender dos seus pecados, seguidamente suicidar-se e ser salvo? Se sim, porque Judas foi condenado? Porque foi o arrependimento de Judas não contabilizado e o seu pecado não perdoado? Então faz Deus acepção de pessoas? Qual a diferença? Pedro negou a Cristo 3 vezes mesmo depois de ter praticamente jurado que nunca o faria. Porque não se suicidou ele também? Judas NUNCA foi regenerado, e embora tivesse convivido com Cristo, O servido, O acompanhado, nunca fez Dele a prioridade na sua mente e no seu coração. Esta é a grande diferença que faz toda a diferença. Por isso o seu suicídio não teve perdão. Por isso é um pouco impreciso chamar um suicida de Cristão só porque ele aparentava ser Cristão. Sabemos bem que ao lado do Trigo está o joio, esperando a ceifa. Podemos perguntar; quem parece mais apto ao suicídio? O trigo ou o joio?
Curiosamente é o conceito do que é ser "Crente" que torna esta questão tão confusa e pouco clara, pois hoje em dia basta alguém afiliar-se a uma denominação, fazer parte de uma esfera dita "evangélica" ou "Cristã", e de repente já é "Crente ou Cristão".
Judas é o exemplo daquele tipo de "Crente" (joio) que tem uma aparente intimidade com Deus, aquele que ninguém pode suspeitar qual será o seu fim, nem mesmo os seus irmãos na fé. Quando Jesus afirmou que um dos 12 o trairia, todos se entristeçeram, e mesmo aí ninguém poderia imaginar que atrás da aparência de piedade e de justiça de Judas estaria um traidor que só tinha os seus interesses pessoais em mente.
Judas é aquele "irmão" que muitos irmãos idolatram ao ponto de fazer atrito para os defender mesmo sabendo que não têm a razão; criar separação e intriga para os justificar e defender, deturpando a Palavra para criar espaço para integrá-lo à força no Reino de Deus, usando o amor pelo próximo misturado com idolatria como primeiro recurso. Nós Amamos a Deus primeiro, por isso amamos o nosso próximo em seguida, e cedemos apenas até ao ponto em que isto não confunde as nossas prioridades e percepções da Verdade. Porque Muitos "crentes" espalhados por este mundo fora, até aqueles que se sentam aos nossos lados nos bancos das congregações que frequentamos podem ser um Judas à espera de acontecer. É muito infeliz que tenhamos de nos confrontar com estas realidades, mas temos de estar preparados para lidar com todas as situações, sempre firmados na Verdade, com prudência e equidade para julgar todas as coisas que nos é possível julgar, e deixar nas mãos de Deus as que nos ultrapassam.
Sabemos que nem todos herdarão o reino dos Céus, e entrarão pelos portões da Cidade Santa, portanto antes de querermos garantir que aqueles que nós desejamos, entrem lá mesmo à força, pelos nossos próprios ajustes à Verdade, entreguemos nas mãos de Deus as coisas que não podemos julgar particularmente, mas falemos com convicção e firmeza das coisas essenciais que aprendemos. Trair o nosso Deus, para justificar o nosso emocionalismo em relação aos Homens é um pecado lamentável que tem revelado mais Judas que Jós, e por isso temos cada vez mais pessoas a pensar que o suicídio pode ser uma opção; até aqueles que se dizem Cristãos.
Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro.
Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;
Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vómito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.
2 Pedro 2:20-22
Afirmar que O suicídio não tem perdão, porém parece simultaneamente dizer que o Sangue de Cristo não teria poder para o abranger, pois bem sabemos que nada nos pode separar do amor de Deus (Romanos 8:38-39), e que o sacrifício de Cristo na cruz perdoou todos os nossos pecados: passados, presentes e futuros (Colossenses 2:13-14, Hebreus 10:11-18).
Mas a questão em si é, permitiria Deus que um dos seus filhos fosse levado a tal desespero, privando-o do escape que sabemos que Ele dá aos Seus, como referido em (I Corintíos 10:13)? Ou Ele só deixa alguém à mercê das suas misérias e desespero quando a pessoa em questão é ímpia e rebelde, e Deus a rejeita então no Seu coração?
Nunca poderemos saber por certo a forma como Deus opera a Salvação na vida de cada um, segundo as Suas grandes misericórdias, e não é portanto nosso papel nos debruçar demasiado em questões que promovem divisão, contendas e sobretudo dão um péssimo exemplo do que é a Fé, a Graça e a Paz do Evangelho de Cristo.
O que dirá o mundo de Cristãos que usam do suicídio como escape aos seus problemas? O que dirá o mundo da grandeza da Graça, e da paz de Cristo se os próprios Cristãos acabam na desgraça?
Toda esta temática gerando confusão na internet, entre comentários perniciosos, insultos imorais, arrogância intelectual, e blasfémias pseudo-teológicas só parecem incentivar pessoas a acreditar que o suicídio é uma resposta, num mundo, onde toda a pressão social tem empurrado multidões para esse caminho, havendo taxas de suicídio alucinantes, disparando para números assombrosos anualmente. Cada ano que passa aumentam exponencialmente, e os "Teólogos da esfera Cristã" estão agora preocupados não em falar do perigo da apostasia; não em falar sobre o problema da destruição da família; não preocupados em falar e preparar as Igrejas para a agenda do anti-Cristo; mas sim interessados e motivados para falar sobre como o suicídio é um pecado perdoável. Parece que a agenda da despopulação agora também está entregue nas mãos dos Líderes de opinião Evangélica, que com as suas subtilezas dão margem para começar em breve um movimento de "Cristãos Kamikaze" descansando na idéia que o seu suicídio será naturalmente perdoado e que logo logo acordarão no Paraíso.
Se não se tratar este assunto com a maior seriedade, corre-se o risco de se fazer chegar aos olhos e ouvidos dos mais ignorantes, opiniões e parágrafos descontextualizados que são verdadeiros hinos de apoio/incentivo) ao suicídio.
Afinal se sonhamos com a Eternidade e esta está disponível do outro lado de uma caixa de comprimidos, ou do fio de uma navalha, porque não acelarar o processo?
O cristão kamikaze é mais uma "moda" à espera de acontecer; contudo aguardamos com fé e esperança a volta do nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo que é ELE quem segura com mão firme a Sua Igreja, e que com Ele somos mais que vencedores. Quando ao nosso corpo e à nossa vida, os entregamos nas mãos Dele, para que nos guarde das perigosas subtilezas do maligno, e nos restaure nas Suas infinitas misericórdias.
Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.
1 Coríntios 3:11-17