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Deus ama e odeia

Ao estudarmos meticulosamente a história das civilizações antigas (ainda sem qualquer referência bíblica tomada em conta), é possível ver que - a auto-adoração - é a primordial religião humanista, mesmo que os seus apetrechos sejam tão variados e diversos, como os povos, Nações, e indivíduos que a praticam.
Quando o Homem cobiça distinções Teológicas sobre si mesmo, (fazendo-se ele mesmo o centro dos planos de Deus), e aplica no seu comportamento uma equivocada dignidade "espiritual", ele está menos apto a discernir que existe um standard existencial maior que o seu, e que exista um Justo Juiz Soberano decretando e reinando sobre toda a existência em Glória, de Eternidade a Eternidade.
Actualmente é possível notar sem grande investimento pessoal uma crescente e tão descontrolada guerra ideológica onde novos patamares são diariamente alcançados no "quebrar" da tradição, na imposição de um novo modelo de consciência; Por séculos o Humanismo tem convencido a cultura, que nós, na individualidade exclusiva de cada um, somos a derradeira fonte de propósito, e hoje, a consciência de que existe um Deus Soberano sobre toda a Criação é totalmente desconsiderada, para se encontrar na mente hedonista comum, o culto do prazer, segundo o propósito que cada um tem encontrado na expectativa que projecta no mundo e seus artifícios. Deus tem sido colocado ou totalmente fora da equação, ou pela religião, dentro da equação mas lado a lado com o Homem.

A Fonte do propósito para todas as coisas, não reside sobre o homem, nem tampouco, deve ao homem qualquer honra, para fazer dele o centro do fundamento.

o Fundamento primeiramente foi posto por Deus:

Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
1 Coríntios 3:11

A Idéia da centralidade do Homem no universo veio do movimento ideológico iluminista (séc. XVIII), que por sua vez foi resgatar o que sempre esteve depositado no coração humano desde o princípio: "o querer ser igual a Deus" (Gênesis 3:5);

Por isso o Humanismo está intimamente ligado ao culto do "eu"; Termos como Antropocentrismo (Homem no centro); Hedonismo (culto ao prazer); Narcizismo (amor próprio e da sua imagem); Egoísmo (Superindividualidade) geraram ideias culturais de que a nossa felicidade, satisfação e prazer são o propósito final de todo o empreendimento físico, emocional e espiritual. Daqui partem todos os grandes lemas humanistas do "pensador moderno".

O Clichet recorrente na cultura que diz que tudo é acerca do Homem, é a razão porque muitos "cristãos" acreditam que a sua Salvação é acerca de si mesmos. Existe uma ideia de benefício na Salvação e Prejuízo na condenação, e embora muitos até acreditem e saibam que o mérito da Salvação não é deles mesmos, ainda assim atribuem uma equivocada, ainda que não assumida, ideia de que A salvação e a condenação foi colocada por Deus nas suas mãos para ser executada por decisões individuais; Desta forma a salvação e a condenação são uma resposta consequente de escolhas pessoais tomadas por cada um de nós.

Aqui entram em choque conceitos e doutrinas que diluídas entre Escrituras e cultura, geram posicionamentos antagónicos e contraditórios resultando em heresias graves, entre outras infelicidades ignorantes.

"DEUS ODEIA O PECADO MAS AMA O PECADOR".

Esta é uma afirmação que tem criado controvérsia entre cristãos e ímpios, religiosos e incrédulos, eruditos e leigos, e tem feito até alguns filhos de Deus caírem em terrenos duvidosos que como qualquer genuína areia movediça, acaba engolindo aqueles que se debruçam muito sobre ela.

Vejamos:

Na Igreja "moderna" e nos círculos cristãos actuais, existe também muito esta ideia de que temos de estimular as pessoas, atraindo-as para um Evangelho apelativo, de entretenimento e benefícios, onde a Salvação pessoal é o propósito ("O benefício maior"); Neste Evangelho vamos os atributos de Deus serem distorcidos primeiramente, para logo de seguida algumas doutrinas serem desprezadas, de forma a "pintar" Deus mais apelativo e menos "Terrível". Deus tem de ser conformado às expectativas humanas, e Seus atributos e carácter têm de ser "adocicados" para Deus ser mais facilmente compreendido e aceite pelas pessoas quando lhes for anunciado "o evangelho". Sabemos que o "evangelho da cultura" religiosa humanista tem como maior propósito o benefício do homem e não a Glória de Deus; A Salvação é uma vantagem para o homem, que pode ser vista ou como "prémio" (por boas decisões) ou como "distinção" (por elitismo Divino), embora ambas sejam na sua essência o benefício do Homem.

Daí que a condenação seja automaticamente interpretada como "a desvantagem", e o inferno o "prejuízo"; e também por isso vermos estes temas tão sérios e urgentes serem escondidos e camuflados com incansáveis palestras sobre "o amor de Deus", totalmente equivocadas e muitas vezes até anti-Bíblicas.

Toda a religião está centrada na percepção humana emocional de que "Deus" tem vantagens e benefícios como riquezas, prosperidade, cura, e vida eterna, e quem não quer estas coisas? Muitas "igrejas" e denominações religiosas pregam e apregoam estas coisas como mantras para atrair pessoas; e muitos empregam força para centradas em si mesmas "fazerem-se servir dos benefícios" ou incluírem-se na lista dos "eleitos".

As escrituras descrevem isto muito bem:

A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele.
Lucas 16:16

 

As controvérsias com as doutrinas da Eleição e da Predestinação estão alinhadas com este pensamento hipócrita e egocêntrico do homem que as deturpa, fruto da sua ignorância em relação ao carácter de Deus e SEU propósito.

Desta forma a Salvação dos Homens deixou de ser para a Glória de Deus, e passa a ser a benefício dos Homens.

-Como poderia Deus condenar pessoas a quem ama? -Ou como podia Ele não amar todos?

A origem destas duas questões pode ser vista assim segundo a mente humanista:

-Como isto beneficia o Homem? (porque é disto que realmente se trata a dúvida das pessoas que se querem "servir" de Deus)

Então muitos olham indignados para a Eleição, olhando não com gratidão para os que Deus Elegeu sem merecerem, mas ao contrário, olhando desenfreadamente para os que não foram eleitos como se merecessem.

Não é o benefício pessoal um dos grandes mantras do Humanismo?
Quando se converte um pecador, os Anjos cantam no Céu, mas esse Júbilo e Louvor, não é em honra do redimido, mas em Honra do Redentor (algo que tem sido convenientemente esquecido em muito púlpito espalhado por aí).
 

"DEUS ODEIA O PECADO MAS AMA O PECADOR".

Um só versículo Bíblico, pode destruir completamente esta afirmação:

Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
Romanos 9:13

Claramente Deus ama e Deus odeia; (Ele odiou a Esaú); Mas a dúvida que se gera no coração humano é: Se Deus é bom, como pode Ele odiar?

Vejamos o versículo enquadrado nas Escrituras:

Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor.
Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.

Romanos 9:7-16

  • Primeiro vemos que Deus não tem todos como filhos, de todos que Ele mesmo criou;

  • Depois vemos que Deus distingue um como "Filho da carne" e outro como "filho da promessa";

  • Ao Ler Génesis dos capítulos 15 ao 17 percebemos que A aliança de Deus, foi feita com "um" (Isaac) e não com o "outro" (Ismael); 

  • Vemos ainda que "O propósito da Eleição" está firme pois foi concebido antes que qualquer homem tivesse ainda nascido; o que também nos refere, que a firmeza da Eleição, não está sustentada pelas obras (pelo homem), mas por AQUELE que chama (Deus Pai)

  • Ainda vemos que Deus amou a Jacó, e odiou a Esaú sem cometer nenhuma injustiça favorecendo um, desfavorecendo outro.

  • Que a razão porque Deus amou Jacó e Odiou a Esaú está primeiramente ligada À Eleição, e não especialmente à Salvação, embora uma leve à outra.

  • Também, por fim vemos que a compaixão e misericórdia de Deus estão somente inclinadas sobre a SUA vontade soberana, e não depende em nada das pretensões humanas.

Como pode Deus amar um e odiar o outro? Como pode escolher um e outro não? Porque Deus distingue um do outro se a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas? (Romanos 2:11) (Deuteronômio 10:17) (Atos 10:34)

A doutrina bíblica da eleição sempre foi muito rejeitada em certos grupos evangélicos. Um dos grandes motivos para essa rejeição é o alegado facto de que muitos entendem erradamente que ela mina o estímulo cristão para a santificação. Outros motivos têm surgido em todas as épocas e lugares, mas todos eles são ocasionados por um entendimento inadequado dessa doutrina, e principalmente porque a Eleição é sempre interpretada com o Homem no centro do propósito, ou seja sempre evidenciado o salvo ou o condenado, e não O SALVADOR e JUSTO JUIZ. Trataremos brevemente do ensino transmitido por Paulo aos crentes de Éfeso sobre esse assunto, na esperança de que este estudo seja proveitoso para nossa edificação em Cristo.

