Nós precisamos acreditar no Amor!
Disse Platão o célebre filósofo grego: "Até o analfabeto se torna poeta, quando o amor se apodera dele";
O amor inspira poesia, literatura, ficção, arte e impregna toda a nossa cultura para motivar o ser humano a buscar incessantemente esse sentimento que traz êxtase e felicidade.
Quando "descobrimos" "o amor", a vida ganha sentido; o mundo descobre outra dimensão; e a consciência é bombardeada de toda a espécie de bons sentimentos; O Amor traz paz, felicidade, positivismo, alegria, paciência, tolerância, generosidade, dedicação, altruísmo; O amor faz com que o insignificante se sinta importante, e o perdido se sinta encontrado; O amor pode transformar vidas, e resgatar do pior dos lugares qualquer pessoa.
O amor trás esperança, direção e propósito; Como diz o sábio provérbio popular: "Nós deixamos de nos amar, quando ninguém nos ama";
No mundo, todos desejam que alguém morresse de amor por eles, e a boa notícia é que alguém já morreu por amor tanto por mim como por você!
O amor que os Homens tanto esperam uns nos outros, está em Jesus, e a cruz é o Seu testemunho!
Tantos Homens pensadores têm contribuído para decifrar, catalogar, definir o conceito do Amor; Tanto foi dito, e tanto ainda há por dizer nesse sentido.
Nós sabemos que a realidade básica das nossas vidas não pode ser apenas este turbilhão de emoções confusas, de expectativas frustradas, e insegurança face ao futuro que se apresenta incerto.
O amor ajuda-nos a ultrapassar o peso da solidão, e a ver propósito para andar em frente, ainda que muitas vezes, sem aparente destino.
Deus criou o Homem e lhe deu uma companheira para que não ficasse só (Génesis 2:18);
A bíblia ainda ensina que: "Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa."(Eclesiastes 4:9-12)
O Homem foi criado por Amor, e para o Amor, pois a bíblia mesmo descreve que: "O amor é o vínculo da perfeição" (Colossenses 3:14).
O problema é quando o conceito de amor é deturpado, ou quando o amor é mal direcionado em ordem de prioridade, desviando-se do alvo.
O Amor é o tema por excelência de toda a obra do pensamento humano, e seu conceito equivocado, a origem de toda a malignidade e pecado.
Todo o nosso tempo é desperdiçado a representar a nossa frustração ou dependência no que diz respeito ao amor que não sabemos definir e praticar.
A maior homenagem ao Amor e por certo a melhor definição alguma fez feita, não está na boca dos humanistas e seus pensadores, mas na Palavra de Deus que diz:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
1 Coríntios 13:1-8
É na PALAVRA DE DEUS (A Bíblia) que vamos descobrir toda a extensão do Amor, sua origem, seu significado, seu alvo, seu propósito, Sua dimensão e fundamento.
Mas antes de aprofundarmos nas passagens bíblicas a fundo, vamos contemplar a visão do mundo sobre o amor.
"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."
(Nietzsche)
"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas exactamente como elas não são."
(Nietzsche)
"Como são sábios aqueles que se entregam às loucuras do amor!"
(J. Cooke)
"É muito melhor viver sem felicidade do que sem amor."
(William Shakespeare)
A "Loucura do amor" é celebrada pela cultura, enquanto a "Loucura da pregação" é desprezada (1 Coríntios 1:21).
A razão porque a cultura celebra o amor, é porque o amor já foi por eles deturpado para servir a carne na prática do pecado.
Se o mundo entendesse o amor como ele deve ser entendido, tendo Deus no centro, eles também igualmente desprezariam o amor.
Uma outra passagem nos ensina a entender bem o amor na origem, no fundamento e seu destino final prático:
Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
Nisto se manifestou o amor de Deus para connosco: que Deus enviou seu Filho unigénito ao mundo, para que por ele vivamos.
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.
Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor.
Nisto conhecemos que estamos Nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito.
E vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo.
Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus.
E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.
Nisto é perfeito o amor para connosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo.
No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.
Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.
Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?
E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.
Amar o Amor e desprezar a Deus que é a origem do Amor é uma contradição; Esta é a verdadeira loucura.
Na descrição de Paulo aos Coríntios, resumindo ele acaba o capítulo chamando a atenção dos crentes a contemplar 3 valores importantes, dos quais O Amor é o principal:
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
1 Coríntios 13:13
A Fé proporciona aos olhos ver o que nos era oculto, e acreditar na realidade que nos é ainda distante; a Esperança ajuda-nos a organizar os sentimentos e a motivar os comportamentos, porém o Amor é o fundamento que simultaneamente contextualiza a fé e a esperança, assim como estabelece em coerência os princípios da motivação e do propósito, nos quais construímos diariamente as nossas convicções.
Quem não ama, não tem razão porque viver! Nós precisamos da Fé para acreditar no amor, e da esperança para desenvolvê-lo.
A discussão filosófica sobre o tema do Amor, tem início no questionamento da "natureza do amor".
Os seguintes termos gregos são usados pela área da filosofia na tentativa racional de descrever as 3 mais abrangentes manifestações do amor reconhecidas pela experiência: Eros, Philia e Ágape;
"Eros" (em grego: Ἔρως) (do termo erasthai) descreve um amor apaixonado e muitas vezes simbolizado como desejo sexual (do grego erotikos).
Platão argumentava que este tipo de amor é algo que nunca será satisfeito desde que surge até desaparecer (um amor efémero); O Amor "erótico" é um desejo que visa somente a contemplação da Beleza e prazer fugazes, e como tal tende a desvanecer rapidamente, pois os estímulos que o alimentam também são em si voláteis e passageiros.
Eros, assim, relaciona-se sobretudo com a busca da beleza ideal, da perfeição contemplada; que muitos conhecem como -o amor platónico- (de Platão).
O culto "da forma" como expressão de "divindade" onde "O Belo", ganha uma identidade ou conotação divina, impregnou a cultura (pela mão do Diabo), de tal forma que até Platão naquela altura, já considerava que a beleza era a ideia (forma) acima de todas as outras ideias; Aristóteles viu uma relação entre o belo e a virtude, argumentando que "A virtude visa à beleza, e a Beleza à Perfeição" e isto perdura até hoje no narcisismo da nossa cultura idólatra.
Eros aborda parte interessante do nosso universo sensorial, que de alguma forma atesta para o nosso entendimento do Amor, mas está incompleto, pois existem outros contornos que definem ainda outros aspectos do amor experimentado.
Enquanto Eros abarca desejo e beleza, - Philia - (em grego: φιλíα) demonstra um amor "social", ou filial (origem da palavra Filiação). A amizade como expressão do amor, (o amor amistoso) mas não somente amizade, como lealdade à família, à comunidade, ao trabalho, etc.
O Termo em si está intrinsecamente ligado a um conceito de nobreza de carácter e virtude na forma que um ser humano deve relacionar-se com outro. Um sentimento maior que visa o bem estar, a aprimoração da vida através do acto de conceder felicidade; a partilha da entrega pessoal (mútua) entre pessoas, que visa o bem uns dos outros para o bem estar geral de todos (Daí que o melhor exemplo deste tipo de amor seja o amor comum entre família).
Philia demonstra cuidado, interesse, responsabilidade, empatia, entrega, cumplicidade, protecção, etc. Desta forma podíamos ainda distinguir este tipo de amor, em 3 formas distintas de se apresentar.
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Philia baseada na vantagem mútua (amor para o que é útil).
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Philia baseada no prazer mútuo (amor para o que é agradável).
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Philia baseada na admiração mútua (amor para o que é bom).
Embora Philia aborde outros pontos interessantes, e contribua para um melhor entendimento do "Amor", não ficamos totalmente esclarecidos no que diz respeito a alguns aspectos atribuídos ao conceito.
Ágape (em grego: αγάπη) por sua vez, entra directamente noutro patamar, e embora tanto Eros e Philia partam primeiramente do Homem, como sentimentos que humanos partilhem entre si, Ágape define o amor de Deus para com os homens, que por sua vez inspira o sentimento possível do amor dos homens para com Deus - sendo extensivo também para o amor fraternal a toda a humanidade (O amor ao próximo);
Este Amor é o Amor completo, e por isso envolve elementos de Eros (no que diz respeito à contemplação da perfeição, sendo Àgape um amor Perfeito (O Amor que tem origem na beleza e perfeição sublimes de Deus); e de Philia um amor fraternal Mútuo (Que parte de Deus para com os homens, e dos Homens para com Deus).
Ágape é portanto um Amor mais elevado, do qual é possível percebermos não só o conceito de Amor físico e do Amor fraternal, mas de Amor espiritual, de onde procedem ideias humanas como "Almas gémeas", "Amor eterno", e "Amor incondicional".
É deste Amor completo que vamos em diante abordar à Luz das Sagradas Escrituras, e entender melhor do que se trata.
