Perder boas oportunidades é algo que ninguém admite como lucro numa vida de constante prejuízo. Estamos sempre a lutar contra as probabilidades numa realidade de imposições difíceis de contornar.
Agrada-nos porém, sempre a ideia de, contrariando uma vida de dificuldades, que ocasionalmente algo realmente bom apareça no nosso caminho e nós tenhamos apenas de desfrutar e descansar nos prazeres daí retirados, já que em todo o outro tempo estamos somente ocupados com problemas, ansiedades, obrigações e fardos demasiado pesados para suportar.
Se há coisa que a experiência da vida mostra a cada um de nós, é que por muito gloriosa que seja a "vitória" do momento num mundo de derrotas garantidas, ela só atesta para o louvor imediato, e logo a seguir, uma nova batalha vem para nos roubar o gosto do sucesso que saboreávamos, e novamente nos relembrar que a nossa vida continua sendo uma espécie de batalha naval, onde de um lado estão navios inimigos e do outro, bombas submersas, das quais nos temos de desviar constantemente para não afundarmos nas águas obscuras da pressão social.
Rapidamente o sabor do sucesso é substituído pelo travo amargo da adversidade, e nos damos conta que o nosso navio não está em "modo cruzeiro" deslizando pelas águas tropicais da vida, ao contrário estamos debaixo de um permanente bombardeio de "exigências" e obrigações, das quais não podemos escapar. Os luxos podem atenuar as pressões da vida, mas também podem contribuir meramente para uma fragilidade emocional maior (O efeito redoma), que resultará a dada altura numa maior dificuldade em atravessar a adversidade quando ela negando todas as circunstâncias favoráveis, se vier instalar na nossa zona de conforto contrariamente à nossa expectativa.
Vivemos numa sociedade de "festividades", de celebrações, onde cada dia é um dia "especial" para se comemorar alguma coisa, porque precisamos desesperadamente de disfarçar a dor e o vazio instalados. Quando mais deprimente e decadente é uma sociedade, maior será o seu frenesim festivo. Culturas como a Grécia e Roma antigas são belos exemplos disso.
Talvez por isso a Bíblia refere que "os dias do fim" serão dias assim, de festividade e de euforia; Não porque as pessoas estejam realmente felizes, mas porque as pessoas estarão desesperadas por qualquer noção de felicidade, ainda que aparente e fugaz.
E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.
Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.
Mateus 24:37-39
Não há ninguém que não esteja sempre disponível para receber "boas notícias" para contrapor o cansaço e a fatiga emocional. Uma boa notícia sempre chega como um bandeira branca de tréguas hasteada no cenário de conflito que é a consciência bombardeada pelas pressões do dia a dia.
Há quem não diga, mas saiba muito bem, que mais do que ter riquezas, luxo e dinheiro, é muito, muito melhor não ter que lidar com problemas de nenhuma espécie.
A ideia de "Paz" humana é totalmente oposta ao cenário de "problemas", na medida em que a Paz representa a ausência de adversidade. Ter Paz no meio da adversidade é algo que o mundo não pode conhecer nem experimentar segundo qualquer esforço emocional humano, e isto porque o nosso desequilíbrio emocional natural rouba-nos a paz assim que qualquer coisa contrária ao nosso bem estar se apresente. O stress como condição emocional/psicológica é uma evidência da contínua pressão da adversidade e da incapacidade de alguém lidar com ela devidamente. Stress é o novo estado emocional do mundo, onde até crianças já apresentam sintomas reais e físicos desta instabilidade.
A Boa notícia é o analgésico agindo no momento certo para o culto da euforia. Aniversários, jantares com amigos, concertos, festivais, encontros da Internet, paixões correspondidas, férias planeadas, Chegada de amigos distantes, aquisição de bens; vantagens sociais, oportunidades profissionais, sorte no jogo, vitórias de conquistas pessoais e por aí fora são tudo circunstâncias que podem chegar até nós no regime de "boa notícia".
A Boa notícia segundo o prisma humano limitado é um prenúncio de mudança na mesma medida em que a rotina é um prenúncio de desgraça.
Boas notícias nem sempre trazem boas mudanças, assim como estar-se acomodado e confortável nem sempre é sinal de que alguém está bem.
A iminência da desgraça sempre está de alguma forma latente no nosso subconsciente, e talvez por isso soframos mais pela expectativa ansiosa, do que pelo problema vindouro que a ansiedade já imaginou durante o período de paz. Estamos sempre a imaginar condições boas para contrapor nossas misérias pelos sonhos e o "pensamento positivo", mas estamos sempre de igual forma a acordar de pesadelos, assim que a nossa mente se debruça por potenciais perigos, ou possíveis desfechos sobre aquilo que temos escrito no nosso "guião da vida" como desejável.
A vida não nos obedece; e engana-se quem acha que a vida veio com um comando onde se pode fazer "Pause" (pausa), "rewind" (volta para trás) ou "Fast forward" (passa para a frente); A boa notícia pode operar algum desses "comandos" na realidade da nossa vida a determinado momento, mas o curso dela pertence somente a Deus, que detém soberanamente o "Controlo" da vida.
O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.
Provérbios 16:9
Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir os seus passos.
Se a nossa expectativa estivesse somente na "causalidade" do mundo, segundo a percepção, que miséria de vida seria. Que sabemos nós para onde vamos, e o que nos espera amanhã? Nunca ninguém ficou conhecido por mudar o fim dos seus dias para viver mais do que lhe estava determinado pela expressão do "pensamento positivo". E se nós não tivéssemos consciência de que o futuro tem a possibilidade de nos trazer algo de bom, nós terminaríamos a vida no presente. Aliás o suicídio é o resultado de uma instabilidade emocional que impede determinado sujeito a contemplar o futuro com esperança de algo bom por vir. Se o Futuro não pode trazer nada de bom, então que razão há para viver?