O FUNDAMENTO DA ELEIÇÃO

O fundamento da igreja, da salvação e da própria eleição é Cristo.

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
E nos predestinou para filhos de adopção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,
Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
Que ele fez abundar para connosco em toda a sabedoria e prudência;
Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;
Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;
Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo;
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;
O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.
Efésios 1:3-14

 

Veja a afirmação de Paulo nos seguintes versículos 3 e 4: “O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo… nos escolheu nele”.  (a escolha não é nossa mas DELE, e não é centrada em nós como escolhidos mas NELE - em Cristo); Também convém atentar para o facto de que "a escolha" (Eleição) nem tampouco foi feita pelo Filho, mas Pelo Pai! Agora como é possível que muitos pensem que a escolha para a salvação é deles mesmos se nem O Filho seguiu Sua própria vontade?

Ainda vemos que a conexão entre a escolha (eleição) feita por Deus em Cristo e a altura da eleição (antes da fundação do mundo) estão destinadas a, num dado momento no tempo, nos abençoar em Cristo, (uma dádiva gratuita) concedendo-nos a salvação e todas as bênçãos espirituais dela decorrentes.

Ainda vemos que as bênçãos são primeiramente e especialmente centradas nos "lugares celestiais", ou seja, não são para nosso conforto ou vantagem momentâneas (terrenas), mas para a Glória de Deus na Eternidade.

Ao afirmar que Cristo é o fundamento da eleição, o apóstolo Paulo automaticamente descarta toda e qualquer participação humana na salvação. Até mesmo o exercício da fé, mediante a qual nos apropriamos da salvação oferecida por Deus em Cristo, é um fruto da graça (Efésios 2:8). 

A eleição é fruto da graça de Deus, não o resultado de uma previsão feita por Deus de que este ou aquele pecador teria fé. Ele não “previu” que um determinado pecador teria fé em Cristo, mas determinou dar a fé a um determinado pecador para que ele cresse em Cristo e fosse salvo. Isto porque O próprio Senhor Jesus é o autor (Aquele que dá) e consumador (Aquele que sustenta) da Fé. (Hebreus 12:2)

A eleição feita por Deus não é uma simples previsão, mas uma firme escolha. O fundamento da eleição é o livre, soberano e misterioso decreto de Deus mediante o qual Ele, em Sua livre soberania, decidiu, movido tão somente pela Sua própria Graça, dentre todos os pecadores, que estavam igualmente mortos em seus delitos e pecados, escolher alguns para que fossem salvos por Jesus Cristo. Deus não elegeu pessoas para a Salvação, e igualmente elegeu outras para a condenação; isto porque todos já estavam naturalmente condenados. Se todos estavam na mesma condição na condenação, a Eleição é particular pois é concebida para remover muitos dentre todos para a vida eterna (2 Coríntios 4:15). Então a Eleição só existe para resgatar pessoas da condenação, e não para levá-las à condenação (pois na condenação já elas estavam). A Eleição é deste modo, particular, e não generalizada.

Essa escolha, como já vimos, não se baseia em qualquer mérito humano, pois pecadores espiritualmente mortos não podem convencer Deus a ser-lhes favorável. Esse é o ensino de Paulo em Romanos 4;

Vejamos:

Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.
Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.
Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:
Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos.
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.

Romanos 4:4-8

O cristão deve louvar a Deus por ter sido escolhido em Cristo pois se a sua eleição dependesse de si mesmo ele nunca creria, porque o homem natural está espiritualmente morto em seus delitos e pecados. Não há dúvida de que, entregue a si mesmo, o pecador jamais se decidiria por Cristo pois as próprias Escrituras dizem que Ele não era desejável (segundo os standards do mundo-(Isaías 53:2), pois o homem natural é livre apenas para, seguindo o curso deste mundo fazer a vontade de Satanás, que é o senhor e mestre de todos aqueles que estão espiritualmente mortos.

Esse é o ensino de Jesus em João 5:

Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;
E não quereis vir a mim para terdes vida.

João 5:39,40

Existe uma certa dificuldade para algumas pessoas conceber a ideia de que Jesus tenha morrido por todos, mas apenas justificado a muitos, ou expiado o pecado de muitos e não de todos, pois isto pode parecer contraproducente, ou até um acto de pura má vontade da parte de Deus segundo a ordem de consciência humana.

O que as pessoas nunca pensam, é que a razão porque Jesus morreu por todos tem a ver com a "Liberdade humana de consciência" (Que Ele mesmo nos concedeu); essa mesma consciência que não entende nem pode entender naturalmente os desígnios de Deus, pois está em rebelião fruto do pecado que o afastou do favor de Deus. (Romanos 10:3)

Morreu por todos porque todos precisam Dele para serem salvos; agora a realidade é que nem todos serão salvos por Ele. É evidente que Deus demonstra o Seu Amor para com todos, proporcionando ali na Cruz um Sacrifício maravilhoso que é primeiramente posto diante de todos como oferta. Mas isto para que fiquem inescusáveis. É como se a obra da cruz fosse uma PRENDA MARAVILHOSA (e na realidade O é) embrulhada num pacote desprezível que ninguém quer abrir. Os que abrem, são todos aqueles a quem Deus faz cair as escamas dos olhos para verem para além do embrulho.

O embrulho está óbvio na profecia de Isaías:

Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?
Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

Isaías 53:1-3

Ora vejamos a condição primeiro de todos:

  • Todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus. (Romanos 3:23)

  • Como está escrito:Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça o bem, não há nem um só. (Romanos 3:10-12)

  • Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia. (Romanos 11:32)

  • Ouvi a palavra do SENHOR, vós filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. (Oséias 4:1)

Jesus Morreu então por Todos, porque todos se encontravam "independentes", ou "Livres" para fazerem a sua própria vontade, contrariando as vontades de Deus. Mas Deus pode ser contrariado? As vontades de Deus continuam sendo Soberanas, mesmo quando Ele nos diz "Seja feita a vossa vontade" (afinal Adão e Eva pecaram porque fizeram a vontade de Deus ou a deles mesmos? Não receberam eles ordens de que a vontade de Deus era NÃO COMER da árvore?).

Que quer então isto dizer? Que as nossas vontades são livres numa pobre consciência (herança de Adão- Romanos 5:12), que não é livre (pois é escrava do pecado encerrada debaixo da Lei -Romanos 7:14); desta forma todas as nossas escolhas "independentes" só nos podem naturalmente levar a um destino - Ao Inferno.

Pode-se comparar o pecado de Adão para a raça humana a alguém despejando veneno num recipiente de água pura. Desse momento em diante, toda a água "do recipiente" se tornou venenosa de forma que é impossível obter até mesmo uma pequena porção de água pura desse recipiente (toda foi contaminada). Similarmente, o acto singular do pecado de Adão poluiu a corrente sanguínea da raça humana com o pecado desde o momento da concepção (por isso que todos pecaram).

Vejamos o fundamento da Lei:

  • Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. (Romanos 7:7)

  • mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. (Romanos 7:13)

  • Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. (Romanos 3:20)

  • Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. (Romanos 2:12)

Agora vejamos a condição na eleição de "Muitos":

Claramente se entende que Jesus morreu por Todos, para ser notório que ninguém naturalmente O queria; A Sua morte foi posta diante de todos para provar esta triste realidade. Ninguém O quer; Ninguém O deseja; Ninguém O quer receber ou tampouco O reconhecer como Senhor; Os que foram então elegidos são quem portanto? São aqueles que são especiais e que naturalmente O querem? Óbvio que não! A Própria Palavra diz que "Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus". (João 1:13)

"Do Senhor vem a salvação."
Jonas 2:9

Os Eleitos estavam na mesma condição (Efésios 2:1-3); Até esses não O queriam se não fossem por Deus trazidos até À Salvação (Uns até forçados). É O Espírito de Deus que persuade, convence, e força até o pecador a contemplar a Glória Do Filho, para que Este se torne desejável aos seus olhos. Não é o Homem que crê por si mesmo, mas crê pela Fé que é Dom de Deus. (Efésios 2:8)

Isto fica muito evidente quando vemos a parábola do Banquete descrita em Mateus e Lucas. Vejamos:

E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus.
Porém, ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos.
E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado.
E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado.
E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado.
E outro disse: Casei, e portanto não posso ir.
E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos.
E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar.
E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha.
Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.

