Falar sobre "Igreja", é um tema que particularmente diz respeito somente aos Cristãos, e a mais ninguém. Nenhuma religião de ordem instituída por homens terrenos, tem legitimidade para usar o termo "Igreja" no verdadeiro sentido espiritual que ele acarreta. E Isto porquê?
Hoje em dia vemos imensas religiões, e até seitas, usarem o termo "Igreja" para definirem o seu "templo", rituais, liturgia, e ajuntamento. O termo "Igreja" foi secularizado e introduzido no pensamento colectivo como "reunião religiosa", e isto simplesmente não é correcto.
A verdadeira Igreja é um "corpo místico" (espiritual), de simbolismo gregário concernente a todas as almas resgatadas da morte (do pecado), ou seja agregadas por Cristo, O Redentor e Salvador dos homens.
A Bíblia afirma que é Cristo mesmo (e mais ninguém) que adiciona todos os dias -à Igreja- todos aqueles que são salvos ou que se irão salvar. (Atos 2:47)
Por isso a Bíblia também é clara ao afirmar que Cristo é «A cabeça» da Igreja.
Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.
1 Coríntios 12:27
E Ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogénito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.
Colossenses 1:18
Ter a preeminência em tudo, significa que tudo o que é respectivo à Igreja deve sempre espelhar Cristo como O Senhor (afinal é a Ele que a Igreja pertence). "Ter em tudo a Preeminência" revela: Sua Soberania na vida da Igreja; Sua Superioridade na Hierarquia da Igreja; Sua Autoridade nas decisões da igreja; Sua Centralidade nas obras da Igreja; Seu Mérito nas conquistas da Igreja; Sua Liderança nos propósitos da Igreja; e Sua Identidade no nome da Igreja;
Ora ao ler as passagens referidas acima na sua totalidade, versículo a versículo, vemos que Cristo é O Centro da Igreja, e que o corpo que a compõe é formado por todos os que recebem Cristo como Senhor e Salvador.
A relação entre Cristo e os cristãos, nas figuras Do Salvador e dos salvos, revela total cumplicidade, dependência, sintonia, sincronia, união, familiaridade, comunhão e uniformidade, como membros de um só corpo. (alguém conhece algum corpo em que alguns membros obedecem a cabeças alheias? Ou ainda algum corpo que se chame por um nome, e a cabeça por outro?)
Jesus deixou bem claro que a Igreja e Cristo SÃO UM (não há individualidade pessoal na Igreja de Cristo no que diz respeito à identidade e propósito da Igreja), e para isto disse inequivocamente:
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
João 17:21,22
Esta é a razão porque Cristo é O ÚNICO Mediador entre Deus e os Homens: porque Jesus Cristo é Deus! E a razão porque a Igreja de Cristo deve ser conhecida somente pela Igreja de Cristo, ou melhor ainda, pela Igreja Do Senhor Jesus Cristo. Nada pode honrar mais a Igreja dos Santos, do que ser reconhecida como propriedade Do Seu único Senhor. A Igreja é Dele, e não dos Homens que a compõe, pois Ele é que tem a função de mediar a comunhão dos Homens com Deus, e não o Pastor, o Líder, O padre, O Papa, ou qualquer outro homem e seus títulos.
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
1 Timóteo 2:5
Ora se Cristo é O Centro da atenção do Cristão, e se este sabe que Ele tem em TUDO a preeminência, não fará TUDO para que O NOME DE CRISTO seja também preeminente?
Em quantas coisas Cristo tem mesmo a preeminência? Em algumas coisas? na maioria das coisas? Ou em TODAS AS COISAS?
O grande problema com atribuir a Cristo toda a preeminência, é que muitos cristãos (e aqui quase dá vontade de usar "entre aspas"), não sabem verdadeiramente o que é - A Igreja.
-Uma breve introdução à identidade da Igreja
(Convém saber) -"Quando é que a igreja começou?"
(Mais importante ainda saber) -"Porque começou a existir uma coisa chamada Igreja?"
Considere-se então:
A "Igreja" começou no Dia de Pentecostes, após a morte e a ressurreição de Cristo. - Porquê depois e não antes?
A morte e a ressurreição de Cristo são o evento mais importante que já aconteceu em todas as épocas da nossa História; e o simbolismo da Sua vida, morte e ressurreição é o princípio basilar da Igreja, sendo que é no Seu exemplo, que nós os Cristãos entendemos o novo nascimento, da carne para o Espírito e a razão pela qual nós somos também baptizados; isto, para testemunho Público de que em Cristo nós também vencemos a morte, para receber por Ele a vida Eterna. Este é o Evangelho da Graça que todos nós temos o privilégio de anunciar ao Mundo como Igreja - Que Cristo morreu na Cruz por nós, e ressuscitou ao terceiro dia vencendo a Morte, estando agora sentado no Seu Trono de Glória à Destra de Deus Pai, por quem também somos herdeiros da vida eterna, para com Ele reinarmos para sempre.
Por esta mesma razão, a Igreja tinha forçosamente de ser criada após a morte e ressurreição e não antes. A Criação da Igreja é Obra Do Senhor Jesus Cristo, e ela é uma instituição sagrada, assim como é a Família e o Casamento.
Talvez por isso O Senhor Jesus tenha preferido o simbolismo de apelidar à Sua Igreja a identidade de uma "Noiva" (Apocalipse 19:7) e Se descrever a Si mesmo como "Noivo" (Mateus 9:15).
Como são 3 as instituições Sagradas assim é Deus na Sua Essência Trina.
A ideia de uma Noiva e um Noivo se unirem em uma só carne através do casamento (o ritual de união chamado de "A boda do Cordeiro"), para a constituição de uma só família, está perfeitamente simbolizada na Identidade da Igreja.
As Escrituras referem-se a estas coisas como um "grande mistério", daí que seja usado simbolismo pictórico para descrever a relação de Cristo e a Igreja, como de um homem e uma mulher, e a hierarquia, cumplicidade relacionamento entre ambos é associada à forma como a Igreja se deve apresentar em relação Ao Senhor Jesus.
Note-se:
Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.
Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo Ele próprio O salvador do corpo.
De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Efésios 5:21-32
Sujeição a Cristo é a posição correcta da Igreja perante O Senhor a quem a Igreja pertence.
Nesta passagem é notório que o percurso da Igreja, é representado por uma mulher sendo santificada, purificada de forma a ser apresentada imaculada, perfeita, bela, irrepreensível, santa e Gloriosa diante de Deus, pelo seu Noivo que dela cuida e se entrega com dedicação por amor.
Por isso o Apóstolo Paulo refere no seu zelo aos coríntios o seguinte:
Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
Obviamente que a Igreja ainda não está nesse patamar glorioso, mas para lá caminha, e por isso enquanto dura "o noivado" (nosso relacionamento com O Senhor Jesus na Terra), a santificação deve estar sendo operada visando o momento futuro da "Boda" que acontecerá quando estivermos reunidos com Ele nos céus. Essa celebração final será verdadeiramente gloriosa:
Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.
E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.
E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
Apocalipse 19:7-9
Veja que Pedro referindo-se à santificação usa a mesma terminologia, como Paulo aos efésios:
Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que Dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.
2 Pedro 3:14
Paulo uns capítulos atrás referindo-se à Eleição, refere que fomos escolhidos (como uma Noiva para o Noivo) para este mesmo propósito:
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
Efésios 1:4
A noiva é semelhante ao noivo. Por isso, Pedro diz ainda num outro momento:
Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;
1 Pedro 1:15
A Santificação é a preparação da Noiva para o noivado, e isso é notório sempre que o simbolismo de noiva e noivo são atribuídos à Igreja e ao Senhor Jesus.
Quando a Bíblia refere que a Igreja (os Santos) ao negligenciar a sua fidelidade ao Seu Senhor para amar o mundo e o que nele há, está a produzir "ciúmes" ao Espírito Santo (Tiago 4:5), é porque é óbvio que o relacionamento da Noiva com o Noivo deve ser puro e fiel incontaminado pelas influências do humanismo secular e do mundanismo. A Ideia de que um Santo ao desenvolver paixões mundanas está a cometer "adultério", (Tiago 4:4) ensina-nos que Deus gosta de que haja separação entre a Igreja e o mundo, e isto diz respeito a TUDO o que rouba a preeminência de Cristo, para a Glória e satisfação humana. Não é à toa que a expressão "Santo" (do Latim sanctum = reservado, separado e Sanctu = consagrado) seja atribuída àqueles que foram resgatados do mundo.
Ora A Igreja foi Criada Pelo Próprio Senhor Jesus, para que através da Sua Obra, a Noiva fosse regenerada, Santificada, purificada, para a Boda.
O Pai escolheu a Noiva para o filho (Elegidos Pelo Pai); O Filho recebe a Noiva com todos os seus defeitos e a purifica (Redimidos Pelo Filho); e o Noivado é iniciado pela vinda Do Espírito que auxilia a Noiva na preparação para o casamento final (Santificados e Selados Pelo Espírito).
Jesus não abandonou a Sua Noiva, por isso nos é enviado O Espírito Santo para nos acompanhar até que Ele venha (João 15:26) (João 16:7); Ele mesmo diz: "Vou, e venho para vós" (João 14:28)
Jesus partindo, deixa -a Igreja- "A noiva" preparando-se ou aprontando-se para o Seu retorno. Como deve estar a Noiva esperando e trabalhando? Deve estar ansiosa e entristecida pela ausência, mas desejosa e alegre pela promessa de reencontro, cuidando para ser santa, imaculada e irrepreensível, o que pressupõe amor, sujeição, dedicação e fidelidade. A Noiva sabe que o noivo não é do mundo, daí que seja natural que ela não tenha mais desejos pelo mundo, pois seu amor a libertou de todas as outras paixões carnais. A noiva ao ser purificada, ela também deixa de ser do mundo, o que não faz sentido que o mundo ainda exerça influência sobre o seu modo de pensar.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
João 17:16
A Noiva quer ser uma só carne com O Noivo, o que para nós é representado no desejo de integrarmos essa maravilhosa família dos céus, sendo participantes da Natureza Divina, desejosos de sermos revestidos da nova habitação (o corpo glorificado) segundo a mesma União perfeita que Existe em Deus na Gloriosa união da Trindade.
E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu;
2 Coríntios 5:2
Uma passagem em especial exemplifica como a Noiva redimida deve esperar seu noivo:
Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua glória e virtude;
Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.
E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade,
E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade.
Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
2 Pedro 1:3-8
Esta noiva retirada do mundo, (não estéril) sendo purificada, transformada, aprimorada, adornada, está carregada de simbolismo poético reflectindo a vida de um pecador, sendo continuamente regenerado pela Graça (Não ocioso) para a santidade.
O desdobramento poético do plano de Deus envolvendo a criação do Evangelho do arrependimento, da Graça de Deus para com o Homem, e a Vinda de Jesus, Sua Vida, Seu baptismo, perseguição, sacrifício, sujeição, morte, ressurreição e Sua Exaltação na Glória Junto Do Pai é algo maravilhoso de se testemunhar, porque de alguma forma também atesta para o nosso percurso neste mundo, do qual todos os homens podem se identificar. Sofrimento e Glória são os opostos pelos quais podemos contemplar o amor na acção de Deus primeiro na Vida exemplar de Jesus, e depois sendo espelhada na vergonhosa existência de cada um de nós.
A Igreja é composta desta forma por todos os mortos em pecado, a quem Jesus espelhando Sua Obra gloriosa deu vida. A "Metanóia" (grego antigo μετανοεῖν = metanoein: μετά = meta = além + noein = pensamento/intelecto) como um simbólico "nascer de novo", representa uma transformação operada na miséria do pecado (no sofrimento), para a Salvação (A Glória) pela qual adquirimos um discernimento que vai além do pensamento comum inerente ao Homem natural desprovido da Graça de Deus.
Somos transformados para não pensarmos mais como o mundo, mas para discernirmos através da Mente de Cristo. (1 Coríntios 2:16)
-Então o que é realmente a Igreja? E o que é a Mente de Cristo?
O "Nascer de novo" é reforçado no termo Ekklésia (em grego: Εκκλησία; romanizado: ekklesia; traduzido: Igreja - que significa na verdade: "Assembleia"), que aqui usada com conotação espiritual, simboliza, um "Chamado de fora" que nos resgata da morte para a vida, Como Cristo venceu a morte, derramando o Seu precioso sangue na Cruz. Esse chamado, é alusivo à predestinação que Deus operou na Eternidade, e para qual todos os escolhidos de Deus eventualmente são trazidos para a Graça. (Efésios 1:4-11)
O termo igreja portanto como uma "Assembleia de Santos" só é particularmente exacto se aplicado e atribuído aos Cristãos convertidos a Cristo. Qualquer "denominação" religiosa, seita ou grupo associado a "espiritualidade" que não tenha O Senhor Jesus Cristo (O Verdadeiro convém salientar) como Salvador, Rei, Mestre, Senhor, Messias e Deus eterno, não pode usar o termo Igreja, como ele é referido por Jesus (Mateus 16:18).
EKKLESIA - A IGREJA
O termo Igreja passa a ser usado então, especificamente para se referir a todos aqueles que nasceram de novo (João 3:3) (João 3:5-7) confessando pela fé, esperança e certeza da Salvação na obra gloriosa da morte e ressurreição de Jesus (Romanos 10:9,10). O termo "Igreja Universal", quando usada em referência a todos os crentes em todos os lugares, é sinónimo do termo "Corpo de Cristo", sendo Ele a nossa cabeça - O nosso Senhor (Efésios 1:22,23). O termo em si pode tornar-se redundante, pois o próprio termo "Igreja" para Jesus pressupõe uma "Assembleia espiritual"; ou seja, não nem nada a haver propriamente com espaço físico de uma colectividade de pessoas presente, como acontece com as "Assembleias" do mundo que dizem respeito somente àqueles que atendem a elas. Por isso O Senhor Jesus não discriminou da seguinte forma: "e sobre esta pedra edificarei as minha igrejas"; mas usou o termo em singular: "edificarei a minha igreja"!