A morte é o encontro marcado para cada um de nós, não interessa quão positivo seja o nosso pensamento a seu respeito; e o futuro esse todos sabemos - A Deus pertence.
O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.
1 Samuel 2:6
Sabemos que a qualquer momento pode surgir o tal telefonema para informar que um ente querido faleceu, ou que os nossos companheiros sofreram um acidente, ou ainda que perdemos o nosso emprego, ou que as pessoas em que confiávamos nos traíram colocando-nos em conflito. A qualquer esquina podemos ser assaltados, ter um acidente para nos afundar em prejuízo e stress, ou em qualquer momento a nossa saúde e estabilidade pode ser roubada por circunstâncias para além do nosso aparente controlo. Para se ficar mal, basta estar-se bem por um instante.
Neste preciso momento qualquer um de nós pode estar desenvolvendo uma doença terrível da qual não tem ideia sequer, mas que a tempo inoportuno se apresentará para nos mostrar que vida é feita de uma montanha de desgraças, entre as quais nós vamos recebendo alguns alívios para retomar o fôlego e continuar.
A Verdade é nua e crua, e tirando de lado por momentos as nossas distracções e luxos, nossos prazeres e satisfações seguras que cremos serem bens adquiridos irrevogáveis, fica apenas a constatação de que nós não somos nada, e nada temos senão a ilusão de que faz algum sentido acordar todos os dias para repetir hábitos e rotinas "Ad Infinitum" (ao infinito).
Se Deus não existisse, a morte era desejada mais do que a vida, pois na morte há descanso e paz, e na vida lutas e conflitos. O prazer que encontramos na vida é portanto evidência da Divindade, e o propósito encontrado na mente e no coração para a luta contínua contra a adversidade é a "faísca" do coração humano buscando o fogo da Fé na iluminação do Espírito para o inevitável reconhecimento da existência de Deus.
Todos sabemos que a morte não é desejada pelos Homens "saudáveis", porque a habilidade de pensar e raciocinar, nos indica todo o tempo, que a nossa existência é valiosa, e a experiência está intimamente ligada ao futuro por vir. Esse Futuro vindouro, ainda que não bem entendido pela mente supérflua, é a eternidade que Deus gravou no coração dos Homens;
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Eclesiastes 3:9-11
Deus "pôs o mundo no coração do homem" seria melhor traduzido, "Pôs os tempos" no coração do Homem como uma figura da Eternidade (algumas traduções usam o termo "eternidade" neste sentido).
"O mundo" é o termo que em Hebraico é referido - "olam" ou ET-HÅOLÅM (אֶת- הָעֹלָם) = as eras; ou o mundo (em relação ao tempo). Aqui, colocado pela Figura de linguagem Metonímia (do Homem) para aquilo que é inescrutável pelo homem; a saber: A obscuridade quanto às eras passadas e futuras, resultando na incapacidade do homem de descobrir ou compreender tudo o que Deus faz, e isso é a condição resultante da queda. Ou Seja, Porque o Homem pecou e caiu da Graça, agora embora a vida esteja repleta de evidências do plano de Deus visíveis, o homem está incapacitado nele mesmo, como um cego para as coisas espirituais, que só são despertas e concedidas por meio da Fé, pelo favor de Deus a todos quantos se aproximam Dele em sujeição.
Eclesiastes é um dos Livros poéticos/Sapienciais da Bíblia juntamente com Jó, Salmos, provérbios e cantares de Salomão, e debruça-se particularmente sobre o conceito de "vaidade" (futilidade) da vida humana, em contraste com as bênçãos recebidas pelo Favor de Deus. A Vaidade é manifesta pelo uso do tempo, e pela expectativa humana em relação ao tempo. Todo o Livro é um exercício prático de meditação e reflexão no propósito da vida, e na gestão das prioridades segundo a consciência.
Se virmos na passagem de Eclesiastes acima referida vemos que "O trabalho" que Deus deu aos homens, sendo aqui o trabalho uma figura de "ocupação", ou algo que Deus proporcionou para ocupar os Homens, serve o propósito de: "para com ele os exercitar";
O exercício prestado por nós (a experiência da vida), serve para espelhar que a obra de Deus foi de facto perfeita, e em tudo nada ficou a desejar. As desgraças da nossa vida são apenas fruto da nossa própria ignorância em relação às coisas de Deus.
O próprio versículo atesta: "Tudo fez formoso em seu tempo"; garantindo-nos que o que existe de errado em nós e nas nossas vidas não é fruto da negligência ou mau planeamento de Deus, mas da nossa própria rebeldia produzindo desgraça, perante uma obra perfeita de Deus disponibilizada a nós.
É precisamente porque Deus fez bem o Seu trabalho, que nós iremos prestar contas pela nossa prestação. Deus sendo justo e amoroso, Ele não nos iria punir por "erros" cometidos por Ele, o que por sua vez é evidência que se Ele preparou punição para retribuir de acordo com a prestação humana é porque a falha vem da nossa miserável ideia de Justiça, e da nossa equivocada percepção de Juízo, ou seja procede de nós e não Dele, cuja justiça e Juízo são também perfeitos.
O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.
Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniquidade.
Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra.
Eclesiastes 3:15-17
Quando olhamos para a vida simples dos animais e vemos a Paz que eles transmitem na simplicidade efémera das suas vidas, nós somos levados a contemplar a real diferença entre eles e nós.
Embora sejamos também "animais", como criaturas feitas de pó (carbono e moléculas perecíveis), nós encaramos a realidade de uma forma completamente diferente.
A inabilidade de reter a Paz em nossos corações sempre que qualquer situação adversa se apresente, é o que nos revela "O mundo em nossos corações", conforme Deus assim preparou.