Lucas 14:15-24


Então somos todos Filhos de Deus? Se Deus acaso ama todos, e não faz acepção de pessoas porque umas se salvam e outras não?

A acepção de pessoas significa que Deus não escolhe uns por serem melhores que outros porque para Deus éramos todos inúteis (Romanos 3:12), mortos em nossas ofensas (Efésios 2:5); Deus, de todos os que eram "iguais" e que estavam na mesma "condição", escolheu uns para salvar. Isto para privilegiar uns em detrimento de outros? Claro que não, pois a Salvação é para SUA GLÓRIA e não para nosso próprio benefício. (Efésios 1:12)

A Salvação é uma obra de Glória e não de vantagem pessoal; de Afirmação de poder de Deus e não de relevância do Homem; de Manifestação da Graça de Deus e não da dignidade humana.

Se Deus está "pronto para salvar todos os os Homens", então porque não se salvam todos?

Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
Jó 42:2

Se o propósito de Deus era salvar todos os homens, porque não se salvam todos? Se Deus ama todos, porque não são todos abrangidos Pela Graça?

A resposta está no propósito (que não é centrado no homem obviamente). A Salvação está somente em Cristo, e é a propósito de CRISTO, para que ELE seja Glorificado; este é o plano Do Pai, desde o ínicio. (Colossenses 1:18) (Filipenses 2:10

Por isso nascer-se Judeu não concede a ninguém salvação (Mateus 3:9) (Romanos 9:6-8) mesmo sendo nascidos da Nação Eleita e povo adquirido; Todos que são condenados não têm Cristo como Senhor. (Mas não têm todos liberdade de consciência independente para escolher seus próprios caminhos? Claro, e portanto inescusáveis)


Se a Salvação não vem de nós, é dom de Deus, porque não recebem todos o dom? Porque Jesus não se "assenhora de todos"? Se a minha Salvação procede da minha vontade de ser salvo, então como é Deus soberano no acto de Salvar e em qualquer outra coisa concernente ou homem? Podem as decisões humanas então contrariar a vontade de Deus, e projectar na Gloriosa obra da Salvação, uma vergonhosa taxa de insucesso?
O grande erro é colocar o Homem num estado neutro, onde as suas escolhas é que determinam se ele mesmo se irá salvar ou condenar; quando na realidade, todos os homens não estão neutralmente esperando fazer a escolha que os colocará ou no céu ou no inferno.
Todos os Homens numa perspectiva eterna ESTÃO JÁ CONDENADOS, até que Deus movido pelo seu beneplácito, numa compaixão inexplicável, descrita como o "grande mistério de Deus" (Efésios 3:3,4), nos conceda o Seu favor, pelo qual recebemos as tais "bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo", (Efésios 1:3-14) que são A Graça, A Fé, A Salvação, A permanência na Salvação; A Santificação; O conhecimento de Deus; A intimidade com Deus; O serviço a Deus; e a comunhão Eterna com Deus.

Cristo morreu por todos sim, mas só levou sobre si na cruz os pecados de MUITOS. Isto nada tem a ver com o amor de Deus que amou O MUNDO (João 3:16), ou a humanidade na sua totalidade, e cada pecador em particular.

-TODOS-

Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.
E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

2 Coríntios 5:14,15

-MUITOS-

Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.
Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.

Isaías 53:11,12

A dificuldade entre entender -"Todos"- e -"Muitos"- pode ser a causa de muitas vezes haver erro de pensamento que conduza a afirmações anti-Bíblicas, e por isso deve haver prudência e humildade e leitura da Palavra sustentando cada afirmação e conclusão.

Cristo morreu por todos, mas não da forma inclusiva e permissiva deste novo modelo de Evangelho que visa destruir a Eleição de Deus (1 Tessalonicenses 1:4), fazendo da Salvação uma opção de escolha humana onde o Homem põe e dispõe.

Se Cristo morreu por "todos os homens" de forma inclusiva que negue a Eleição, e no entanto muitos se perdem e são condenados, então a real diferença entre os que se salvam e os que se perdem está e reside somente na escolha pessoal de cada um; ou estaria na ineficácia do "sangue redentor" (que é óbvio que não está); desta forma A Salvação e a condenação residiriam na escolha humana (ou humanista); Então o que realmente importaria na nossa Salvação não seria o Sangue Redentor derramado e o sacrifício de Jesus; A nossa Escolha seria a coisa mais importante, e o resto secundário, pois a nossa vontade individual estaria acima da vontade de Deus, sendo que a nossa escolha pessoal poderia frustrar ou contrariar a vontade de Deus soberana, e a eficácia da Cruz estaria submetida à escolha individual dos homens, eficaz nos que dizem sim, inútil nos que dizem não. (Isto é um absurdo e anti-bíblico)

Se a nós fosse dado esse poder, então a Salvação seria fruto da Escolha e não da Graça, e não dependeria Dele, mas de Nós.

Mas não temos nós escolha voluntária? Não temos nós responsabilidade das nossas decisões e atitudes? Claro que sim, na Liberdade de consciência, e por isso o Evangelho serve o propósito do apelo à consciência; Para que fiquem todos inescusáveis. Mas na esfera da escolha voluntária, há poder humano para reverter a vontade de Deus para nós? Claro que não, pois se houvesse, Deus não seria soberano, contudo as nossas decisões, mesmo que responsáveis e voluntárias, trabalham sujeitas à autoridade maior de Deus segundo o conselho da Sua vontade (vontade essa que não pode ser contrariada ou coagida ou revertida, pois parte da eternidade).

Por isso também convém relembrar porque razão Jesus falava por parábolas; A razão era para que todos ouvissem mas apenas poucos pudessem compreender e NÃO SE CONVERTESSEM.

E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas,
Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.
Marcos 4:11,12  

("A vós vos é dado" significa -Não é dado a toda a gente, mas tão somente a vocês)

É possível ver ainda outras referências semelhantes em: (João 12:40) (Atos 28:27) (Lucas 8:10)

Vejamos agora outra particularidade digna de se referir na seguinte passagem:

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?
Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.
E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis,e, vendo, vereis, mas não percebereis.
Porque o coração deste povo está endurecido,E ouviram de mau grado com seus ouvidos,E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos,E ouçam com os ouvidos,e compreendam com o coração,e se convertam,e eu os cure.
Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.

Mateus 13:9-17

(Vamos analisar detalhadamente)

"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" - (Apelo à consciência) Mas todos podem ouvir? O próprio Senhor Jesus diz que não. "a vós é dado" mas "a eles não lhes é dado;"

Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas;
Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.

Mateus 13:34,35

Esta passagem específica é relativa à parábola do semeador e é interessante porque se vê a descrição do terreno onde é plantado, e a razão pela qual a semente não cresce. Ainda vemos em Hebreus uma passagem que mostra porque alguns terrenos não produzem nada. 

Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo.

Hebreus 4:2,3

Interessante que a Fé é a razão que distingue os que ouvem dos que não ouvem, e por isso sabemos que somos salvos pela Graça por meio da Fé; Mas a fé está acessível a todos? Confira: (2 Tessalonicenses 3:2)

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Efésios 2:8

("isto não vem de vós"- "Isto" é a Fé, e claramente é expresso que não vem de nós)

Ainda lemos o seguinte na Palavra em Hebreus uns versículos mais à frente:

Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações.
Hebreus 4:7

Mas sabemos que "Deus endurece a quem quer e compadece-se de quem quer" (Romanos 9:18)...Então não seria um contracenso?

Um pouco acima vemos em Hebreus 4 a seguinte particularidade: "embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo" (Hebreus 4:3)

Tudo foi predestinado por Deus para ser como é, e o apelo à consciência feito aos perdidos, serve precisamente o propósito de torná-los inescusáveis (pois fazem escolhas em liberdade de consciência voluntária, não reconhecendo sequer a soberania de Deus); Serão pois condenados injustamente? Acaso o pecado não foi originado pela criatura? Se a criatura é que é a autora do pecado, e na verdade ASSIM É, então Deus não é injusto em condená-la. Deus sim é misericordioso em simultaneamente enquanto opera a condenação do homem, compadecer-se de alguns.

Muitas pessoas tendem a crer que Deus vai tomando decisões à medida que o tempo vai passando, ou seja, que Deus ainda está por decidir o que vai acontecer amanha ou depois, ou no fim, contudo, Deus é Eterno (Aeternum = fora do tempo) e como tal, não está retido pelo tempo; aliás Ele é o criador do tempo.

Como Deus permite nossa voluntária liberdade de consciência e mesmo assim exerce a Sua soberania, é um grande mistério, e como nenhum de nós é Deus, não temos a presunção de querer submeter Deus a um escrutínio ou juízo. Basta sabermos que ELE é DEUS.