Jesus não disse que Pedro edificaria a Sua igreja, mas que Ele mesmo edificaria a Sua igreja, e isto porque Ele é a cabeça do corpo. Muitas igrejas por aí infelizmente não têm como Jesus a cabeça, mas "o Pastor" (e por conseguinte o próprio diabo). Um corpo sem cabeça é um corpo decapitado, e todos sabemos que um corpo decapitado está morto, assim como estão mortas todas as igrejas que não têm Jesus como Cabeça.
A associação de Igreja como corpo Universal em termos práticos de uma só Assembleia está perfeitamente descrita assim: "À universal assembléia e igreja dos primogénitos, que estão inscritos nos céus" (Hebreus 12:23);
(Convém saber a real distinção entre "Igreja" e "congregação" como coisas bem diferentes, para se entender estes termos adequadamente)
Congregações quando reunidas, assumem a forma de uma "Assembleia local", temporariamente e limitativamente localizadas onde os Filhos de Deus dispersos geograficamente se aproximam em "células" para cultuar a Deus, contudo, eles ainda assim são todos parte da Universal assembleia e Igreja Do Senhor Jesus Cristo (O corpo espiritual unido que está elegido desde a Eternidade, do qual nunca mais estaremos dispersos e distantes quando formos novamente reunidos com O Senhor).
A palavra Igreja aparece pela primeira vez na Bíblia na passagem de Mateus 16 quando Jesus diz a Pedro essas palavras:
"Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;"
Mateus 16:18
Esta afirmação é muito interessante e convém entender correctamente o que é aqui dito, pois o verdadeiro entendimento desta declaração tem muito mais do que Jesus meramente enaltecendo Pedro, como muitos crêem, e esta é por exemplo uma das passagens que a Igreja de Roma usa para Justificar a sua equivocada e abominável adoração idólatra a Pedro.
Com origem no grego - Pétros, a partir da palavra - Petra (uma tradução do aramaico Cephas), que significa literalmente "pedra, rochedo", Jesus dirige-se a Simão Barjonas e chama-o directamente de "Pedro" = "Tu és Pedro".
"KAGÔ DE SOI LEGÔ (Pois também eu te digo) OTI SU EI PETROS (que tu és Pedro) KAI EPI TAUTÊ TÊ PETRA (e sobre esta pedra) OIKODOMÊSÔ MOU TÊN EKKLÊSIAN (Edificarei a minha igreja) KAI PULAI ADOU (e as portas do inferno) OU KATISKHUSOUSIN AUTÊS (não prevalecerão contra ela)"
A "pedra" aqui é a importante declaração que Pedro fizera: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (versículo 16).
Pedro tinha como uma das suas características de personalidade ser ousado, efusivo na forma de se expressar, e quando ele professa tão importante declaração, ele estava a fazer aquilo que a Igreja de Cristo tem como missão; Anunciar ao mundo quem Cristo é, e o que Ele representa. Era preciso uma tremenda ousadia para proferir em voz alta tal declaração, pois aos olhos dos fariseus, essa era uma terrível blasfémia, pois estes não criam que Jesus era Deus, e o tomavam como um crime. Essa verdade sobre Jesus é o alicerce da igreja que tem florescido e tem sido espalhada pelo mundo há mais de dois mil anos. Todo aquele que faz dessa verdade o fundamento de sua própria vida e crê na Palavra da Verdade (que atesta para a Obra gloriosa de Cristo), torna-se membro da igreja de Jesus e salvo para sempre (Atos 2:38-47) (Atos 16:31).
A "Pedra" aqui referida, é JESUS; Ele mesmo ali referia que a Sua Igreja estava fundada sobre essa declaração de Pedro, em que ELE MESMO era a base e o pilar da Igreja. A Igreja é DELE, fundada NELE, centrada NELE, para a Glória DELE.
Inúmeras passagens como Jesus sendo a "Pedra angular"; "Pedra de Esquina"; "Rocha firme e segura" são encontradas para comprovar esta declaração: (1 Coríntios 10:4) (Atos 4:11) (Salmos 118:22) (Isaías 28:16) (Efésios 2:20) (1 Pedro 2:6-8) (Mateus 7:25) (Salmos 95:1) (Isaías 26:4) (Salmos 94:22) (Salmos 78:35), etc.
As palavras de Jesus, "Eu edificarei a minha igreja", foram uma previsão do que estava prestes a acontecer quando Ele enviasse o Espírito Santo para habitar nos crentes.
Mas, quando vier O Consolador, que Eu da parte Do Pai vos hei de enviar, Aquele Espírito de verdade, que procede Do Pai, Ele testificará de Mim.
João 15:26
Mas, quando vier Aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.
João 16:13
É importante ver aqui nestes versículos o Tempo (futuro/Condicional) de cada verbo que Jesus usa; Eu "Edificarei"; quando "Vier" o Consolador; quando "Vier" aquele Espírito, no sentido de revelar que o Plano para a Igreja sempre esteve predefinido, segundo condições que foram preparadas na Eternidade para que assim acontecesse. Daí a expressão Dele para João Baptista em (Mateus 3:15) - "porque assim nos convém cumprir toda a justiça". Toda a Vida de Jesus foi cumprimento profético exercido ao mais ínfimo detalhe. Nada ficou por cumprir, e nada deixou a desejar.
Jesus ainda tinha que passar pela cruz e experimentar a ressurreição. Embora os discípulos entendessem em parte certos detalhes da obra completa Do Senhor, o cumprimento de tudo o que Jesus tinha vindo a fazer até então ainda não tinha sido realizado. Depois da Sua ressurreição, Jesus não permitiu que Seus seguidores começassem imediatamente a obra que Ele lhes dera, que entendemos pela "Grande Comissão" para fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28:19,20), até que o Espírito Santo tivesse vindo.
E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes.
Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
Atos 1:4,5
O livro de Atos detalha o início da igreja e sua propagação miraculosa através do poder do Espírito Santo. Dez dias depois de Jesus ter subido de volta ao céu (Atos 1:9), o Espírito Santo foi derramado sobre 120 dos seguidores de Jesus que esperaram e oraram (Atos 1:15) (Atos 2:1-4). Os mesmos discípulos que tinham tremido e fugido por medo de serem identificados com Jesus (Marcos 14:50) foram subitamente capacitados a ousadamente proclamar o evangelho do Messias ressuscitado (com a mesma ousadia de Pedro em Mateus 16:16), validando a sua mensagem com sinais milagrosos e maravilhas (Atos 3:6) (Atos 8:6,7).
Milhares de judeus de todas as partes do mundo estavam em Jerusalém para a Festa de Pentecostes. Eles ouviram o evangelho nas suas próprias línguas (Atos 2:5-8), e muitos creram (Atos 2:41) (Atos 4:4). Os que foram salvos foram batizados, sendo acrescentados diariamente à igreja (família dos Santos = corpo de Cristo). Quando a perseguição explodiu, os crentes se espalharam, levando a mensagem do evangelho com eles, e a Igreja se espalhou rapidamente para todas as partes da terra conhecida (Atos 8:4) (Atos 11:19-21).
O início da igreja envolveu judeus em Jerusalém, mas logo se espalhou para outros grupos de pessoas, pois a Igreja é um corpo Universal, no sentido em que não é exclusivo de uma nação, raça ou cultura. Em Atos 10, Deus deu a Pedro uma visão que o ajudou a entender que a mensagem de salvação não se limitava aos judeus, mas estava aberta a quem acreditava com Fé genuína e arrependimento verdadeiro (Atos 10:34,35) (Atos 10:45).
A salvação do eunuco etíope (Atos 8:26-39) e do centurião italiano Cornélio (Atos 10:1-4) convenceram os crentes judeus de que a igreja de Deus era mais ampla do que eles mesmos imaginavam na sua ignorância. O chamado milagroso de Paulo no caminho de Damasco (Atos 9:1-20) preparou o terreno para uma difusão ainda maior do evangelho aos gentios (Romanos 15:16) (1 Timóteo 2:7).
Uma particularidade interessante é focarmos no que Jesus disse a Saulo de Tarso, antes que se lhe fossem tiradas as escamas dos olhos para ver: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (Atos 9:4)
Quem perseguia Saulo particularmente senão "A Igreja" (nos seus membros individuais)? Jesus ao referir que Saulo Lhe perseguia a Ele directamente, Ele estava a dizer algo como: "quem persegue a minha Igreja, persegue-me a mim!" Isto só podia fazer sentido no panorama geral de uma Igreja Universal perseguida. Contudo para Jesus, Ele era perseguido sempre que cada um dos Seus onde quer que estivesse, era alvo do farisaísmo de Saulo.
As palavras proféticas de Jesus a Pedro antes da crucificação provaram ser verdadeiras. Embora a perseguição e as "portas do inferno" tenham lutado contra ela, a igreja está firmada nas mãos de um Deus poderosíssimo, cuja mão forte ninguém pode destronar.
A Igreja foi Criada por Jesus como expressão viva do Seu legado na Terra. Ela existe para testemunho público da grandiosa Obra da Salvação, e nós, cada um dos salvos somos instrumentos fundamentais desse legado contínuo e permanente que Jesus deixou para que Sua Salvação fosse identificável por todos os que vivem em pecado e condenação. Esta é a razão porque Jesus não levou consigo a Igreja, e a deixou na Terra para ser Sal e Luz.
Óbvio que, como Satanás tentou ao Senhor Jesus, nós como Igreja somos todos os dias tentados a ceder às promessas do diabo de nos "dar o mundo" (Mateus 4:8,9).
A Igreja Do Senhor Jesus Cristo está sobre um ataque permanente das forças das trevas, e é óbvio que o inimigo sabe o que é "Infiltração" melhor que ninguém. Ele esteve no éden, no seio da perfeição de Deus, portanto entrar no seio da Igreja para ele, é um desafio bem mais fácil de levar a cabo.
Existe actualmente uma "igreja" que se tem levantado no panorama mundial, onde pessoas carregando títulos como evangélicos, baptistas, pentecostais, protestantes, calvinistas, presbiterianos, católicos, e outro infinidade de denominações, clamam serem a Igreja fiel ao Senhor Jesus, contudo suas práticas erradas carregadas de liturgia sincrética, religiosidade tradicional e humanismo secular denunciam outra realidade.
Satanás tem usado estas pessoas sem conhecimento para promover uma nova visão, do que a Igreja como Instituição Espiritual Sagrada representa.
Se entendemos que a Verdade é o patamar de onde partimos para provar todas as coisas, temos de ser não só conscientes, mas responsáveis por tudo aquilo que passamos certificação para se aceitar como Verdade Bíblica.
Muitas pessoas crêem e defendem "Verdades" dentro da Igreja que se confrontados na Palavra, desmoronam imediatamente, pois elas não têm nenhuma credibilidade Bíblica identificável com a Igreja Primitiva de onde retiramos NA PALAVRA a noção do que é a verdadeira Igreja Do Senhor Jesus Cristo.
Existe um sistema maligno, produzido pela mente do próprio Satanás e orquestrado pelas mãos daqueles que o servem, mesmo que inconscientemente, para forçar uma espécie de integração num sistema de regras e políticas internas de ordem humana, que visam progressivamente um alinhar com um conceito de "Igreja" totalmente oposto ao da "Igreja primitiva". Uma Igreja secular, normativa e estereotipada, cheia de tradições erradas, rituais frívolos, sofismas e paralogismos puramente religiosos.
Não entender portanto o que é "A Igreja", é o ponto de partida para um tropeçar infeliz no entendimento de toda uma outra variedade de princípios Bíblicos (Como Membresia, Dízimo, Missões, Ceia, Ministério, etc), ocorrendo num afastamento progressivo, mesmo que subtil e não intencionado do conceito primitivo, ao qual devemos permanecer fiéis.
Por exemplo, algumas pessoas crêem que a Ceia deve ser feita apenas 1 ou 2 vezes por ano porque, segundo uma lógica completamente errada, fazê-lo frequentemente (e passo a citar): "Pode tornar-se um ritual de hábito que perde o seu valor". Nesse mesmo registo então, devíamos apenas cultuar a Deus 1 ou 2 vezes por ano, para evitar que se torne um hábito? (a verdade é que as pessoas que defendem esta teoria absurda, devem fazê-lo porque muito provavelmente têm ido ao culto somente por hábito).
De onde vão as pessoas buscar este tipo de raciocínio para justificar sua pobre falta de compromisso, zelo e fidelidade na Fé? Onde na Palavra está dada uma justificação semelhante de que o hábito de servir ao Senhor (Seja no que for) deve ser restringido a pouco número de vezes para não criar eventualmente mero hábito? Se não existe fundamento para um raciocínio deste tipo em toda a Bíblia, então não pode haver ideia de legitimidade em aplicá-lo. O problema de "hábito" nada tem a haver com a prática em si, mas na pessoa que a pratica indevidamente em ignorância. Só é possível desvalorizar algo de valioso e importante para Deus, se alguém de verdade ainda não entendeu o seu valor em primeiro lugar. Uma vez entendida a importância dos rituais que Deus instituiu (E a Ceia é um ritual instituído pelo Próprio Senhor Jesus - apelidada de "A ceia Do Senhor"), ninguém jamais pode justificar que hábito é sinal de desvalorização.
"fazei isto em memória de mim." (Lucas 22:19) só pode ser desprezado a 1 ou 2 vezes por ano, por quem realmente não tem tido frequentemente em memória o real valor da sua Salvação. Se a memória é de facto valorizada e frequente, então a prática também o deve ser.
Algumas pessoas usam a expressão “igreja” para descrever um edifício no centro de uma praça proeminente. Um monumento religioso tornado património da Cultura. Outros a usam para descrever uma organização religiosa mundial, completa com regiões, distritos e dioceses. Outros até para falar de uma rede clerical de poder de influência para transformar, inspirar e orientar o curso do mundo. As definições confusas de igreja, actualmente, mesmo que não em consciência, vedam o significado original desta palavra quando aplicada, no Novo Testamento, ao povo de Deus.
Igreja é um edifício construído com blocos e cimento? Um lugar segundo princípios do sistema de integração do mundo, com renda de aluguer, ou comprada com dinheiro, com uma sede legislada pela mão dos Homens? Evidentemente que Não. É um "edifício" construído com "pedras vivas".
E, chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,
Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.
Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.