Deus formou-nos segundo um princípio totalmente diferente da criação de todos os outros animais: Fomos feitos primeiro à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26) e fomos feitos para sermos eternos, com corpo, alma e espírito (ao passo que os animais não possuem espírito, apenas corpo e alma).
O espírito em nós é um dos principais factores da imagem e semelhança da qual fomos feitos.
Veja o que diz ainda a passagem de Eclesiastes 3:
Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.
Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.
Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?
Eclesiastes 3:19-21
A diferença do "fôlego do homem para cima", em contrário ao "fôlego dos animais para baixo da terra", denuncia o estado pós-morte, eterno que está somente reservado aos Homens.
A verdade é que o espírito voltando a Deus, volta para o Juízo no tal "prestar de contas" (Eclesiastes 3:15).
E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.
Eclesiastes 12:7,8
A BOA NOTÍCIA
O Evangelho também chamado de "as Boas novas" (ou boas notícias), vem do termo grego Evangelion, que significa isto mesmo; o receber de uma boa notícia como algo agradável para reverter o estado de desgraça pressuposto do ouvinte. Esta boa notícia é uma notícia de particular natureza, ou seja Evangelion é "O alívio" em forma de boa notícia. É assim que devemos entender O Evangelho de Deus e a mensagem da Cruz no testemunho passado.
Paremos por pouco para meditar sobre o conceito de "Alívio", como um bálsamo de esperança e descanso, por momentos suavizando todo o sofrimento, e atenuando os ruídos do mundo e suas aflições, ao mesmo tempo que nos embala com um suspiro de conforto; talvez a última oportunidade para descobrirmos a força até então perdida, e o alento há muito atrofiado no espírito derrotado pela adversidade.
Imagine-se a suspirar num longo e silencioso encher do peito, para de seguida levantar-se dos escombros da desgraça, onde você jazia sem fôlego, renovado em esperança e determinação, vivendo para lutar mais um dia; Este é o princípio da Graça tocando alguém morto espiritualmente, para a viva esperança da vida eterna em Cristo.
O Evangelho é a única arma que se dispara num morto para lhe dar vida.
O Evangelho é portanto, a boa notícia por excelência, que vem proclamar vitória sobre todos os seus desafios e dificuldades, atestando para a oportunidade concedida por Deus para a libertação da desgraça humana condenada à morte e à destruição eterna no inferno.
A Graça de Deus é o antídoto para a desgraça do pecado, e ela vem como uma transfusão de sangue, entre Jesus O doador de Deus, e nós os cadáveres moribundos, mortos em nossos pecados e delitos. (Efésios 2:1)
A boa notícia é JESUS! Nós todos sonhamos com alguém que morra de amores por nós, e o Evangelho vem dizer que Jesus fez isso mesmo por amor de nós. Ele veio fazer-se Homem com o único intuito de Se entregar para morrer em sacrifício, para desviar os olhos da Ira Santa de Deus para com o pecado de nós pecadores em desgraça. Isto é a Doutrina da Expiação.
Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.
Hebreus 2:17
E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogénito dentre os mortos e o príncipe dos Reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,
Apocalipse 1:5
O qual Se deu a Si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras.
Tito 2:14
Toda a Bíblia está carregada de um simbolismo maravilhoso desde o início, demonstrando esse plano de Deus de por Amor, compaixão e misericórdia, restaurar a nossa condição pecadora e condenada de volta ao formato original, para que vivêssemos a vida conforme Ele assim a preparou.
- JESUS E MOISÉS - Velho e Novo Testamento atestando para a Salvação pela Graça
No Velho testamento Jesus é revelado de todas as maneiras e feitios, através de profecias e símbolos, atestando para o plano de Deus, desde a fundação do mundo de redimir para Si um povo especial para a comunhão Eterna com Ele.
Moisés é uma das grandes figuras de Jesus no Antigo Testamento e Sua vida é um exemplo repleto de simbolismo profético da futura vinda de Cristo e Sua Obra como Redentor do Mundo.
A História de Moisés é um evento histórico maravilhoso de como Deus salvou o Seu povo do Egipto. O resgate dos Judeus do reino egípcio e da tirania do Faraó pelas mãos de Moisés, é um símbolo de Jesus chamando e libertando A Igreja de entre os reinos do mundo (João 15:19) e do controlo de satanás pelo pecado, transportando-os para o Reino Do Seu Amor, O Reino de Deus. (Colossenses 1:13)
O que vemos na história pormenorizada de Moisés, não são circunstâncias históricas aleatórias acontecendo por mera causalidade, mas ao contrário, um detalhado plano orquestrado por Deus, seguindo princípios muito específicos que apontavam directamente para a futura e vindoura Obra de Jesus.
Os Judeus estavam em escravidão subjugados à autoridade de Faraó, e Moisés foi enviado por Deus para os transportar do Jugo para a libertação, atravessando o Deserto, no êxodo, até chegarem à Terra prometida.
Da Mesma forma, nós, a igreja estávamos subjugados a satanás, escravos da carne e do pecado, e Jesus foi enviado por Deus para igualmente nos transportar do reino das trevas, para o Reino da Sua Luz, atravessando o deserto do mundo (como símbolo de adversidade), até que possamos alcançar a Terra prometida, que é a cidade Santa no Eterno Reino de Deus por Jesus anunciado e prometido.
Na História de Moisés, apenas os que perseveraram na Fé e na obediência chegaram à Terra prometida, assim como no Novo Testamento nos é dito que alcançar a promessa vem somente pela Fé em Cristo Jesus através da perseveração (Hebreus 10:36) (Mateus 24:13). Os Judeus guiados por Moisés encontraram descanso numa temporária Terra prometida, enquanto que nós por Jesus esperamos entrar no descanso (que Deus chama de "repouso") na Eterna e permanente Terra prometida do Reino de Deus.