Pregamos o Evangelho para quê então? Para que aqueles que Deus Elegeu sejam publicamente conhecidos pelos ímpios como obras da transformação misericordiosa do Amor de Deus.
E para que aqueles que serão condenados, sejam em consciência tornados inescusáveis, para que publicamente sejam reconhecidos pelos Crentes como obras da eterna ira de Deus sobre o pecado.

O anunciar do Evangelho tem somente a haver com decretos eternos, e propósitos Divinos agindo sobre a consciência Humana.

Não é O Evangelho a Salvação, mas Cristo. O Evangelho é o meio pela qual o homem perdido encontra a direcção do Salvador. O Evangelho é a bússola para o viajante perdido mas é Deus que traça o destino, dirige os passos e conduz o caminho. (Provérbios 16:9) (Provérbios 20:24) (Jeremias 10:23)
Se eu pudesse escolher ser salvo, rapidamente se tornaria evidente que a salvação era algo que eu não poderia manter, pois nós fazemos constantemente más escolhas umas atrás das outras, muitas delas ás vezes até contrariando a nossa "boa consciência". Então Deus permite Liberdade concedendo-nos poder para aceder à Salvação por escolhas pessoais, mas depois retira-a para exercer força para nos manter nela?
Mas é precisamente por uma Salvação eterna sustentada somente no poder de Deus, que posso todos os dias descansar na promessa de Deus à minha consciência, de que não tornarei jamais a estar em condenação.

Ora, Se eu posso voluntariamente escolher a Salvação, posso igualmente decidir a qualquer altura, pelas minhas escolhas, que ela já não me serve, e perdê-la.


Por isso convém lembrar que a Obra da Salvação é somente Trinitária.
-Escolhidos pelo Pai
-Redimidos pelo Filho
-Selados pelo Espírito.

A Glória da Salvação nos Céus, pelo Louvor e Júbilo dos Anjos é em honra do Redentor, e não do redimido; do Criador e não da criatura.

 

A expiação é particular e não Universal, o que faz da Salvação uma Obra dirigida somente a muitos, e não a todos. Uma expiação universal mas não eficaz, não suficientemente poderosa para salvar aqueles que são expiados não demonstra Soberania da parte de Deus nem tampouco eficácia, autoridade e perfeição. Ou seja, Se a expiação fosse Universal ela não era intencionalmente propositada para cada alma, mas era algo que era colocado disponível para quem quisesse, o que nos tornaria a colocar na posição contraditória de centrar a Salvação não no sangue precioso do sacrifício, mas na escolha dos homens para atentar para tal obra.

E a pergunta é: Se nenhum Homem busca a Deus (e As Escrituras são claras nesse sentido -(Romanos 3:11), imagine-se o cenário em que Jesus morria na cruz e nem UM ÚNICO homem atentava para tão grande salvação.

Se as decisões humanas podem contemplar a Salvação por aquilo que ela realmente é, então negamos também a Doutrina da Depravação humana, e não só, acabamos por acreditar que, nós não somos "assim tão maus", como Deus não é "assim tão Santo".

Pois se a expiação é para todos e alguns não são expiados por causa da incredulidade, e se Jesus pagou todos os pecados de todos os homens, então ele também pagou pelo pecado da incredulidade; e se esses pecados já estão pagos como serão pagos novamente no inferno? Então Deus seria injusto e o Homem vítima das vontades sanguinárias de Deus de amar uns e odiar outros, ou escolher muitos e não todos.


Vejamos assim: eu estava condenado, mas havia forma de pagar a redenção que me livraria da condenação à prisão. Alguém paga essa caução por mim para me livrar da condenação, e a instituição que recebe o valor da caução informa o Juiz de que foi pago o preço pelo qual eu agora posso ir em liberdade, mas mesmo assim o Juiz decide que eu tenho de ir para a prisão e pagar de novo, cumprindo a pena. Que Juiz é este senão um Juiz injusto? Como podem muitos crer que Deus opera assim a Salvação e a condenação?
Ora, se a propiciação é o aplacar da ira de Deus, e é verdadeiramente, e se Jesus propiciou o pecado de todos os homens, então como é que essa ira será novamente despejada sobre esses homens pelos quais Jesus morreu e aplacou a ira do Pai??? 
Essa doutrina só pode ser falsa, pois torna a salvação uma obra odiosa, onde Deus se manifesta injusto. 

A Obra da Cruz é perfeita, operada por um Deus perfeito (Mateus 5:48), consumada pelo Filho perfeito (Hebreus 4:15); NADA ficou a desejar.
Morreu por "todos" e não para "todos" pode ser entendido com esta pergunta: morreu por "Todos" quem? Por toda a gente, porque o Amor de Deus é infinito e dirigido a toda a Sua Criação; A Obra de redenção foi por todos, no sentido de que todos precisavam dela. Morreu para "Todos". Todos quem? Morreu para todos os que crêem. outra questão - mas todos crêem? obviamente que não.

A questão imperativa aqui é: -Onde fica a Eleição no meio de tudo isto?

Então A Eleição não é para "Todos" (conceito de todos = toda a gente); Desta forma então Ele morreu por todos, mas sua morte expiou apenas os pecados de todos quantos elegeu e concedeu a fé salvífica.

Se houvesse coisa como a expiação Universal, então não poderia haver condenação para ninguém, pois se a Obra da Salvação é totalmente do mérito de Cristo, e se a Expiação fosse Universal, Ele teria falhado naqueles que se perderiam e a expiação Universal teria taxa de sucesso e taxa de insucesso. Cristo consumou na totalidade a Obra na Cruz, e todos aqueles que eram Dele, nenhum se perdeu, e quem se perdeu, já para isso estava predestinado, e Judas é o perfeito exemplo disso como referido em (João 17:12). Outra coisa importante de se perceber nesta passagem é que Judas não se perdeu porque tomou escolhas erradas, mas as escrituras referem a razão como: "Para que a Escritura se cumprisse" (predestinação) Veja ainda (Provérbios 16:4)

A referência de que "Deus amou "o mundo" de tal maneira que Deu o Seu filho Unigénito para que todo aquele que Nele crê não pereça mas tenha a vida eterna" (João 3:16) serve aqui perfeitamente: "Amou o mundo" não é o amor inclusivo que muitos defendem em tom ecuménico. Senão Deus não teria amado a Jacó e Odiado a Esaú (romanos 9:13).

Deus amou a Sua criação, naqueles que Ele mesmo elegeu, por isso este "Amor" está intimamente ligado a uma condição sine qua non (Sem a qual não podia ser); Para todo aquele que NELE crê é a condição pela qual entende-se perfeitamente que a Expiação não foi Universal, mas somente para quem crê. e quem crê? por certo não "todo o mundo".


Cristo não morreu por ninguém, sob a condição de que eles cressem. Ele morreu por todos os Eleitos de Deus, para que eles pudessem crer.
(Puritano John Owen)


Se a morte de Cristo estivesse intimamente ligada a uma condição de origem humana, haveria uma obra do Homem, ligada ao Sacrifício da Cruz, (e Jesus não teria consumada a obra na cruz, mas esta era consumada na decisão individual de cada um como o passo final da Salvação - (João 17:4) (João 19:30) o que não só levaria a uma perda de Glória, (como dizem alguns ignorantemente que a glória dos condenados é para satanás) mas também a uma taxa de fracasso naqueles que não criam.
Não há Glória nenhuma em Homem algum na sua salvação, assim como não há falhanço nenhum em nenhuma condenação!
Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.

João 10:26-29

 

Jesus diz que dá a vida eterna a quem? A todos?

"dou-lhes a vida eterna" -A quem Dá Ele? A resposta é: "As minhas ovelhas";

Não todas as ovelhas, porque Ele mesmo ali referiu-se aos Fariseus como "vós não credes porque não sois das minhas ovelhas";

Claramente Jesus estava a dizer que a sua morte não lhes traria Salvação; Isto porque Ele refere logo de seguida quem as Suas ovelhas vieram directamente DO PAI; "Meu Pai, que mas deu"; (não as ovelhas que se decidiram por mim)

Estas ovelhas são de Jesus não porque "se decidiram" serem Dele, mas porque O Pai as deu ao Filho (Escolhidos pelo Pai, redimidos pelo Filho, Selados pelo Espírito).

Se não houver "chamado", ninguém se chegará a Deus, e ninguém se fará "ovelha de Jesus".

CRISTO diz:

Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
João 6:44

Então porque Jesus não se compadeceu da incredulidade dos fariseus, mas compadeceu-se de todos os que são salvos? Porque Deus aceita uns e rejeita outros?

