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A ilusão do mérito

Não há se calhar maior ilusão na mente humana, do que a ilusão do mérito numa perspectiva Espiritual, em que determinada pessoa creia com convicção que merece de Deus Bênçãos, protecção, riquezas, perdão ou Salvação com base no seu próprio carácter ou comportamento.

O termo "mérito", proveniente do Latim "Meritum" pode ser entendido como a qualidade apreciável de uma pessoa que faça com que esta seja digna de elogio, de recompensa, de reconhecimento ou merecimento.

Mas o acto de merecer, não é exclusivo a uma realidade abonatória, no sentido de só privilegiar ou conceder positivamente recompensas, mas também no acto de punir, pois o merecimento na sua essência caracteriza a acção de merecer honras ou castigos; portanto no merecimento pode alguém ou: ser honrado pelos seus méritos; ou condenado pelos seus méritos.

Para alguém merecer alguma coisa, tem de primeiro fazer algo que determine a recompensa, pois o acto de merecer está intimamente ligado à causa/efeito, acção/reacção, escolha/consequência na acção directa do comportamento.

Sabemos porém na Bíblia que o nosso merecimento como Homens perversos nascidos do pecado é a morte, única recompensa que nos é verdadeiramente de direito. Um pouco mais à frente abordaremos este estado e o Papel do Senhor Jesus Cristo como o único caminho para escapar a esta condenação.

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.
Romanos 6:23

Na esfera religiosa, muitas pessoas sem o entendimento correcto da natureza Divina de Deus e Seu carácter, projectam em Deus, fruto da sua ignorância pessoal, conceitos completamente adulterados de merecimento, e por isso existem tantas heresias, blasfémias, e desonra, em que Várias Doutrinas Bíblicas são completamente atropeladas para satisfação e alívio das consciências.

Muitos Homens, aprendem princípios Bíblicos da forma errada, porque aqueles que os ensinaram, estavam também errados; "Mestres" de entendimento pobre, passando os seus erros doutrinários para os outros que na sua humildade e confiança, crêem estar a receber a Verdade, e por isso a pregam também, espalhando assim várias heresias que se não forem impedidas e contrariadas pela Verdade, rapidamente se tornarão "Verdades" entre os menos entendidos.

O Evangelho da prosperidade por exemplo é uma destas heresias, em que uma infinidade de ditos "cristãos" crê, que por serem "filhos" de um Rei, têm direito a receber muitas riquezas, e vivem as suas vidas de olhos postos na aquisição de bens, ostentando a todo o custo a imagem de pessoas "privilegiadas", conferindo a si mesmas o mérito pelas riquezas que amontoam no mundo.

Nada poderia ser mais abominável do que a perversão da Verdade para benefício próprio, e nada poderia ser também mais anti-Bíblico do que centrar o Plano de Deus Eterno no próprio Homem, vendo a Salvação como um benefício e a condenação como um prejuízo, pois toda a Bíblia é acerca de Cristo, e dos Seus méritos.

A Salvação e a Condenação, estão directamente ligadas à natureza do Homem, pelo pecado (seus méritos); e à Natureza de Deus em Cristo pelo Espírito Santo, no Seu sacrifício e Obra de Redenção (Seus méritos).

Então o estado  de desgraça do Homem é a base de onde partimos para entender a condenação, que é o resultado dos méritos que podemos contabilizar - Pecado e rebeldia contra Deus.

O estado da Graça pelo qual alguns Homens são salvos, é onde entendemos que embora a morte estava destinada a todos nós, Deus se compadeceu na Sua infinita misericórdia e nos Salvou.

Nada nestas duas realidades tem propriamente a ver com benefício ou prejuízo do Homem, mas com a Glória de Deus que demonstrou o Seu amor por todos nós na Pessoa do Filho, Exaltando-O soberanamente para que Nele (No Senhor Jesus), Deus Pai seja conhecido de todos nós, e por conseguinte Servido, Adorado, Reverenciado, Temido e Glorificado. 

Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Filipenses 2:6-11

Muitas Pessoas dissociam o Amor da condenação, e por isso projectam uma sensação de injustiça ou prejuízo nos "condenados", como se eles também tivessem direito À Salvação. A condenação do Homem, procede da Ira Santa de Deus para com o pecado, e como tal ela está coberta de nobreza e de Justiça e de Amor, mesmo que fosse dirigida a todos sem excepção.

O Amor de Deus também está presente na condenação; Mas porque é tão difícil ver o Amor de Deus na condenação de Muitos mas não todos, se todos mereciam ser condenados? 

O Amor de Deus para ser bem compreendido primeiramente tem de ser percebido no Amor que existe na Trindade, onde O Pai, O Filho e O Espírito Santo, trabalham em perfeita sincronia e Santidade; De seguida, no Amor que Deus demonstra no acto da Criação, criando-nos perfeitos "à Sua imagem e semelhança"; nos atributos excelentes que Ele gravou nas nossas consciências e espírito; e por fim no Amor que Ele tem Pelo Seu Filho, a Quem dirigiu a ira que era a nós destinada.

Para entender devidamente A Salvação e a condenação, basta se estar convencido de que cada um de nós merece a morte. A vida é a dádiva que não nos era por direito (especialmente depois do pecado surgir para nos corromper). Se destruirmos totalmente a ilusão do Mérito, podemos ver O Amor de Deus até na condenação de Muitos, sabendo que muitos que mereciam morrer serão salvos.

Se "o Salário do pecado é a morte", como visto acima, e sabendo que o pecado é a herança de Adão para todos os Homens, compreendemos que todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus. Portanto sem a Graça, todos estão em desgraça.

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.

Romanos 5:12

Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.

Romanos 3:19-24

- Mas o pecado dos Homens foi vontade de Deus? Se herdamos o pecado a culpa então não é nossa?

Deus não quis nem quer que os Homens pequem como é óbvio, contudo, na liberdade de consciência que Deus concedeu a todo o ser humano, existe um termo de responsabilidade, que quando o pecado é cometido conscientemente, ele automaticamente torna o Homem inteiramente responsável. Todo o Homem é digno do inferno, pois o pecado faz naturalmente separação entre nós e Deus; e por isso a culpa da condenação é individual, em que cada Homem que a receber saberá porque a recebe. 

Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir.
Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.

Isaías 59:1,2

A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e proceder com rectidão e justiça, certamente viverá; não morrerá.
De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou viverá.
Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?
Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá.
Ezequiel 18:20-24

 

Contudo, Deus perdoa os tempos de ignorância, assim como Deus perdoa os pecados das crianças feitos na inocência, mas isto não torna os Homens inescusáveis e aptos a pecar.

Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;

Atos 17:30

O arrependimento portanto requer consciência do pecado, e distinção entre o bem e o mal, que os Homens recebem pela Graça comum de Deus estendida a todo o ser humano pelo espírito do Homem em contacto com o Espírito de Deus e pela Lei dada por Deus aos Homens. No antigo testamento (Números 15:28) (Números 15:25) os pecados cometidos por ignorância mesmo assim tinham de ser pagos por expiação, e para isso existiam os sacerdotes, para educarem o povo e instruírem nas Leis de Deus. Actualmente temos O Senhor Jesus como nosso Sumo-sacerdote, que operou a expiação Eterna por nós, se de facto estamos sujeitos a Ele, tendo-O como nosso Salvador.