E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina,
E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
1 Pedro 2:4-9
Estas pedras vivas são os chamados Santos, membros da família de Deus por Cristo, reunidos de entre todos os povos e nações do mundo. A curiosa analogia entre pessoas e pedras, e Cristo como a preciosa Pedra Angular, Fundamento de todo o Edifício, serve para nos mostrar que a edificação, como "Templo" para morada do Espírito de Deus, é Espiritual, não tendo restrições de separação alguma, pondo de parte, as regras, os sistemas, as tradições, as culturas, e unindo em Cristo toda uma Nação que não é deste mundo, portanto unidos por um poder que transcende todos os limites do Universo, para que onde Ele estiver, estejamos nós também. (João 14:3) (João 17:24)
Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio,
Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,
E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;
Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.
Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.
No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.
Efésios 2:13-22
A origem grega do termo “Igreja” (ekklēsia) é na Verdade como ocorre com muitas outras expressões na antiguidade, a união entre 2 palavras distintas; "Ek" e "Kaleo" neste caso -chamar- e -fora-, “chamado para fora” é um dos significados literais da palavra "Igreja". Podemos entender ekklēsia como um termo que se refere a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado do mundo e servirem ao Senhor. Mas há mais para entender na raiz desta palavra, e a razão pela qual o nome "Igreja" ganhou a expressão que tem actualmente.
A Palavra Ekklēsia tinha um sentido particular e não era de todo um termo religioso, mas político, e é neste âmbito que convém primeiramente entender o conceito de "Assembléia". Este termo não designava meramente uma Assembléia como nós identificamos assembleias actualmente, e é aqui que faz sentido explorar a união das 2 palavras gregas que a formam, e o seu significado original. "Chamar de fora" é o verdadeiro propósito do termo Assembléia, usado especificamente pelo seu carácter político; daí que até exista uma conexão íntima entre a Palavra Assembléia e a Democracia pura. E isto porquê?
As expressões àgora e paneguris assim como heorte, koinon, thiasos, sunagoge e sunago traduzem-se todas como assembléia. Mas Ekklēsia é totalmente distinta de todas estas, pelo seu carácter político e democrático.
Jesus era e É, O Rei dos Judeus, mesmo que não reconhecido por estes, e a Bíblia quando refere a Igreja como Ekklēsia fá-lo por uma boa razão, que em nada tem a haver com o sentido que muitas pessoas nas esferas Cristãs parecem agora querer dar à Igreja de Cristo. É óbvio que a Igreja de Cristo nada tem a haver com política, nem tampouco tem a haver com democracia, mas com um Reino único distinto, sendo que Jesus é O Rei dos Reis, e ELE reina Absoluto sobre tudo e todos a partir do Reino dos Céus onde está o Seu Trono. Ao contrário da democracia humanista (O Homem no centro da vontade) uma Teocracia define que todas as ações políticas, jurídicas e até ideológicas são submetidas à vontade do Deus que exerce toda a autoridade. Mas se a Igreja nada tem a ver com política nem democracia nem qualquer outro sistema do mundo, porque razão chamar a Igreja por Ekklēsia?
-Qual era o fundamento em fazer esta comparação à Igreja naquela época?
No período Grego clássico, "Ekklēsia" significava uma assembléia de cidadãos convocados de fora pelo Pregoeiro da cidade, tida como uma reunião imparcial legislativa. Nos primeiros tempos a assembléia governamental de Israel, assim como o Senado romano no início, não tinha poder legislativo, para criar Lei. Esta assembléia era originalmente composta pelos Anciãos de cada família ou Clã que elegia os seus representantes. Os Judeus estiveram muito tempo sem Rei, e pela altura de Cristo, tanto o sinédrio da Judéia, como o Senado de Roma, já actuavam como corpos legislativos exercendo autoridade sobre o povo. Embora houvesse tensão política entre as autoridades Romanas e Judaicas, sempre havia quem beneficiasse de ambos os lados da diplomacia entre as duas culturas, e isto foi o ponto de partida para a corrupção proliferar entre os Judeus.
Ambos os centros de poder tanto Romano como Judaico, tinham se tornado em órgãos legislativos que governavam as pessoas através de vastos sistemas burocráticos, debaixo de uma central de poder executivo.
Porque a autoridade do "Governo de Israel" estava originalmente nas mãos dos Anciãos de cada família, o povo nunca havia tido necessidade de se reunir politicamente para combater a corrupção do Governo, porque as pessoas tinham o hábito de se governar a si mesmas de família para família. Os cabeças de cada família eram os "Princípes de Israel". Estes, constituíam de facto um verdadeiro Governo de pessoas, para as pessoas, organizado pelas pessoas, e eram Livres debaixo do poder do Deus de Israel, desde que fossem obedientes à Sua Lei. Era este o sistema "político" de então para os Judeus.
Não havia no início um Rei em Israel e o Sinédrio original mencionado em Números 11:16 deveria prevalecer como aqueles que aplicariam a Vontade de Deus ao servir a congregação das pessoas em rectidão e Justiça. Eles eram na verdade Líderes titulares que serviam a Deus e ao povo debaixo da fundação legislativa do que era o "Governo" dado por Deus, "os Dez mandamentos".
E disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação, e ali estejam contigo.
Números 11:16
Eventualmente com o tempo na estrutura das famílias por causa das divergências entre eles, havia entre os Judeus quem buscasse um Governante, um Líder que pudesse exercer autoridade e que pudesse então apontar oficiais do topo para baixo, criando novas Leis para controlar o povo e isto acontecia porque a corrupção precisava de estrutura para crescer, sendo este o procedimento usual de qualquer sistema Oligárquico ("Governo de Poucos").
Esta corrupção agora instalada no seio dos Judeus urgia por uma Ekklēsia no sentido político figurativo dos gregos. As pessoas vivendo debaixo deste regime burocrático estavam naturalmente descontentes, oprimidas, saturadas de impostos, desejosas de alívio e de Equidade.
Quando os estados Gregos tinham o seu Governo e Governantes por demasiado corruptos e opressivos, eles convocavam uma Assembléia (Ekklēsia), que era chamada de fora da autoridade civil da cidade, e se pessoas suficientes viessem e se recusassem a aceitar a existente autoridade civil centralizada, esse Governo entraria em colapso. Este foi durante muito tempo um modo de garantir com sucesso e de forma pacífica a rejeição da opressão da autoridade civil ao longo da História.
Com Jesus, anunciando o "Reino dos céus", num regime completamente oposto àquele legado de "Herodes o Grande", (corrupção e despotismo) surge uma natural desarmonia do povo para com o seu "Governo opressor". As semelhanças com a Ekklēsia grega eram cada vez maiores, pois aqueles que ouviam o Evangelho e se convertiam, uniam-se, reuniam-se, e formavam uma rede de poder gregário cada vez maior, que a dada altura começava a ameaçar o sistema de poder dos Judeus, que não queriam abrir mão do poder e da influência que tinham. Um crescente número de Judeus resistentes ao sistema eram uma ameaça, pois este movimento parecia-se cada vez mais como uma Ekklésia Grega e esta foi a verdadeira razão porque Cristo foi crucificado; por anunciar um novo Reino (Novo sistema).
Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.
Os Milagres de Jesus, a descrição de um Reino Maior, uma outra noção de Justiça, Igualdade e sobretudo uma nova autoridade sem despotismo; A sabedoria ímpar de Jesus e a Sua simplicidade, e a devoção das pessoas a Ele, seguindo-O por todo o lado eram ameaças constantes que os Fariseus não podiam ignorar.
Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais.
Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação.
João 11:47,48
Chamar a Igreja de Ekklēsia foi uma brilhante estratégia de conferir ao "movimento" Cristão aquele incómodo necessário que levaria os Judeus a crucificar Cristo. Era fundamental que fosse notório o abismo entre o Governo dos Homens e o Governo de Cristo num Reino que não é deste mundo. A assembléia dos Cristãos, é o acto comparativo de confrontar o governo do mundo e a corrupção do mundo, sendo chamados de fora para provar e reprovar os sistemas normativos governados por mão Humana. É neste sentido que Igreja é Ekklēsia.
Pessoas chamadas de Fora (O tal termo "não são deste mundo") agregadas como uma assembléia que visa provar que o sistema dos Homens é falível, destinado ao colapso.
A igreja então não é nenhum tipo de instituição de carácter e ordem humanas, ou núcleo organizacional sistemático, ou regras de carácter pesado e militarista (as tais ordenanças descritas em Efésios 2:15) e regulamentos de Homens (sistemas eclesiásticos), mas um grupo de pessoas chamadas individualmente para saírem para fora do sistema do mundo, onde jaz o maligno e onde o pecado reina desordenadamente, para testemunharem ao mundo da Graça Divina (Serem sal e luz - Mateus 5:13,14) e para integrarem a família dos Céus, em Cristo; isto é a Igreja de Deus - Uma instituição Sagrada e Espiritual.
É um "corpo" constituído de componentes vivos; Como um organismo que tem nova vida, e vida abundante, a igreja está imbuída de pessoalidade, de intimidade com Deus, de riqueza de carácter e Unidade em Cristo. Por isso são-lhe visivelmente atribuídas características Humanas pessoais;
Por exemplo:
-A Igreja pode sentir medo:
E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas.
"assembleias" não temem, temer é característica dada a pessoas." uma assembleia não é absolutamente nada, senão pessoas aglomeradas com propósito gerido por protocolo. Pessoas aglomeradas sem protocolo são multidões que podem ou não ter propósito, discernindo-se manifestações, ou simplesmente confusão.
-A Igreja pode orar:
Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.
Atos 12:5
Mais uma vez "assembleias" não oram, mas pessoas individuais que podem estar ou não reunidas em assembleia.
-A Igreja pode ouvir e falar:
E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.
Mateus 18:17
Percorrendo o mesmo raciocínio, Assembleias não têm forma, senão pelo grupo de pessoas individuais que a formam. Portanto são as pessoas que compõe a assembleia que ouvem ou não o que há para ouvir. Dentro de uma determinada assembleia pode haver quem oiça e quem não oiça o que está a ser dito por razões várias (incluindo surdez de algum membro), e isso seria então motivo para dizer que a assembleia não ouviu o que foi dito?
A HIERARQUIA DO CORPO
A Igreja é um corpo excepcional, que tem Cristo como Cabeça; Um corpo no sentido de uma estrutura orgânica com funções especificas sendo que é a Cabeça que lidera o corpo e não o oposto. É a cabeça que dá ordens aos membros, e é a cabeça que determina o que convém e o que não convém, sendo ela quem envia e designa todos os estímulos pelos quais os membros operam e trabalham ordenadamente e em uniformidade. Não cabe aos membros designar e destinar funções que a cabeça não preparou, ou agir por vontade e iniciativa própria.
Repare-se na ordem destas afirmações:
Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.
Existe uma hierarquia pela qual devemos entender o que é Igreja. Se Deus é a cabeça de Cristo, e o exemplo que temos Dele foi de sujeição, obediência e entrega, e sabendo que Ele mesmo (Cristo) é a nossa cabeça, fica claro que o propósito ao qual fomos chamados para integrar o Seu corpo foi para que a Ele estivéssemos também igualmente sujeitos em obediência.
O exemplo dado de que Cristo é a cabeça de todo o Homem, não é para dizer que Cristo é a cabeça de várias igrejas individuais para justificar sistemas governados por Homens independentemente uns dos outros, porque não existe independência dentro da Igreja de Cristo; a independência que as Igrejas devem ter é dos sistemas do mundo, para vivermos uma total dependência de Cristo.
Uma empresa multinacional que tem sedes espalhadas pelo mundo, pode ter em simultâneo várias assembleias reunidas em sedes internacionais distintas, mas todas elas obedecem ao mesmo patrão, e todas continuam a ser a mesma empresa, que tem uma visão planeada para todas elas, e nenhuma tem independência pessoal para dizer que nada tem a haver com as outras; quando isto acontece, é por hierarquia de ordem meramente humana pela qual a empresa é estrategicamente dividida, ao ponto de até haver posicionamentos opostos entre eles. Contudo a Igreja de Cristo não obedece a distinções de ordem humana, mas está sendo dirigida pela Vontade de um Deus Absoluto que não fala em divisão de modo algum, mas de união e uniformidade.
Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.
1 Coríntios 1:10
O que muita gente por aí parece demonstrar com as suas descrições pessoais da Igreja de Cristo, é que cada Igreja é uma espécie de franchising; e isso simplesmente não existe na Bíblia. Cristo é a cabeça de todo o Homem no sentido de que todo o Homem deve onde estiver, estar sujeito a Ele, e deve conscientemente e voluntariamente, dirigir a Cristo toda a Autoridade, como Cristo faz com O Pai. A comparação de Cristo ser a cabeça do Homem, e o Homem a cabeça da Mulher, serve para tornar evidente a autoridade hierárquica que o versículo quer demonstrar; nada mais.
-O Sistema denominacional
Sistemas nominais, pelos quais células gregárias de Cristãos se apelidam, não têm nenhuma certificação Bíblica.
A Bíblia não refere em lado nenhum, Cristãos regenerados criando denominações ou grupos eclesiásticos representando movimentos humanos.
Talvez seja necessário referir para algumas pessoas altamente equivocadas que Lutero não era "Luterano" (era Cristão); Calvino não era Calvinista (era Cristão); João o Baptista não era "Baptista" (era Cristão); e por aí fora.
Os movimentos protestantes ou evangélicos como contra-resposta ao erro, não servem para que nós agora, demonstrando que somos contra o erro nos apelidemos como seguidores de Homens e seus movimentos (ainda que legítimos na sua acção prática); o Cristão não segue ninguém particularmente senão Cristo.
Estamos Sujeitos a Cristo e não aos sistemas, por isso devemos rejeitar a relevância de todas as demais denominações que não simplesmente "Cristão- seguidor de Cristo", porque tais só servem o propósito ecuménico de diversificar, e pela multidiversidade seguidamente criar unidade. (Todos diferentes, todos iguais, e a partir da ideia de diferença na identidade, se unem no erro).