ALIÁS, vemos bem na seguinte passagem que Deus rejeita "o homem que entra sem veste nupcial aparecendo sem ser convidado às bodas do noivo". Quem é o Rei? (O Pai) de quem são as bodas? (Do Filho) Quem é a noiva? (A Igreja dos salvos) quem é o homem que entra sem ser convidado? (O não eleito) Que são as vestes nupciais? (A justificação)

E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias.
E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Mateus 22:11-14

Muitos até diriam indignados que o rei não teve uma atitude de "cristão"...

No acto da crucificação nós vemos o Ministério da condenação e o Ministério da Justiça (2 Coríntios 3:8-10) operando lado a lado com Jesus no centro; Logo ali vemos a Eleição exposta de forma incontornável.

Jesus O Salvador metido entre 2 ladrões; Ambos eram ladrões, não é que um fosse acusado de um crime mais grave do que o outro;

Encontramos então 3 cruzes, 3 mortes diferentes:

  • Um homem morreu em pecado (ladrão)

  • Um homem morreu para o pecado (ladrão arrependido) 

  • Um homem morreu pelos pecados (Jesus) 
     

Jesus estava ao lado de ambos os ladrões mas apenas um foi Salvo. O Salvador estava ali, e um foi salvo e o outro não. Só houve Glória para Deus na vida de um ladrão?

Se Deus quer que todos se salvem, (e Ele tem poder para salvar todos), porque não se salvam todos, e porque razão apenas 1 ladrão foi salvo?

Vejamos a seguinte passagem:

Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.

1 Timóteo 2:4-6

Novamente o grande problema está em entender o que a expressão "Todos" abrange; Todos, toda a gente? E em que contexto está escrito?

O problema aqui é que muitos se esquecem de considerar o contexto da argumentação de Paulo, em que ele fala sobre homens de todos os tipos (que a salvação abrangerá pessoas de todas as idades, raças, línguas, épocas etc), e não todos os homens (literalmente toda a gente), no sentido de que "todos são eleitos".

Esta passagem tem a ver com a diversidade do plano de Deus para reunir os Seus de todas as Nações, e não com "a quantidade"; é um chamado ao Evangelho para todos (a não acepção de pessoas), e não somente para os Judeus como muitos presumiam. (O escândalo para os Judeus e loucura para os Gregos - (1 Coríntios 1:23)

Na primeira epístola de Paulo a Timóteo cap. 2, (1 Timóteo 2:4) é notório que Paulo começa a referir que Deus "quer que todos os homens se salvem" (Vs.4)  e até mesmo antes disso afirma no (Vs.1) "Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;" Ainda assim, refere (Vs.6) "O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos"; O que apresenta todos os sinais de um "-Todos- inclusivo", sendo aqui tido aparentemente por: todos = toda a gente; mas não o é particularmente.

Especificando -Todos- mas: em todas as áreas, em todas as distinções de pessoas; daí que no Vs.2 refira pelos Reis e dirigentes, de uma forma geral (e não por cada rei e cada dirigente particularmente nome por nome; não é disso que se trata tal expressão): "Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;"

Todos é generalizado no aspecto da distinção (sem distinção ou sem acepção) e não generalizado no aspecto da inclusão (Todos singularmente incluídos); Podemos ver as seguintes passagens e entender isto:

Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.
1 João 5:16

Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque eu não te ouvirei.
Jeremias 7:16

Fica claro que há situações excepcionais em que todos, não inclui toda a gente. Não é imperativo então, que só porque lemos a palavra todos, apliquemos isso de forma generalizada a cada uma das pessoas singularmente;

-Todos- é uma expressão generalizada, porém não forçosamente inclusiva.

Logo no primeiro versículo entendemos o tom, quando Paulo começa dizendo "Admoesto-te"; Isto para que seja óbvio que a carta é uma carta de autoridade, rigor, zelo e responsabilidade que Paulo coloca perante Timóteo. Vemos isto nas seguintes passagens também (1 Timóteo 5:20) (2 Timóteo 4:2) e ainda Paulo dirigindo-se a Tito com o mesmo propósito (Tito 2:15).

É óbvio que a doutrina da Eleição não era "alimento" de todos, e que a Eleição de Deus (1 Tessalonicenses 1:4) não deveria nem deve colocar o cristão numa espécie de "elitismo" espiritual. (A Salvação veio para os Judeus e para os Gentios)

"Deus quer que todos se salvem" é uma óptima forma de relembrar Timóteo do Amor de Deus que não faz acepção de pessoas, e que Deus não tem prazer na condenação humana, e no aplacar da Sua Ira (por isso mesmo é que ELE se agradou em moer o Filho em nosso lugar (Isaías 53:10).

Agradou-se em causar sofrimento ao Filho? Claro que não, mas uma vez saciada a Sua ira Santa para com o pecado, agradou-se na posteridade (na eternidade) como diz o versículo, porque a obra da Cruz é para a prosperidade e Glória da herança em Jesus, e para Louvor e Glória e Adoração de Deus Pai. (Filipenses 2:11)

Nenhum Homem tem acesso ao Livro da Vida para saber quem é eleito porque ao homem não cabe saber estas coisas. A nós não nos cabe fazer nenhuma distinção, pois a nossa própria Salvação é um mistério. Porque Deus se agradaria de nós, se nós somos os piores dos piores, os mais miseráveis de entre os homens? 

O próprio Apóstolo Paulo disse a Timóteo isso mesmo:

Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior.
1 Timóteo 1:15

"Deus quer que todos se salvem" -É uma revelação sobre o carácter de Deus e não sobre a obra da Salvação; Aqui Paulo demonstra que o carácter Santo e benigno de Deus é de fazer o bem para com todos os homens, e que Deus não tem agrado em derramar a Sua ira sobre o mundo (embora necessária pois O Deus do Amor também é O Deus de Juízo). Provavelmente Paulo até disse isto no mesmo contexto do Velho testamento, quando Deus se dirige a Israel:

Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Jeremias 29:11

Agora a revelação é: Não sofreu Israel o Juízo?

"DEUS ODEIA O PECADO MAS AMA O PECADOR"

Como podemos achar em coerência que Deus ama o pecador e tão somente odeia o pecado? Acaso o pecado é alheio ao pecador? Não é o pecador o autor do pecado? 

Esta expressão parece separar o pecado do pecador como se o Homem fosse vítima do Pecado, e não o autor e executante de toda a obra pecaminosa.

Se alguém for hoje à sua casa e durante a noite roubar tudo o que você tem, você odiará o roubo, mas vai amar o ladrão? Ou seja você vai ver a acção de forma negativa, mas vai ver o agente positivamente?

Mas Deus ensina-nos "a amar os nossos inimigos", diriam muitos (Mateus 5:43,44).

A ordenança de amar os nossos inimigos serve para Deus moldar o nosso coração injusto e impuro e alinhá-lo com a natureza do Seu carácter Santo. Precisamos amar os nossos inimigos para experimentarmos e aprendermos o amor de Deus, (pelo qual Ele entregou O Seu Filho para morrer por nós -Seus inimigos) Isto porque a nossa própria natureza está corrompida na matriz. Nós amamos e odiamos naturalmente pelas razões erradas, porque a nossa satisfação está sempre em primeiro lugar. Deus ama e Odeia segundo outros padrões, pois Deus é Santo e perfeito e nós somos pecadores e miseráveis.

Os nossos padrões de justiça não podem ser aplicados a Deus; Se nós tivéssemos a oportunidade de salvar alguém da perdição do Inferno e não o fizéssemos, estaríamos cometendo um pecado terrível; Isso é certo. O erro está em tentar aplicar isto a Deus. Sabemos que o Senhor manda que não nos vinguemos, mas Ele vinga-se; Ele manda que não matemos, mas Ele mata; Ele manda que perdoemos todos, mas Ele não fará isso. Isso é hipocrisia? Se fosse em nós sim, mas Nele, Logicamente que não. Ele não é um homem dando-nos regras que Ele próprio não segue, Ele é um Deus Soberano que não tem a mesma natureza caída que nós e, por isso, vive em padrões que não podemos viver, tendo outros pensamentos, outros caminhos, outra realidade (Isaías 55:8).

Então a Bíblia refere alguma coisa sobre Deus odiar o pecador?

Confira:

O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma.
Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo.
Porque o Senhor é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os rectos.