Alguém é Eleito sem mesmo ter consciência da sua própria Eleição, contudo é em consciência e na consciência que somos Salvos, operando pelo entendimento do Espírito de Deus a discernir o pecado e a arrependermo-nos dele reconhecendo as nossas misérias e estado de desgraça.

Aqui se vê a evidência da Eleição continuadamente no acto da consciência:

E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente.
Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza.
Mas vós não aprendestes assim a Cristo,
Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;
Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;
E vos renoveis no espírito da vossa mente;
E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.

Efésios 4:17-24

Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;
No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Romanos 2:11-16

A Bíblia fala de uma Eleição em que Deus escolhe para Si um povo Especial, que Ele próprio conhece desde a Fundação do mundo, mas também tem várias referências de apelo à consciência para o mundo, em que ao Homem é-lhe dito que no caminho do justo não há condenação, e no caminho ímpio não há Salvação, para que o Homem conheça as bênçãos e as consequências de ambos os caminhos e a posição de Deus face a cada um deles.

Apelos à consciência em inúmeras passagens para que os Homens fiquem inescusáveis:

(Salmos 81:11,12) (Gálatas 6:7,8) (1 Samuel 12:20-25) (Romanos 2:4-12) (2 Crônicas 7:14) (2 Coríntios 3:14-17) (1 Coríntios 10:23) (Salmos 33:18,19) (2 Crônicas 15:2) (Salmos 119:30) (Malaquias 3:5-7) (Hebreus 10:35-39) (1 Coríntios 10:11,12) (Salmos 95:7-9) (Isaías 1:19,20) (Apocalipse 2:21) (Salmos 7:9) (Provérbios 24:12), etc.

Quem é elegido não sabe que o é em consciência, até ouvir o Evangelho e crer, e desejar o caminho Justo. Se o Homem eleito soubesse à partida que era eleito, estava em vantagem e isso tinha um enquadramento completamente diferente para nós. Mas a Verdade é que ninguém sabe se é eleito ou não, portanto estamos em pé de igualdade para viver as nossas vidas conscientemente. Por isto o apelo à consciência é necessário, e é isso o anunciar do Evangelho. E também por isto, é importante referir em especificidade, o destino do caminho Justo e a diferença do destino do caminho ímpio. Quem escolhe, ou como escolhe, ou porque escolhe, ninguém pode saber verdadeiramente, a não ser a pessoa em questão do porquê que faz determinadas escolhas na sua vida em plena consciência, contudo Deus que esquadrinha os corações e prova os rins sabe todas as coisas do carácter de cada um dos Homens.

Porque Deus nos elegeu primeiro antes da fundação do mundo, não sabemos; mas sabemos que na Sua justiça existe um peso que é espelhado directamente no coração de cada um de nós. Ninguém é vítima senão da sua própria consciência, ou Deus seria culpado por cada um dos nossos pecados individuais.

Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas acções.

Jeremias 17:10

Então embora nenhum de nós saiba porque certas pessoas escolhem certos caminhos, e tomam determinadas decisões, sabemos que todos tomamos responsabilidade pelas nossas acções que são todas tomadas em consciência.

Os Eleitos então não são pessoas mais justas ou pessoas melhores, mas pessoas cuja consciência produz frutos para o arrependimento. Isto só é possível pelo conhecimento da Verdade, e por isso a Verdade deve ser pregada a todos os povos e Nações por toda a parte do mundo, e também por isso o mérito é da Verdade e não daquele que creu nela. Então se alguém se converte pela Verdade, o mérito é da Verdade, pois sem ela ninguém se pode converter para o arrependimento. (Filipenses 2:13)

O homem é "livre" para escolher de acordo com os seus desejos; Porém o homem não é livre para escolher os seus desejos.

Também só é possível haver Salvação pelo arrependimento, porque primeiramente Alguém concedeu ao arrependimento, a possibilidade da Salvação; pois de outra forma arrependimento não traria Salvação alguma.

Então o mérito vem Daquele que providencia a Verdade e a possibilidade da Salvação pelo arrependimento. O mérito então não está em quem se converte, mas em Quem proporciona a conversão. Claro que em consciência temos uma noção enganosa que somos nós a fazer decisões, e por isso nos deixamos levar pela ilusão do mérito.

Esta é uma das mais mal entendidas Doutrinas Bíblicas que geram uma infinidade de meias verdades, confusão e até heresias por parte de inúmeros Cristãos, e por isso deve ser tratada com toda a seriedade.

Mas a Verdade é que muitas pessoas entendem erradamente certas Doutrinas Bíblicas e certas questões, como a o Livre Arbítrio, a Doutrina da Separação, a Doutrina da Graça imerecida, a Doutrina da Eleição e a Doutrina da Predestinação porque o foco da sua atenção está desviado, ora colocado nos outros (pelo amor ao mundo) ou em si mesmos, e não no Deus de todas as coisas. Por isso elas projectam as suas expectativas ignorantes na Palavra de Deus, e por incapacidade de aceitar certas realidades Bíblicas, elas criam alternativas na consciência, para tornar a realidade Bíblica adaptável ao seu entendimento. E isto acontece porque o desejo de se agradarem a elas próprias, ou àqueles a quem amam está na verdade em primeiro lugar, mesmo que seja inconscientemente. Para garantirem que a sua consciência é aliviada, muitas deturpam a interpretação dos textos bíblicos, permitindo que a sua incapacidade de entender, de explicar ou de justificar certo conteúdo Escriturístico, mude a Verdade Doutrinária para que esta seja tornada "aceitável" ou "aligeirada" para melhor consumo.

Uma espécie de tentativa de tornar a Verdade, mais "branda" ou mais "fácil de digerir", como se nós pudéssemos acrescentar , remover ou modificar alguma coisa na Verdade que Deus nos passou.

Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;
O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.
Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

Gálatas 1:6-12

Este Evangelho diluído onde os fins justificam os meios, em que Líderes por falta de entendimento e respostas sábias, contornam Verdades Doutrinárias para saírem de um estado "encurralado" pelas perguntas que lhes são dirigidas e às quais não podem responder, é a razão porque tantas pessoas depois de anos ou décadas de "conversão" continuam a crer em heresias e a espalhá-las com toda a convicção. Se você crê que é "você", pelos seus esforços ou méritos que leva alguém a Cristo, você não entendeu o base do Cristianismo. Nunca houve jamais ninguém a levar alguém a Cristo senão O Pai.

O plano da Salvação é Trinitário:

  1. escolhidos e chamados pelo Pai 

  2. redimidos e justificados pelo Filho

  3. selados e conduzidos pelo Espírito

Se alguém entender verdadeiramente a riqueza insondável destas 3 Verdades em que cada Pessoa da Trindade co-opera em perfeita sintonia para a grande e maravilhosa Obra da Salvação, será muito mais fácil resistir às heresias dos Falsos Evangelhos pervertendo Doutrinas Bíblicas para criar confusão entre os crentes.

Se nós conseguirmos interiorizar que Deus nos escolheu na eternidade, para que nós O escolhamos na consciência; Que Deus é que nos concede o dom do arrependimento para que nós nos possamos arrepender; Que Deus nos dá o dom da Fé, para que nós possamos crer, fica mais fácil perder a ideia do mérito que muitos atribuem à sua própria Salvação como "decisão pessoal".

O nosso passado pertence à misericórdia de Deus, e as coisas que nele fizemos ao Seu perdão. O nosso presente pertence ao Amor de Deus, e aquilo que fazemos nele, à Sua Justiça. O nosso futuro pertence à providência de Deus, e aquilo que faremos nele, à Sua soberania.
isto é o Domínio de Deus sobre toda a vida segundo o conselho da Sua vontade.