-O AMOR DE DEUS
Se -O Amor- não possui uma "natureza" que possa ser identificável, podemos contudo questionar se temos a capacidade intelectual para compreendê-lo: o amor pode ser parcialmente descrito, ou insinuado, numa exposição dialéctica ou analítica, mas nunca compreendido se não for experimentado e conhecido no universo interior. Neste sentido o amor está na categoria de conceitos transcendentes, muito para além de uma consciência escravizada à objectividade intelectual. Mais importante do que definir é valorizar; Mais legítimo do que reconhecer é conhecer; mais honroso do que contemplar é viver;
A dificuldade em entender o amor, ou ainda explicá-lo, procede da sua complexa natureza divina; O amor é um atributo Divino, e é o atributo por excelência, que melhor nos aproxima de Deus pela experiência vivida (Como cidadãos, Pais, filhos, amigos, amantes); O Amor que desenvolvemos uns pelos outros, e até pelos animais (de estimação), e pela natureza em geral, procede directamente da centelha Divina colocada em nós, pela imagem e semelhança da qual fomos feitos (Gênesis 1:26). Esse é o amor que faz pessoas morrerem por amor, sacrificarem-se pelos outros, colocarem-se em perigo para salvar outra vida, ou ainda, pela empatia sentir o sofrimento dos outros como se fora causado a eles mesmos. Este é o amor que nos faz sensibilizar emocionalmente ao ver vídeos inspiracionais na Internet, ou ainda chorar descontroladamente a ver filmes de entretenimento que sabemos não serem reais. Quem pode explicar racionalmente e cientificamente o sentimento do Amor?
A Verdade é que temos estas reacções involuntárias, porque somos criaturas emocionais, formatadas pelo Amor de Deus para existir em Amor. Porque nos afastamos de Deus é que vivemos coisas como solidão e amargura; carência e frustração. Nada sabemos sobre nós mesmos, e muitas vezes achamos que há algo de profundamente errado em nós pela forma peculiar como sentimos as coisas e nos entregamos a sentimentos confusos e auto-destrutivos, simplesmente porque não sabemos nada sobre quem Deus é, e a razão pela qual Ele nos criou em primeiro lugar.
Se ao menos soubéssemos quem nós somos, a nossa pobreza, miséria e insignificância perante Deus, talvez percebêssemos o Amor de Deus em todas as coisas, e não cairíamos na arrogância de presumir que o Seu amor é algo que pode ser desprezado.
Deus Diz:
Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é a fortaleza.
Por mim reinam os reis e os príncipes decretam justiça.
Por mim governam príncipes e nobres; sim, todos os juízes da terra.
Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão.
Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e a justiça.
Provérbios 8:14-18
A ORIGEM DO AMOR
Deus não somente "criou" o Amor, ou fez-nos objectos do Seu amor, mas a Bíblia descreve que: Deus é Amor.
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
1 João 4:8
Afirmar que Deus -É- Amor, serve o propósito de mostrar que o Amor só pode realmente ser entendido na natureza de Deus, pois é NELE que o amor tem origem. O Amor é um dos inúmeros atributos da Essência de Deus e é tão antigo como a existência Do Próprio Deus, e podemos testificar disto pelas Palavras Do Senhor Jesus em dizer na Sua oração Ao Pai: "porque tu me amaste antes da fundação do mundo." (João 17:24);
Ora um Amor que precede toda a Criação, só faz sentido, havendo uma relação entre A Própria Trindade de Deus, onde O único Deus se relaciona entre Si, nas 3 Pessoas que O compõe: Pai, Filho e Espírito Santo.
Na Bíblia encontramos expressões como: "Pois o mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes, e crestes que saí de Deus". (João 16:27); Ou "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele." (João 14:21); ou ainda "...porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (Romanos 5:5); para que fique bem claro que O Amor está presente em toda a obra gloriosa de Deus, manifesta pelas 3 Pessoas da Trindade.
Realmente DEUS É AMOR, e é o amor que Ele tem primeiro entre Si mesmo, que define a forma como Ele se relaciona connosco, e como nós aprendemos a nos relacionar naturalmente uns com os outros, e também a forma como Ele se relaciona com o pecado. Deus ODEIA o pecado, precisamente porque Ele É UM DEUS DE AMOR.
O conceito complexo e distinto de amor deve sempre ser espelhado na Natureza Eterna de Deus; Um amor eterno, incondicional, infinito. Sem reconhecer a existência de Deus, definir o Amor é um exercício inútil, assim como valorizá-lo. Nós Amamos, porque reconhecemos que amar é valorizar, e só valorizamos porque atribuímos ao amor uma linha de continuidade e propósito. Não poderíamos amar nada nem ninguém, se Deus não tivesse gravado no nosso DNA atributos que Ele mesmo representa em Sua Natureza Perfeita e Eterna.
O Amor Ágape portanto é o amor que nos permite reconhecer e conhecer a Deus, amá-Lo e Valorizar o Seu Amor por nós, e sem ele, é impossível de facto amarmos qualquer outra pessoa de verdade ou a nós mesmos, muito menos, a Deus.
Nós o amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro.
1 João 4:19
O ALVO DO AMOR
Como entender então na verdade um Amor que procede da Eternidade de Deus, sendo nós criaturas mortais e terrenas? Se somos tão insignificantes, como podemos entender a magnitude de tal amor?
O Apóstolo João, não podendo ele mesmo encontrar palavras para expressar esse imenso amor, descreve simplesmente que "Deus amou de tal maneira" o mundo (Sua Criação) ao ponto de dar O Seu ÚNICO Filho em sacrifício, para demonstrar a Grandeza e a Nobreza das Suas intenções para connosco.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3:16
A Bíblia ainda vai mais longe e diz que Deus amou-nos quando nós éramos ainda pecadores! Ou Seja O Amor de Deus não foi direccionado por haver "boas condições a nosso favor"; Por isso a nossa salvação, e resgate do pecado operado por Jesus não está intimamente ligado ao nosso valor como criaturas, mas ao valor do Amor de Deus por nós.
Mas Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 5:8
Mas Deus entrega O Seu filho para morrer por nós, é porque nos ama mais a nós do que a Ele? Para muitos isto pode parecer ser o caso, mas não é a realidade Bíblica. Embora muitos de nós possamos entender parcialmente alguns aspectos da grandeza do Amor de Deus, jamais entenderíamos a plenitude desse amor, enquanto vivermos em corpos mortais, aguardando a Glorificação (O estado de perfeição da comunhão Eterna com Deus que nos está reservada para a eternidade);
O Amor de Deus é Altruísta, coisa que nenhum de nós pode verdadeiramente entender.
Entendemos altruísmo como um atributo nobre de carácter pelo qual um Homem tem os interesses dos outros em primeiro lugar, ao tal ponto de que qualquer acção cometida em benefício do outro, não seja impedida mesmo que traga prejuízo garantido sobre aquele que a pratica. Muitas pessoas têm uma noção errada de altruísmo, achando de que se trata de solidariedade, ou de benevolência no sentido de se dedicar tempo a ajudar os outros, e por isso muitos também associam a Filantropia ao Altruísmo, mas equivocadamente.
Altruísmo requer que o desejo de fazer o bem, parta de uma condição de total desapego ao benefício, de tal forma que, não só não traga o benefício, mas que ainda lhe esteja inerente uma consequência de prejuízo. Altruísmo é o amor sacrificial, e é em Cristo que vemos o mais nobre e glorioso exemplo desse Amor incompreensível.
Porque razão temos no início da Bíblia um episódio envolvendo um Filho sacrificado, se Jesus Só foi entregue para sacrifício noutra dispensação temporal? A morte de Jesus na Cruz acontece descrita no Novo Testamento, Porém a História de Abraão e Isaac estão no Antigo Testamento. Que têm estes episódios em comum?
Considere-se:
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-Deus aparece a Abraão, e promete multiplicar grandemente a sua descendência, ainda que sua mulher era estéril, e sua idade já fosse extremamente avançada para considerar tal possibilidade; (Gênesis 17:2)
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-Deus concede a Abraão e a Sara aquilo que entendemos ser "O Filho da Promessa" (Isaac) conforme descrito nas escrituras; (Gênesis 21:5) (Gálatas 4:28)
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-Deus pede a Abraão para sacrificar O Filho que tinha sido a Bênção que Ele mesmo havia concedido em primeiro lugar, e descreve "O teu único filho a quem amas" (embora Ismael existisse). (Gênesis 22:2)
Que entendemos apenas destes 3 momentos?
Deus "brinca com os sentimentos das pessoas"? -NÃO!
Deus precisa testar alguém para saber a extensão da Fé de cada um de nós, sendo omnisciente? -NÃO!
Deus é mau e injusto? -NÃO!
Esta passagem descreve ainda um quarto momento, e é neste momento que realmente entendemos a grandeza do Amor de Deus.