Salmos 11:5-7

(Deus não só odeia o pecador como tem uma infinidade de castigos e juízos preparados para lançar sobre eles)

(O "justo" e os "rectos não são uns que são melhores que outros, mas aqueles a quem Deus se compadeceu, e a quem Ele se revelou; Aqueles que praticam as boas obras, AS QUAIS Deus preparou para que andassem nelas - (Efésios 2:10)

Porque o perverso é abominável ao Senhor, mas com os sinceros ele tem intimidade.
Provérbios 3:32

(Abominar quer dizer "odiar" ao ponto de não suportar)

Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina:
Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal,
A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.

Provérbios 6:16-19

(Deus odeia várias coisas (atitudes e comportamentos), e no último versículo refere-se especificamente à pessoa que pratica e não à acção praticada "e o que" semeia contendas";

Creio que está claro até aqui que Deus odeia não só o pecado (actos), mas também aquele que os pratica (pessoa);

Então Deus odeia o pecado e o pecador? Sim!

Outra pergunta então?

-Mas pode ainda também, Deus amar um pecador? Sim!

A Bíblia diz que sim: 

"Mas Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores". (Romanos 5:8).

Deus não apenas ama pecadores, mas o facto de amar pecadores e ter entregue Seu Filho para morrer é prova de Seu amor para connosco. (Agora entenda a real diferença entre - "Ama pecadores" - e "ama os pecadores"); "Ama pecadores", é uma expressão particular (exclusiva) e "ama os pecadores" é generalizada (inclusiva); uma é bíblica mas a outra não.

O ódio (ira) de Deus estava sobre nós, pois éramos pecadores. Mas mesmo na condição de pecadores fomos amados por Deus, que deu Seu filho para nos salvar e nos tirar daquela condição, ou melhor dizendo, que nos deu AO SEU FILHO para nos salvar. Os que hoje são justificados por Cristo já foram outrora pecadores. (e por isto mesmo somos ensinados a amar os inimigos, ou acaso não éramos também nós inimigos de Deus?);

Aqui nesta subtil inversão de palavras podemos ver melhor o amor de Deus e a Eleição agindo; Note:

  • "Deus deu O Seu Filho para nos Salvar" (Ideia de que o homem é o centro do propósito de Deus)

  • "Deus nos deu AO Seu Filho para nos salvar" (Noção de que O Filho é o centro do propósito de Deus)

 

Vemos ainda que Jesus ensina que Deus derrama a Sua graça "sobre justos e injustos"(Mateus 5:45). Injustos são aqueles que estão naturalmente em rebeldia contra Deus. De onde vem esse cuidado de Deus até pelos injustos? Claramente vemos Deus num determinado momento "amando pecadores", mas a razão é simples, por amor dos eleitos a Graça é derramada sobre todos e o amor dos eleitos é concedido por causa do amor pelo Filho; O contexto mostra que Jesus estava ensinando os discípulos a amar os seus inimigos, e Jesus termina revelando que este é o padrão que é visto no próprio Pai: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5:48

Deus ama pecadores é um facto, mas "que pecadores"? Os que foram eleitos e predestinados antes da fundação do mundo.

Estamos obviamente a falar do "AMOR" atribuído à Salvação; Porque é não apenas possível mas até provável que Deus ame toda a Sua criação como "um todo", afinal foi ELE que a criou. Mas o amor que está sendo derramado sobre os Eleitos pela Graça não é o mesmo amor; Este é o amor DO PAI PELO FILHO (não o amor do Criador pela criatura, mas o amor que existe na Trindade na relação entre O Pai, O Filho e O Espírito).

Por isso este amor que nós não podemos compreender pertence tão somente a Deus e por isso nada tem a haver connosco propriamente, nem depende de nós. É UMA OBRA ETERNA (poética, grandiosa e sublime) sobre a relação que Deus tem consigo mesmo na Trindade. É incompreensível, e insondável porque reside na imaculada relação entre as 3 pessoas da Trindade, completa na perfeição de um Deus Triúno e Sempiterno. Por isso Deus afirma SER o Amor (1 João 4:16); e por isso este amor está intimamente ligado à Santidade e à Ira Santa de Deus para com o pecado (algo que Deus não criou nem decretou nem desejou- algo totalmente oposto à Sua natureza).

Este amor perfeito em Santidade não pode deixar a injustiça e a malignidade impunes. Na passagem de excelência sobre a descrição do amor, em 1 Coríntios 13, encontramos a seguinte particularidade na descrição:

referindo-se ao amor de Deus:

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
1 Coríntios 13:6

Assim podemos entender porque Deus pode odiar o pecador da mesma forma como odeia o pecado.

Mas se Deus realmente amou pecadores e os salvou (os eleitos), como pode não amar todos, enviando os restantes ao inferno? 

A Bíblia é clara quando diz que o inferno existe. E o Ministério da condenação é esse, que pecadores que não têm Jesus como Senhor e Salvador estão destinados ao inferno. Uma boa pergunta a fazer é? Deus atirará para o fogo eterno "o pecado" ou "os pecadores"?

Contudo é bom referir que primeiro, o inferno não foi criado para o Homem, mas para o diabo e seus anjos (Mateus 25:41); Segundo que o inferno não foi criado pelo Diabo mas por DEUS; Terceiro, o inferno é uma demonstração do amor de Deus contrariamente ao que muitos pensam;

QUAL A UTILIDADE PRÁTICA DO INFERNO?

A pergunta formulada tem tanta objectividade quanto a perguntar que utilidade tem para uma cidade um depósito de lixo. Ninguém pode admitir a existência de uma cidade sem que haja um lugar para se jogar o seu lixo, porque sabemos ser necessário.

O inferno é nada mais nada menos do que um depósito de lixo para recolher o diabo e seus anjos cuja rebelião se tornou em algo putrefacto de zero utilidade para Deus. Os anjos foram criados para exaltarem e adorarem a Deus, portanto se não cumprem essa utilidade, de nada servem. Também está preparado para receber pessoas que não aceitam viver dentro da vontade de Deus e que igualmente não pretendem uma eternidade cumprindo esse propósito. Vemos O Senhor Jesus referir algo deste género quando diz: 

Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Mateus 7:19

E Jesus referindo-se ainda ao inferno empregou justamente uma palavra no grego que tem ligação com o depósito de lixo. Usou a palavra Gehena ou Geena (do hebraico גֵיא בֶן-הִנֹּם, transliterado, Geh Ben-Hinom, literalmente "Vale do Filho de Hinom") é um vale em torno da Cidade Antiga de Jerusalém, e que veio a tornar-se um depósito onde o lixo era incinerado. Actualmente é conhecido como Uádi er-Rababi.

A palavra Gehena é formada por duas palavras gregas: ge: terra e hinom. Essas duas palavras juntas significam o “vale do hinom”. Esse foi o lugar onde o ímpio rei Manassés queimou seus filhos (2 Crônicas 33:6).

Jesus usou o lugar de incineração fora da cidade de Jerusalém (um lugar de podridão) como figura na Sua descrição do inferno.
 

Se Deus não odiasse o pecador não convertido, como poderia Ele mesmo assim lançá-los nesse lugar? Deus ama o pecador que Ele converteu, por causa do Amor Ao Filho, a quem os ofertou, fazendo deles "novas criaturas". Porque razão foi necessário fazer deles novas criaturas perguntamos? Porque Deus odiava o velho homem, que não podia ser resgatado na sua natural condição, mas teria de morrer com Cristo, para com Ele ser glorificado.

Confirme:

Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.
Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos;

2 Timóteo 2:10,11

De sorte que fomos sepultados com ele pelo baptismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;
Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.
Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele.
Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
Romanos 6:4-10

Novamente a questão sobre Deus amar uns e odiar a outros não é bem recebida por causa das concepções erradas primeiro sobre o significado de conceitos como "amar" ou odiar", depois pelo pobre entendimento de Deus, Seu carácter, Sua natureza e Seus atributos.

A "igreja moderna" está repleta de resquícios da igreja de Roma que se apoderou do Cristianismo, destruindo a estrutura da Igreja primitiva, substituindo-a por uma estrutura pagã repleta de desordem e de ignorância.

Sabemos que Deus faz tudo que quer e que nada pode impedi-lO de cumprir Seus propósitos. Logo, se o plano Dele para a humanidade fosse levar todos os homens à salvação, Ele assim o faria, e nada – nem mesmo a escolha dos homens – impediriam a Sua vontade.

E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?
Daniel 4:35

Porque dirão os gentios: Onde está o seu Deus?
Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou.

Salmos 115:2,3

Isto leva-nos a concluir que:

  1. - Deus faz tudo o que quer;

  2.  -Nem todos serão salvos;

  3.  -Logo, Deus não quer salvar todos.

Muitos ainda defendem que Deus quer que todos se salvem, mas deu livre arbítrio ao homem, e é então pelas escolhas pessoais que o homem não se salva. (Mais uma vez aqui entra a confusão que as pessoas fazem entre livre-arbítrio e liberdade de consciência que são coisas efectivamente diferentes).