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
E nos predestinou para filhos de adopção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,
Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
Que ele fez abundar para connosco em toda a sabedoria e prudência;
Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;
Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;
Efésios 1:3-11

Este versículo é um dos versículos mais explícitos que demonstram a Doutrina da Eleição e a Doutrina da Predestinação a trabalharem juntamente, e poderosamente para qual propósito?

Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo;
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;
O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.

Efésios 1:12-14

Vimos anteriormente em Romanos 6:23 que a recompensa (salário) de todo o pecador é a morte, mas o dom da Vida está em Cristo Jesus, e agora em Efésios é-nos dada a revelação de como a Salvação é operada por Deus em Cristo. Vejamos as premissas absolutas deste versículo passo a passo distinguindo Verdades uma a uma:

  1. Cristo é a fonte das bênçãos Espirituais que recebemos nos lugares celestiais (Eternidade) - vs 3

  2. O PAI nos Elegeu -antes- da Fundação do Mundo para que pudéssemos ser Santos e irrepreensíveis, ou seja sem a Eleição, não é possível ser Santo (Salvo) - vs 4

  3. O PAI nos predestinou para sermos filhos de adopção em Cristo, ou seja fomos preparados na Eternidade para sermos redimidos por Cristo, segundo nada mais que o "beneplácito da Sua Vontade"; Sendo que "beneplácito" significa, por Sua boa e livre vontade. Beneplácito é uma expressão que convém entender pois ela para quem se dirige significa também: aprazimento, aprovação, Aquiescência, mas para todos os outros a quem não se dirige, significa: recusa, rejeição, reprovação. - vs 5

  4. Com o propósito de receber toda a Glória, fazendo-nos pela Sua pela Graça agradáveis em Cristo; - vs 6

  5. em Cristo novamente - Pela Graça - somos redimidos pelo Sangue, ou seja no Seu sacrifício (no SEU mérito) apontando exclusivamente para Cristo, pela Graça; - vs 7

  6. A Vontade de Deus na predestinação é para ser entendida por nós como um "mistério" ou seja não nos cabe saber o porquê senão pelo Beneplácito da Sua Vontade, que propusera em Si mesmo, (não vem de ninguém, nem de decisões pessoais)  mais uma vez referido para acentuar a Sua decisão Soberana; - vs 9

  7. Centrar em Cristo todo o propósito, todo o mérito, toda a Glória, tanto nos céus como na Terra, sendo que a expressão "todas as coisas", significa sobretudo sem margem de dúvida que, ELE é o centro de tudo, portanto a Salvação é acerca DELE e não de nós, para SUA glória, e não nossa (ou nosso benefício particular). - vs 10

  8. Fomos em Cristo pela decisão exclusiva e misteriosa do Pai, feitos co-herdeiros, segundo uma decisão que havia sido feita na ETERNIDADE por isso diz bem claro - havendo sido predestinados - conforme um propósito que não diz respeito a ninguém em particular, senão a Ele mesmo. - vs 11

  9. O fim, ou o propósito da Salvação de cada um dos Eleitos, é para Louvor da Sua Glória, para que Cristo seja exaltado soberanamente como também podemos confirmar em (Filipenses 2:9-11) porque ambos os versículos completam-se perfeitamente; - vs 12

  10. O estado da Salvação vem depois de alguém ouvir a Palavra da Verdade e crer, sendo automaticamente selado pelo Espírito Santo. O acto de ouvir e crer não é um acto de mérito pessoal (Filipenses 2:13), no sentido em que a fé vem pelo ouvir conforme (Romanos 10:17) mas é sabido que a fé vem Exclusivamente de Deus conforme (Filipenses 3:9) por Cristo autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12:2); então o acto de ouvir e crer, é operado por Deus, por isso uns ouvem e crêem, e outros ouvem e não crêem. Selados com o Espírito quer dizer que estão seguros na sua Salvação, pois a segurança da Salvação também não depende delas. Então a conquista da Salvação vem de Deus, e a permanência na Salvação, também vem Dele, removendo qualquer ideia de mérito pessoal tanto na aquisição como na retenção da Salvação.

Podemos ver depois de uma análise expositiva dos versículos um a um, que a Soberania de Deus é inquestionável, e a Salvação que ELE concede diz respeito apenas a Ele mesmo, no propósito de Glorificar a Cristo. Nós que merecíamos a morte, fomos abençoados pela misericórdia misteriosa de Deus, que não podemos explicar. É uma recompensa imerecida, inconcebível para as nossas mentes pequeninas.

O que o homem pensa poder fazer pela sua salvação é mero efeito da Graça que Deus disponibiliza, induz e canaliza para cumprimento da Sua vontade. 
Desta forma, qualquer tentativa de mérito, prestação pessoal e autoria é totalmente equivocada; É como uma pá dizer ao homem que a usa que ela é que é a autora do buraco que ele abriu. 
Deus é o gerador, o autor e potencializador de qualquer obra de bem que está no homem ou por ele praticada.

Não há nada que aconteça no Universo, sem que Deus tenha primeiro pré-ordenado segundo o Sábio conselho da Sua vontade, fruto da Sua inigualável Soberania. Deus não poderia ser Soberano, se houvessem decisões pessoais de cada um (imagine-se 7 biliões de pessoas tomando decisões ao segundo), que pudessem determinar alguma espécie de curso que Ele não tivesse supremacia em domínio. Se a Soberania de Deus não fosse maior que a liberdade humana, nós acabaríamos por fazer todas as escolhas erradas contra a Sua boa vontade, até que nada restasse senão a vontade humana exercendo autoridade sobre todas as coisas.

Agora como funciona a soberania de Deus ligada à liberdade de consciência humana, isso é um grande mistério que diz respeito somente À Mente de Deus.

Portanto ou Ele é soberano, ou não é, porque dizer que Ele é, e simultaneamente crer em alternativas que ponham em contradição esta premissa é uma postura anti-bíblica e um impedimento ao entendimento de todas as outras Doutrinas.

Soberania está intimamente ligada à Presciência, Omnipresença, Omnipotência, e Omnisciência. O termo grego "Omni" quer dizer exactamente "tudo"; então Deus está em todo o lugar, tudo sabe, tudo pode, e tudo preparou, pois tudo conhece. A expressão "pré" (precede ou antecede) + a palavra "Ciência" (conhecimento), quer exactamente dizer aquilo a que se propõe: Presciência significa que Deus sabe todas as coisas mesmo antes de todas acontecerem, sendo que Ele prevê, Ele predetermina, e Ele permite em total autoridade, domínio e Soberania a realidade.

É preciso enraizar bem esta Verdade, se alguém quiser verdadeiramente prosseguir no entendimento de várias doutrinas Bíblicas em coerência.

Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?
Porventura da boca do Altíssimo não sai tanto o mal como o bem?

Lamentações 3:37,38

O versículo acima, é um versículo "polémico" e "controverso" para muitas pessoas, porque lhes faz imensa confusão que se diga na Bíblia que o mal procede de Deus, mas o que diz na verdade este Versículo? E que Verdade maior é contemplada nesta afirmação?

É notório que Deus não compactua com o mal, e temos várias referências bíblicas a este respeito, por ex:

Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: "Estou sendo tentado por Deus". Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. 
Tiago 1:13

E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.
1 João 1:5


Desde a criação do mundo, Deus nos deu evidências na natureza de que as Trevas e a Luz não foram criadas para andarem juntas, pois Deus criou separação entre elas.