Na história de Moisés, muitos ainda foram destruídos (Êxodo 32:27) a meio do caminho porque se desviaram do seu "salvador" (Líder) para novamente seguir o mundo e suas idolatrias; Ainda hoje vemos o mesmo cenário de pessoas depois de um longo "Êxodo" supostamente seguindo a Jesus, se desviarem para sua própria perdição (Apostasia) amando o mundo e seus ídolos (1 Coríntios 10:14). Isto ocorreu antigamente quando Moisés subiu para o cume da montanha, e não o tendo visto por algum tempo, os corações daqueles homens se esfriaram em dúvidas e temores, dos quais resultou no total abandono dos princípios passados por Moisés, e na criação de um bezerro de ouro para adoração (idolatria seguindo o curso do mundo); Da mesma forma a História de Moisés aponta para o que iria acontecer no futuro quando Jesus subisse para "O Alto" (para ir para junto Do Pai, como Moisés foi para junto de Deus receber instruções). E A realidade é que semelhantemente àqueles tempos antigos, actualmente enquanto Jesus está no "cume da montanha" cá em baixo (no mundo) aqueles que pretendiam Segui-Lo também se desviam rapidamente esfriando os seus corações amando o presente século.
No Velho Testamento vemos Moisés operando milagres como Jesus operou e muitas maravilhas semelhantes; Vemos de igual forma a resistência e oposição dos incrédulos tendo a mesma reacção de oposição. Vemos que Moisés e os Judeus foram igualmente perseguidos como foi Jesus nos Seus dias, e ainda é Hoje juntamente com a Sua Igreja; Vemos com Moisés, o Mar vermelho abrindo como "um caminho estreito", e as águas como o símbolo do baptismo para o povo Eleito; e em Jesus vemos que Ele se afirma como a porta estreita, O único caminho para a vida, da mesma forma, que por entre as águas do mar vermelho, o trilho da terra seca era o único meio para o povo Judeu escapar das mãos de Faraó, hoje Jesus e Sua obra da Cruz é o único meio para escapar das corrupções do mundo (2 Pedro 1:4).
Na História de Moisés vemos a fome do povo sendo suprida pelo pão do céu (O Maná - a comida espiritual) (João 6:31), e sua sede saciada pela fonte de águas que Moisés abriu da rocha com o seu cajado, por intermédio do poder de Deus (Números 20:11); Ora Hoje somos alimentados espiritualmente por Jesus "O Pão da vida" (João 6:48), e nossa sede saciada pela fonte de águas vivas jorrando da "Pedra angular", a "Rocha Eterna", que é Ele mesmo também (João 4:14) (Efésios 2:20) (1 Pedro 2:6) (Isaías 26:4);
Veja Jesus assumindo através de símbolos ser Ele mesmo o maná e a fonte que supriram Moisés e o Seu povo durante o deserto:
E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.
João 6:35
Veja agora um pequeno resumo desta história sendo exercitada pelo Apóstolo Paulo para conselho aos Coríntios:
Veja ainda como Paulo, escreve aos Coríntios usando a figura de Moisés fazendo um paralelo entre o passado e o presente/futuro:
Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.
E todos foram baptizados em Moisés, na nuvem e no mar,
E todos comeram de uma mesma comida espiritual,
E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto.
E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.
E não nos forniquemos, como alguns deles fizeram; e caíram num dia vinte e três mil.
E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes.
E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor.
Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
1 Coríntios 10:1-11
Paulo faz 2 vezes a seguinte afirmação: "E estas coisas foram-nos feitas em figura"; "tudo isto lhes sobreveio como figuras";
Com que fim Deus ordenou a similaridade destes eventos? E qual o propósito de Paulo referir estas figuras?
"estão escritas para aviso nosso" - é o apelo à consciência feito por Paulo, e isto porque segundo o seu discernimento "já são chegados os fins dos séculos".
Similaridades das "figuras" principais a apontar como apelo à consciência para o arrependimento:
Moisés e Jesus - Figura De Salvador e Mediador entre Deus e os Homens
Judeus e Igreja - Povo especial escolhido por Deus
Egipto e mundo - Reino das Trevas
Êxodo e deserto - Mundo de adversidades e provação de Deus
Terra prometida e Reino dos céus - Reino de Deus e vida Eterna
Faraó e Satanás - Subjugador
Escravidão e pecado - condição da queda, condenação
Mar vermelho e a Cruz - Salvação para uns e morte para outros
Veja agora como a carta aos Hebreus explica quem é Jesus e o que Ele fez por nós espelhado nas figuras de Moisés no antigo testamento:
E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador.
Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?
Por isso também o primeiro não foi consagrado sem sangue;
Porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo,
Dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado.
E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério.
E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.
De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.
Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio;
De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,
Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Hebreus 9:15-28
Fica claro que Deus desde sempre nos deixou uma mensagem de esperança e "alívio", uma boa notícia gravada no tempo e na História, para que descobríssemos a Paz interior, e descansássemos nas promessas de Jesus antes de partir deste mundo.
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.
Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
João 14:1-6
Jesus é O caminho! O Mar Vermelho aberto deixando os Judeus passar é um poderoso símbolo de Jesus abrindo os Seus braços para receber os Seus como a galinha protege os seus pintos com suas asas (Mateus 23:37). Isto é o que Deus sempre quis para todo o Seu povo.