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-Deus impede Abraão de sacrificar seu filho, e ao invés disso, providencia um cordeiro para morrer em seu lugar. (Gênesis 22:11-13); ainda refere "O temor" como algo necessário para passar aquela provação.
Deus não precisava testar Abraão para saber se este o temia; mas era necessário que Abraão fosse testado, para demonstrar o temor do qual Deus se agrada nos Seus filhos. Deus não nos testa para nos conhecer, testa-nos para que nos conheçamos. O Temor nas provações é um tema bastante constante nas lições Bíblicas e não está ligado ao "medo" como muitos pensam equivocadamente, mas à sujeição e ao amor com respeito e confiança;
O Apóstolo Pedro diz: "Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo;" (1 Pedro 1:7); e ainda: "Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no facto de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado." (1 Pedro 4:12-14);
Ora, as provações não são instrumentos de medida para Deus medir a fé daqueles que professam a Cristo, antes para os que professam a Cristo praticarem o Temor (que é a Sujeição), com o propósito de "redundar" em louvor, glória e honra na revelação de Cristo; Tiago também diz: "Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam." (Tiago 1:12); Abraão, foi escolhido para demonstrar em Isaac a sujeição exemplar que os filhos de Deus devem ter quando amam a Deus; e sempre que somos provados neste sentido, é para nosso crescimento na comunhão com Deus, e isso é transformado em Glória que é o propósito de sermos chamados e eleitos por Deus; A Eternidade de Adoração, exaltação, Louvor e Glorificação de Deus, -Em Cristo.
Para quem ainda não entendeu, o episódio de Abraão e Isaac, foi desde o início, colocar os nossos olhos naquele cordeiro que Deus proporcionou. Deus referir a Abraão "O teu único filho a quem amas" (embora Ismael existisse) (Gênesis 22:2) foi para referir já ali "o sacrifício de Jesus" (Seu Filho) séculos antes de esse evento tomar lugar. Isaac não era o único filho de Abraão, mas era o Filho associado à Aliança entre Deus e Abraão, da mesma forma que Jesus era já ali a promessa da nossa Salvação, espelhado na figura "subtil" do cordeiro.
Deus impediu Abraão de sacrificar seu único Filho por causa do Amor eterno que Ele já tinha manifestado por nós. O de sacrificar SEU ÚNICO FILHO em nosso lugar. A substituição de Isaac pelo Cordeiro, é a demonstração gloriosa de Jesus Cristo "O CORDEIRO DE DEUS", (João 1:36) morrendo na cruz do Calvário por cada um de nós.
Abraão estava demonstrando para registo futuro, e atestando para o Plano eterno de Deus em salvar o homem, proporcionando O Cordeiro Substituto; Isso é evidente na resposta de Abraão ao seu filho quando este na sua inocência perguntava onde estava o sacrifício: "Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho" (Gênesis 22:7,8);
A História de Abraão e Isaac era a profecia de Deus para a promessa, e a Aliança que Ele faria com todos os que O Temem e O amam, (Não somente os Judeus) de não terem de ser imolados no fogo do inferno. Jesus é a peça centro de todo O Amor de Deus, e O grande exemplo da Glória da qual esse Amor faz parte.
Este é o Amor sacrificial de Deus, que, para nos continuar a abençoar com o privilégio de termos comunhão com Ele pela eternidade, permitiu que Seu próprio Filho fosse sacrificado por nós.
Então qual é o Alvo do amor de Deus?
O alvo principal do amor de Deus é -A comunhão-; uma das mais belas e sublimes características que A Trindade revela entre O Pai, O Filho e O Espírito; da qual nós criaturas pecaminosas e miseráveis, fomos desprovidos pelo pecado de Adão e Eva, mas agora somos novamente incluídos pelo Seu Amor, para nos tornarmos os maiores beneficiários, em Cristo. (Romanos 5:12-21)
Essa comunhão, é a Glória que Jesus descreve: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse." (João 17:5);
O Amor de Deus visa a comunhão connosco, porque nós precisamos da comunhão com Ele para viver. O pecado trouxe a morte a todos os Homens (Romanos 5:12), e a comunhão pelo Amor de Deus, irá restaurar-nos ao formato original, quando a Seu tempo formos glorificados. Porque Deus é amor, e sabe que fora Dele não há vida, predispôs-se a enviar Seu Filho para sofrer em nosso lugar a ira Santa para com o pecado. Como é necessário fazer um processo de descontaminação radical antes de se entrar em algum ambiente de laboratório esterilizado, assim temos de passar por processo semelhante para entrar no reino dos céus, pois estamos contaminados com o pecado. Este é o Símbolo do Holocausto na História de Abraão para a purificação do pecado.
O Amor de Deus purifica-nos pelo sacrifício de Jesus, para que não sejamos submetidos à "descontaminação" (ira de Deus); Ora se alguém não estiver purificado pelo Sangue redentor de Jesus, pode entrar e contaminar O Reino dos Céus, tão somente para que Deus não seja injusto? Não é o Amor de Deus visível na gloriosa Obra da Redenção? Não nos avisa Ele, da mesma forma como avisou Moisés para se descalçar ao pisar em terra Santa? (Êxodo 3:5) Ou para Deus ser Amor como o Homem entende, Deus tinha de também amar o pecado e coabitar com ele para nossa conveniência?
Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.
Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
Romanos 8:6-8
A comunhão que Deus tem entre as 3 Pessoas da Trindade é pura e Santa e para nós termos comunhão com Ele, temos de ser purificados e Santificados; O objectivo das provações é produzir esse resultado, que é transformado em Glória, e isto porque A Glória é a manifestação da Grandiosidade de Deus em todas as coisas.
Se é em todas as coisas, não será tanto mais, nessa obra que é produzida em nós? E não é Cristo glorificado, sendo Ele O Consumador da Obra? (João 17:4)
A Comunhão como alvo do Amor de Deus é para a União, da criatura com o Criador, razão pela qual fomos primeiramente feitos à Sua imagem e Semelhança; União em Unidade, União em Santidade!
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.
João 17:21-23
A DIMENSÃO DO AMOR
Partindo desta maravilhosa visão de Unidade em Cristo, para a União e comunhão eterna com Deus, vamos ver na Passagem de João 13, outro exemplo tremendo do amor de Deus demonstrado por Cristo.
Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.
João 13:1
"Amou-os até o fim" é uma expressão que pode ser desprezada por muitos ao primeiro olhar, contudo, esta expressão revela a dimensão do Amor de Deus na acção prática, coisa, que quando percebida, nos impacta de uma forma indescritível. Entender um amor assim é demais para nós criaturas odiosas, contudo, é maravilhoso de se contemplar.
Neste capítulo onde acabamos de ler o primeiro versículo, temos O Senhor Jesus estabelecendo a Sua mesa pela primeira vez. Esta foi a primeira vez que Ele se reuniu com os Seus discípulos ao redor desta mesa particular. A mesa era particular, porque a hora (o tempo) era também particular: "era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai"; A Ceia representa momento de intimidade, de cumplicidade, de partilha;
Nesta passagem podemos identificar 6 aspectos interessantes em relação a este Amor que Jesus professa.
Jesus tinha tido muitos problemas com estes homens em particular; Eles frequentemente não O compreendiam desapontavam-O várias vezes pela forma como agiam, ou pelas coisas que diziam demonstrando falta de discernimento espiritual (João 14:9) e até incredulidade; (Marcos 16:14) Jesus repreendeu severamente a Tiago e João pela sua atitude quanto a alguns (samaritanos) que tinham rejeitado a Jesus (Lucas 9:54,55) Porém, João viria a ser conhecido mais tarde como “o apóstolo do amor”―uma grande reviravolta para um homem que havia sugerido destruir toda uma aldeia! Dirigiu-se a Pedro como a satanás, porque O escandalizou com sua presunção (Mateus 16:23); Na realidade os discípulos eram pessoas básicas quando começaram a seguir a Jesus. Eles discutiam entre si sobre quem seria o maior (Marcos 9:33-35) (Lucas 22:24). Tiago e João cobiçaram as duas posições mais importantes no Seu Reino (Marcos 10:35-38); Enfim, eram homens pecadores como todos nós, e ignorantes também.
Isto mostra-nos que o amor de Jesus não era justificado por aqueles homens ao Seu redor serem merecedores; Jesus tinha suportado todos os seus defeitos ao longo daqueles três últimos anos. Mas Ele também sabia o que iria acontecer após aquela noite.
Ele disse a Pedro: "Antes que o galo cante, três vezes Me negarás" (Mateus 26:34); Ele sabia que Pedro iria negá-Lo três vezes, dizendo: "Eu não conheço esse Homem" (Marcos 14:71); Ele disse acerca de todos: "Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim" (Marcos 14:27).