E Deus Chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. (Gênesis 1:5)


Como perfeito Arquitecto e soberano Criador, Deus determinou todas as coisas, e todas elas são para Sua Glória e Glória de mais ninguém (Isaías 42:8). Na Sua luz Ele revela todas as coisas, e longe de si todas as coisas são feitas ocultas. O mal e o bem não são forças autónomas que possam contrariar a vontade de Deus impondo-se, e daí a afirmação do versículo de (Lamentações 3:37,38) a comparação entre o mal e o bem e a luz e as trevas é feita precisamente para demonstrar as consequências de ambos debaixo do consentimento e presciência de Deus. Ou Seja tanto o bem como o mal estão submetidos À autoridade de Deus maior, razão pela qual vemos também Satanás obedecendo quando Deus convoca todos os anjos perante Si (Jó 1:6). Andar na Luz ou andar nas Trevas, são caminhos distintos por onde andam todos os Homens, mas Deus é O Destino de todos os caminhos (para uns Salvação, e para outros condenação). Não são todas as estradas que vão dar a Roma, mas todos os caminhos a Deus.

“Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz”. ( João 11:10)

“Jesus respondeu: “Não há doze horas no dia”? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo”. (João 11:9)

“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”. (Efésios 5:8)

Os caminhos das Trevas existem numa realidade onde Deus não tem autoridade? Não! Jesus não falou do caminho das Trevas como um caminho no qual Ele não pode fazer nada, Ele apenas referiu que nesse caminho, há tropeço (e consequência). Se Deus não tivesse domínio sobre o caminho das Trevas e do mal, como poderia Ele conhecer, controlar, refrear, e por fim extinguir as Trevas?

Sem falarmos com clareza sobre certas doutrinas, e Verdades Bíblicas basilares, nós não podemos nunca entender o plano maior de Deus, e contemplar com verdadeira grandeza a magnitude da Soberania e do domínio que Deus exerce em Santidade sobre todas as coisas. Vamos abordar em detalhe para uma compreensão transversal de vários conceitos bíblicos 3 Doutrinas Bíblicas inseparáveis que são pedra de tropeço para muita gente, incluindo Cristãos convertidos que ainda permanecem confusos sobre a grande Obra de Deus na Salvação.

  • Livre arbítrio

  • Predestinação

  • Eleição

Convém lembrar que estas Doutrinas, de alguma forma directa ou indirecta fazem parte das Doutrinas da Graça (respectivamente à Salvação)

As cinco doutrinas bíblicas da graça são:

  1. Depravação Total (Todos estão condenados -Mortos espiritualmente, pois Deus bem disse "Certamente morrereis" enquanto a serpente dizia "certamente não morrereis" -Mortos no espírito mas não mortos na carne)

  2. Eleição Incondicional (É incondicional porque a Eleição não dá ao morto possibilidade de aceitar ou não, senão seria uma Eleição condicionada ao desejo de aceitação daquele a quem era dirigida, e se assim fosse muitos podiam perder a sua salvação igualmente pela sua decisão)

  3. Expiação Limitada (A Expiação é limitada -Por amor de muitos- e não ilimitada -por amor de todos)

  4. Graça Irresistível (Ninguém pode resistir ao irresistível, por isso a Graça não possibilita ao homem a transformação, mas ela opera activamente a transformação no pecador)

  5. Perseverança dos Santos (os Eleitos podem perseverar até ao fim, porque Deus é a fonte da perseverança naqueles que Ele elegeu, os quais ninguém pode tirar da Sua mão)

A Doutrina do "Livre arbítrio e Liberdade de consciência" atesta por exemplo, para as premissas verdadeiras da "Depravação Total", assim como para a "Graça Irresistível" e a "perseverança dos Santos", na medida em que a natureza caída humana não é Livre para sair da condenação pois está "morta" espiritualmente, embora seja em consciência autónoma para permanecer nela. Mortos não tomam decisões para viver; mas pessoas "mortas espiritualmente", embora ainda vivam para tomar decisões na carne, não podem tomar decisões no espírito, (onde na realidade estão mortos). Também ninguém pode resistir à Graça salvífica voluntariamente se ela é irresistível. A Noção de liberdade e a doutrina do Livre-arbítrio assim como a predestinação não podem contrariar outras Doutrinas Bíblicas, o que permite um maior rigor no desdobramento destes temas.

  1. Livre-Arbítrio

Epicurus, Um filósofo Grego (270 a.C) questionou a natureza de Deus e a Sua supremacia, fazendo um célebre emparelhamento de raciocínios segundo a sua "lógica" humana que supostamente destruiriam o conceito da Soberania de Deus. 

Estes são:

 

  1. -Deus está predisposto a prevenir o mal, mas não o consegue? Então não é Omnipotente.

  2. -Ele é capaz, mas não está interessado? Então ele é maligno.

  3. -Ele é simultaneamente capaz e tem interesse em o fazer? Então de onde vem o mal?

  4. -Ele não é capaz nem de o fazer, nem está interessado? Então porque chamá-lo de Deus.

 

Estas suposições foram criadas segundo a lógica de um homem ateu, que rejeita a natureza e a existência de Deus, e é por aí que se denuncia à partida a contradição ilógica da sua afirmação. Se Epicurus é ateu e rejeita a existência da Divindade de Deus, onde ele se baseia para entender também o conceito do "mal" como oposto à natureza de Deus? A expressão de que algo é mau (com origem no maligno) só pode ser entendida pelo absolutismo Bíblico das Escrituras que pela natureza Santa, pura e Imaculada de Deus, evidencia e denuncia por contraste tudo aquilo que não o é. Se Deus é bom, tudo o que se lhe opõe é naturalmente mau.

É daqui que o Homem tem como base a definição dos conceitos do bem e do mal, do certo e do errado. Sem a existência e o carácter de Deus, tudo é válido, questionável, e relativo.

Epicurus tenta catalogar Deus com base nestes princípios comportamentais básicos, esquecendo que a natureza de Deus não se limita pelos mesmos princípios. Outra pergunta pertinente aqui é, a que "deus" se refere ele na sua afirmação se ele não conhece o Deus verdadeiro?

Seu exercício mental é construído sobre o conceito de um "deus" cultural, ao qual está atribuída uma cortina emocional de atracção ou repulsa religiosa. Se alguém não conhece O Deus verdadeiro, pode estar apto a construir um exercício mental que O represente em totalidade? Obviamente que não.

Quando Epicurus afirma que entre o querer, o poder e o fazer, pode tentar encurralar a Omnipotência de Deus, tornando-o maligno, é porque ele não contempla todos os factores e ângulos em que a realidade pode ser contemplada. Deus detém um prisma bastante mais abrangente de visão, fruto da Sua Omnisciência. A natureza de Deus está acima da nossa limitação, como tal a percepção do bem e do mal só pode chegar até nós pelo contraste da natureza de Deus, e só serve para nos medir a nós em comparação. Nós não podemos julgar a Deus segundo os conceitos básicos de uma justiça que é usada singularmente para nos julgar a nós pecadores. A justiça de Deus não existe para Deus se Julgar a si próprio, pois a justiça da natureza de Deus é projectada da Sua essência para provar a realidade. A injustiça é somente o contraste da realidade pervertida face ao carácter da natureza de Deus, e é nesse contraste apenas, que Justiça e injustiça podem ser percebidas. 