O Mar aberto sustentando as águas de ambos os lados, revelando um caminho estreito por onde devemos passar em segurança para o além-vida, é um belo símbolo da Cruz na medida em que é uma figura eterna da protecção e do cuidado de Deus providenciando Livre passagem para O Eterno Reino de Deus, mas que de igual forma, é uma parede terrível à esquerda e direita de todos os ímpios, que vivem em rebelião contra Deus, como Faraó e seu povo (figurando satanás e todos aqueles que o seguem)
Entrar nas águas do mundo sem Jesus, é estar na iminência de ver o colapso à esquerda e direita, como viu faraó e os egípcios, morrendo afogados nas águas turbulentas da ira de Deus sendo despejadas sobre eles implacavelmente. Isto simboliza que Deus despejou sua ira na Cruz em Jesus, para que os redimidos pudessem passar ilesos da morte para a vida; portanto para todos os que não têm Jesus do seu lado, Existem somente paredes altíssimas de água violenta preparadas para serem despejadas pela Ira de Deus.
Deus será Glorificado naquele dia de Justiça e Juízo final, como foi "Em Faraó" nos tempos de Moisés.
E os egípcios saberão que Eu Sou O Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.
Êxodo 14:18
Assim como viram os Judeus todo o povo egípcio morto dando à praia (Êxodo 14:30,31), assim estarão os filhos de Deus um dia, vendo o mundo aos pés de Jesus quando Ele voltar em Glória.
Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus.
João 3:18
Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê Naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.
João 5:24
O EVANGELHO -"A BOA NOTÍCIA"
A palavra tem origem no Grego (evangelion) conforme vimos anteriormente e significa literalmente "Boa Notícia", "Boa Nova", "Boa Mensagem". A chegada do Reino dos céus, através de Jesus Cristo é esta notícia maravilhosa sendo divulgada a todos os Homens.
O Evangelho é a mensagem esclarecedora de que a Cruz é o projecto da reconciliação em que Deus pela sua infinita misericórdia permite o resgate do Homem e a sua reaproximação por meio de Jesus O Filho Amado, Santo puro e perfeito, entregando-Se inocente para justificar homens culpados pela contaminação do pecado.
O verbo, "prographein", de onde vem também o termo "pregação", significa “exibir ou representar publicamente, proclamar ou expor em cartaz”. Era antigamente usado em referência a editais, leis e notícias que eram expostos em algum lugar público para que fossem lidos e tornados conhecidos por toda a gente.
O Evangelho só é pregado quando Cristo é “publicamente exposto na Sua cruz”. O Evangelho não se trata no seu âmago, do nascimento de uma criança em Belém, do percurso social de um carpinteiro, de um pregador nos campos da Galiléia, ou da peculiaridade de uma sepultura vazia; O Evangelho é Cristo crucificado, ressurrecto e assentado no Trono à destra de Deus Pai. Morte, vida e Glória são os símbolos da vitória de Jesus, contrastando com o pecado, arrependimento e Redenção de todos os Homens. Esta é a gloriosa Obra da Salvação!
Esse evento foi o momento mais importante da história da Humanidade, em que Deus despeja a Sua ira no Seu filho, (ira esta que seria destinada a cada um de nós, pela nossa condição pecadora, em inimizade contra a Santidade de Deus). Jesus Cristo é então simultaneamente o alvo da Ira Santa de Deus para com o pecado, condição absoluta da Sua natureza Imaculada, e o filtro pelo qual Deus olha para nós substituindo toda a nossa condição medíocre, impura e insuficiente pela Sua natureza pura, perfeita e sublime. Esta é uma dádiva gratuita que certamente nos custará tudo (É o símbolo do nascer de novo onde nós chegamos ao mundo sem nada a não ser o Dom da vida). O Apóstolo Paulo disse isto melhor que ninguém: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;" (Filipenses 3:7-9)
Devolvermos a Deus a vida que não nos pertence para ganharmos a vida Eterna é um preço mais que justo. Por isso O Evangelho fala primeiro em arrependimento (Marcos 1:15) e renúncia (Mateus 16:24), e só depois de Perdão (Atos 10:43) e redenção (Colossenses 1:14).
Por isso diz a Palavra e bem: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20);
Não há Evangelho de "perdão e redenção" sem primeiro haver "arrependimento e renúncia". Jesus não ressuscitou e foi Glorificado sem ter de passar pela Cruz primeiro. No Cristianismo Puro e verdadeiro, só usa a coroa quem carrega a Cruz; Por isso a ordem de: "tome a sua cruz e siga-me" (Mateus 16:24)
O Apóstolo Paulo bem diz nesse sentido: "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado." (1 Coríntios 2:2); Isto porque O Evangelho começa sempre e somente na Cruz.
Muitos querem transtornar o Evangelho (Gálatas 1:7) saltando o passo da Cruz, para a ideia de que Seguir a Jesus não envolve nenhuma espécie de sacrifício ou cedência, na medida em que Deus salva somente se decidirmos segui-Lo como somos, da maneira pessoal que desejarmos.
A ordem é clara, e Jesus começa a dizer: -"Se alguém quer vir após mim", ou seja, se alguém quer ter parte comigo na Salvação para a Glória que O Pai me concede, então existem condições e a primeira é: "negue-se a si mesmo" (Lucas 9:23); Não há forma de alguém se negar, e depois ainda assim desejar seguir Jesus como bem entende, e não segundo a ordem que Ele determinou.
Jim Elliot descreveu isto numa declaração pública escolhendo as palavras perfeitas:
Não é tolo aquele que dá o que não pode reter, para ganhar aquilo que ele não pode perder.
(Jim Elliot -Missionary -1927/1956)
Os filhos de Deus (aqueles que creram e receberam Jesus Cristo como o seu Salvador, reconhecendo Nele toda a expressão da Divindade e que Ele é O único Mediador entre Deus e os Homens - 1 Timóteo 2:5), tornam-se naturalmente discípulos ou seguidores de Cristo (origem do termo Cristãos da qual toda a família nos céus e terra toma o nome- Efésios 3:15).