Estas denominações são resquícios ignorantes que os religiosos retiveram da união da Igreja primitiva com a Igreja de Roma Pagã e idólatra de cariz político e ideológico e dos movimentos que homens criaram para refutar estes sistemas (Como os anabatistas por exemplo). Portanto estas várias denominações pelas quais as pessoas se identificam, não visam mais nada do que criar divisão pela diversidade, para depois apelar à unidade pelo movimento infernal do Ecumenismo, onde todos abraçam o erro instalado por uns auto-intitulados "irmãos em Cristo".
-Identidade Cristã
Porque razão um Cristão genuíno, convertido ao Senhor Jesus, sente tanta lealdade a determinado sistema denominacional?
O Apóstolo Paulo certificou-se de deixar registado que este princípio de pensamento de homens seguindo homens apelidando-se como sendo seguidores dos seus "feitos", é alto profundamente errado e sinal de mau entendimento sobre a verdadeira identidade Cristã.
Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós.
Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.
Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio,
Para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome.
1 Coríntios 1:11-15
Paulo em (Atos 20:28) refere a "Igreja de Deus" no singular, o que levaria alguém que crê em "muitas igrejas diferentes" a perguntar: "A que igreja em particular estaria Paulo a referir-se?"
Quando Paulo diz: "Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio, para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome." Paulo parece concordar ou repreender este comportamento?
Se houvesse ali alguém baptizado por João, provavelmente já andaria a criar contendas pela relevância de chamar-se a si mesmo de "Baptista".
Mais curioso ainda é ver a pergunta retórica que ele lança para vergonha daqueles homens: "Está Cristo dividido?"
Para bom entendedor, meia palavra basta.
O conceito de "nome" de onde surge o termo "denominação", responde a uma necessidade de identificação, que por sua vez aponta para uma "Identidade".
Onde na Bíblia existe identidade Baptista? Quem pode citar um só versículo correctamente aplicado que defenda esta relevância denominacional?
Note-se a seguinte declaração feita por Paulo na carta aos Efésios:
Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
Efésios 3:14,15
(Do qual) - Expressão referente ao SENHOR JESUS CRISTO citado logo ali antes; portanto toda a "família nos céus e na terra", toma o nome de QUEM senão Daquele a quem Deus é Pai?!?
Quem poderia dizer outro nome mais adequado que não - "Cristão"? e quem poderia dar outro nome mais fiel à "Igreja de Deus" que -"A Igreja Do Senhor Jesus Cristo"?
Se formos para o início da Bíblia até ao episódio da construção desenfreada da Torre de Babel (um movimento humano liderado por Nimrod) ouvimos a expressão: "façamo-nos um nome" (Gênesis 11:4); Qual foi a resposta de Deus a este movimento? Note-se os seguintes verbos: "Confundir" e "Espalhar"; (Gênesis 11:7-9)
Não é isto que nós vemos actualmente na Igreja de cariz ecuménico, preocupada com a relevância da sua identidade denominacional? Uma pseudo-Igreja confusa e dispersa?
A Bíblia é clara quanto ao Nome que é sobre TODO o nome:
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Filipenses 2:9-11
Se as Escrituras deixam claro que o Nome de Jesus é o nome sobre todo o nome, e se toda a Língua deve confessar que Jesus Cristo é O Senhor, porque razão as pessoas "inventam" nomes para definirem denominações e afiliações a grupos criados por Homens? Nunca em outro tempo Satanás reinou com tanta eficácia no seio das igrejas promovendo o engano, e nunca esteve ele tão perto de fazer "Babel chegar aos céus".
Afinal a Glória dos Homens deve ser espelhada no nome da Igreja porquê?
Repare-se que nome era engrandecido pelos primeiros convertidos da Igreja Primitiva, fiéis Ao Senhor Jesus:
E foi isto notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido.
Atos 19:17
Espiritualmente falando não existe nenhuma identidade que agrade a Deus senão a identidade Cristã, pois é Jesus que deve ser engrandecido como o nome acima de todo o nome. Paulo ainda esclarece que O Senhor Jesus está: "Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; (Efésios 1:21)
Todo o Cristão regenerado, firme e fiel conhecedor da Palavra sabe honrar devidamente o nome Do Senhor!
Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!
Salmos 8:9
O Nome serve então para a construção e reconhecimento da Identidade, ou seja, para designar a estrutura, e o carácter ou a realidade de alguém ou de alguma coisa. Nós damos nomes a todas as coisas que fazem parte do nosso Universo reconhecível, porque elas têm identidade atribuída;
-ou inanimada no caso dos objectos e dos conceitos;
-ou de Natureza Viva; animais e pessoas com Identidade Própria, personalidade, atributos manifestáveis e carácter pessoal;
Os nomes são importantes também para a comunicação e a definição das relações pessoais que nós temos com tudo, por isso mesmo Deus colocou em Adão o privilégio de nomear todas as criaturas lá em Génesis, no Início da Criação (Gênesis 2:20).
Por isso também a importância e relevância dada por Deus referindo-se ao Seu próprio Nome - "Este é O Meu Nome" - (Nome pelo qual O reconhecemos, cultuamos e Adoramos); A Sua identidade reconhecível é um reflexo também da Sua Glória, razão porque Ele diz na mesma passagem: "A Minha Glória não darei a nenhum outro";
Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.
Isaías 42:8
A referência de Deus referir a idolatria no mesmo contexto que Se refere pessoalmente ao Seu Nome, é uma indicação de que qualquer coisa que desvie A Glória Dele por meio de uma outra identidade reconhecível de relevância ou autoridade, é para Ele altamente condenável.
Esse ÚNICO DEUS, que é reconhecido por nós por muitos nomes designando atributos como: Jeová Shalom (Deus de Paz) Jeová Jireh (Deus de Provisão), El Shaddai (Deus todo poderoso), Elohim (Deus no controle), Kadosh (Deus Santo), Shamah (Deus presente), El Elion (Não há outro Igual) Tsidikenu (Minha Justiça), Emmanuel (Deus connosco) é O Deus de Israel, com uma Identidade Pessoal zelosa por um Nome digno de ser Honrado acima de todo o nome.
O Nome tem poder, porque a Palavra tem poder; e isto é visível logo no acto da criação quando Deus por meio da Palavra se manifesta como Luz no meio das Trevas - "E disse Deus: Haja luz; e houve luz". (Gênesis 1:3).
É nítida a relação entre o Nome de Deus e a Autoridade; A Palavra e a criação; e é na pessoa Do Senhor Jesus que descobrimos a verdadeira Identidade de Deus. Ele é a expressa manifestação da Glória de Deus reconhecível: "Porque Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;" (Colossenses 2:9); Por isso faz sentido que também seja dito que: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4:12);
Dar a Glória de Deus a outro por pura idolatria não seria aquilo que muitos fazem na sua ignorância atribuindo denominações várias à Igreja de Deus? -"segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;" (Colossenses 2:8);
- A Igreja de Deus
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.
Atos 20:28
Novamente medite-se nas palavras de Paulo de se referir em pormenor "À Igreja de Deus" e não "às igrejas de Deus", assim como seguidamente refere "ao rebanho" e não "aos rebanhos". Esta passagem trata de alguma igreja em particular? Que rebanho específico é este? A quem foi dirigida particularmente esta advertência?
Esta passagem de Actos desde o versículo 1 até chegar aos versículos 27 a 31, descreve inúmeras localizações, e demonstra que por muitos lugares passaram os apóstolos como: Macedónia, Grécia, Síria, Ásia, Trôade, Filipos, Assôs, Mitilene, Éfeso, Jerusalém. O percurso descrito no início da passagem não é à toa que é descrito em primeira instância, e ao longo de vários versículos torna-se evidente de que o trabalho da Igreja estava a ser feito de cidade em cidade (versículo 23)- ..."Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela..." tanto publicamente (Generalizando) ou em casas (particularmente localizado) (Versículo 20)- ..."deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas,..."
Então quando o versículo refere a "Igreja de Deus", fala abertamente, de todos os crentes que foram adicionados À "Igreja" (novamente no singular) por Cristo conforme descrito no Versículo 2 de Actos.
Esta passagem mais atrás de Actos 2, revela que aqueles que ouviram o Evangelho e creram, eram baptizados e adicionados à Igreja, todos os dias, para que se perceba que isto era algo que estava a acontecer por todos os lugares por onde passavam os Apóstolos anunciando as Boas novas. A Igreja estava crescendo espiritualmente a cada salvo que era adicionado ao Corpo. Onde Cristo adicionava novos Santos À Igreja, congregações iam se formando, e daí o sentido natural de mais tarde se entenderem "Igrejas" como células, ramificações, ou extensões (plural) da Igreja (Singular) à Qual Cristo acrescenta.
"...E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar."
Atos 2:47
Entender o conceito bíblico de igreja como um corpo de pessoas chamadas para fora do pecado, para fora do sistema do mundo e da desobediência, para serem santos, separados, distintos, ajuda-nos a apreciar a riqueza da descrição de Paulo da “Igreja de Deus" descrita em Actos e a importância que entender o verdadeiro significado que Igreja tem, para nos protegermos daqueles que visam deteriorar esta estrutura com sistemas seculares, desvirtuando e descaracterizando o verdadeiro propósito e modo de agir da Igreja.
Jesus não morreu para comprar terra, edifícios e património, nem para estabelecer alguma instituição ou rede eclesiástica de alcance territorial para relevância social de ordem ideológica, política ou cultural, nem tampouco para criar uma espécie de protocolo religioso gregário repleto de regras. Ele veio Libertar-nos desse jugo, enviando-nos Livres pelo Mundo, para anunciar aquela que é a Boa Nova do Evangelho. Este é o papel da Igreja, e por isso é que os crentes não congregam para pregar o Evangelho nos Templos; as Assembleias congregam para coisas ligadas ao crescimento em Santidade, como, Firmeza na Verdade pelo progressivo estudo Escriturístico, Louvar e glorificar a Deus, orar e interceder, ter comunhão com os Santos (nossos irmãos em Cristo), e celebrar a Ceia do Senhor. O Evangelho é pregado aos perdidos, e não aos redimidos, porque estes já ouviram o Evangelho e creram. Desta forma Igreja não se torna Igreja quando os crentes se reúnem e dispersa-se quando cada um vai para sua casa. Assim como um corpo não se ajunta para cumprir uma tarefa e desmembra-se a si próprio de seguida.
Cristo morreu para comprar por alto e bom preço (1 Coríntios 7:23) as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado, mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna (Romanos 5:8) Nós estamos Eternamente completos em Cristo (ainda que temporariamente dispersos pela terra). Sozinhos ou reunidos, fazemos sempre parte Daquele que nos comprou e nos fez Seus. Como Cristo estava na Terra mas nunca deixou de ser Deus, nós nunca deixamos de ser Igreja, mesmo que espalhados ou dispersos pelas Nações. Este é o Sentido Universal que faz sentido aplicar à Igreja, e mais nenhum outro. Igreja Universal como defende a Igreja de Roma, dando a si mesma Poder sobre tudo e todos, é uma heresia abominável, mas convém saber distinguir devidamente entre ambas as definições, pois uma nada tem a haver com a outra.
Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
1 Coríntios 6:19,20
No Novo Testamento, o termo “igreja” traduz-se conforme visto anteriormente da palavra grega ekklēsia.
No grego secular, ekklēsia designava uma assembléia pública de carácter político, e este significado ainda foi mantido no NT em alguns casos (Atos 19:32) -"Ajuntamento" (Atos 19:39) -"Assembleia" (Atos 19:41) -"Assembléia").
No Antigo Testamento hebraico a palavra qahal designa simultaneamente a assembléia/Congregação/Semente do povo de Deus (Deuteronômio 10:4) -"Assembleia" (Deuteronômio 23:2,3) -"Congregação" (Deuteronômio 31:30) -"Congregação" (Salmos 22:23) -"Semente" (1 Crônicas 16:13) -"Semente".
Na Septuaginta (a tradução grega do AT), traduz-se esta palavra por ekklēsia e synagōgē, igualmente. Até mesmo no NT, ekklēsia pode significar a assembléia/congregação dos israelitas (Atos 7:38); (Hebreus 2:12); mas, à parte destas excepções, a palavra ekklēsia no Novo Testamento designa a igreja cristã, tanto referida em congregação local onde se encontra reunida (Mateus 18:17) (Atos 15:41) (Romanos 16:16) (1 Coríntios 4:17) (1 Coríntios 7:17) (1 Coríntios 14:4) (1 Coríntios 14:33) (Colossenses 4:15) quanto universal (Hebreus 12:23) (1 Coríntios 10:32) (Mateus 16:18) (Atos 20:28) (Atos 2:47) (Colossenses 1:18) (1 Coríntios 12:28) (1 Coríntios 15:9) (Filipenses 3:6) (Efésios 3:10) (Efésios 5:25) (Efésios 1:22) (Efésios 5:27) (Efésios 5:32), etc.
Há uma particularidade extremamente interessante em analisar estes versículos, porque eles são distintos e distinguem-se em 2 categorias: Igrejas - (Plural) intimamente ligada à realidade de Igreja localizada, em congregação específica. E Igreja - (Singular) intimamente ligada à realidade de Igreja Universal, sem especificidade local, mas ao contrário visando todo o corpo de Cristo, no ajuntamento Eterno que se refere a todos aqueles que são chamados na Eternidade - a Eterna Igreja dos Santos - e por isso faz sentido não estar intimamente ligada a lugar algum terreno porque como o Próprio Cristo o disse: "Não são do mundo, como Eu do mundo não sou". Se não nós não somos deste mundo, muito menos é a Igreja de Deus composta por cada um de nós.
Uma realidade não contraria a outra conforme muitos crêem, mas ao contrário complementam-se na perfeição. Vejamos:
"As Igrejas"- termo referido no plural, identificam sempre várias congregações de Cristãos referidas por nome ou não, segundo o local onde se encontram e suas intenções e/ou comportamentos. Sempre que referidas, são espelho da comunidade Cristã naquela determinada região e é notório o Espírito de União e de ajuntamento que estas acarretam. As igrejas nunca são referidas como Instituições, ou templos, mas a sua referência incide sempre às pessoas que compõe esta ou aquela igreja, nesta ou naquela determinada área local. Isto porque se a Igreja é orgânica (composta por pessoas), ela está viva e activa, ordenada e unida, e nisto é notório que esteja adjacente o hábito de reunir, afinal nós queremos estar perto de quem amamos. Os seguintes versículos referem-se sempre a pessoas, à sua localização, ao seu comportamento, estado emocional e atitude pública.