A Verdade é que quando Jesus diz em João 13 logo no primeiro versículo "Amou-os até o fim", disse-o apesar de de saber que entre aqueles homens havia para contabilizar, escândalo, abandono, mentira, cobardia, avareza, ganância e traição; Aqueles Homens eram pobres e miseráveis, (como todos nós), contudo, amou-os até o fim.
Este é o primeiro aspecto a detectar sobre este Amor (O amor de Deus); Este amor não é ofendido pelas nossas falhas ou restringido por nossas contribuições medíocres. Ele não diminui o Seu amor por causa da nossa natureza. Podemos frequentemente desapontá-Lo, falhar para com Ele, entristecê-Lo, mas Ele continua amando-nos até o fim. Ele não usa os nossos fracassos contra nós, no que diz respeito à forma de nos Amar. Este é um tipo de amor muito diferente do nosso. Este é o Amor incondicional, de que poeticamente gostamos de idealizar, mas que nenhum de nós tem ou conhece, senão por Cristo.
O segundo aspecto sobre este amor é observado no versículo três, a primeira declaração no capítulo: "sabendo que o Pai havia colocado todas as coisas em Suas mãos" (João 13:3); A Humildade de Jesus é demonstrada no Seu Amor, de Sendo quem Ele É, recebendo Do Pai, TODAS AS COISAS, ainda assim, permanecendo humilde para amar Homens miseráveis; Quão grande é Jesus. Maior do que todos os outros. Isto jamais podia ser dito sobre qualquer outra pessoa que algum dia tenha pisado a Terra. Deus entregou-Lhe todas as coisas mas isso não O fez orgulhoso, a ponto de desprezar os homens. Ele não se fez superior a eles mas ao invés, humilhou-Se ao nível deles. Grande como Ele era, amou homens pequeninos tais como esses.
Este é o Amor condescendente, grande o suficiente para descer aos mais fracos e pequenos.
Como disse Confúcio sem saber que atestava para a nobreza Divina de Jesus: "A Grandeza de um Homem, está na forma como ele trata aqueles que nada podem fazer por ele". Jesus tratou-os com Amor, até o fim.
O Terceiro aspecto é entendido no acto de Jesus tomar da bacia e da toalha e lavar os pés dos discípulos ao seu redor (João 13:5); é notório que este amor não faz acepção de classes e de pessoas sendo um Amor servil.
Outro sábio provérbio diz: "Quem não vive para servir não serve para viver"; O Amor de Jesus é o amor que serve toda a vida. Jesus está pronto para dar vida a todos quantos O amarem e buscarem a Deus. O Amor de Deus não é só para "os grandes", mas para todos, grandes e pequenos. Disse Jesus: "Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também." (João 13:13-15);
A lição a aprender é que ninguém daqueles homens teve a iniciativa de tomar da toalha e da bacia e fazer aquele papel de servo. Os Homens não querem servir, mas ser servidos, e Jesus diz: "Aquele que se exaltar será humilhado e o que se humilhar será exaltado" (Mateus 23:12); A própria Bíblia nos esclarece que Jesus não veio para ser servido mas para servir (Mateus 20:28); o Cenário de um Mestre servindo o servo é algo sem precedentes e motivo para escândalo naqueles tempos. Jesus ensina que a Grandeza da humildade é maior e mais nobre do que a pequenez da altivez: "Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou." (João 13:16);
A declaração de Simão Pedro atesta para isto mesmo: "Senhor, tu lavas-me os pés a mim?" (João 13:6); Era surpreendente ver esse tipo de amor, pois este amor não é natural ao Homem por causa da altivez do ego, fruto do pecado. Todos aqueles homens faziam distinção de classes, e nenhum deles percebia o que Jesus lhes ensinava. Por isso Jesus diz: "O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois." (João 13:7); Nenhum Homem pode entender O Amor servil, sem a presença do Espírito Santo de Deus que o ensine, e por isso Jesus fala no "depois", referindo-se ao tempo em que haveriam de receber o Espírito Santo para lhes ensinar todas as coisas.
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
João 14:26
O Quarto aspecto a considerar é que o amor de Deus (Bíblico e comprovado nos exemplos de Jesus) é um Amor prático. É muito fácil falar de amor, fingir o amor, confundir amor com responsabilidade, ou amor com obrigação ou ainda amor com interesse. Quantas igrejas estão repletas de "irmãos" que se beijam e se cumprimentam, e fazem conversa de circunstância, mas que não buscam, não demonstram nem desenvolvem iniciativa de aplicar o amor de forma prática nos seus relacionamentos com os outros?
O Amor emocional é pobre e vive de estímulos forçados, mas o amor Espiritual de Deus é um amor prático. O amor sentimental pede reciprocidade, pede mérito, pede visibilidade. O Amor prático dá sem razões aparentes que o justifiquem, agindo como um amor que busca, que é activo e pro-activo, interessado e não interesseiro. Este era o amor de Jesus demonstrado, e por isso as Suas palavras seguintes: "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis." (João 13:34); Nós infelizmente somos muito como Pedro, falamos com grande alarido de amor ("Por ti darei a minha vida.") (João 13:37), mas demonstramos cobardia na hora de o pôr em prática. (João 13:38)
O Quinto aspecto é interessante para realçar o ponto de vista da nossa percepção humana limitada do amor e mostrar como o Amor de Deus tem uma acção de pureza em nós. O Amor de Deus é um Amor puro e purifica;
Lemos na passagem o seguinte: "Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo." (João 13:8); O amor demonstrado de Jesus ao lavar os pés, era o símbolo da purificação que o Amor Dele opera em nós. Os pés precisavam ser lavados, e todas as casas tinham aquelas bacias acompanhadas de toalhas, pois as ruas eram poeirentas, e imundas. Todas as casas tinham servos para lavar os pés para que as pessoas entrassem em casa "Limpos da imundícia"; Recusar-se a receber a purificação, era recusar entrar em "Sua casa"; Os pés simbolizam os caminhos terrenos imundos por onde andamos antes de chegar ao "Lar celestial"; Por isso Jesus diz: "Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo" (João 13:10); Temos de ser limpos dos caminhos do mundo para andar com Deus.
É como se Jesus dissesse: "Vocês irão continuar no mundo, mas precisam manter-se limpos da sua imundícia".
A lavagem dos pés é a purificação dos Santos; O amor de Cristo é um amor puro, que nos livra de todo o mal (João 17:15).
O Sexto aspecto é que o Amor de Deus substitui o amor ao mundo. A vinda Do Espírito Santo vinha neste sentido, como planeado por Jesus, quando Ele mesmo disse: "Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei." (João 16:7);
Até então, os discípulos amavam o mundo; Seus corações estavam voltados para um reino neste mundo, e de benefícios; Eles queriam os principais lugares no reino. Queriam ser pessoas importantes no Reino de Cristo porque a ideia deles era a de que Jesus iria estabelecer um reino no qual eles seriam importantes. Era o espírito do mundo; Por isso Eles queriam seguir O Senhor Jesus e não entendiam para onde Ele ia: "Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais" (João 13:36); "Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te agora" (João 13:37);
Eles amavam o mundo (como também nós até conhecer o amor de Deus em Jesus nosso Senhor); Por isso mesmo vemos que depois dos Apóstolos receberem O Espírito Santo, e se separarem do mundo, começa a auto-negação a tomar conta do seu entendimento, e Homens ignorantes e pobres em discernimento espiritual, tornaram-se os fundadores da Igreja, e poderosos instrumentos que Deus usou para nos dar hoje a dádiva preciosa de ter Sua Palavra revelada e escrita ao nosso dispor. Os Discípulos saíram do mundo espiritualmente, para serem perseguidos pelo mundo; Saíram para anunciar a Paz, e encontrar conflito; Para falar do amor de Deus e receber o ódio do povo. Não queriam mais ser pessoas importantes nem tinham ambição de serem mestres e pregadores. Não ambicionavam ser anciãos da Igreja, nem desenvolver ligações com a política e a cultura do mundo; Saíram para sofrer e morrer por Jesus. Para renunciar suas vidas por Cristo. Andavam neste mundo, mas não eram deste mundo, cumprindo assim verdadeiramente as palavras de Jesus:
Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
João 17:16
O AMOR AO MUNDO
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
Tiago 4:4,5
O Espírito "tem ciúmes", porque a função do Espírito em primeiro lugar foi separar-nos do mundo, convencendo-nos do pecado, da justiça e do Juízo pelos quais o mundo está condenado (João 16:8).
Qual é a razão porque vivemos num mundo onde as pessoas odeiam-se umas às outras, onde guerras e conflitos nascem das mais pequeninas diferenças? O ódio do Ser humano procede da falta de amor a Deus, pois se amássemos a Deus em primeiro lugar, certamente nos amaríamos uns aos outros.
Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
Se nos custa amar os outros, é porque o amor ao mundo é maior, pois a incapacidade de evitar o conflito, e o prazer de alimentar ódio pelos outros procede do Diabo (que significa "Opositor")
Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.