-Então como alguém pode reagir ao Evangelho?
Depois de se conhecer o Evangelho, só existem dois caminhos possíveis a seguir;
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O caminho do desprezo e desconsideração, rejeitando a soberania de Deus e a autoridade de Cristo, resultando numa convicção fugaz de que a vida deve ser vivida conforme a opinião pessoal, preferindo o relativismo emocional ao discernimento espiritual. Isto pode acontecer com uma profunda e imediata rejeição, ou como um aparente interesse momentâneo que rapidamente se dissipa.
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Ou, o caminho da Fé, e da Sujeição a Deus, que leva por conseguinte à consciência do pecado, ao arrependimento e vergonha pelo pecado, que resulta numa transformação imediata na forma de encarar o mundo e a natureza humana, para uma aprendizagem contínua acompanhada Pelo Espírito de Deus para uma vida segundo O Espírito e não segundo a carne (isto é o Nascer de novo Bíblico) (João 3:7) (João 3:3).
-O que o evangelho oferece.
Partindo da cruz, o evangelho revela o plano de Deus para o resgate do Homem; este oferece a redenção pela morte do corpo e a vida eterna com Cristo. O privilégio de nascer de novo, revestido de um novo Espírito, renovado no Sangue de Jesus, que tomou para si os pecados de cada um, vencendo a morte, para que em morte tenhamos vida. O Evangelho nos traz a justificação, a purificação/Santificação e a Redenção.
A cruz é o passaporte que nos identifica como membros do povo eleito que Deus escolheu para habitar no Seu Reino eterno. O Evangelho são portanto as "boas novas" anunciadas ao Homem do Favor que Deus lhe estende para que este seja liberto da escravidão do pecado, e viva a perfeita comunhão com a Glória infinita de Deus pela Eternidade.
-O que o evangelho exige.
O evangelho oferece tremendo privilégio e bênçãos; e nós, o que devemos fazer para recebê-las?
A resposta adequada é “nada”! Não temos de fazer absolutamente nada, senão crer. A nossa reacção não consiste nas “obras da lei”, mas em ouvir a “pregação da fé”, isto é, não em obedecer à lei, mas em crer no evangelho.
"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam." (Hebreus 11:6)
Focando somente no obedecer/cumprir a Lei é tentar fazer a obra da salvação pessoalmente (tarefa impossível), enquanto que crer, é deixar que Cristo seja o nosso Salvador e descansar na certeza que a Sua obra está consumada. O apóstolo Paulo enfatiza no seu discurso aos Gálatas (Capítulo 3) que recebemos o Espírito pela fé (versículos 2 e 5) e que somos justificados pela fé (versículo 8).
Assim é o verdadeiro evangelho, o evangelho do Antigo e do Novo Testamento, que o próprio Deus começou a pregar a Abraão (versículo 8) e que o apóstolo Paulo continuou pregando no seu tempo.
É a apresentação, diante dos olhos dos homens, de Jesus Cristo crucificado. Nessa base tanto a justificação como o dom do Espírito são oferecidos. E se exige apenas a fé e o arrependimento.
E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus,
E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
Marcos 1:14,15
Em (Atos 10:34-48) Pedro evidencia algumas verdades que são o pilar do Evangelho. A mensagem crucial reside simultaneamente nos seguintes aspectos/verdades:
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Deus não faz acepção de pessoas - Aos olhos de Deus, todos somos iguais; descartando todo o conceito Judeu histórico de favoritismo (que persiste até hoje). (Versículo 34)
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Deus agrada-se contudo especialmente daqueles que O temem, e que buscam a Sua justiça. Portanto dissipa a ideia de características gerais abonantes, a não ser a fé e a devoção que são naturalmente do Seu agrado. (Versículo 35)
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Jesus é o Ungido de Deus. (O acto de ungir na bíblia está quase sempre exposto como a demonstração/ritual com o objectivo de "separar", "Consagrar" alguém, usualmente para serviço sacerdotal para alguém ser reconhecido como profeta, ou para Reinar) Desta forma é fácil entender o poder e autoridade que Deus colocou em Jesus, consagrando-o simultaneamente Sacerdote, Profeta e Rei. (Versículo 38)
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Deus ressuscitou-o ao terceiro dia conforme previamente profetizado. O acto de se anunciar a ressurreição antes da morte de Cristo foi a prova inegável do poder de Deus para nas circunstâncias políticas da época demonstrar que a vontade de Deus é soberana, e como tal incapaz de ser contrariada.
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Cristo é o Senhor de Todos. E o Seu sangue destrói/reinforça/substitui toda a tradição, regra cultural e restrição de ordem humana, tornando cada homem que Nele crer um filho de Deus. (Versículos 47-48)
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Os Cristãos (Seguidores de Cristo) são testemunhas, imbuídos de uma responsabilidade especial, que visa pregar, ensinar, e testificar o poder de Cristo e a expressão da Sua Divindade. (Versículo 39-42)
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Que o Nome de Jesus tem o poder de limpar todo o pecado e conceder a Salvação irrevogável. (Versículo 43)
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Jesus é O Salvador, mas também o Juiz dos vivos e dos mortos. Esta afirmação é especialmente pertinente para que seja evidente que a primeira vinda de Cristo veio para demonstrar primeiramente a misericórdia de Deus, mas a segunda vinda, será para demonstrar a eficácia da Sua Justiça e Juízo. (Versículo 42)
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A salvação e O Espírito Santo de Deus são portanto reservados a TODOS aqueles que crerem, sem excepção. (Versículo 44-45)
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O acto do Baptismo é a confirmação da Fé e a expressão pública da transformação que ocorreu em nós, e é o resultado sequencial da conversão. (Versículo 47-48)
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A conversão pela exposição à Palavra de Deus, e ao Evangelho leva forçosamente a 5 passos gerais incontornáveis; Estes são os primeiros passos naturais do "Metanóia" (processo de transformação operado Pelo Espírito de Deus)
-Crer (Fé e sujeição)
-O Baptismo (Compromisso público de Fé)
-O ensino (Didaqué -A aprendizagem e divulgação da Palavra de Deus)
-O testemunho (Vida nova segundo os frutos do Espírito)
-O Evangelismo (O anunciar da Graça imerecida do Favor de Deus por meio de Jesus)
A Salvação não requer obras humanas para ser atribuída ao Homem, mas ela produz obras na vida do Homem a quem é atribuída. O Poder de Deus é de manifestação prática, e a Graça não permite ao Homem a mudança; ela opera a mudança no pecador. Não produzimos pois obras para sermos salvos, mas produzimos obras porque somos salvos.