Então se temos por premissa que em Deus não existe injustiça, não podemos dizer em coerência pelas nossas limitações intelectuais que:

-"se assim fosse, Deus seria injusto"; (Aqui é onde normalmente as pessoas equivocadas gostam de com indignação demonstrar possível injustiça da parte de Deus, se e eleição existir).

Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
Romanos 9:14

Deus NUNCA será mau ou injusto, seja qual for a hipótese que a nossa ignorância gere por falta de respostas!

Quem somos nós para proferir palavras tão arrogantes?

 

Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.

Isaías 55:8,9

 

Ao presumir que se existe mal e Deus não o impede, então também Deus é mau, Epicurus está novamente a cair em terrenos pouco estáveis para sustentar a sua posição. Mas onde vai ele buscar a ideia de que o mal tem de ser combatido? Quem, longe da autoridade de Deus pode afirmar que o Mal existe, quanto mais afirmar que o mal precisa de ser combatido?

Esta objecção presume que se Deus tem o Poder para combater o mal, então ele deve sempre combatê-lo. Se Deus fosse obrigado a combater o mal, teria de combater não só Todo o mal, mas Sempre, todo o mal.

Aqui mais uma vez, onde é que Epicurus se baseia para definir o o conceito do "mal"? Quem estabelece o limiar que define o bem e o mal e o que precisa ser impedido? Uma violação precisa ser impedida, mas uma mentira pode passar? O roubo de um banco tem de ser condenado, mas o roubo de uma nota de dinheiro deixada ao acaso pode ser ignorado? 

Então nesta afirmação partindo do princípio afirmado por Epicurus, Deus teria a obrigação de combater TUDO que se lhe opõe em natureza. Deus teria de destruir e aniquilar então, tudo e todos.

 

A arrogância contida nestas afirmações acima, levou este homem a crer que pode questionar a autoridade da natureza de Deus, mas se ele mesmo tem liberdade para questionar o que quer que seja, é porque Deus não decidiu combater TODO o mal; afinal a arrogância tem em si natureza má, segundo os padrões normais em que julgamos o certo e o errado. E onde ficaria então nesta equação a nossa consciência? E a nossa Liberdade? Expressões estas que definem a nossa natureza, e razão pela qual Deus nos colocou acima de todas as outras formas de vida. E Deus é Justiça, mas Deus é igualmente Amor e Misericórdia, e Ele não tem atributos em percentagens diferentes, pois todo ELE é absoluto. Se Deus fosse apenas e meramente Justiça, nós teríamos sido dizimados, e/ou nunca criados até.

Epicurus novamente, ao afirmar que Se Deus tem poder para combater o mal, então tem forçosamente de o fazer, tem de se basear numa espécie de absolutismo moral que defina que o mal tem de ser forçosamente combatido. Onde foi ele buscar esta ideia? Por intuição? Se assim foi, como provar que está certa? Foi pela lógica? Que dedução ou silogismo lógico foi encontrado que possa corroborar a necessidade de uma obrigação moral para tal?

 

“Se uma pessoa nega a existência de Deus, ele não tem base racional para afirmar a existência do mal; por necessidade lógica, nosso reconhecimento de Deus precede nosso reconhecimento do mal. A menos que o Deus cristão seja pressuposto de antemão, o mal continua indefinido. Quando o não-cristão argumenta contra o Cristianismo usando o problema do mal, ele se torna um terrorista intelectual, de forma que ele sequestra o absoluto moral do Cristianismo no processo de argumentar contra o Cristianismo. Contudo, ele não pode se referir a qualquer mal natural ou moral sem implicitamente reconhecer um padrão pelo qual julga algo como mal. Se ele reconhece a existência do mal, então, ele deve primeiro reconhecer a existência de Deus.”

— Vincent Cheung

Existe mal em nós pelo afastamento que nos separa de Deus. Longe da Luz, as trevas reinam. Na verdade a escuridão não existe como realidade criada, e cientificamente não é palpável, nem possível estudar a escuridão. A forma que nós temos de entender a escuridão é pela óbvia ausência da luz. Podemos sim, estudar e usar a luz para determinar uma maior ou menor intensidade de escuridão, e é por este método que somos capazes de identificar as coisas. Vemos aquilo que a Luz nos permite ver e na sua ausência nada vemos.

A natureza de Deus ilumina, e quanto maior for a nossa aproximação para com a Sua luz, maior o nível de claridade com que vemos e entendemos as coisas. Tudo se torna mais evidente, realçado, óbvio e nítido. Desta forma igualmente quanto maior o afastamento, mais ténue se torna a percepção das coisas, tudo se torna mais obscuro, relativo e menos evidente.

 

Não permitiu Deus a crucificação do Seu Filho, à mercê dos Homens, vítima da maldade e corrupção humana, maltratado, humilhado, escarnecido, violentado, para nos trazer a Salvação? Que melhor exemplo do que este para provar que os desígnios perfeitos de Deus até da nossa própria natureza maligna, Ele pode trazer redenção transformando o mal em misericórdia, amor e benignidade. 

Com humildade para entendermos a nossa própria natureza limitada, podemos olhar para Deus com outros olhos, percebendo Nele então essa Soberania que nos transcende e pela qual tudo é regido em absoluto domínio.

 

Mas se nós temos Liberdade, e podemos fazer escolhas, então como pode ser ainda Deus soberano?

A liberdade tem de ser primeiro entendida de forma completa no que diz respeito à verdade Bíblica sobre a Liberdade.

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

João 8:32

A libertação é que leva à liberdade, e a Libertação vem da Verdade! Portanto para todos os que não estão conscientes das verdades de Deus impostas sobre a realidade, só existe escravidão ao pecado e ao engano para a morte.

Só Cristãos nascidos de novo, firmados na Verdade são verdadeiramente Livres Pois só Deus é Livre e nós em Cristo somos um, como Ele é Um com O Pai (João 17:21). Todos os outros Homens são escravos da carne, escravos do pecado, subjugados ao Diabo, o pai da mentira.

Mas os ímpios fazem diariamente escolhas como também fazem os crentes, tendo toda a liberdade para o fazerem conforme a sua própria vontade.

Diz um sábio provérbio: "A flecha que voa pensa que é livre, mas seu destino já fixado pelo arqueiro".

Mas que tipo de liberdade é esta? Esta é a liberdade de consciência, em que as pessoas são punidas, ou abençoadas quando Deus retribui a cada um segundo as suas obras conforme referido em (Romanos 2:6).

Obras intimamente ligadas à rebeldia ou à sujeição em consciência e por isso produzem de Deus ou ira, ou misericórdia. Mas não saberá Deus já Aquilo que Ele próprio predestinou? E mesmo que Deus assim o tenha predestinado, alguém se sente impelido fora do seu controle a viver a vida que Deus lhe deu em liberdade? Alguém tem noção de que a vida ímpia que leva com seus comportamentos e decisões pessoais está fora do seu controle e portanto é vítima da Vontade de Deus para si? Se há alguém que é vítima, é vítima apenas de si próprio e da sua pobreza de intenções, naquilo que a Sua consciência pecaminosa lhe valida e imputa.

Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto: que o poder pertence a Deus.
A ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra.