(Apenas alguns exemplos)
E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas.
Atos 15:41
Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. As igrejas de Cristo vos saúdam.
Romanos 16:16
Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda a parte ensino em cada igreja.
1 Coríntios 4:17
E assim cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as igrejas.
1 Coríntios 7:17
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
1 Coríntios 14:33
As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
"A Igreja"- Termo referido no singular, identifica sempre de forma abrangente e sem restrição de espaço definido o Corpo de Cristo. As referências no singular Identificam a Igreja na sua Expressão Eterna, o Corpo Colectivo, composto por todos os filhos de Deus espalhados por todo o Mundo. Isto é o que se pode entender por Igreja Universal, no sentido de evidenciar o carácter transcendente da Igreja de Cristo, e o nosso papel como embaixadores Daquele que nos chamou e enviou. Um embaixador de Israel numa expedição protocolar a outra Nação, carrega na sua figura a representação figurativa de toda a Nação que ele representa. Israel está ali, porque ele ali está. O mesmo aconteceria se Este embaixador fosse à Lua, porque o seu poder de representação é Universal valendo para todo o lugar. O Acto de colocar uma bandeira em solo Lunar não foi para dizer que um Americano ali esteve, mas para dizer que a América foi a primeira Nação a ir à Lua. Todos Sabemos que não foi a América que foi à Lua, mas Homens americanos, contudo a representação que eles tinham da Sua Nação era Universal.
Universal como expressão associada à Igreja de Deus serve para evidenciar que esta não tem limitações, não tem restrições, não tem sedes, não obedece a sistemas Humanos, nem tampouco pode por estes ser constrangida. Contudo convém lembrar novamente que Universal não tem o intuito que a Igreja de Roma por sinal pretende defender com fins ecuménicos de união inter-religiosa. Aliás se hoje existe um sentido adulterado e confuso de Igreja, por causa de um sistema religioso de carácter secular, é por causa da influência milenar contínua da Igreja de Roma e seu paganismo na realidade religiosa "cristã" da actualidade.
(Novamente alguns exemplos)
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
Mateus 16:18
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.
Atos 20:28
E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
1 Coríntios 12:28
Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.
1 Coríntios 15:9
E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Efésios 1:22
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Atos 2:47
Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,
A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
E Ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.
Identificamos ainda o que parece ser um terceiro tipo de categoria que apresenta a Igreja No sentido Singular mas de carácter local, sem perder também o sentido de Igreja Universal. Vejamos:
Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa.
E à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa:
Filemom 1:2
Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Acáia em Cristo.
Romanos 16:5
As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor áquila e Priscila, com a igreja que está em sua casa.
1 Coríntios 16:19
Referir a Igreja no singular, e atribuir-lhe uma identificação local, leva-nos a discernir que quando se entende que a "Igreja que está", é distinta da "Igreja de", é porque a intenção ali é afirmar que a "Igreja" também pode ser descrita por não depender apenas do local onde é reunida, mas de quem se reúne, porque o poder está Naquele que os reúne, e não propriamente naqueles que se reúnem. Por isso Jesus afirma em Mateus:
Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.
Mateus 18:20
Isto leva-nos a contemplar que o verdadeiro Significado de Igreja parte daqueles que se reúnem como Cristãos (em Seu nome) movidos por Cristo, e por Ele conduzidos, e é esse acto que atribui aos lugares o sentido de Igreja; e não são os lugares que atribuem às pessoas a ideia de Igreja. O Poder de sermos feitos Igreja de Deus é Dele (de Cristo) e não nosso (daqui a equivocada relevância dada ao estatuto de Membresia como sistema de ordenação interna das congregações).
É fundamental entender isto para se distinguir que estamos unidos por Cristo e não pelas congregações. Muitas congregações estão repletas de pessoas que não são Cristãs no verdadeiro sentido da Palavra, e eles reúnem-se em Assembleia como nós também nos reunimos, mas não é Cristo que os reúne connosco. Congregar não faz ninguém um Cristão. Aliás todas as religiões do mundo Congregam e estão muito longe de entender o que é ser Igreja.
O facto de termos passagens e versículos distintos, referindo-se à Igreja de forma Plural e local, ou singular e Universal, ou até singular e local só nos leva a constatar que a Igreja é uma estrutura Espiritual e orgânica, composta por pessoas de todas as Nações, renovadas no Espírito de Deus, espalhadas por todo o mundo, composta por estes que Cristo chama, e acrescenta à Igreja diariamente (sem referência local específica) dando-lhe propósitos obviamente locais (Onde pessoas existem e vivem) para agir como Sal e Luz, congregando, e espalhando o Evangelho, demonstrando Universalmente a Multiforme Sabedoria de Deus na Glória do nosso Senhor Jesus, pela transformação operada em cada um de nós, estejamos nós reunidos em Assembléia ou não.
Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo,
O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas;
A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;
Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder.
A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo,
E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;
Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,
Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor,
Efésios 3:4-11
Curioso que a única categoria que não apresenta uma realidade viável, é a Igreja na aplicação plural e Universal, (no sentido ecuménico) e isto é a prática que verdadeiramente não tem expressão bíblica, porque a Igreja parte de Cristo sendo ELE mesmo o centro, o fundamento e o sustento da Igreja. Só existem Igrejas (como células/assembleias), porque primeiro existe "A Igreja", como corpo colectivo de Cristo. A Igreja é em primeiro lugar reconhecida por Deus No Espírito (Espiritualmente), e só depois nas congregações (Geograficamente).
-A Mente de Cristo
A Ideia de sermos membros de um corpo espiritual místico (não palpável figurativamente) serve para nos ensinar que é O Espírito de Deus somente que tem poder para fazer alguém alguém membro ou não da Igreja de Cristo. Isto não tem absolutamente nada a haver com "Membresia sistémica" de Igrejas agindo como "instituições religiosas". Você algum dia esteve presente numa congregação onde pessoas são divididas pela direcção para atender a trabalhos de ordem interna, somente porque uns são membros e outros não? Onde na Palavra de Deus existem instruções sérias e objectivas para que isto seja feito desta forma? Podem dirigentes ao cargo do Ministério promover separação entre uns e outros baseados em formalidades de ordem humana como membresia? Não é o único Livro necessário para se conter o nome de um verdadeiro Filho de Deus o Livro da Vida?
A Membresia local de uma congregação (onde pessoas são feitas "membros") é uma formalidade do mundo, que por questões legais, é necessário haver por exigência do Estado e das autoridades legais que o constituem. É "requerido" então um determinado número de "assinaturas" para se constituir dentro dos parâmetros da Lei humana uma "organização religiosa" perante a sociedade. A grandeza em números tem sido uma das formas de beneficiar os sistemas religiosos, porque sabemos que no mundo em que vivemos, pequenos números sempre são desprezados, e grandes ajuntamentos de pessoas ajudam a exercer maior pressão dentro das comunidades onde se encontram (nem que seja pela vantagem do voto político que muitas entidades governamentais crêem poder beneficiar a troco).
Desta forma segundo aspectos de legislação humana, congregações assumindo a identidade de uma "organização religiosa" começam a não saber diferenciar entre as responsabilidades para com o mundo, e as responsabilidades para com Deus, trazendo para dentro da Igreja de Deus, regras sistemáticas da "organização religiosa" respectivas às responsabilidades para com o mundo.
Para a sociedade somos "organização religiosa", mas para DEUS somos O CORPO DE CRISTO! Não vamos misturar as coisas por pobreza no entendimento de onde começa uma e acaba a outra.
Somente no que diz respeito aos aspectos "Legais" externos (perante a sociedade) é que deve ser invocado o estatuto de membro, que por sinal é totalmente opcional e voluntário por parte de cada um. Não ser um "membro" oficial da "organização religiosa" não coloca alguém noutro estatuto perante coisas concernentes à realidade interna (perante Deus) da Igreja.
Quem tem o nome escrito no Livro da Vida, é membro da Igreja de Deus e Do Senhor Jesus Cristo, onde formalidades do mundo não têm nenhuma legitimidade para distinguir uns dos outros.
A Mente de Cristo, pela qual somos conformados à Imagem Do Senhor Jesus Pelo Espírito Santo é que nos ensina a saber o nosso devido lugar, e a hierarquia interna diante de Deus.
No último versículo do segundo capítulo da carta aos Coríntios, Paulo diz: "Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." (1 Coríntios 2:16);
Aqui ele literalmente diz com todas as letras que nenhum de nós tem nada a adicionar individualmente ao pensamento colectivo firmado na Verdade. Ou Seja, que se alguém anda (segundo a mente de Cristo), e Cristo é Só UM, então haverá entre todos os que partilham da Sua mente, a mesma forma de pensar.
Por isso, ele exorta no capítulo anterior o seguinte: "Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer." (1 Coríntios 1:10)
Se alguém portanto pensa diferente do modo Bíblico, onde os irmãos fiéis são unidos num mesmo pensamento (provado nas Escrituras), o problema é de quem pensa diferente, segundo, não na mente de Cristo, mas no pensamento individual rebelde.
Este episódio é interessante, porque Paulo dirige-se aos Coríntios por causa que, por meio da cultura da filosofia Grega, alguns irmãos começavam a pensar de forma diferente dos demais, trazendo suas ideias repletas de oratória e retórica mas distantes da Verdade segundo a Mente de Cristo, ou seja segundo O Espírito de Deus.
Note-se as seguintes referências:
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
João 14:26
E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.
1 João 2:27
Agora convém reparar na coerência da seguinte afirmação que Paulo dirige aos irmãos em Corinto: "Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos" (1 Coríntios 2:6);
-Quem são os "perfeitos"? Aqueles que ele refere no fim do capítulo - os que têm a Mente de Cristo.
Ele projecta imensa informação no desdobrar do seu raciocínio, e são pérolas atrás de pérolas proferidas por toda a passagem.
Ele refere que o mundo não partilha da mesma sabedoria, pois não tem a mente de Cristo: "não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo" (1 Coríntios 2:6);
Que a sabedoria de Deus sempre esteve reservada para unir os salvos num único e mesmo pensamento: "Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;" (1 Coríntios 2:7);
Que a sabedoria e conhecimento de Deus possibilita ao salvo ver e ouvir (e entender) aquilo que os outros simplesmente não conseguem: "As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam." (1 Coríntios 2:9);
Que a sabedoria para o entendimento de todas essas verdades inalcançáveis, não vem de palavras de persuasão humana, de retórica, oratória, filosofia, mas vem pelo poder de Deus (1 Coríntios 2:4) directamente Do Espírito Santo que recebe a todos os que são salvos: "Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus." (1 Coríntios 2:10 );
De Seguida Paulo começa uma comparação entre "coisas terrenas" (Pelo espírito do mundo) e "coisas espirituais" (Pelo Espírito de Deus) de forma a indicar que entender as coisas de Deus só é possível se alguém receber O Espírito de Deus. Portanto se alguém entende a sabedoria dos perfeitos é Pelo Espírito de Deus; da mesma forma se alguém não entende as coisas espirituais dos perfeitos é porque está pensando segundo o espírito do mundo: "Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus." (1 Coríntios 2:12 );
Remata logo de seguida distinguindo os pensamentos mundanos dos pensamentos espirituais de forma a distinguir os que pensam segundo a Mente de Cristo, Pelo Espírito de Deus, e dos que pensam segundo os rudimentos do mundo pelo espírito do mundo: "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido." (1 Coríntios 2:14,15);
Toda esta passagem é um apelo à consciência para irmãos que se estavam a desviar da verdade, para introduzir seus próprios pensamentos mundanos dentro da Igreja de Deus, produzindo contenda, escândalo e dissensão.
-Ordem na Igreja
Estar sendo dirigido Pelo Espírito de Deus é estar submetido a uma linha de pensamento para uma ordenação muito maior que nós.
o Novo Testamento, O Evangelho de Cristo, dá-nos o padrão ideal para a igreja. Em Actos dos Apóstolos encontramos a história de como foi o início da igreja de Jesus Cristo aqui na terra e o exemplo deixado pelos apóstolos pela linearidade de um padrão permanente para a igreja.
Os seguidores de Cristo devem levar a sério os exemplos dos apóstolos deixados neste livro, exemplos de santidade, ousadia, zelo, fidelidade ao Senhor Jesus, sofrimento, oração, fraternidade e união.
Uma das primeiras descrições da estrutura da Igreja primitiva diz o seguinte: "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum." (Atos 2:44)
(Estavam juntos) - Ideia de união e de comunhão, de onde retirámos naturalmente a ideia de uma Igreja congregada.
(Tinham tudo em comum) - ideia de uniformidade de pensamento e semelhança na forma de viver os frutos do Evangelho recebido.
Pouco antes na mesma passagem diz: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42);
"Perseverar na Doutrina dos Apóstolos" significa que havia rigor e fidelidade aos ensinamentos transmitidos, o que atesta para a mente de Cristo neles presente, pelo dom Do Espírito Santo recebido (Atos 2:38). Toda a descrição aponta para uma sintonia em todos os rituais praticados em igreja, e que havia ordem, na estrutura daquele corpo de pessoas descrito: "perseverando unânimes todos os dias no templo" (Atos 2:46);
Ao ler esta passagem fica evidente que havia Santidade, paz, temor, reverência, e sujeição a Deus segundo um único princípio abrangente - Ordem.
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
1 Coríntios 14:33
A ideia de ordem é uma das mais antigas expressões do carácter de Deus. É pela ordem que entendemos que a Eleição precede a criação do mundo (Efésios 1:4); que o mundo foi criado em 7 dias devidamente distintos (Gênesis 2:2-4) que a vontade de Deus nos foi manifesta em forma de mandamentos de ordenação, 5 segundo a responsabilidade para com Deus, e 5 de responsabilidade para com o próximo (Salmos 119:4); que a morte de Jesus estava preparada antes dos séculos (Atos 3:18) (2 Timóteo 1:9), e por aí fora. Ordem remete para Soberania e Perfeição na autoridade e liderança de Deus em tudo o que existe.
A estrutura da Igreja deve ser de ordem também, honrando em hierarquia, dons, prestações individuais, contribuições, serviço, a Esse Deus de excelência, unidos a Ele em toda a reverência e zelo.