Mas mesmo assim estas pessoas estão equivocadas, pois basta reformular a conclusão da seguinte forma:

Se o propósito de Deus é a salvação de todos, ele poderia ter criado os homens literalmente impecáveis – assim como será nos céus. Então, se Deus deu um poder de decisão para o homem, essa é uma grande prova que Ele não desejava que todos fossem salvos.

Isto leva-nos novamente a concluir que:

  1. -Deus sabia que nem todos seriam salvos se Ele entregasse o livre-arbítrio para o Homem;

  2. -Deus entregou livre-arbítrio ao Homem;

  3. -Logo, Deus não quer salvar todos.

Agora contemplem-se as seguintes proposições:

  1. Cristo morreu por todos os pecados de todos os pecadores;

  2. Cristo morreu por alguns pecados de todos os pecadores;

  3. Cristo morreu por todos os pecados de um grupo de pecadores;

  4. Cristo morreu por alguns pecados de um grupo de pecadores.

Observe que as opções “2” e “4” não podem ser verdadeiras, pois nesse caso, se Cristo tivesse morrido apenas por alguns pecados, haveria pecados que estariam fora do alcance do seu perdão e, por isso, não haveria salvação, e a Bíblia diz que há. Ficamos, portanto, com as opções “1” e “3”. Se admitirmos que Cristo morreu por todos os pecados de todos os pecadores, teremos que descobrir o motivo pelo qual muitos deles vão para o inferno (esse é um facto inegável, também abundantemente mostrado nas Escrituras). A resposta óbvia é: Por causa da sua incredulidade, que os impede de se apropriarem da obra de Cristo pela fé. Ora, mas a incredulidade não é um pecado? Então ela está incluída em todos os pecados que foram perdoados por Cristo e o pecador tem que ir para o céu mesmo sem crer em Jesus, o que é um absurdo. Se a incredulidade não é um pecado, então porque tanta gente vai para o inferno por causa dela? Esse raciocínio desconsidera todas as outras opções e conduz à única opção viável, que é a opção “3”.

Novamente voltamos à questão que é o cerne do desentendimento entre vários líderes religiosos e de muitos crentes até: A salvação e a condenação não é acerca de benefício ou prejuízo do Homem.

Esta forma de pensar antropocêntrica cega o entendimento de Doutrinas como a Eleição, porque os homens competem na adoração a Deus com seus próprios egos e noções erradas do propósito da Salvação.

Por exemplo, as missões não representam o alvo fundamental da igreja; a adoração sim. As missões existem porque não há adoração; ela sim é fundamental, pois Deus é essencial e não o homem. 

O propósito do culto não é nenhum outro senão o de adorar a Deus; assim como o louvor não é para nosso entretenimento mas tão somente a exaltação de Deus; o tomar da Ceia para celebrar a obra de Deus; o testemunho para dignificar a intimidade com Deus; a pregação para honrar a Verdade de Deus; o anunciar do Evangelho para anunciar o poder de Deus.

A grande finalidade das obras de Deus, expressas na Bíblia de modo diverso, é, de facto, apenas uma; e essa finalidade única é mais apropriada e compreensivelmente chamada de -A Glória de Deus.

Por amor do meu nome retardarei a minha ira, e por amor do meu louvor me refrearei para contigo, para que te não venha a cortar.
Isaías 48:9

Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.
Isaías 42:8

(outras referências ainda: (Efésios 1:6) (Efésios 1:14) (Efésios 1:12) (Filipenses 1:11) (Deuteronômio 26:19) (2 Coríntios 3:11) (Êxodo 14:17) (João 13:31) (João 15:8) e por aí fora)

O propósito da eleição é revelar a glória de Deus. Não existe propósito maior e mais sublime do que glorificar a Deus. Foi para isso que fomos criados e foi para isso que todo o universo foi criado.

Novamente voltamos a considerar:

DEUS ODEIA O PECADO MAS AMA O PECADOR?

Existe aqui um antagonismo cuja única função que serve é ilibar o Homem da verdadeira responsabilidade do Pecado, pois o pecado é que é mau, mas na verdade o pecador é bom, ou seja, Deus não ama o pecado, mas ama aquele que comete o pecado, então o ódio de Deus está somente dirigido à acção e não ao autor da acção. Desta forma, o Homem pode sempre defender que a origem do seu pecado é de ordem biológica (os homossexuais adoram dizer que são vítimas que nasceram no corpo errado); é de ordem social (os ladrões justificam que roubam porque precisam, e não porque querem), ou ainda cultural (muitos terroristas cometem crimes porque nasceram no sítio errado e foram ensinados desde crianças a pensar daquela forma); Então na verdade o Homem é vítima das circunstâncias, e é pervertido pela sociedade em geral. 

Mas se a sociedade é criação humana, quem perverteu a sociedade senão o homem?

Por isso a Bíblia afirma que TODOS pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3:23). Mas seguidamente encontramos sempre nas escrituras 2 tipos distintos de posicionamento (um que Deus se agrada) e (outro que Deus odeia);

Observe-se:

  • Porta larga e porta estreita;

  • Caminho largo e caminho estreito;

  • Árvore má e árvore boa;

  • A planta não plantada pelo Pai e a planta que o Pai plantou;

  • Filhos das trevas e filhos da Luz;

  • Servos do pecado e servo da justiça;

  • Semente corruptível e semente incorruptível;

  • Carne e Espírito;

  • Vasos para desonra e vasos para honra.

As perguntas se avolumam diante do quadro acima: Quem é a porta larga? Quem é, ou o que é o caminho largo? Quem é a árvore boa; Quem são as plantas que o Pai não plantou? Quem são os filhos das trevas? Quem são os servos do pecado? Qual é a semente corruptível? Quem é carnal? Quem são os vasos para desonra?

Voltando rapidamente à Glória de Deus, (propósito final de toda a obra que Deus preparou na eternidade), meditemos nos vasos da honra e nos vasos da desonra, neste sentido; vendo tudo servindo a Glória de Deus.

Podemos começar antes de mais viajando no tempo até ao Velho testamento na figura de Faraó. 

Diz as Escrituras:

E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros,
E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.

Êxodo 14:17,18

Claramente Faraó era um vaso de desonra para o Ministério da condenação (2 Coríntios 3:9); Deus endurece o coração de Faraó para perseguir Moisés e o povo Judeu até ao Mar vermelho (Êxodo 14:28), contudo vemos anteriormente na História Deus amolecendo o coração da Filha de Faraó para proteger Moisés (Êxodo 2:6). Em tudo vemos a mão soberana de Deus agindo, e nisso glorificamos a Deus, pois sabemos que os desígnios de Deus atravessam o tempo para se completarem perfeitamente segundo o conselho da Sua vontade.

Mas porque Deus ama uns e odeia outros, endurece uns e se compadece de outros e salva uns, e condena outros?

Vejamos:

Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,
Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

Romanos 9:21-24

De onde faz Deus vasos para honra e vasos para desonra senão de uma mesma massa; Que quer isto dizer?

Que Deus não faz acepção de pessoas, ou seja, a massa é a mesma (a condição é a mesma).

Como é possível de uma mesma massa serem feitos vasos para honra e vasos para desonra? O que diferencia os vasos para honra e os vasos para desonra não é a massa (barro) em que foram moldados. A diferença está na utilidade dos vasos (vasos para honra e vasos para desonra).

Então a característica dos vasos é a utilidade e ambas servem para a Glória de Deus; nada aqui é sobre a glória do vaso, mas do Oleiro que lhes atribui valor e utilidade.

  • nos vasos da ira: -"querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o Seu poder" (Ministério da Condenação) no qual os ímpios são endurecidos.

  • Nos vasos de misericórdia: -"desse a conhecer as riquezas das Sua Glória" (Ministério da Justiça) no qual os eleitos são justificados.

O apóstolo Paulo é enfático em especificar quem são os vasos para honra: “Somos nós”, ou seja, os vasos para honra é a igreja (corpo) do Deus vivo! Os vasos de honra também são apelidados de "vasos de misericórdia";

Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa;
Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.

1 Timóteo 3:14,15

Agora, quem são os vasos para desonra?

Os vasos para desonra também foram designados por Paulo como “vasos da ira”, e eles foram preparados especificamente para a destruição. O apóstolo Paulo demonstra que Deus suportou os vasos criados para desonra com muita paciência!