Salmos 62:11,12

Entenda-se:

Nos Impíos, pelas suas escolhas punição ou misericórdia e nos Santos, repreensão ou galardão, mas nada disto tem a haver directamente com Salvação, embora ambos em consciência saibam o que fazem, e façam-o com a liberdade que Deus concede a cada um. Mas quem é na verdade o ímpio, ou quem é na Verdade o Santo? Visto que nem sempre é assim tão evidente, o Evangelho é pregado a todos sem excepção e para isso estamos aqui. O ladrão na Cruz nunca devia ter ouvido o Evangelho sendo pregado, ou se calhar ouviu e resistiu até ao momento em que se rendeu na cruz ao Lado do Seu Redentor, sendo Justificado. Quem diria que aquele seria um dos "Santos" escolhidos por Deus? Ele mesmo o afirmou, que sabia o porquê de estar ali, que havia justiça na sua punição, mas que Cristo era inocente. Esta é a consciência que todo o homem sem excepção tem como "livre-arbítrio", contudo é pela mesma noção de Livre decisão, que o outro ladrão na cruz foi condenado.

Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor.
1 Coríntios 4:5

E eis que derradeiros há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os derradeiros.
Lucas 13:30

 

Você será sempre responsável pela sua condenação; Cristo é responsável pela sua Salvação! Isto é o único "livre arbítrio" que você jamais conhecerá.

Tudo o que Deus faz é bom. Tudo que Ele permite é necessário. Deus não é o autor do mal, mas Deus permite o mal do Homem para cumprir a Sua Vontade e receber a Glória que Lhe é devida. O mal que recebemos é mais do que merecido pois ele é fruto da nossa pecaminosidade e afastamento de Deus, e se por ele Cristo for Glorificado, então o mal é também para Sua Glória. 

Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.
Jó 2:10

Deus determina o nosso fim, e nós "decidimos" o que fazer até lá (em consciência apenas).
Podem perguntar os mais confusos e de menos entendimento:

  • -Fazemos então a nossa vontade, ou a vontade de Deus?

  • -Faz Deus a Sua vontade, através da nossa vontade?

  • -Como posso eu ter vontade, se A vontade de Deus opera em mim soberanamente?

 

A racionalidade de cada ser humano, é a dádiva de Deus para a liberdade da consciência individual, que simultaneamente nos responsabiliza, incrimina, e condena. Esta liberdade, existe somente na Consciência, razão pela qual os descrentes acreditam serem autoridade sobre si mesmos.

Se o Espírito de Deus habita em nós, sabemos com confiança e convicção que a nossa vontade é secundária, daí a expressão da passagem de (Gálatas 2:20) "...e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim..." e que a presciência de Deus, tudo determina, pois tudo domina. Deus tem o Controle de todas as coisas, e mesmo que sintamos que estamos "no controle" das nossas vidas, na verdade não temos controle nenhum sobre verdadeiramente nada.

Compreendendo isto, podemos aceitar melhor as circunstâncias em que muitas vezes nos encontramos, e observamos cada escolha e suas directas consequências como passos que Deus soberanamente orienta para cumprimento da Sua vontade. Isto não quer dizer, que cada escolha nossa, certa ou errada não seja cometida por nós, em consciência, e portanto da nossa inteira responsabilidade; para que nenhum Homem possa culpar a Deus pelas suas próprias escolhas conscientes. Também não impede alguém de continuar sentindo que tem a autonomia prática de viver a sua vida segundo os princípios e estímulos que lhe são apresentados.

Ninguém rouba, sendo vítima de uma vontade contrária induzida por um Deus que faz de nós marionetas, ou comete crimes, porque foi forçado contra a sua vontade, fora do seu controle físico, mental e emocional. Nós temos perfeita consciência do que fazemos, como fazemos e sobretudo porque o fazemos. São várias as vezes que temos comportamentos e tomamos decisões fruto de uma pobreza racional ou emocional, que nos impele a agir sem pensar, sem ponderar ou meditar sobre as consequências. Estes impulsos são também conscientes (embora não pareçam para nós), na medida em que decidir não pensar previamente também é uma decisão, que pode parecer inconsciente, pelo desinteresse, desmotivação e apatia interior, mas que são válidas pois partem da liberdade que nos é dada pela racionalidade (Capacidade de operar raciocínio = mecânica de pensamento consciente).

Não assumir a inteira responsabilidade dos actos que cometemos, palavras que proferimos, e escolhas que tomamos, é sinal mais do que evidente da nossa pobreza de carácter, e fraqueza emocional e Espiritual.

O Raciocínio (ou raciocinar) é uma operação lógica discursiva e mental. Neste processo, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir, através de mecanismos de comparações e abstracções, quais são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou prováveis. Das premissas chegamos a conclusões.

"Consciência" vem do termo latino "conscientia", de "consciens", particípio presente de "conscire" que significa "estar ciente". Podemos dividir a consciência em consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência. 

Consciência fenomenal é o estado de estar ciente, desperto, preparado, capaz, para processar raciocínio claro, livre e objectivo face às circunstâncias que se apresentem. A consciência de acesso é a maneira como a experiência passada, e presente se interligam de forma a moldar o entendimento das coisas (a intuição, a dedução e a indução).

Tanto o raciocínio como a consciência são as características fundamentais pelas quais se movem todas as pessoas, em busca dos seus objectivos.

 

No episódio de (Atos 23:1-10), o Apóstolo Paulo é apresentado ao Sinédrio, para enfrentar as acusações que lhe haviam sido imputadas, para se concluir então se era ou não culpado de transgressão da lei.

Curiosas estas duas afirmações:

 

E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência.
Atos 23:1

Na passagem um pouco mais à frente refere o seguinte:

E por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.
Atos 24:16

 

Paulo associa a "boa consciência" à sujeição da maior autoridade que ele mesmo conhecia - A autoridade Divina; O Sinédrio (Tribunal dos Judeus) não poderia exercer nenhuma punição sobre Paulo que Deus não tivesse determinado, pois foi a Sua mão que colocou Paulo naquela circunstância e isto é evidente aqui: "E na noite seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: "Paulo, tem ânimo; porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma." (Atos 23:11);

Foi Deus mau ao permitir que Paulo fosse injustiçado daquela maneira? Ou foi Deus bom, usando o Seu servo para apelar às consciências daqueles Homens, para que se arrependessem? 

A forma como vemos Deus sendo "bom ou mau", é nada mais do que o reflexo de uma intenção já previamente estabelecida por nós em consciência. Por isso no meio daquele sofrimento (por uma provação também permitida pela soberania Divina), viu Deus sendo bom e repreendeu a sua mulher quando ela o incentiva a amaldiçoar a Deus (Jó 2:9).

Têm todos os Homens sujeitado a sua consciência à autoridade e soberania de Deus?

Há muita gente a viver a permissão de Deus, achando que está a viver a vontade de Deus. 
Afirmar "Deus me permitiu viver isto" é bem diferente de "Deus quer que eu viva isto". 
A Bíblia diz em (Lucas 12:7) que os todos os fios do nosso cabelo estão contados evidenciando a soberania de Deus, para que saibamos que nada acontece sem a permissão e o conhecimento Dele. 
Contudo, se eu pegar um punhado de fios e os arrancar sem justificação óbvia, Deus irá permitir que isso aconteça pela minha liberdade de consciência e iniciativa, mas a distância de Ele permitir até Ele querer é muita. 
Senão Deus seria responsável por tudo que há de errado nos nossos comportamentos, escolhas e decisões; Ele seria sempre responsável, e nós seriamos apenas vítimas da imposição e influência Divina. 
Deus exerce a Sua soberania para a concretização de obras perfeitas, usando também muitas vezes o estado imperfeito em que nos encontramos. Mas Deus não nos dá imperfeições, nem nos conduz a fazer o mal, nem nos engana para que façamos coisas erradas com o intuito de depois poder tornar coisas más em boas. 
Deus nunca terá qualquer sociedade com o mal, portanto é óbvio que o mal que fazemos é feito por nossa rebeldia, desobediência e ignorância.