Muitas Igrejas actuais perderam sua pureza descaracterizando o formato de culto, a forma de servir, a ideia de Ministério, o papel de Pastor, a noção de legitimidade na contribuição individual, a natureza dos rituais e ordenanças, etc.
É fácil de se perceber pela leitura das Escrituras que a Igreja de Corinto tornou-se alvo dos primeiros ataques de satanás para desvirtuar e descaracterizar a Igreja Do Senhor Jesus Cristo. Paulo refere vários problemas específicos que eram sinal de contenda, escândalo, confusão, ajuntamento desordenado e dissensão.
Por causa do erro instalado, temas como o baptismo (1 Coríntios 1:15); celebração da Ceia (1 Coríntios 11:21,22); Ministério (1 Coríntios 4:1) (1 Coríntios 9:1,2); conduta (1 Coríntios 5:1) (1 Coríntios 8:9) (1 Coríntios 6:1); Costumes (1 Coríntios 8:4) (1 Coríntios 11:4-7); Família (1 Coríntios 7:3); Sexualidade (1 Coríntios 5:1) (1 Coríntios 7:27); casamento (1 Coríntios 7:38,39); Hierarquia (1 Coríntios 11:3) (1 Coríntios 12:22-24) etc.
O problema que afectava os Coríntios era o movimento ideológico do Gnosticismo e a influência dos Filósofos estoicos e epicureus (Atos 17:18) que em registo de "cultura", começavam a ganhar peso entre alguns dos crentes no que diz respeito à ideia de "relevância". A cultura sempre quis ser relevante, e todas as pessoas de coração mundano sempre sentem o apelo da modernidade e progresso no que diz respeito ao pensamento colectivo em sociedade.
A Igreja de Cristo porém não pensa como o mundo (segundo a sua loucura), pois recebeu a Mente de Cristo para discernir espiritualmente sobre todas as coisas (incluindo sobre as coisas terrenas) com maior entendimento. (1 Coríntios 1:25-30)
Actualmente o gnosticismo foi substituído pelo relativismo, e a cultura dos "pensadores modernos" continua a afectar a forma de pensar de alguns crentes sendo conduzidos por uma "cultura" de hábitos enraizados no pensamento colectivo completamente contrários à Palavra de Deus.
Não estava na altura de haver um profundo examinar de consciência em relação à disparidade entre o que a Bíblia diz, e o que as pessoas estão a fazer em relação ao que a Bíblia diz?
Havendo pessoas contenciosas seguindo suas próprias vontades dentro da Igreja promovendo hábitos extra-Bíblicos e ignorando o que a Palavra diz, Paulo remete as seguintes palavras:
Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior.
1 Coríntios 11:17
A Palavra escrita é o instrumento da Voz de Deus pela qual podemos julgar todas as coisas; ela é o manual para o comportamento, e Pelo Espírito Santo nós somos repreendidos pelo Senhor, quando o erro é exposto e evidenciado. Quem está no erro nunca se julga a si próprio, por isso é importante que pelo auxílio da Palavra, a Igreja condene o erro para a saúde do corpo de Cristo.
Por isso Paulo diz:
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
1 Coríntios 11:31,32
-A Igreja de Todos
A Ideia de Igreja e de culto tornou-se tão absurda entre os crentes actuais que uma infinidade de pequenos erros são detectados impunes dentro das congregações como "males menores". Muitos dos dirigentes até, sabendo que seus princípios estão fundamentados no erro, ainda assim os permitem como forma de "apaziguar os ânimos", ou evitar confrontos. O verdadeiro perigo a considerar são as subtilezas ondulando aparentemente inofensivas entre nós, que se acompanham geralmente de uma cúmplice ingenuidade, destinada a camuflar o erro instalado em livre curso, na imagem simplista e relativa da trivialidade.
Apenas porque determinados erros aparentam ser triviais, não quer dizer que eles sejam desconsiderados como inocentes.
Nossa “tolerância” e “empatia” não são inocentes. Nós toleramos uma piedade mundana, diluída e enfraquecida face aos erros dos outros porque esperamos uma tolerância semelhante para os nossos próprios erros. Criamos desculpas para eles, porque queremos também ser desculpados em troca.
Nós abusamos do facto de que “não há perfeição na terra” e a convertemos numa espécie de licença na consciência para errar voluntariamente, ou para pior ainda, permanecer no erro confortavelmente.
"Errare humanum est" (Errar é humano), é um dos lemas mais antigos para a psicologia comportamental da aceitação da falibilidade pessoal; Lema este que parece ecoar no vazio tenebroso da mente humana sempre que alguém desculpa em "paz de consciência" o erro flagrante que não se deseja de modo algum combater.
Spurgeon imortalizou uma quote sua ao dizer algo fundamental que assenta aqui perfeitamente:
"A Paz se possível, mas a verdade a qualquer preço".
Sempre houve homens de Deus profundamente compromissados com o combate ao engano instalado, da mesma forma que sempre haverá homens introduzindo erros onde a Verdade se pretende pura.
Por exemplo uma das ideias disseminadas mais contrárias ao exemplo deixado nas escrituras sobre o formato de "culto", é que enquanto um homem tem autoridade para ministrar, todos os outros devem ouvir em silêncio sem acrescentar, contribuir, partilhar ou interromper aquele que fala durante todo o período daquilo que se catalogou como "pregação". Esta ideia surgiu depois da Igreja de Roma ter lançado mão das rédeas do "Cristianismo" popularizado", onde literalmente milhares de pessoas se converteram por causa da iniciativa do Império romano de forçar uma transição abrupta do paganismo para o Cristianismo. Constantino favoreceu politicamente a Igreja cristã sincrética de múltiplas maneiras (benefícios fiscais, facilidade de emprego, instauração do Domingo, reconhecimento da audientia episcopalis, etc) sem, no entanto, erradicar as superstições antigas. Tudo isto para que "O Cristianismo" proliferasse em números, e o movimento Cristão fosse integrado nas estratégias políticas de crescimento e estabilidade romanas.
A estátua de Apolo foi transformada na "Estátua de Pedro" convenientemente, e rapidamente as pessoas transitaram a identidade de um deus fictício, para uma personagem real, só para de seguida o cultuarem no mesmo registo idólatra. Por isso é que nos dias de Hoje a Igreja católica tem "São Pedro" colocado em Pedestais, e pessoas "rezando" a ele.
As igrejas ditas "evangélicas" criadas a partir do movimento protestante contra a Igreja de Roma, dizem ter voltado ao formato fiel e original da Igreja primitiva, contudo transportaram da liturgia católica uma infinidade de más práticas aparentemente inofensivas, mas que desvirtuaram completamente o sentido da união e comunhão da Igreja descrita em 1 Coríntios 14.
Uma igreja de "palcos" levantados para serem erguidos púlpitos tem origem nos altares romanos onde Os Lideres pagãos operavam seus rituais. Aquela ideia católica de Bispos e padres vestindo indumentárias repletas de iconografia idólatra, com suas estátuas, e ornamentos diversos, velas, e toda uma espécie de imagética excessiva serve para focar os olhos dos "fiéis" num altar pagão.
Um homem apenas falando e dirigindo o culto servia o propósito de limitar a oportunidade de alguém contestar o erro instalado publicamente e censurar o pensamento individual e a acção Do Espírito na comunidade reunida. Um conhecimento partilhado por todos também poria o poder nas mãos de todos, o que de todo não era o pretendido. Por isso durante algum tempo, por ordem directa do Papa Leo X, as Bíblias deveriam ser somente escritas em Latim, e apenas o clero podia aprender e ensinar a Língua, de forma a reter o conhecimento a um grupo restrito de pessoas. Esta foi sem dúvida a forma mais eficiente de propagar o erro sem as pessoas poderem realmente contestar.
Onde na Bíblia é referido que O Espírito inspira somente um homem para ministrar? A ideia de que a única contribuição que nós podemos ter num culto é "ouvir em silêncio", só é defendida por quem não conhece as Escrituras e usa o púlpito como uma expressão de autoridade e relevância pessoal.
Note-se precisamente o oposto nas Escrituras, quando a Ideia de "todos" (ou seja de cada um dos membros da Igreja em culto) é referida em termos de contribuição:
Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
1 Coríntios 14:26
"Cada um de vós" é uma forma clara e transparente de discriminar singularmente cada membro da Igreja reunida (por isso refere: "quando vos ajuntais").
Em relação à "Doutrina" e ao acto de "Doutrinar", vemos o versículo dizer que a uma pessoa apenas é dada essa responsabilidade ou oportunidade para contribuir? Doutrina é coisa de "Pastor" somente?
"Faça-se tudo para edificação" passa a ideia de um culto semelhante a estes que estamos habituados a frequentar em igrejas da actualidade? De onde é retirada a ideia de que os membros da Igreja devem permanecer em silêncio ou restringidos de contribuir com Doutrina, ou com leitura e referência de passagens que contribuam para a mensagem que O Espírito de Deus está a Ministrar entre a Igreja?
O problema é que muitas pessoas têm a ideia errada de que O Pastor é o único a receber instrução Do Espírito Santo na altura do culto.
Quando lemos em Lucas que a acção Do Espírito Santo é que nos ensina o que é conveniente falar, e isto em momentos fora da Igreja reunida (como era o caso referido na passagem, caso fossem entregues aos magistrados por denúncia por causa da proclamação do Evangelho), muito mais nos ensina e instrui O Espírito de Deus se estivermos reunidos para edificação da Igreja.
Diz a passagem:
Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar.
Lucas 12:12
O Pastor não tem propriamente que ser o mais culto na Palavra, ou o mais erudito dos membros da Igreja (ainda que o dom da ciência e da palavra de sabedoria sejam qualidades que deva almejar). O Espírito Santo dá a diversos Homens e os distribui ordenadamente para a boa saúde da Igreja, e isto porque o trabalho de Ministério deve ser operado por todos os membros, e não que caia sobre o Pastor todas as responsabilidades, obrigações e deveres. Ser Pastor tem mais a ver com ser um funcionário das Obras do que ser bibliotecário, pois ovelhas e rebanhos não se encontram em Bibliotecas, mas em currais, onde é preciso muitas vezes fazer esforços acrescidos por meio de muito suor e sacrifício para uma manutenção sadia da igreja.
Por isto mesmo a Igreja deve facilitar o trabalho do Pastor e não contribuir para uma excessiva carga de trabalhos que o dispersem no cuidado ao rebanho, e isto para que ele também esteja disponível para procurar com zelo os dons da ciência (conhecimento) no trabalho de estudar as Escrituras ao detalhe.
Ser Pastor não é uma profissão qualquer, movida por desejos intelectuais de dirigência e liderança.
O cargo de Pastor, como "excelente obra" (1 Timóteo 3:1) é um cargo de imensa responsabilidade, por isso reconhecer-se "Um chamado". Alguns Pastores, crêem que a "excelência" descrita por Paulo a Timóteo é sinónimo de "superioridade, o que é totalmente errado. "Excelência" aqui é sinónimo de responsabilidade e seriedade como uma obra onde se requer uma conduta irrepreensível. Ser Pastor é igualmente um dom dado Pelo Espírito Santo como todos os outros, o que não confere ao que o recebe nenhum patamar de relevância e superioridade em relação a qualquer outro dom interno da igreja.
Note-se o que Paulo diz a este respeito: "Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros." (1 Coríntios 12:22-25)
Pastor não é um homem cujo trabalho é somente preparar "pregações"; Ao Pastor é dado o trabalho sacrificial de cuidar do "rebanho" não sendo negligente e centrado em si mesmo. Ser Pastor é um cargo sacrificial de entrega (a tal excelência requerida). Deus irá cobrar com mais zelo das mãos daqueles a quem deu mais (Ezequiel 34:2-8) (Jeremias 23:1-4), pois a estes colocou como responsabilidade cuidar de orientar e exercer a ordem na Igreja e a fiel manutenção do rebanho (das ovelhas particularmente uma a uma).
E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.
Lucas 12:48
Paulo refere na estrutura do culto várias prestações e sempre demonstrando ordem e hierarquia passando a ideia constante de harmonia, bom senso, respeito, coerência, zelo, rigor, sujeição e ordem. Para isto é necessário que o Pastor (O Homem levantado para guiar o rebanho) seja um bom gestor dos recursos da igreja (incluindo das pessoas).
Como é óbvio, culto não é um frenesim de pessoas motivadas por ego e desejo de relevância de falar sem prudência e restrições, fazendo contribuições inúteis movidos por emocionalismo e falta de bom senso, prejudicando o curso do culto e a ordenação das ideias transmitidas. Nunca é demais salientar que é O Espírito de Deus que deve motivar alguém a contribuir, e não a pretensão humana.
Se o propósito é a Edificação (Vs. 26) é notório que nem todos têm uma prestação edificante dadas as limitações de cada um. Por isso cada um deve ter bom senso, reverência e sujeição a Deus na medida certa para saber antecipar se sua prestação vai edificar ou não, ou ainda se, fazendo-o, está a agir de forma legítima, permitida nos parâmetros descritos nas Escrituras. Em caso de dúvida opte pelo silêncio e moderação que são sinais de sujeição e bom senso.
LIBERDADES E RESTRIÇÕES NA IGREJA
Vamos ver a estrutura de culto em meia dúzia de versículos onde Paulo transmite liberdades e restrições na contribuição de todos os que compõe a Igreja reunida.
Toda a passagem de 1 Coríntios 14 serve este propósito, mas vamos resumir a passagem em pontos chave para melhor compreensão das Verdades aqui transmitidas.
O culto deve ser uma reunião em assembléia movida pelo Amor a Deus, por isso Paulo começa dizendo: "Segui o amor"; (1 Coríntios 14:1). O Amor a Deus é o que nos faz amar a Igreja (o próximo como a nós mesmos), e é também o amor que nos leva a Adorá-Lo, servi-Lo e conhecê-Lo. Por isso o culto compreende momentos como Louvor, Estudo da Palavra e oração servindo estes 3 propósitos. Estas coisas não são rituais como muitos operam em ignorância do hábito, mas frutos naturais desse Amor que é o vínculo da perfeição (Colossenses 3:14).