1 João 5:19
A Bíblia claramente nos ensina que não devemos amar o mundo, e essa foi a mensagem que Jesus passou aos discípulos, ensinando-os a amarem-se uns aos outros como Ele os amou. Se Jesus tivesse vindo cheio de amores pelo mundo, Ele não vinha pobre, não andava de jumento, não escolhia uma profissão básica; não vivia numa zona remota sem influência, nem tampouco andava entre os pobres e os miseráveis. Toda a Vida de Jesus, reflecte que Ele não estava interessado em "posições" distintas e notoriedade.
Aliás vejamos Onde Jesus nasceu e morreu:
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-Nasceu numa estrebaria ou estábulo- Foi deitado numa manjedoura que é um recipiente onde se coloca a comida para o gado doméstico, e sua primeira companhia, foram animais. O Rei do Universo escolheu um lugar pobre para vir ao mundo; Não havia lugar na estalagem porque era necessário que assim fosse para que Aquela Manjedoura fosse o Seu Berço.
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-Morreu numa Cruz- A morte de Cruz não era uma sentença de morte comum, pois era destinada aos piores dos criminosos, e era uma morte de exposição Pública vergonhosa. Os Destinados a morrer desta forma, eram colocados nus, numa exibição de escárnio para que não só o sofrimento fosse físico (pela asfixia lenta que produzia), mas pelo sofrimento psicológico de serem submetidos ao ridículo. Era uma Morte vergonhosa e cruel. Jesus não escolheu morrer sereno e digno como O Senhor e Mestre de Todos, mas como um criminoso.
Este é o mundo em que vivemos, onde não havia lugar para receber O Rei do Universo em primeiro lugar; O Mundo que fala de "amor", que apregoa "o amor", e cobiça o amor.
A única vez que Deus andou entre nós, fazendo-se igual e semelhante (Sendo Ele infinitamente maior), nós o Crucificamos.
Jesus não amou o mundo pelo que há no mundo, pois o mundo não tem nada para Lhe oferecer. Satanás tentou-O oferecendo-lhe todos os reinos (Que por sinal Já Lhe pertencem), e Jesus na Sua Grandeza o repreendeu. (Mateus 4:8)
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
1 João 2:15
Jesus nesse momento, enquanto Satanás pretendia ofertar-Lhe os reinos do mundo e sua Glória, o objectivo era fazer Jesus adorá-lo: "E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares." (Mateus 4:9); Mas que fez Jesus? Apontou Seu coração para O Amor a Deus: "Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás." (Mateus 4:10);
O FUNDAMENTO DO AMOR
Muitas pessoas, amarguradas por suas experiências amorosas fracassadas, dizem não acreditar mais no amor, ou não precisar de amor para serem felizes. Todos sabemos que isto é pura auto-indução, pois estes lemas são mentiras convenientes que uma pessoa se diz a si própria para suportar a decepção e a solidão gerada pelo amor mal direccionado. O problema nunca é o Amor, mas para onde dirigimos nossa Adoração.
-O Fundamento do Amor é a Adoração;
Quem nunca disse "eu adoro" isto ou aquilo, ou referiu-se a alguém que ama, mesmo apesar de reconhecer que essa pessoa não representa aos olhos dos outros nenhum símbolo legítimo de valorização, e disse: "Mas eu adoro-o/a"), como se nada mais importasse a não ser aquele sentimento de entrega de fascínio e dependência.
Quando amamos coisas do mundo das quais não temos nenhum controlo, e depositamos nelas nossa estabilidade emocional, e paz interior, é apenas uma questão de tempo até sermos totalmente devastados, quando esse amor não for correspondido, ou simplesmente, quando algum elemento que nos é totalmente alheio, vier causar uma interrupção no nosso aparente estado de satisfação em relação a esse amor.
Porque razão nós, criaturas inteligentes e racionais, nos debruçamos sobre sentimentos de dependência emocional sobre objectos, lugares, momentos, e pessoas? Porque razão sofremos com a perda ou afastamento destas coisas? A pior coisa que pode acontecer a alguém dependente, é aprender a desligar-se de algo que se aprendeu a amar.
O problema do mundo é exactamente este: -A adoração idólatra (o amor do mundo)
O Amor ao mundo e o Amor do mundo são duas coisas ligeiramente diferentes na sua essência.
Nós amamos o mundo, porque o nosso amor é "do" mundo; Ou Seja, é porque não temos o amor de Deus em nós, que amamos as coisas do mundo. O Amor que vem do mundo, é o amor que foi colocado no coração do Homem, para amar as coisas do mundo, pelo pecado.
Se alguém ama as coisas da carne é porque não tem O amor do Espírito de Deus enraizado no seu coração. A Substituição do Amor de Deus pelo Amor do mundo, é o que faz com que alguém naturalmente ame o mundo e tudo o que ele contém, como se essas fossem as coisas pelas quais valesse realmente a pena viver.
Amar o mundo não é uma escolha a fazer para um pecador comum, pois esse é o estado natural da sua existência; Viver para o mundo, amando o pecado e tudo o que ele pode proporcionar. A escolha sim, é deixar de amar o mundo, pelo Amor de Deus que nos revela o preço pesado de viver dessa forma. Por isso é que o Amor de Deus vem sempre acompanhado pela repulsa do pecado, e a indiferença para com a soberba da vida. Se temos uma consciência purificada pelo Amor de Deus, já somos cidadãos do Reino de Deus, e nada do mundo pode satisfazer um coração forjado no Céu.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
1 João 2:16
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma
Mateus 16:26
Toda a adoração frenética para com as coisas do mundo, seja pela cobiça dos sonhos, a impetuosidade dos desejos, pela inveja das carências, ou pelo desespero das necessidades, torna o Homem cego e louco para com as Verdades Espirituais da sua alma. Todas as pessoas que vivem para "o momento", de anseios rebeldes, e filosofias vãs, preferindo o amor à satisfação temporária e momentânea, estão cavando buracos onde se vão enterrar mais cedo ou mais tarde; isto porque, ninguém pode reter ou preservar eternamente coisas que estão destinadas a ser passageiras; O amor ao mundo nunca satisfaz; Por fim a felicidade trará tristeza; A adrenalina monotonia; A energia, cansaço. O reconhecimento trará vazio; O prazer tornar—se—á um vício; A liberdade, arrependimento. O amor trará desilusão; A amizade gerará traição; A companhia, solidão.
Se amamos o mundo em primeiro lugar, cada sonho trará frustração; Cada encontro, confusão; Cada pessoa, conflito. Cada desejo, decepção.
O mundo promete mas nunca cumpre. Mas Cristo, a nossa promessa, riqueza e exemplo, nunca decepciona!
O grande erro comum no apelo aos ímpios (homens que amam o pecado) é na maioria das vezes um obsessivo e mal direccionado foco de prioridade, partindo primeiro para os efeitos, e não para as causas do pecado.
Quando pretendemos ensinar alguém a odiar aquilo que é errado, primeiro mostramos aquilo que é certo ter por amor, pois ninguém pode entender o amor idólatra do mundo como algo profundamente errado sem primeiro ter descoberto que amar a Deus é tudo aquilo que realmente importa.
Amar o mundo é apenas o sintoma de um coração doente pela falta do amor a Deus (que procede Do Amor de Deus). Os sintomas servem apenas para detectar a origem do problema e é lá que essa causa deve ser combatida, em primeiro lugar, porque Sem Cristo não há novidade de vida. (Romanos 6:4)
A cultura e a sua decadência são os sintomas de Homens com o coração afastado de Deus; pois tudo aquilo que se faz, seja na arte, no desenvolvimento intelectual e científico, nos ofícios, na política e ordem da sociedade, na construção da comunhão social, nas obras de caridade, nos relacionamentos e relações que temos com tudo à nossa volta, e até mesmo com a nossa própria identidade pessoal, se não for por Adoração para a Glória de Deus, pode estar certo que é idolatria.
Só quando alguém experimenta interiormente os benefícios libertadores da verdade, é que pode ganhar discernimento para os tão perigosos e mortais prejuízos da mentira em que têm vivido. Por isso é que será sempre difícil falar a Verdade em amor, a um mundo que não vê que dizer a Verdade é amar.
A Bíblia nos ensina a amar a Deus sobre todas as coisas, de forma a viver segundo os parâmetros para os quais fomos criados - A vida Eterna de Adoração a Deus.
Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
Deuteronômio 6:5
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Mateus 22:37
Muitos dizem que amam a Deus, mas o seu objecto de amor está sempre encontrado em coisas mundanas (Sexo, Vícios, amizades, prazeres, hábitos, consumismo, ego, etc). Muitos chamam a Deus de Pai, mas poucos se comportam como Filhos. É pela Soberba da ignorância em relação à natureza do Amor de Deus, que muitos acham que por Deus ser um Deus de Amor, que Ele não se importa que nós O Amemos, da mesma forma que amamos o mundo.