Deus disse a Abraão que lhe daria um filho; ele ficou radiante com a ideia, mas não confiou e esperou como devia. Antes tomou as rédeas da situação e passado algum tempo de esperar, ansioso, usando a justificação de que a sua esposa era estéril, a pedido dela, teve um filho com a sua empregada; Achando que essa seria claramente a vontade de Deus. 
Mas essa não era a vontade de Deus, embora Deus soubesse o que ele faria, fruto da sua impaciência. Não foi Deus que lhe deu aquele filho a ele, da Sua vontade. Abraão teve aquele filho porque achou que a sua vontade iria ao encontro da vontade de Deus. A pergunta agora é, mas no fundo não era da Vontade de Deus que A história seguisse o curso que seguiu? Sim, era! Mas isto não quer dizer que a vontade de Deus particular fosse que Abraão não confiasse Nele, razão pela qual esse filho bastardo -Ismael- seja agora o Pai de toda a Nação árabe (o espinho no calcanhar de Israel até os dias de hoje).

A vontade de Deus particular, e a vontade de Deus geral são coisas distintas da vontade dos Homens.

Porque Deus tem vontades gerais maiores que as nossas vontades, nós não vamos agora seguir a nossa vontade, achando que isso é uma vontade particular de Deus para nós. Muitas pessoas tentam a Deus, seguindo seu próprio coração, para depois ainda atribuir suas escolhas à Vontade de Deus para as suas vidas, o que é uma grande afronta aos desígnios justos e perfeitos de Deus.

O Pai queria Jesus naquela Cruz, para glorificar O Filho na obra Gloriosa da Salvação, mas quem crucificou O Filho foram os Homens segundo sua vontade particular, até porque a escolha entre Jesus e Barrabás foi colocada diante deles. (João 18:40)
A verdade é que quando impomos a nossa força na concretização de vontades que nascem na nossa rebeldia geramos sempre mais problemas que soluções, e por isso observamos hoje essa guerra milenar, entre Judeus e os muçulmanos (ismaelitas), fruto da substituição do filho da Promessa Isaac, pelo filho da desobediência, Ismael, Quando Deus foi corrigir aquilo que Abraão havia atrapalhado.

É Preciso, então, parar um pouco e analisar se de facto estamos a viver a vontade de Deus ou a permissão de Deus.
Muito comum ir quando Deus diz espera, e esperar quando Deus diz vai; Mas em consciência cada um vai ou fica onde ele mesmo decide ir ou ficar, e por isso, depois ou colhe os benefícios de ir quando Deus diz vai, ou as repreensões, de ir, quando Deus diz fica.

Esta será a consciência colectiva que todo o Homem terá no dia do Juízo, saberem que "ficaram quando deviam ter ido".

  • Eleição e Predestinação

É impossível falar de uma sem referir a outra pois ambas são complementares, mas é preciso também distinguir as duas, porque ambas conferem a Deus características maravilhosas que devem ser apreciadas separadamente.

O problema geral com Estas Doutrinas e o "Cristão comum" é um pobre entendimento da Soberania de Deus, e uma compreensão errada dos termos "Eleição" e "Predestinação".

Normalmente basta perguntar a uma pessoa se ela acredita na predestinação, e se ela responder que não, perguntar-lhe de seguida se acredita nas profecias Bíblicas. Porque a Profecia é o conhecimento de coisas que estão destinadas a acontecer, o que significa que foram coisas predestinadas. Se a mesma pessoa acredita numa e nega a outra, ela está bastante confusa e precisa se posicionar coerentemente, pois ou acredita em ambas, ou então está altamente equivocada.

Outra pergunta drástica para verificar posições contraditórias, é alguém dizer que não existe Eleição, e de seguida, dizer que acredita que Israel é a nação Santa de Deus. Porquê Israel e não o Afeganistão, ou a Mongólia, ou a arábia saudita? Porque Deus elegeu um povo e uma nação, e por isso é chamado de "O Deus de Israel".

Então Eleição e predestinação são Doutrinas Óbvias do Evangelho, pois elas pertencem ao leque das Doutrinas da Graça, não sendo por isso meras Doutrinas Secundárias.

Muitas Igrejas e Ministros Bíblicos, conduzem-se em rigor e irrepreensão por todas as temáticas bíblicas, mas quando chegam a estas Doutrinas, espalham-se por completo, pois foram formados, ou conduzidos ou preparados por Outros Ministros, que por sua vez também foram mal conduzidos e preparados, contribuindo para um ciclo vicioso de mau entendimento Bíblico que ao passar de Homem para Homem vai se tornando cada vez mais perigoso e mais herético, mesmo que muitas vezes sem haver noção alguma do erro instalado.

Por isso os erros devem ser esclarecidos para um bom e saudável entendimento da Verdade, para que Homens Bíblicos, continuem Bíblicos e se fortaleçam a eles mesmos e todos aqueles a quem Ministram, dissipando por completo todas as más interpretações bíblicas que conduziram a crenças contraditórias e Anti-Bíblicas.

Existem muitas realidades da supremacia de Deus no Universo que nos são completamente ocultas, sendo que nada sabemos sobre estas coisas, estando elas reservadas para a Eternidade.

Contudo a Nossa Salvação, é um tema que agradou a Deus nos revelar em Jesus Cristo, elevando a nossa mente para a Iluminação do conhecimento da Verdade, que contempla várias coisas que conhecemos na Bíblia por Doutrinas. A bíblia contém para surpresa de muitos, mais de 1250 Doutrinas, que no fundo não são nada mais que um conjunto de princípios fundamentais que servem de base a um sistema de Verdades inegáveis e absolutas que são a raíz Dogmática do conhecimento de Deus. As características que são normalmente comuns a todas as Doutrinas, são a imutabilidade (não mudam), a inerrância (não falham) e o absolutismo (não podem ser contrariadas).

Desta forma é fácil entender que quando rejeitamos, ou negamos ou corrompemos alguma destas doutrinas, nós estamos a cometer graves erros, que comprometem a Verdade, que desonram a Deus e que ainda colocam a nossa credibilidade em cheque.

-O que é então a Eleição, e como é que um Deus que não faz acepção de pessoas, pode eleger umas e outras não?

Sabemos bem que a acepção de pessoas é conhecido actualmente como "favoritismo" no sentido de privilegiar algumas pessoas em detrimento de outras com base em preferências pessoais do que essas pessoas representam para nós. O favoritismo está sempre intimamente ligado ao benefício, pois as pessoas tendem a favorecer aqueles que elas próprias pensam ter algo que lhes poderá beneficiar a curto, médio ou longo prazo.

As características das pessoas em si, podem distinguir uns melhores que outros e por isso existem favoritismos. Quem na escola não sabe que quando se escolhiam equipas em desporto, que os que tinham menos aptidão ou forma física, eram sempre os últimos a serem escolhidos? Isto é normal no ser humano, porque o homem é egoísta na sua natureza e portanto visa primeiramente o seu próprio benefício. Mas quando é dito nas Escrituras como em (Romanos 2:11) ou (Atos 10:34) que Deus na verdade não faz acepção de pessoas, o que quer realmente dizer é que para Deus não há uns melhores que outros, e ninguém é de particular benefício para Deus, pois Deus não precisa de nenhum de nós para executar o que quer que seja.