Se estamos todos mortos espiritualmente perante Deus, que escolhas fazem os mortos? Que obras produzem pessoas mortas? A Bíblia descreve os Homens não salvos, como pessoas mortas, de ossos secos, sem vitalidade alguma para dar algum passo em direcção a Deus. É Deus que vem até nós trazendo Sua Salvação disponibilizando-a por Graça. A Palavra é clara ao dizer: "Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece." (Romanos 9:16);
Assim sendo, qualquer homem que tomar em consciência contacto com o evangelho e sentir o apelo à Salvação, ele não o fará segundo seu próprio mérito e decisões pessoais, mas suas decisões serão motivadas pelo Espírito de Deus vitalizando o espírito morto dessa determinada pessoa para o passo em frente. O único mérito que o homem tem para com a salvação, é com o pecado que a tornou necessária.
Em Ezequiel existe uma passagem maravilhosa explicando isto mesmo:
Veio sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos.
E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos.
E me disse: Filho do homem, porventura viverão estes ossos? E eu disse: Senhor DEUS, tu o sabes.
Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e diz-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.
Assim diz o Senhor DEUS a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.
E porei nervos sobre vós e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor.
Ezequiel 37:1-6
Claramente os ossos secos aqui representam os Homens mortos em seus pecados e delitos. A ideia de ossos secos "Sequíssimos" representa a condição espiritual segundo uma básica informação cientifica sobre biologia.
É sabido através de pesquisa na área da saúde que os ossos estão preenchidos com uma substância chamada "Tutano" que vitaliza os ossos permitindo sua flexibilidade e resistência ao dano. Quanto mais jovens somos, mais "Tutano" se encontra no interior dos nossos ossos, por isso é também sabido que as pessoas idosas têm muito mais propensão a partir ossos, e doenças degenerativas como a osteoporose (condição que deixa os ossos frágeis e porosos) lhes são muito mais comuns.
- VIVIFICAÇÃO - "OSSOS SECOS"
Os "ossos secos", como figura de desvitalização no espectro espiritual (representado como morte espiritual), é o simbolismo perfeito para se entender o processo da "Vivificação" que é uma Doutrina da Graça, pela qual uma pessoa outrora morta para Deus, é vivificada Pelo Espírito para uma vida plena de comunhão eterna com Deus.
Jesus bem disse a este respeito: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." (João 10:10);
A visão do vale de ossos secos mostra que não há nenhuma situação que Deus não pode transformar. Nem mesmo a morte é mais poderosa que Deus! O vale de ossos secos é uma mensagem de esperança, uma "Boa notícia" atestando para a eficácia da Cruz, como faz o Evangelho.
Numa visão, Deus levou o profeta Ezequiel para um vale cheio de ossos humanos. Os ossos eram muito numerosos (simbolizando umas vastidão imensa de pessoas) e estavam muito secos (Ou seja, sua condição era evidentemente prolongada, e não recente). Deus perguntou a Ezequiel se os ossos poderiam voltar a ter vida mas Ezequiel não sabia a resposta (Ezequiel 37:2-3), da mesma forma que nós não podemos realmente saber quem poderá ser resgatado da morte e salvo pela eficácia do poder de Deus. Ezequiel dizendo a Deus "Tu o sabes" (Ezequiel 37:3), está atestando para a grande verdade que no que diz respeito à salvação, ninguém pode realmente saber quem Deus tem intenção de vivificar e trazer da morte para a vida;
O nosso Deus é o Deus da salvação; e a DEUS, o Senhor, pertencem os livramentos da morte.
Salmos 68:20
A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção. (Selá.)
Salmos 3:8
Então, por ordem de Deus, Ezequiel profetizou sobre os ossos secos, dizendo que iriam receber vida nova. Nesse momento, os ossos se mexeram; Esqueletos reconstruiam-se e surgiam tendões, músculos e pele sobre eles (Vs. 4-6). Mas os corpos ainda não estavam propriamente vivos. Então Deus mandou Ezequiel profetizar novamente, chamando o espírito de vida para entrar dentro dos corpos (Vs. 9-10). Assim, os corpos ficaram vivos, se re-ergueram compondo um grande exército!
É fácil perceber a vivificação dos ossos como a obra de Deus resgatando "cadáveres" mortos e secos (sem volta a dar), e revitalizando-os para colocá-los de pé (firmeza e prontidão), a fim de constituírem o seu povo, O exército dos Santos.
Deus explicou a Ezequiel que a visão do vale de ossos secos representava a restauração de Israel. No tempo em que Ezequiel recebeu essa profecia, o povo judeu estava exilado no império babilónico e Jerusalém estava destruída. Não havia mais esperança e o povo Judeu sentia-se morto, abandonado por Deus, sem futuro.