Amai ao Senhor, vós todos que sois seus santos; porque o Senhor guarda os fiéis e retribui com abundância ao que usa de soberba.
Salmos 31:23
O PROPÓSITO DO AMOR
Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido.
Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.
Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.
1 João 5:1-3
Guardar os mandamentos de Deus é manifestar o Amor de Deus no mundo. O conceito de Amor é um conceito de tal forma abrangente, que o torna difícil de equacionar; Amor contempla obediência, Sujeição, fidelidade, respeito, reverência, honra, dignidade, intimidade e tantas outras características que podíamos ficar horas a enunciar e a descrever.
João diz nos versículos acima referidos que: "todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido"; isto para entendermos que O Amor de Deus é um amor abrangente, ou seja, Deus não se contenta em que O Amemos somente a Ele, mas Ele diz que Amá-Lo a Ele, é amar os outros também.
Vejamos a seguinte passagem:
"E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar.
E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:
Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas."
Mateus 22:34-40
A Jesus é perguntado "Qual é o grande mandamento na Lei?" (Singular -"o mandamento" e não os mandamentos)
Contudo, Jesus não se contenta em apenas enunciar "o grande mandamento", mas a acompanhá-lo de um segundo mandamento.
Realmente onde existe um primeiro, haverá forçosamente um segundo e um terceiro, e outros mais, mas Jesus não se ficou apenas por um, nem foi mais longe do que referir o segundo. Isto porque o segundo mandamento, embora pela ordem de prioridade, seja inferior, não está dissociado do primeiro.
É uma condição Sine qua non, (sem a qual não pode ser), de que, se realmente Amamos a Deus, somos naturalmente inclinados a amar toda a vida, pois Deus é Amor, e toda a vida Lhe pertence.
Se o Grande alvo do Amor de Deus é a Comunhão, e se Ele é um Deus de Amor, é notório, que a comunhão (que é plural) requer um amor sinergético, entre todos aqueles que partilham da comunhão.
A referência Bíblica à Igreja ser, "O Corpo de Cristo", e seus membros, serem comparados a membros de um corpo físico, serve exactamente este propósito de mostrar a cumplicidade da comunhão que Deus visa para O Seu Reino perfeito, do qual somos feitos parte pela Redenção em Cristo. (1 Coríntios 12:27) (Romanos 12:5)
"Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" - Todo o propósito de Deus é levar-nos a descobrir este Amor, pois é por ele que podemos verdadeiramente contemplar a Natureza Santa e imaculada de Deus, e retribuir reciprocamente o amor que Ele manifesta por nós.
O Amor de Deus produz Temor, que é o princípio do conhecimento (Provérbios 1:7), E o conhecimento de Deus, o Amor, que é o vínculo da perfeição (Colossenses 3:14); O Amor de Deus, produz o amor a Deus, pois Ele é que nos transforma para a aquisição do conhecimento da Verdade, pela qual descobrimos a pobreza dos nossos afectos idólatras, e da nossa ignorância espiritual face à nossa condição de "mortos no pecado".
Por isso se diz que "A Bíblia é a única arma que se dispara num morto para lhe dar vida"; e lá encontramos escrito que: "a fé é pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus." (Romanos 10:17);
Toda a Bíblia nos ensina que nós estamos em pecado e em condenação porque não amamos a Deus, mas amamos o mundo; Adão e Eva desprezaram esse amor, porque amaram a criação mais do que O Criador.
A expressão "O fruto proibido é o mais apetecido" simboliza isto mesmo; Rebelião e amor idólatra. Nós não somos capazes em nós mesmos de amar a Deus em primeiro lugar, por isso nenhum de nós pode por si só, "decidir-se por Cristo", como se o amor a Deus fosse uma escolha leviana que podemos a qualquer momento equacionar.
O Amor a Deus é uma dádiva, que tem de ser desejada, trabalhada, exercitada, (mas concedida) em primeiro lugar.
Nisto se manifestou o amor de Deus para connosco: que Deus enviou seu Filho unigénito ao mundo, para que por ele vivamos.
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.
Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor.
1 João 4:9-12
A VALORIZAÇÃO DO AMOR
O Amor perfeito de Deus transcende toda a superficialidade emocional e é colocado num patamar acima de tudo o resto que importa à psique humana.
Note-se a seguinte passagem:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
1 Coríntios 13:1-8
4 argumentos interessantes sobre o amor a detectar aqui:
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-O Amor é o maior dos dons Do Espírito- Se contemplarmos que esta passagem se refere a uma altura em que a Igreja recebia Dons de forma sobrenatural para a rápida e eficaz propagação do Evangelho, entendemos que O Amor ser descrito como maior que eles, é algo surpreendente. O Amor é maior do que o dom de Línguas; é maior que o dom de profecia; Maior que a Fé de mover montanhas; O Amor também é ele mesmo UM DOM;
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-Sem o Amor, todos os outros dons perdem seu valor- O Valor do Amor, suplanta o valor de todos os outros dons juntos, ainda que Dons excelentes e distintos, o Amor ultrapassa-os em relevância. O Valor do Amor é descrito como inestimável; "Ainda que: Falasse, conhecesse, Tivesse, entregasse, Mas não tivesse amor..Nada seria, e nada me aproveitaria";
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-Do Amor procedem todas as outras boas qualidades do carácter e do espírito- O Amor é a fonte do sacrifício, da benignidade, da generosidade, do cuidado, da humildade, decência, altruísmo, paciência, confiança, justiça, e honestidade. O Amor é forte e superior a tudo o resto; O Amor é a fonte de sucesso para todo o empreendimento do Homem;
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-O Amor sobrevive a todas as coisas- A dimensão do Amor precede, atravessa e persiste a existência de todas as coisas; muitos dos dons do Espírito foram temporários (agindo sobrenaturalmente e somente naquela determinada dispensação), mas o Amor perdura e continuará, sendo exercido, praticado, exercitado, experimentado, e partilhado por nós, eternamente na eterna comunhão com Deus.
A grandeza da dimensão do Amor é inigualável, e é o sentimento mais precioso que vem Do nosso Senhor, para nossa riqueza interior. É este Amor precioso que nos permite vencer o mundo.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
1 Coríntios 13:13
Infelizmente o amor que o mundo conhece é um reflexo limitado deste amor, que não pode contemplar a riqueza e perfeição da vida como o amor de Deus assim preparou para nós. Da mesma forma vivendo esse amor mundano e frívolo, não podem discernir sobre o que ainda está por vir quando Deus por breves momentos retirar o Seu Amor do mundo, pela Presença Do Espírito Santo e a Igreja.
O Amor de Deus é o que permitiu o tempo concedido desde o jardim do Éden para a reconciliação; Deus tem suportado o peso do pecado, e a afronta da rebelião em todas as Eras da história, desde então, até os dias de hoje, precisamente porque é um Deus Amoroso.
Ele mesmo nos diz: "todos os que me odeiam amam a morte." (Provérbios 8:36), como um prenúncio do Juízo que por Amor à Sua Santidade, exercerá.
O valor do Amor de Deus é maior do que todos os pecados do mundo, por isso pode cobri-los extensivamente; Por isso somos ensinados por Ele a viver em Amor (o Amor bíblico, puro, Santo, e sujeito a Deus). Sejam quais forem os nossos pecados, O Amor de Deus é maior, não só para perdoar, mas para exercitar em nós uma vida de Amor, de tal forma, que tudo o resto perde dimensão.
Pecados de origem sexual, contendas, atritos, crimes, vícios, vergonhas de toda a espécie, são totalmente dissipados pelo fôlego do Amor de Deus vivido segundo os mandamentos que Deus nos entregou. Ele mesmo disse que: "os seus mandamentos não são pesados." (1 João 5:3);
E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração.
Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.
1 Pedro 4:7,8
O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados.
Provérbios 10:12
A APLICAÇÃO DO AMOR
-Odiar a Deus é amar a morte.
O Amor de Deus não é um conceito intelectual para se discernir e conversar somente; O Amor de Deus tem uma realidade prática que é contrária aos comportamentos levianos do mundo. Odiar as coisas que Deus ama, é odiar a Deus. Todos os que amam o pecado, odeiam a Deus naturalmente, pois Deus não odeia o pecado por causa do pecador, mas odeia o pecador por causa do pecado!
A Aplicação prática do Amor de Deus cumpre várias regras de conduta, que reflectem na perfeição a Santidade do carácter de Deus.
Se a origem do Amor é em Deus, a manifestação prática do amor deve reflectir de forma transparente e exemplar, a natureza Nobre e elevada de Deus.
Muitos fingem ter amor por conveniência, e vivemos tempos assim, de pessoas frias e distantes, desinteressadas umas das outras, superficiais e cínicas. Amores fingidos, relacionamentos de pura "representação"; Atitudes forçadas de estímulos diplomáticos; Falsa caridade; Amizades interesseiras; Falta de genuinidade na forma de se conviver e se comunicar têm sido comportamentos multiplicados e difundidos por todo o mundo, a tal ponto que até dentro das igrejas vemos isto acontecer.