O Ministério portanto que é a acção prática e proactiva do serviço a Deus pede capacidades excepcionais que Deus atribui àqueles que têm o compromisso em servir e dedicar-se ao Senhor. Paulo para isto refere os dons espirituais como as capacidades excepcionais que Deus concede para um serviço mais excelente. No Capítulo 12 anteriormente Paulo já havia referido os dons espirituais, e para isto diz: "Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." (1 Coríntios 12:4-7); Aqui Paulo está literalmente a dizer que ninguém tem um estatuto (segundo dons) que seja melhor ao ponto de distinguir aquele que tem particularmente o dom. A Glória dos Dons pertence a Deus que os dá, e não aos homens que os recebem. O versículo diz que Deus opera tudo em alguns? ou em "TODOS"? Paulo depois discrimina alguns dons, demonstrando que Deus os distribuiu Pelo Espírito, a cada um, conforme Lhe apraz: "Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (1 Coríntios 12:8-11). Claramente que os Coríntios tinham problemas com a ideia de "relevância" assim como têm hoje muitos crentes em muitas igrejas, especialmente naqueles que se dizem "Pentecostais". Porque o dom de receber a habilidade de falar noutras línguas de um momento para o outro era naturalmente mais reconhecido como "sobrenatural", era muito mais desejado, o que acabou por confundir e dispersar a ordem de relevância em relação aos dons. Por isso Paulo diz: "Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente." (1 Coríntios 12:31). E atesta agora no capítulo 14: "procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar" (1 Coríntios 14:1).
De seguida Paulo dá evidências que os dons servem para honrar e servir a Deus, mas igualmente para edificação da Igreja (1 Coríntios 14:3,4), razão pela qual eles são dados indiscriminadamente a cada um (vários membros, um só corpo): "Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos." (1 Coríntios 12:14).
Paulo evidencia que o dom de falar Línguas estrangeiras era bom e necessário pois permitia a evangelização a outros povos, contudo o dom de "profetizar" (anunciar a Verdade revelada por Deus), era muito mais necessário. Que interessa alguém poder falar uma língua estrangeira, se depois não tem conhecimento para evangelizar aquele que o entende? Contestando isto Paulo afirma: "E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?" (1 Coríntios 14:6). O dom de Línguas também serve para interpretar as contribuições daqueles que se convertiam de outras nacionalidades. Imagine-se um estrangeiro no seio da igreja de corinto, após ser evangelizado na sua própria Língua por um dos crentes dali. Após se reunir na congregação, pretende movido Pelo Espírito Santo contribuir para a edificação da Igreja, e ao fazê-lo não há quem interprete e traduza o que é dito. Como é que a Igreja é edificada se uma língua estrangeira é um mistério para quem não a entende? Note-se as palavras de Paulo neste sentido: "O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação." (1 Coríntios 14:4,5) e ainda: "Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar." (1 Coríntios 14:9)
Algumas pessoas têm uma interpretação errada do significado de certas palavras pela forma como foram adulteradas com o tempo, portanto é importante ir ao contexto da língua original e distinguir certos termos e palavras na intenção em que são usados. Voltando às palavras de Paulo citadas acima, veremos o versículo ao pormenor: "E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?" (1 Coríntios 14:6)
Agora em Grego:
NUN DE ADELPHOI (E agora irmãos) EAN ELTHÔ PROS UMAS GLÔSSAIS LALÔN (se eu for ter convosco falando em Línguas) TI UMAS ÔPHELÊSÔ (que vos aproveitaria) EAN MÊ UMIN LALÊSÔ Ê EN APOKALUPSEI (Se não vos falasse ou por meio de revelação) Ê EN GNÔSEI (ou da ciência) Ê EN PROPHÊTEIA (Ou da profecia) Ê EN DIDAKHÊ (ou da doutrina)?
Note-se as palavras usadas para descrever Revelação (APOKALUPSEI-ἀποκαλύψει) de onde procede a palavra "Apocalipse" em português; Ciência (GNÔSEI-γνώσει), de onde vamos buscar a palavra "Conhecimento"; profecia (PROPHÊTEIA-προφητείᾳ); e Doutrina (DIDAKHÊ-διδαχῇ), que curiosamente significa "Ensino".
Existe uma diferença entre Revelação e profecia, e daí o uso de duas palavras distintas com significados distintos aqui usados. Todos nós temos a ideia de "Profecia" como Revelações de conhecimento vindouro, em registo de premonição sobre eventos futuros, e de facto, encontramos na Palavra de Deus este termo passando esse significado. Contudo este termo é bem mais amplo do que essa interpretação simplista. O termo em si trata de receber directamente de Deus a Verdade; Esta pode chegar em forma de premonição de acontecimentos vindouros (e por sinal encriptados muitas vezes por meio de linguagem simbólica difícil de se entender), ou de receber discernimento sobre a Verdade intemporal de Deus (Seu carácter, Sua Vontade, Seus desígnios, Suas instruções, etc). o termo Apokalupsei no sentido de revelação está intimamente ligado à recepção de Verdades temporais (Por isso o último Livro a Bíblia toma este nome, no sentido de associar verdades sobre os últimos dias - do termo grego "Escáton" que deu origem ao estudo da "Escatologia" (Estudo dos dias do fim).
Paulo aqui fala sobre Verdades intemporais de Deus para edificação da Igreja, e não propriamente sobre profecias sobrenaturais de tempos ainda por vir. Isto é evidente quando ele diz: "Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação. (1 Coríntios 14:3) Edificar, exortar, e consolar a Igreja de Corinto era o intuito, e não o de passar revelações proféticas futuristas, como aliás se percebe, a carta aos coríntios não é uma carta sobre conteúdo profético nesse sentido, mas de aplicação de Verdades intemporais de Deus para bom exercício da Fé e saúde interna da Igreja.
Paulo continua exortando a Igreja a desenvolver vários e diversos dons espirituais, não para auto-Glória, ou desejo de relevância pessoal, mas para edificar a Igreja: "Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja." (1 Coríntios 14:12).
-Paulo referindo o propósito e intenção do uso de dons dentro da Igreja, evidencia com toda a clareza que o formato de culto é dinâmico na partilha e comunhão dos Santos. Se o formato de culto fosse 1 Pastor prega e durante todo o tempo a congregação ouve em silêncio não faria sentido algum Paulo dizer: "Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas"; (1 Coríntios 14:23); e novamente "todos": "Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado." (1 Coríntios 14:24);
Note-se como Paulo estimula a contribuição da Igreja a "Todos" e "a cada um": "Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação." (1 Coríntios 14:26); ainda: "E falem dois ou três profetas, e os outros julguem." (1 Coríntios 14:29).
-Para colmatar entenda-se que como referido anteriormente, a ideia de "culto dinâmico" não tem nada a haver com as aberrações dos cultos de confusão onde pessoas sem senso comum, reverência, noção de legitimidade, e sobretudo sem O Espírito de Deus abusam da sua liberdade para promover um festival de desordem e palhaçada.
-Quando Paulo diz que "Todos" podem contribuir, ele não está a dar livre trânsito para que toda a congregação fale o que lhe vier à cabeça por meio do emocionalismo e desejo pessoal de contribuição. Nada disto! O termo "Todos" refere-se a todos que tenham legitimidade para o fazer. Note-se o que Paulo diz aqui: "Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas." (1 Coríntios 14:30-32)
-Então quem tem legitimidade para o fazer?
Quando Paulo diz que enquanto um estiver ministrando a pregação da Palavra, se houver entre a congregação alguém que tenha sido instruído Pelo Espírito Santo para fazer uma contribuição, o primeiro deve calar-se e dar espaço para que o outro contribua, ele está a atestar para quão errada é essa noção de culto litúrgico católico que a maioria das Igrejas Cristãs protestantes ainda fazem, achando que são mais Bíblicas. Paulo diz: "todos podereis profetizar, uns depois dos outros", mas isto não se compreende serem propriamente todos no sentido inclusivo de literalmente toda a gente, pois ele começa logo a seguir a identificar condições para isso; condições essas que apresentam restrições de forma a compreender "TODOS" como "ALGUNS" somente.
-1º condição
"E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas." - Significa que para "profetizar" (Anunciar a verdade revelada Pelo Espírito de Deus), é preciso ter "espírito de profeta", ou seja, é preciso ser alguém com o conhecimento firmado e fiel na Palavra (visto que esta é a única fonte de revelação directa actual por onde Deus nos conduz à Verdade), e provado e aprovado pela Igreja como tal. Alguém que demonstre ter o conhecimento legítimo para o fazer, e que quando o faz, a igreja é realmente edificada. Contribuições inúteis, desmedidas, intrusórias e aleatórias deverão ser veemente rejeitadas.
-2º condição
Uma condição "sine qua non", significa: "uma condição sem a qual não poderia ser"; Ou seja, se alguém não sente e é reconhecido por ter "Espírito de profeta", essa pessoa deve ficar calada como Paulo refere que deve estar alguém cuja contribuição não seja edificante e/ou legítima (1 Coríntios 14:28). Se a ideia em mente for em reverência por meio de ordem e bom senso, O Espírito dirá quem tem legitimidade para o fazer.
Contudo, existe um corpo congregado que sabe a função de cada um e a extensão da legitimidade de cada um também na aplicação dos dons.
Existe logo de seguida uma segunda condição que exclui automaticamente do termo "Todos" algumas pessoas.
Paulo diz que às mulheres não lhes é "permitido falar", o que apresenta uma condição de negação ao direito de "Profetizar" (ensinar, expor em pensamento, revelar com autoridade) na Igreja. Então "Todos" inclui somente Homens por regime de exclusão de partes.
Mas onde é que não é permitido às mulheres falar e profetizar? Em todo o lado? Não! o versículo é claro: "Nas igrejas"!
Esta ordem é somente para as Igrejas de corinto? Não! Pois o versículo anterior especifica: "como em todas as igrejas dos santos." (1 Coríntios 14:33) no contexto das admoestações ali dirigidas.
Deus não tem mandamentos para serem obedecidos somente num determinado local.
Nós sabemos que as mulheres podem orar, profetizar, fora da igreja, e isso é bastante evidente noutras passagens bíblicas, incluindo na própria carta de Paulo aos coríntios uns capítulos atrás (1 Coríntios 11:5).
Paulo não se estava a contradizer, mas estava simplesmente a delimitar restrições dentro da Igreja onde deve existir uma ordem excepcional em regime de culto.
Porque existe uma "sensibilidade" cultural para acharmos ofensivo ou discriminatório algo ser negado a mulheres simplesmente baseado no facto do seu género sexual, convém referir que Paulo não era "machista", assim como esta ordem não tem nenhuma intenção de "inferiorizar ninguém", muito menos todas as mulheres em particular. Esta ordem é dada somente a "Mulheres convertidas" a um Deus e às Leis de um Reino que não é deste mundo, portanto a cultura do mundo não tem peso sobre a realidade interna de um corpo espiritual como a Igreja. Desde o Éden que a mulher foi tornada o "alvo" preferido de satanás, ao ponto de Deus afirmar a satanás que colocou uma natural inimizade entre ambos: "E porei inimizade entre ti e a mulher" (Gênesis 3:15) por Eva ter caído em tentação e ter levado consigo Adão pelo caminho da desobediência. Satanás não escolheu Adão como alvo para o engodo da mentira, mas Eva, pois ela foi feita a partir de adão para o completar (Gênesis 2:18) (Gênesis 2:23); Satanás viu isto como uma potencial "fraqueza".
Por isso Paulo diz na carta a Timóteo justificando sua ordem de restringir a mulher de falar e ensinar na igreja o seguinte: "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão." (1 Timóteo 2:13,14); Ainda diz mais: "Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras. A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio." (1 Timóteo 2:10-12);
Paulo é claro ao dizer que "(como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus)" ou seja, a mulheres que se professam Cristãs, tementes a Deus, que convenha estarem em silêncio e sujeição.
Esta ordenança de Paulo (Vinda de Deus é claro, pois sabemos que todo o conteúdo bíblico é inspirado pela mente de Deus) visa a sujeição da Mulher segundo os princípios de ordem de que Deus é a cabeça de Cristo; Cristo a cabeça do Homem, e o Homem a cabeça da mulher (1 Coríntios 11:3).
Aliás Paulo deixa bem claro que esta posição não é uma "opinião pessoal" dele ao dizer: "Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor." (1 Coríntios 14:37)
Quem não obedece a estas palavras está em directa rebeldia contra a mente de Deus e Sua expressa vontade.
Quem não obedece a estas palavras está em directa rebeldia contra a mente de Deus e Sua expressa vontade. Se só Houvesse 1 singular ocasião de Paulo refrear as Mulheres a "falar" dentro do formato de culto reunido em Igreja, podíamos entender isto como um caso excepcional, contudo Paulo reforça a Timóteo este mesmo princípio e di-lo em tom de Autoridade, o que nos indica sem dúvida que não há como apontar as referências aos coríntios debaixo do título "excepcional".
Mas esta vontade de Deus de reprimir a Mulher de ter participação activa na Igreja resume-se a quê propriamente? Esta vontade é exclusiva ao novo testamento? Primeiro é claro que Deus não reprime a Mulher como inferior em coisa alguma. Note-se: "Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas 3:26-28)
A ordem de ter a mulher em silêncio visa a sujeição, como modelo de hierarquia. Porque Deus faz isto? Primeiro porque como já vimos a mulher e o homem logo no Éden ao caírem do estatuto que tinham perante Deus, foram amaldiçoados, e Deus assumindo Sua autoridade atribuiu tanto ao Homem como à Mulher castigos directos; à Mulher contudo (e esta é a razão da ordem do silêncio imposta) foi aplicado o castigo da dor na concepção, e a sujeição em posição de submissão ao domínio do Homem: "E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará." (Gênesis 3:16)
Qualquer mulher que tenha um grande problema em aceitar esta realidade tem um grande problema directo com sujeição, e um grande problema também com a autoridade da Vontade de Deus em atribuir este castigo.