No entanto, Deus prometeu que iria mudar a situação (Vs. 11-14). O povo de Israel voltaria para sua terra e seria restaurado. Deus também iria encher Seu povo com Seu Espírito, trazendo vida nova, revitalizando-os espiritualmente.
Deus cumpriu a promessa do vale de ossos secos, pois após 70 anos no exílio, os judeus tiveram permissão para voltar para casa. Eles reconstruíram Jerusalém e o templo e se voltaram de coração para Deus. Esta restauração era outro símbolo profético para séculos mais tarde, Deus enviar Jesus, para através da Sua morte e ressurreição, Jesus operar a restauração final não só entre Deus e os Judeus, mas entre Deus e todo o mundo (incluindo as nações gentias). Agora todos que crêem em Jesus podem receber o Espírito Santo e serem vivificados recebendo Vida nova.
Pelo Seu poder e vontade somente, Deus pode mudar as nossas vidas, dar-nos esperança, re-erguendo-nos da queda onde jazíamos moribundos, secos e condenados.
Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;
E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?
João 11:25,26
Muitas pessoas entram em contacto com O Evangelho da Salvação; As "boas novas" do favor de Deus cheio de Graça, compaixão e misericórdia para com as almas perdidas, e com desinteresse e desdém desprezam ao Deus eterno e à Obra gloriosa operada Pelo Seu Filho na Cruz.
A Bíblia diz que Jesus veio ao mundo e o mundo não o recebeu (João 1:11); Esta visão Do Deus Eterno andando entre nós, O Criador dos céus e da Terra, sendo desprezado entre as pessoas, e tratado com indiferença é o grande sinal da nossa "sequidão".
Ezequiel é outra figura de Jesus - O Evangelista, Pregador, anunciando a Vida Eterna, a multidões de pessoas mortas, secas, condenadas. Se Ezequiel profetiza vida aos moribundos, Jesus também, e seguindo a Jesus, todos os filhos de Deus têm este compromisso de estando diante de um vale numeroso de ossos dispersos (símbolo do mundo), abrirem as suas bocas para profetizar vida, vitalidade, redenção. Pelo Evangelho muitos são vivificados para a Glória, por meio da revigoração espiritual. Os ossos secos são as Nações do mundo (os pecadores) e ao "profetizar" (ao expor a Palavra) O Espírito é enviado, e os "ossos" se juntam, formando um corpo (os pecadores são vivificados formando a Igreja- O Corpo de Cristo) (1 Coríntios 12:27) (Romanos 12:5) (Efésios 4:12).
"O Vale" (como símbolo de depressão simboliza a "queda") é onde Deus nos leva a exercer o ministério, e por isso Jesus não nos tirou do mundo, para que, como Ezequiel pudéssemos ir ao vale profetizar a mensagem da Vida eterna, a "Boa Nova" da Salvação. Se quisermos entender melhor o símbolo da "VALE" aqui descrito, basta irmos a Salmos meditar sobre: "o vale da sombra da morte" (Salmos 23:4); O Vale sendo uma "depressão geográfica" natural, simboliza o estado do mundo caído, por onde andamos rodeados de pessoas mortas espiritualmente.
Jesus disse: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal." (João 17:15), atestando para a realidade do crente ao atravessar o vale da sombra da morte: "não temeria mal algum, porque tu estás comigo" (Salmos 23:4); Todo o Salmo 23 comprova que os filhos de Deus podem andar pelo "Vale da sombra da morte", sem temor algum, descansando na Paz que a vara (a disciplina) e o cajado (o sustento) de Deus proporcionam.
Esta Paz no meio da desgraça, o mundo não pode conhecer nem experimentar pela emoção. É o Espírito de Deus connosco que nos vitaliza e revigora, permitindo atravessar o mundo como vencedores.
O Diabo pode inventar toda a espécie de "notícias apelativas" para distrair os "mortos no pecado", mas tirá-los da morte não pode. Precisamente porque o diabo não tem este poder, é que ele tem de distrair a consciência humana, para que os homens voluntariamente se resignem à "sequidão".
Quantos ímpios não sabem que inúmeras vezes a Salvação lhes passou ao lado, na figura de um filho de Deus, ou numa mensagem evangelística introduzida nas palavras de alguém, à qual eles entregaram somente o seu desprezo e indiferença.
A Bíblia é clara:
De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.
Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.
Eclesiastes 12:13,14
Certo dia, enquanto a igreja se reunia na praia para efectuar o baptismo de alguns irmãos, diversas pessoas observavam a curta distância o que ali se passava.
O mundo observando a igreja denunciava vários tipos de postura típicas às quais a Igreja dos Santos acaba sempre por enfrentar.
Uns por meio de risos e graçolas, observavam em tom de gozo; outros entre abanar de cabeça e algum murmurar, desviavam-se com repúdio; outros com alguma curiosidade tiravam fotos e observavam, como se aquele momento fosse apenas mais um "evento" para passar o tempo, uma novidade a receber na segurança receptiva da indiferença.
A Salvação estava sendo ali anunciada em bom tom, e para testemunho de todas aquelas almas perdidas, Deus manifestava Seu poder, Sua misericórdia, e Seu chamado...
A verdade é que naquele dia nem um sequer além dos que estavam para ser baptizados, deu um passo em frente para buscar a Salvação.
No vale dos ossos secos a multidão de mortos do mundo, naquele dia não dirá: "Nunca ouvi nenhum chamado", mas dirão somente em pesar de consciência: " A Salvação passou-me ao lado".
Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão,
Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa.
Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou.
Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar;
Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim.
Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,
Não endureçais os vossos corações,Como na provocação, no dia da tentação no deserto.
Onde vossos pais me tentaram, me provaram,E viram por quarenta anos as minhas obras.
Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos.
Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso.
Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;
Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.
Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.
Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egipto por meio de Moisés.
Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?
E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?
E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.
Hebreus 3:1-19