Exemplos da Acção prática do Amor de Deus comunicada aos Santos e breve ênfase sobre cada:
O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;
Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;
A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
Romanos 12:9-21
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-Não fingir o amor- (Devemos ser verdadeiros a demonstrar o amor, sem que ele seja pedido de nós. O Amor genuíno é voluntário e prático, enquanto que o amor fingido é retraído e resistente à acção. O Amor fingido é bastante comum e frequente actualmente, onde o valor das pessoas foi substituído por objectos, bens e serviços; As pessoas amam de boca, porque não se amam; e o problema maior é que às vezes, não só não se amam, como ainda se odeiam;) (1 João 4:20)
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-Odiar o mal, e amar o bem- (Odiar o mal é combater o mal, repreendendo, ensinando, consciencializando; O problema é que para um mundo de pessoas que amam a convivência com o pecado, desprezar o mal é tipo como comportamento odioso e a origem de todos os problemas para aquele que realmente detecta a malignidade e a persegue. Não podemos hoje abertamente recriminar o mal sem esperar sermos imediatamente resistidos e desprezados, e isto porque o mundo subverteu esta ordem para chamar mal ao bem e bem ao mal) (Isaías 5:20) (Provérbios 8:13) (1 Tessalonicenses 5:22)
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-Preferir a honra dos outros em primeiro lugar- (Devemos olhar para os outros, visando o bem estar deles em primeiro lugar, para que o Amor de Deus seja praticado como intencionado. Se cada um de nós buscar a honra do outro em primeiro lugar, todos seremos honrados, pois esse é o propósito da comunhão amorosa; Infelizmente o que é comum actualmente é vermos homens amantes de si mesmos por todo o lado) (2 Timóteo 3:2) (Romanos 12:3)
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-Não ser vagaroso no cuidado- (Não ser vagaroso no cuidado, significa não perder nenhuma oportunidade de agir quando surge o "peso da responsabilidade" na consciência, de que determinada pessoa está em carência de alguma coisa, indo ao seu encontro. Se sabemos que alguém está em solidão, e mesmo assim não buscamos aliviar aquela dor por comodismo, onde está o amor de Deus? Se sabemos que uma pessoa tem uma necessidade básica que precisa ser aliviada para restaurar a paz que lhe está sendo retirada pela adversidade, quanto tempo precisamos nós até agir com iniciativa? Quantos "cristãos" são tão frios como os ímpios, que nem se cumprimentam, nem se buscam, "por não terem tempo", e passando ao lado dos demais com indiferença; não querem saber se os outros estão bem ou mal, desde que eles possam continuar embrenhados nos seus próprios interesses) (1 Coríntios 10:24)
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-Ser fervoroso no espírito- (Ser fervoroso no espírito é agir segundo o Espírito, de forma a activamente viver a Verdade do Amor de Deus; O Amor de Deus é fervoroso na medida em que impele ao cuidado, à determinação em agir em iniciativa; é o serviço a Deus permanente, em disponibilidade constante para a obra Do Senhor; Este fervor deve buscar as coisas de Deus em primeiro lugar, mas infelizmente hoje em dia, as pessoas são mais fervorosas por novelas, jogos de futebol, jantares de trabalho, saídas à noite, engates na Internet, treinos de ginásio e compras em centros comerciais, do que em buscar as coisas de Deus que ficam sempre em segundo ou em último lugar) (Isaías 55:6)
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-Perseverar na oração- (A oração é a comunhão com Deus "à distância"; A falta de oração é indício de falta de intimidade com Deus; Nós não oramos porque na realidade não temos interesse em Deus a maioria do tempo. Da mesma forma como raramente comunicamos devidamente com as pessoas À nossa volta, por causa dessa falta de interesse que desenvolvemos por elas, assim agimos em relação a Deus, sendo que a oração é a única forma que temos de estar em comunhão directa com Ele. Por isso é que o Louvor remete-nos para a oração em pensamento, assim como a leitura Bíblica; Se as actividades "cristãs" de alguém, não a conduzem imediatamente à oração (seja ela interior ou exterior) algo está profundamente errado. Infelizmente a maioria das pessoas está perdida porque não busca a Deus. Nem comunicam devidamente entre si, distraídos com os seus artifícios, cobiçando a relevância do mundo; Por isso é que até muitos dos que oram, suas orações estão cheias do mundo, orações por conveniência e por interesse) (Tiago 4:2,3)
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-Comunicar com os Santos nas suas necessidades- (Comunicar com os santos requer contacto, procura, interesse nas pessoas em primeiro lugar. Muitos cristãos não desenvolvem interesse nenhum nos outros, a não ser que o interesse seja reciproco, ou que o interesse nos outros, esteja ligado ao interesse que os outros têm por eles mesmos; Muitos cristãos, não se interessam por outros cristãos, pois o interesse que eles têm pelos outros não procede de ver Cristo neles. Se não comunicamos com os santos, não podemos descobrir suas necessidades, que muitas vezes são tão simples como a valorização da sua companhia, o reconhecimento da sua existência, a disponibilidade de um conselho; ou a Direcção espiritual que eles precisam; Nós somos abençoados por Deus, quando abençoamos os outros). Jesus disse: "todas as vezes que não o fizeste a estes, não o fizestes a mim"; (Mateus 25:45) Se existe avareza nas coisas simples e gratuitas como tempo e disponibilidade, como haverá nas maiores como na partilha de bens? (1 João 3:17)
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-Abençoar e não amaldiçoar- (O mundo está em permanente conflito, e as Nações estão em guerra primeiro porque as pessoas estão em constante atrito umas com as outras. O Amor esfria, e eu seu lugar, o ódio reina; Saiu a Bênção, entrou a maldição) (Salmos 109:17)
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-Alegrar e chorar com quem se alegra e chora- (A empatia é uma coisa raríssima de se ver, ao ponto de as pessoas estarem cegas para verem a tristeza e a solidão nos olhos dos outros, ou celebrarem a alegria dos outros em alegria. A frieza destrói a empatia ao ponto de apenas haver indiferença) (Lucas 10:30-32)
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-Ser humilde de carácter- (A Humildade é ainda mais rara que a empatia, e num mundo de egos em choque, de relevância e visibilidade, ninguém ama mais as coisas simples e a simplicidade; Somos ensinados a permanecer simples, porque a humildade na forma de encarar a realidade produz serenidade e paz de alma; Todos os nossos conflitos interiores procedem da cobiça e da insatisfação transformadas em soberba) (Provérbios 11:2)
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-A Honestidade do comportamento- (A honestidade é um dos valiosos frutos do amor de Deus, e serve para que haja confiança e paz na comunhão; Se não pudermos confiar uns nos outros, como podemos usufruir de verdadeira comunhão? A corrupção do pecado gerou e continua a produzir pessoas profundamente desonestas, mesquinhas, não transparentes, sem genuinidade e Verdade em seus corações e por isso o mundo está frio e distante, e as pessoas individualistas e egocêntricas; Não há confiança no mundo, porque já não há mais honestidade entre as pessoas) (Provérbios 12:13,14)
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-A Paz com todos- ("Se possível" ter paz, significa que a intenção que parte de nós deve ser pacífica, para produzir bons frutos, especialmente de testemunho, contudo no mundo em que vivemos, basta falar a verdade, para ser impossível permanecer em paz; Quando a Paz com os Homens não é possível, devemos ainda, em Verdade, permanecer na paz com Deus) (João 16:33)
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-Não nos vingarmos a nós mesmos- (A vingança, é resultado de 2 coisas, A falta de amor de Deus, e a falta de confiança em Deus; A passagem acima ensina a praticar no lugar da vingança o perdão e a caridade para que saibamos que O Amor tem o poder de transformar nosso coração para a justiça de Deus operar. Dele é a retribuição! Mas que faz o ser humano? A nossa natureza é de pagar na mesma moeda, guardando rancores e alimentado ódios de estimação pelos outros, contudo se realmente conhecemos o Amor de Deus, somos superiores a tudo isto.
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-Vencer o mal com o bem- (Estamos habituados a ver no mundo, o mal vencer ao bem, por todo o lado, mas isto é intencional da parte Do Senhor, para que seja notório o curso do mundo sobre a influência do pecado. O mundo não pode melhorar, ou seria indício de que o pecado tinha aspectos positivos. Lao-Tsé, disse: "O Amor é vitorioso no ataque e invulnerável na defesa", em semelhança a esta ordenança contida na Palavra de Deus. Deus inspira todos os homens em todo o lugar, em todas as épocas a saber discernir sobre o valor do amor para vencer o mal com o bem. Contudo, Vencer o mal com o bem, é precisamente o oposto do que o mundo faz, e por isso tão valioso para Deus, e tão necessário perseguir por nós) (Provérbios 24:29)
Todas estas ordenanças para o comportamento cristão estão presentes nesta passagem, porque é normal que o nosso desejo carnal e mundano seja de seguir o curso do mundo, sendo por ele influenciado. Todas as referências citadas acima são desafios tremendos para a nossa motivação pobre, e por isso devem ser vistos como grandes oportunidades e privilégios de crescer em Santidade. Cada uma destas ordenanças acima deve fazer parte constante do nosso compromisso com o Amor prático de Deus.