Se formos transportados até ao Velho testamento, comprovamos que decididamente as mulheres já haviam naquele tempo tomado um papel silencioso e ausente no que diz respeito à participação da "adoração" no templo em Jerusalém. Também vemos que quando Deus deu directrizes específicas ao seu povo para a construção da tenda da congregação, não vemos uma única mulher incluída naquelas tarefas. Isto não eram "ordens de homens" machistas, mas a expressa vontade de Deus. Deus deu instruções ao detalhe de tudo quanto havia de ser feito, e não deu a mulher alguma nenhum papel a desempenhar. Até o cozer, pespontar e reparar da tenda da congregação (um trabalho que seria sem dúvida mais bem desempenhado por mulheres hábeis nesses papéis), havia sido dado exclusivamente a homens entre os 20 e os 50 anos. Aos Homens foi dada a responsabilidade de fazer todas as vestes sacerdotais, incluindo as do Sumo-sacerdote; Foi também dado o trabalho de artífice de bordar em ouro, construir os utensílios, e todos os objectos respectivos para a obra que Deus lhes havia designado (Êxodo 28:1-3) (Êxodo 28:15) (Êxodo 35:4-19) (Êxodo 39:1).
Vemos que mulheres participaram na oferta dos recursos juntamente com o povo (Êxodo 35:21-29) mas a obra de executar as tarefas, apenas Homens distintos recebiam Do Senhor (Êxodo 35:30-35).
O apóstolo Paulo deixa claro que não era permitido às mulheres falarem na igreja por ser vergonhoso (1 Coríntios 14:35) e não que a liberdade da mulher necessitava de ser reprimida em relação aos homens, somente por serem mulheres. O termo grego traduzido por vergonhoso é αισκρος (aischros), cujo significado é "extremamente sujo", "baixo", "desonroso" de onde vamos buscar a ideia de "asqueroso".
EI DE TI MATHEIN THELOUSIN (e, se querem aprender alguma coisa) EN OIKÔ TOUS IDIOUS ANDRAS (interroguem em casa a seus próprios maridos) EPERÔTATÔSAN AISKHRON (Porque é vergonhoso) GAR ESTIN GUNAIKI (que as mulheres) LALEIN EN EKKLÊSIA (Falem na Igreja)
λαλέω ou -LALEIN- é o verbo usado aqui para referir a ideia de "falar"; Lalein é sinónimo de "Lego" (Apresentar diante de; representar em palavras) que aqui usado no tempo "Infinitivo" expressa exactamente a ideia de: Falar abertamente, proferir palavras; discursar, dizer, pregar, proclamar, dirigir ou comunicar ideias; conversar; uma extensa forma de arranjar pensamentos em discurso;
Veja 2 outras aplicações directas desta palavra segundo os mesmos propósitos usada noutras passagens:
E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão.
E, quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.
Lucas 5:3,4
(Repare-se que no versículo 3 directamente revela que o termo "Falar" do versículo 4 estava associado ao acto de "ensinar")
Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.
1 Pedro 4:10,11
(Outro pormenor interessante do termo "Lalein" é que atribui ao acto de falar uma acção de "Autoridade" ou "convicção", razão pela qual a mulher é refreada de falar dentro da Igreja congregada em culto e somente aí). Por isso Paulo vai ao detalhe de referir: "que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido" (1 Timóteo 2:12);)
Paulo já no fim do capítulo remata:
Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.
Mas, se alguém ignora isto, que ignore.
Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas.
Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
1 Coríntios 14:37-40
Se devemos procurar profetizar com Zelo, então devemos atender à Vontade e ordem Do Senhor a respeito de como fazê-lo. Se alguém considera A autoridade do Senhor, tem de considerar que a mulher deve ficar calada.
EI TIS DOKEI PROPHÊTÊS EINAI (Se alguém cuida ser profeta) Ê PNEUMATIKOS (ou espiritual) EPIGINÔSKETÔ A GRAPHÔ UMIN OTI (reconheça que as coisas que vos escrevo) KURIOU ESTIN ENTOLÊ (são mandamentos do Senhor.)
Entolé: uma injunção, ordem, comando
Palavra original: ἐντολή, ῆς, ἡ
Uso: uma ordenança ou Lei a cumprir; usada como intenção de "chegar ao fim; consumação; cumprimento; focado no resultado final de um mandamento. Depreende a acção directa de Ouvir e cumprir;
Veja fonte: (https://biblehub.com/greek/1785.htm)
"KURIOU" vem de Kyrios (Senhor), portanto é uma ordem directa Do Senhor, e não de Paulo.
A Autoridade deste "Senhor" ao qual devemos obedecer aqui descrito é melhor compreendida uns capítulos atrás quando Paulo diz em (1 Coríntios 8:6):
ALL ÊMIN EIS THEOS O PATÊR (Todavia para nós há um só Deus, o Pai) EX OU TA PANTA KAI ÊMEIS EIS AUTON (de quem é tudo e para quem nós vivemos;) KAI EIS KURIOS IÊSOUS KHRISTOS (e um só Senhor, Jesus Cristo) DI OU TA PANTA KAI ÊMEIS DI AUTOU (pelo qual são todas as coisas, e nós por ele)
O Senhor deu-nos o exemplo de uma Igreja funcional, por meio dos seus servos que registaram os problemas que a igreja sempre enfrentou e ainda enfrenta. A questão nem é se a Igreja sofre ou não dos mesmos problemas, pois sabemos que a história sempre se repete com ligeiras diferenças da cultura de época, mas a raiz do pecado contamina os corações da mesma forma desde o princípio dos tempos. A questão é como a Igreja age; se está ou não apta, fiel, e saudável para enfrentar os problemas e resolvê-los adequadamente.
A igreja é portanto mais que uma mera assembléia de pessoas, na medida em que nós não estamos sozinhos para lidar com os problemas na vida em Igreja. Nós temos a Mente de Cristo e O Espírito de Deus para nos guiar em toda a Verdade, honrando e servindo Ao Senhor.
Se a Igreja fosse apenas e meramente uma "Assembleia" no sentido figurativo que ela tem, não faria sentido sistemas corporativos e legislativos no mundo usarem o mesmo termo para definir as suas reuniões. Se Igreja é apenas uma assembleia, então assembleias são também Igrejas? A Assembleia da República é uma igreja? A reunião de assembleia de uma multinacional é Igreja? E as Assembleias de crenças místicas, pagãs e esotéricas, são também Igreja no sentido Cristão? Claro que não, daí termos de entender que o sentido Cristão de Igreja é ÚNICO, não partilhando da mesma estrutura sistemática, que o mundo também adopta.
-A Igreja é uma assembleia quando obviamente está reunida, mas quando não está reunida não é Igreja? Então é o quê?
-Então o poder para tornar legitima a Igreja de Deus não está em Cristo, mas no acto de congregar ou de reunir de pessoas? É portanto um acto de iniciativa Humana? É dado aos Homens o poder de formar a Igreja, congregando? Mas o poder e o sustento e a estrutura da Igreja é de ordem Humana ou Divina?
É exactamente aqui que reside o verdadeiro objectivo ecuménico de sistematizar a Igreja; o de dar poder e autoridade aos Homens de algo que não lhes pertence.
sempre foi este o real desejo da Igreja de Roma pagã ao tornar o Cristianismo a religião oficial do Império (Numa primeira instância de apenas estabilizar o império com o o fim ecuménico de criar a paz entre o cristianismo Judeu e o paganismo romano pelo imperador Constantino, mas mais tarde decretado oficialmente pelo imperador bizantino Teodósio 1º com o intuito de gerar uma "Igreja Universal" liderada por poder humano) -A chamada "Grande prostituta" pela boca Do Próprio Deus. (Apocalipse 19:2).
O que parece agressivamente conveniente nesta agenda de tornar A Igreja (como corpo) em algo tão linear como meramente uma Assembléia, é forçar as pessoas a fazerem parte de um sistema religioso estereotipado, movido por mãos humanas a constranger as pessoas a permanecerem nos Templos e a adoptarem regras sincréticas entre algumas ordenanças bíblicas e outras de cariz humano legislativo; quase um pesar na consciência sistemático que visa números, contagem, e controlo.
É óbvio e convém salientar também que um indivíduo que se identifique como cristão mas que queira permanecer sozinho, longe de outros cristãos, sem o hábito de congregar, de reunir, fazendo aquilo que é natural dos Cristãos, que é também a comunhão dos Santos, não pode em momento algum afirmar com bom senso fazer parte da Igreja de Deus, porque Cristãos são chamados a viver em comunidade, a reunirem-se com um propósito singular; o de União em Cristo; Assim como uma brasa sozinha não é uma fogueira.
"Eu e o Pai somos um" (João 10:30); A própria constituição da Trindade de Deus é evidência da União e cumplicidade que devemos ter entre nós, e com Ele.
O termo Igreja é um termo colectivo, porque assim como Deus é Pai, filho e Espírito Santo, e todos são UM, nós também somos Um em Cristo. Não existe individualidade (no que diz respeito à independência) no verdadeiro Cristianismo (Redenção em Cristo), e quanto mais crescemos na fé e na intimidade com Deus, mais queremos a comunhão com Ele e com os Santos. Não se pode amar o caminho para Deus, e não se amar aqueles que andam no mesmo caminho. Isto é Igreja, a Verdadeira Igreja.
O único propósito de se ter Igreja como assembléia, é no sentido prático e real que a Igreja é levada naturalmente a reunir-se. Assim como uma empresa não é uma assembleia, mas é pontualmente reunida com propósito especifico convocando assembléias; uma empresa que não se reúne acaba tendo graves problemas internos por falta de comunicação e de uniformidade nos propósitos comuns. Assim é com as "Igrejas" (Congregações) compostas por Filhos de Deus.
-Nós Cristãos também somos levados a reunir com propósito. E que Propósito é este da Igreja neste mundo, podemos perguntar?
A igreja é uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma organização ou instituição, independente do povo que compõe a igreja confundindo organismo com organização. Este não é o conceito bíblico de igreja. Jesus não morreu para estabelecer centros, nem para sistematizar locais de reunião públicas, mas para salvar e redimir o Homem do pecado.
Muitas pessoas sugerem que a “igreja universal” é constituída de todas as congregações locais no mundo. Isto dito desta forma não é um conceito verdadeiramente bíblico na sua essência. Uma igreja local consiste de cristãos que se reúnem num determinado lugar. Eles podem ser identificados por nome e contados (Romanos 16:1-15) (1 Coríntios 16:19) (Colossenses 4:13-15). A Igreja universal consiste de todos os discípulos de Cristo espalhados em todo o mundo. Nenhum homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste corpo universal. A tentativa de contar todos os verdadeiros cristãos numa nação ou no mundo seria inútiil; Somente Deus pode contar e identificar os seus “primogénitos inscritos nos céus”.
Daí que o "Fim" venha precisamente quando o Evangelho for pregado por todo o lugar, a todas as Nações, para que todos fiquem inescusáveis. (Mateus 24:14)(Marcos 13:10)(Marcos 14:9)()(Mateus 9:35). Convém salientar que O fim virá quando o Evangelho for pregado em todo o lugar, e não quando se abrir um determinado número de Assembleias!
A Igreja (como instituição Sagrada e Espiritual) pertence a Deus, e é, muitas vezes, por isso chamada “a igreja de Deus” (Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; 10:32; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 3:5,15) portanto todas as iniciativas forçadas de impingir a ideia de que a Igreja é sempre e só uma "Assembléia", é como se fosse uma forma agressiva e tendenciosa de cadastrar os crentes, e dar ao Homem alguma espécie de poder sobre a Igreja, coisa que é totalmente anti-Bíblica. É claro que a Igreja tem também como característica natural o acto implícito de reunir, de congregar, mas reservar-lhe apenas este estatuto é um exercício limitativo e medíocre, que desvia-se contraditoriamente da centralidade em Cristo.
A divisão religiosa da nossa sociedade é claramente vergonhosa. Muitas pessoas estão mais preocupadas em abrir Igrejas como se fossem empresas. Alguns destes nomes pelas quais são conhecidas honram certos homens, enquanto outros ressaltam pontos doutrinários específicos, como se isto fosse o centro da Fé de alguém Salvo.
A unidade dos salvos é baseada no Nome e na doutrina de Cristo. Devemos fazer tudo pela autoridade de Jesus ou em Seu nome.
E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Colossenses 3:17
Devemos perder menos tempo centrados na forma como Homens chamados "estudiosos" ou "Teólogos" definem aquilo que é a Igreja de Cristo, e centrarmo-nos no que a Bíblia exclusivamente nos revela, - Uma Igreja composta por Homens e mulheres que pelo Evangelho da Graça, receberam a Cristo e pelo Seu sangue foram lavados de todo o pecado e tornados filhos de Deus; Uma igreja de Santos que congregam e se reúnem, estando unidos e centrados Naquele que é o Salvador de cada um deles - Jesus Cristo - O Senhor.
Uma Igreja que persevera na comunhão, na exortação e admoestação mútua; Uma Igreja que espera fielmente o retorno iminente do Seu Senhor; Uma Igreja que tem como missão o Anunciar por todo o lado o Reino dos Céus, e o Evangelho da Salvação centrado no Sacrifício da Cruz em que Jesus morreu imaculado e perfeito pelo pecado de cada um de nós; Uma igreja que prega o arrependimento e a Graça abundante de Deus, poderosa para resgatar do pecado todo aquele que Crê que Jesus é o Filho de Deus, e o Salvador prometido; Uma Igreja que prega O amor maravilhoso de Deus, Sua Misericórdia e também Sua Justiça e ira para com o pecado, rebeldia e desobediência; Uma Igreja que tem um compromisso de zelo com a Verdade de Deus, e não a verdade dos Homens; Uma Igreja que prega a Verdade como a recebeu, não omitindo ou aligeirando ou desprezando Doutrinas Bíblicas; Uma Igreja que ama Israel e o seu povo, a Terra prometida do nosso Senhor, e que intercede por ela continuadamente; Uma Igreja que não tem como objectivo transformar ou impactar o mundo através de cumplicidade com ele, mas ao invés, uma Igreja que foi erigida para ser exemplo e testemunho da Glória de Deus para o Mundo; uma Igreja humilde, que irradia a Luz do mundo (Jesus), no mundo; Uma Igreja que na verdade não é deste mundo.
Já dizia Jesus com Palavras que o mundo não pode compreender:
Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.