A resposta sobre quem são os vasos para desonra está nos versículos seguintes:

Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

Romanos 3:21-26

Deus suportou com paciência os vasos da ira (desonra), e concomitantemente, propôs através do sangue de Cristo, propiciação pela fé a todos (vasos para desonra que Ele elegeu do meio de todos os que estavam debaixo da ira) que cometiam pecado sob a paciência de Deus ( Vs. 25 ).

Você, que hoje é vaso para honra por meio da fé em Cristo, outrora já foi um dos vasos para desonra.

Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.

Colossenses 3:6,7

Isto demonstra que, os vasos da ira, ou os vasos preparados para a perdição, são todos aqueles que pecaram e foram destituídos da glória de Deus (Os filhos da desobediência remota-nos para quem, senão para Adão?)

Porquê vasos da ira? Porque são filhos da ira e da desobediência. (Colossenses 3:6) (Efésios 5:6)

Isto leva a seguinte conclusão: todos pecaram em Adão, ou seja, os vasos para desonra (ira) são provenientes da semente corruptível de Adão.

Vejamos então:

Adão (O primeiro Adão)                                                            Cristo (O último Adão)

Porta larga                                                                                   Porta estreita

Caminho largo                                                                            Caminho estreito

Árvore má                                                                                    Árvore boa

Planta não plantada pelo Pai                                                    Planta que o Pai plantou

Filhos das trevas                                                                        Filhos da Luz

Servos do pecado                                                                        Servos da justiça

Semente corruptível                                                                  Semente incorruptível

Carne                                                                                           Espírito

Vasos para desonra                                                                    Vasos para honra

Vamos ver agora a real diferença entre o "Primeiro Adão" e o "Último Adão";

O apóstolo Paulo demonstra que a desonra vem de Adão e a honra vem por Cristo:

  • "todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus" (Romanos 3:23); (Adão)

  • Pois assim como a morte veio por um homem, (Adão) também a ressurreição veio por um homem” (Jesus) (1 Coríntios 15:21).

Mais uma vez vemos que a eleição foi operada nos vasos de desonra e portanto não foi feita com distinção entre todos os homens, a favor dos Homens, segundo a vontade humana, mas segundo decretos da predisposição Divina de se compadecer de quem quer.

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

João 1:12,13

Não é possível apresentar qualquer outro tipo de interpretação às figuras apresentadas na separação acima. O primeiro Adão é alma vivente, é da terra e é homem carnal.

Os vasos para honra são feitos (criados) em Cristo, o último Adão. Ele é Espírito vivificante. Ele é homem espiritual e é de cima (céu).

Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante.
Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual.
O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu.
Qual o terreno, tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os celestiais.
E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial.

1 Coríntios 15:45-49

Todos que crêem em Cristo, conforme diz a Escritura, são feitos vasos para honra em Cristo Jesus; São vasos de misericórdia. Deixaram a condição de vaso de desonra, pois alcançaram misericórdia.

A mesma massa que foi utilizada para fazer vasos para desonra em Adão, agora é utilizada para fazer vasos para honra em Cristo. É da mesma massa (homens nascidos em Adão) que Deus faz vasos para honra (homens nascidos do último Adão).

Por isso é tão difícil sabermos quem são os eleitos, até mesmo muitas vezes dentro das igrejas, pois a massa de ambos é igual na aparência, mas distinta espiritualmente, e só a Deus se reserva esse conhecimento.

Esta também é a razão porque o "joio" cresce no meio do "trigo" na seara e a razão porque a Eleição de modo nenhum pode ser vista como "elitismo" ou "favoritismo" da parte de Deus.

Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor.
E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.
Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?

1 Coríntios 4:5-7

As figuras dos vasos para honra e vasos para desonra também são utilizadas pelo apóstolo dos gentios ao escrever a Timóteo:

Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra.
De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra.

2 Timóteo 2:20,21

(Mais uma vez aqui a noção da utilidade)

Ao escrever a seu filho na fé (2 Timóteo 1:2), Paulo estava tratando de questões relativas à igreja (local) que estava sob o cuidado de Timóteo.

A igreja (corpo) de Jesus Cristo é constituída somente de vasos para honra, porém, no ajuntamento solene de pessoas, há vasos para honra e vasos para desonra (crentes e descrentes).

Este versículo trata especificamente do ajuntamento solene de pessoas, onde várias pessoas reúnem-se (crentes e descrentes).

Quando o apóstolo estabeleceu o comparativo entre uma grande casa e o ajuntamento solene de pessoas crentes e descrentes, ele torna evidente que não há somente vasos de ouro e prata nestes ajuntamentos (reuniões), mas que também há vasos de pau e barro.

Ora, se numa grande casa há vários tipos de vasos feitos de materiais diferentes (ouro, prata, pau e barro), da mesma forma o ajuntamento solene, que congrega varias pessoas, é um misto de pessoas com valores culturais diferenciados.

Sobre as qualidades e méritos de cada indivíduo que compõe a igreja local, Paulo é bem claro: 

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
2 Coríntios 4:7

Novamente é destruída a ilusão do mérito, e a pretensão elitista de que o facto de Deus eleger uns e outros não, é centrada em favoritismo de uns em relação a outros.

Não é por amor de nós em foco que o plano de Deus eterno centrado no Seu Filho é concretizado, pois é da mesma massa que somos todos feitos. Israel não entendia isto, e muitos deles não entendem até hoje.

Não é por amor de vós que eu faço isto, diz o Senhor DEUS; notório vos seja; envergonhai-vos, e confundi-vos por causa dos vossos caminhos, ó casa de Israel.
Ezequiel 36:32

Curioso que pareça haver um contracenso sobre Deus afirmar a Israel que a obra Dele não é por amor de nós, e vejamos no Novo Testamento Jesus dizer o suposto oposto: "Respondeu Jesus, e disse: Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós." (João 12:30) Então a Palavra contradiz-se? Claro que não;

No Antigo Testamento Deus referindo-se a Israel, falava com pesar por causa da sua incredulidade, da sua rebeldia, da sua idolatria, do Seu nome profanado por eles entre as nações (Ezequiel 36:22);

O Senhor Jesus referia-se à Igreja, (onde Deus tem um relacionamento diferente de intimidade, da qual Cristo é a Cabeça) e como o plano de Deus nunca foi somente uma nação de pessoas na Terra (segundo uma raça e nacionalidade somente) mas o plano de uma Nação especial retirada de todas as Nações, de todos os povos, de todas as raças para a Eternidade; A Igreja é e sempre foi o plano final de Deus para um relacionamento especial com os Homens, e Israel é a precursora da Igreja.

Quando vemos no Velho testamento, o povo de Israel ser resgatado e separado por Deus para fora do Egipto, levado num êxodo, onde todos eram peregrinos e forasteiros naquele deserto, passando várias tribulações, para chegar à Terra prometida e seguidamente vemos no Novo testamento, Deus separar Sua Igreja do mundo, levada num Êxodo semelhante, onde todos somos peregrinos e forasteiros onde quer que estejamos, passando por várias tribulações, aguardando o reino dos céus, não vemos uma sincronia poética e maravilhosa do plano de Deus? E Não vemos no Velho Testamento Moisés como uma figura do Cristo Salvador resgatando Israel, e no Novo Testamento O Próprio Cristo resgatando Sua Igreja?

 

(A relação que Deus tem com Israel é uma, e é importante, e preciosa e eterna também convém relembrar, contudo Cristo tem quem por noiva? Israel ou a Igreja?)

O amor de Deus pela Igreja (é o amor de um NOIVO PELA NOIVA), e é deste amor que Jesus fala;

Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei.
Ora, a multidão que ali estava, e que a ouvira, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.
Respondeu Jesus, e disse: Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós.
Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo.
E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.
E dizia isto, significando de que morte havia de morrer.
Respondeu-lhe a multidão: Nós temos ouvido da lei, que o Cristo permanece para sempre; e como dizes tu que convém que o Filho do homem seja levantado? Quem é esse Filho do homem?
Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.
Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles.
E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele;
Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?
Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez:
Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure.
Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele.
Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga.
Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.
João 12:28-43

Deus ama e Deus odeia; Deus ama o pecador, mas odeia também o pecador; (qual pecador Ele ama? O eleito; Qual pecador Ele odeia? O que Ele não elegeu e permanece no pecado)

-Quem dos dois é você?

Isso cabe-lhe a si descobrir segundo a sua voluntária consciência do que você tem feito com a Liberdade que Deus colocou nela para o fazer inescusável.

Verdades terríveis, (quem as pode suportar); mas damos graças a Deus que nós, os que Ele escolheu, predestinou, Chamou, Justificou e Glorificou, estamos agora debaixo do Seu amor e Graça, por Jesus Cristo Nosso Eterno Senhor.

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogénito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito:Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Romanos 8:28-39

Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

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