Somos pessoas fracas, e embora tenhamos o Amor de Deus em nós (ainda que muitas vezes completamente sufocado pelo nosso amor-próprio), continuamos a cair constantemente nos mesmos erros, a seguir os mesmos comportamentos, e a agirmos com muito pouca diferença da forma como agem todos os outros que não vivem segundo o amor de Deus.
Cada vez mais, à medida que se aproxima o fim, somos influenciados a seguir a onda do mundo, e aliviarmos "o jugo da responsabilidade". Cumprir a vontade de Deus fica bem difícil, quando estamos cheios e repletos de vontades pessoais.
O AMOR DE MUITOS ESFRIARÁ
O Senhor Jesus no Seu sermão profético de Mateus 24, também conhecido como "O sermão do Monte", refere vários indícios sobre o "cenário do fim", concernente aos últimos dias, precedendo o Juízo Final, e lá, Ele aponta particularmente para o facto de "O Amor de muitos esfriar"; como resultado do estado contínuo e crescente do pecado.
"E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará."
Mateus 24:12
Antes mesmo desta declaração Ele introduz um elemento importante: "Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão." (Mateus 24:10);
O Amor esfriar é uma consequência do pecado multiplicado, ou seja da proliferação e aumento de práticas rebeldes e escandalosas, que atestam para a realidade de que o Homem odeia a Deus e despreza o Seu Amor.
Isto resultará num enorme choque entre as pessoas, e entre os distintos modos de viver, no que diz respeito à educação, à noção de moralidade, de justiça, de dignidade, e até de ética.
Neste tempo até os Cristãos, irão esfriar o seu amor, por estarem em permanente atrito com a prática do pecado sendo celebrado e promovido em todos os lugares.
As conversas serão censuradas, toda a Verdade de Deus será desprezada e perseguida, e os valores e princípios cristãos que fundaram a nossa sociedade irão desmoronar para em seu lugar se erguer um modelo de ordem verdadeiramente Satânica, de onde surgirá então, "O filho da perdição" - O anti-Cristo.
Tempos difíceis já estão sobre nós, pois já vivemos nestes dias descritos pelo Senhor Jesus que nos advertiu profeticamente para tal cenário, e outros terríveis virão, pelo que é importante que todo o verdadeiro Cristão tenha o compromisso zeloso de entrar em profunda e constante comunhão com Deus, para ser revestido de Amor e de paciência para suportar esta Guerra Espiritual, que está sendo travada nos bastidores invisíveis de um mundo em rota de colisão com a potente mão de Deus de Punho cerrado.
Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.
Novamente é importante referir que O Amor de Deus é um amor prático e sacrificial, como Aquele amor que Deus demonstrou para com Abraão e Isaac, proporcionando activamente aquele tão esperado Cordeiro.
Abraão confiou, e sua confiança não foi decepcionada.
Devemos cuidar para que nada impeça esse Amor perfeito que Deus preparou para os nossos corações de fluir naturalmente; Deixemos de lado todo o orgulho, todo o rancor e toda a indiferença que temos uns para com os outros. Todos sofremos os sintomas de estarmos separados de Deus pelo pecado; mediocridade, mesquinhez, hipocrisia, estupidez entopem os nossos corpos num frenesim de maus comportamentos, maus desejos, e más intenções.
O orgulho que tem o Diabo como senhor, está sendo despejado sobre nós pelos exércitos de demónios ao serviço das Trevas para não só nos afastar uns dos outros, mas de Deus em primeiro lugar. É altura de nos libertarmos da escravidão orgulhosa que mantemos contra aqueles que nos feriram, que nos magoaram, que agiram indevidamente contra nós, porque nós temos feito todas essas coisas e muito mais contra Deus, e Ele mesmo assim nos amou de "tal maneira", que deu O Seu único Filho para morrer por nós, seus inimigos.
Que temos nós dado a Deus, se nem conseguimos dar aos outros o nosso perdão e amor, sendo tão fácil desviar os olhos do conflito e colocá-los na Graça de Deus que nos perdoou, sendo nós AINDA pecadores.
Perdoar os outros tem mais a ver com o que Deus fez por nós, do que o que qualquer pessoa tenha feito contra nós. O acto de Perdoar só é difícil, para quem tem graves problemas em praticar o amor de Deus. O Tempo que devemos dar para que as diferenças que temos uns dos outros causem conflito, deve ser o oposto que nós desejamos que as nossas bênçãos durem.
Deus não abençoa o conflito, aliás Ele o odeia; Entre as 6 coisas que Deus abomina, está o "causar discórdia". (Provérbios 6:19)
Se você tem vivido em conflito (mesmo sem ser você a causa de eles tomarem lugar), medite nestes seguintes versículos e examine se você tem trabalhado adequadamente para evitá-los. Já vimos acima que uma das ordenanças de Deus que nos ajuda a evitar conflitos antes de eles acontecerem é "abster-se de toda a aparência do mal". (1 Tessalonicenses 5:22)
Aplique os 6 seguintes versículos na sua vida diária para ser um pacificador espelhando o amor de Deus a todo o mundo:
-OUVIR ANTES DE FALAR
O que responde antes de ouvir comete insensatez que é para vergonha sua.
Provérbios 18:13
-RESPONDER COM MODERAÇÃO
A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
Provérbios 15:1
-IGNORAR O INSULTO
A ira do insensato se conhece no mesmo dia, mas o prudente encobre a afronta.
Provérbios 12:16
-APLICAR O SILÊNCIO OPORTUNO
O que despreza o seu próximo carece de entendimento, mas o homem entendido se mantém calado.
Provérbios 11:12
-ACALMAR OS ÂNIMOS
O homem irritável suscita contendas, mas o longânimo apaziguará a luta.
Provérbios 15:18
-PERDOAR E ESQUECER
Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
Colossenses 3:13
Todos estes conselhos envolvem paciência pelo Amor, e sem ambos é impossível dominar estas tão nobres qualidades. A Paciência em saber esperar os frutos do Amor deve fazer-nos suportar toda a injustiça, porque muitos vezes o nosso "inimigo" é apenas "um irmão" prestes a renascer das trevas do pecado para a Glória de Deus. Convém lembrar, que TODOS os Filhos de Deus, foram outrora Seus inimigos.
Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.
2 Tessalonicenses 3:5
Cada um de nós examine-se a si mesmo, para em honestidade de coração para com Deus, assumir as suas transgressões, e faltas, e em registo de compromisso e responsabilidade, investir mais no Amor e na Sujeição para com Deus, exercitando esse Amor para com todos ao seu redor.
Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos nossos corações;
Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas.
Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus;
1 João 3:18-21
Lembremo-nos de que Jesus amou os Seus discípulos até o Fim; e depois de ser traído e abandonado, e entregue para ser morto, ressuscita em Glória, para retornar àqueles que O escandalizaram, para lhes dizer: "Paz seja convosco" (Lucas 24:36).
É este tremendo exemplo de Amor que temos de ter presente na nossa mente, o tempo todo, e viver de olhos postos Nesse Jesus Glorioso, que deseja Paz a quem não a merece. Se Jesus não fosse quem Ele disse que Era, os discípulos deviam tremer de horror ao ver Jesus Ressuscitado, pois isso significaria Vingança e retribuição.
Jesus é O exemplo máximo do Amor de Deus e Seu carácter Santo, e a manifestação viva de que realmente DEUS É AMOR!
Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus.
E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.
Nisto é perfeito o amor para connosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo.
No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.
1 João 4:15-18
A EXTENSÃO DO AMOR
Sabemos por certo que Deus não muda (Malaquias 3:6) (Tiago 1:17), o que nos permite ter Paz perante um cenário de Horrores como o do Juízo que Deus vai exercitar, Derramando Sua ira sobre o mundo, para terror e decepção dos incrédulos. A todos aqueles a quem Deus garantiu a total absolvição do pecado, pelo Sangue redentor de Jesus Cristo no Calvário, o fim do mundo, será o início de uma nova era de Paz, onde O AMOR de Deus irradiará Glória para todo o sempre.
Deus nos elegeu para esses tempos maravilhosos, e nada nem ninguém nos poderá fazer abrir mão desse tão grande e precioso tesouro.
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
Efésios 1:4
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Romanos 8:38,39
VOCÊ SEMPRE QUIS QUE ALGUÉM MORRESSE DE AMORES POR VOCÊ - Esse Alguém É JESUS!