Na verdade você só percebeu o quanto depende de Deus se descobriu que Ele não depende de você para nada.

Para Deus temos todos a mesma condição e isso é visível nos seguintes versículos:

Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.

Romanos 3:22-24

 

Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.

Romanos 3:9-12

Biblicamente nós sabemos que Deus escolheu para Si um povo, e o Elegeu e predestinou na Eternidade.

Então algumas pessoas confundidas, perguntam-se: - Mas se não há acepção de pessoas o que quer realmente isto dizer? É uma contradição? Se "Não há diferença" como Diz em (Romanos 3:22-24), porque há duas decisões, uma de salvar e outra de condenar?

Não haver acepção de pessoas é o primeiro estado onde Deus olha para todos nós. Somos todos iguais, no sentido em que não há uns mais justos, outros melhores, outros mais perfeitos, outros mais dignos, portanto quando Deus escolhe o Seu povo Ele escolhe do meio de pessoas que para Ele são todas iguais; Não escolhe umas por serem melhores que outras. Agora a pergunta a fazer e que confunde e deixa muitas pessoas incomodadas, é:

-Mas porque escolhe Ele uns e não escolhe outros? ou melhor ainda: Quais os critérios que Ele usa para distinguir uns de outros?

O Homem natural, carente de respostas, e ávido de protagonismo, pode debruçar-se por muitas hipóteses para alívio da sua consciência, e pode até inventar razões ou maquinar justificações que fazem Deus parecer "menos mau" ou "mais justo" com as suas explicações, mas a realidade é apenas uma. Nunca saberemos a razão porque Deus Escolhe quem Ele escolhe pois como Ele mesmo disse, "...os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos..."(Isaías 55:8,9) e disse também: "...O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade". (Isaías 46:10)

Você ainda crê nesse Deus? Ainda sente vontade de se sujeitar a esse Deus? Se a sua resposta é sim, então você sabe o seu lugar, e não tem pretensão alguma de "julgar" a Deus. 

Mas se você é dos que diz: "Não posso crer num Deus que...." (e depois finaliza a frase conforme lhe aprouver), você tem de pensar seriamente que tipo de conversão você tem vivido, e que Deus você pensa ter servido até então.

A Eleição não "pinta" Deus como um Monstro, ou faz dele menos Santo do que Ele é, independentemente da sua incapacidade de "crer" ou "querer" ou "aceitar" o que quer que seja que você não compreende. Quem é Deus é ELE e não você. (esta é a primeira verdade a interiorizar)

A Eleição é um acto de amor e misericórdia, em que Deus em vez de lançar a Humanidade inteira no inferno, decide estender a Sua Graça para salvar Homens pecadores da sua condenação.

Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.

Romanos 9:13-18

A passagem acima quando refere o Faraó, refere-se especificamente a esta realidade do Velho testamento:

Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egipto, para que perseguisse aos filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão.
Êxodo 14:8

Sabemos pois ao lermos o Livro de Êxodo que quando Deus endureceu o coração de faraó foi com que sentido? Foi com o Sentido de levar o Faraó a perseguir Moisés e os Judeus até ao Mar vermelho onde Deus já tinha posto no Seu coração destruir os Egípcios numa manifestação Gloriosa do Seu poder. 

E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.
Êxodo 14:18

É mais que evidente que tanto a Salvação pela misericórdia, como a punição pela Justiça servem ambas o propósito de Deus ser glorificado para testemunho Eterno de que ELE é O Senhor. Mas porque razão existem alguns que parecem "julgar a Deus" indignados porque Deus faz prevalecer a Sua vontade sem uma explicação aparente? Deus não nos deve nada, muito menos uma explicação. Isto é explícito nos versículos seguintes:

Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,

Romanos 9:20-23

Mas mesmo assim há pessoas que não entendem, e rejeitam estas Doutrinas, porque O entendimento que elas têm do Evangelho, é que os Homens estão no centro do plano de Deus, e não Cristo. Por isso lhes incomoda a ideia de que uns sejam salvos e outros condenados. Se os olhos e a visão e a meta for apenas Cristo, então nós vemos Cristo Glorificado tanto nos vasos de honra, como nos de desonra.

A resposta para esta confusão está no entendimento do que é a Graça comum que opera na liberdade de consciência que todos os Homens recebem sem excepção. A Graça comum é o primeiro estado da Graça que o Homem comum conhece; até os Santos, enquanto vivem no seu pecado e na sua ignorância, antes da sua redenção é pela Graça comum que conhecem a Deus.

Deus concede a Graça comum a todos os Homens, como forma de os chamar e atrair a Si na consciência.

Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.
Mateus 5:45

Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

Romanos 1:19,20

 

O facto de Deus conceder a Graça comum a todos os Homens vai de encontro com o que sabemos sobre a morte de Cristo na cruz:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus.

João 3:16-18

Cristo morreu pelo "mundo" no sentido que o Seu sacrifício foi por todos, mas não para todos, ou então haveria uma taxa de "insucesso" naqueles que são condenados. Deus não falha, e Cristo não falhou na Cruz, permitindo que uns sejam condenados. Não somos todos filhos de Deus, nem toda a gente se pode incluir nos que foram eleitos e predestinados a crer, mesmo que todos possam fazer escolhas em suposta liberdade de consciência que os coloquem ou na Salvação ou na perdição.

O Sacrifício de Jesus abrangeu o mundo todo, e pela Graça comum, todo o Homem pode conhecer a Cristo e ouvir o Evangelho, mas crer no Evangelho, é somente possível pela Vontade Daquele que o concede; "Não vem de nós, é dom de Deus" expressa isto muito bem (Efésios 2:8). Cristo não "falhou" naqueles que se perderam, pois até nesses ELE é glorificado (Como foi em Faraó semelhantemente).

Quando alguém reconhece que Cristo é O Salvador, não reconhece por seu mérito, mesmo que fazendo-o em consciência, mas é pela Graça que Deus disponibilizou a todos os Homens que Ele elegeu. Assim que pela Graça comum, na consciência alguém se submete a Deus receptivamente, ELE opera a fé Pelo Espírito na Obra directa do Senhor Jesus, autor e consumador da nossa fé, elevando o estatuto da Graça comum à Graça Salvífica. Mas essa pessoa não fazia parte dos eleitos e passou a fazer quando "deu esse passo? Claro que não! Essa pessoa agiu de acordo com a Eleição de Deus para integrar a Salvação que lhe estava reservada antes da Fundação do Mundo, ainda que somente naquele momento específico, ela tomou parte em consciência (ainda que aparentemente livre e voluntária perante si).

Neste processo, nenhum mérito Humano foi entregue, senão pela consciência da submissão, mas a acção contínua desde a Graça comum que possibilitou a contrição, a submissão e o arrependimento até à Graça Salvífica do reconhecimento do Sangue Redentor de Cristo e do estado de passagem da condenação para a justificação, é totalmente e exclusivamente operada pela Vontade de Deus pela Graça imerecida que Ele derrama sobre nós pecadores.

Toda a gente que Deus não elegeu para a Graça Salvífica, receberam a Graça comum, e tinham, têm e terão para sempre em consciência noção do seu desinteresse, rebeldia, incredulidade e resistência ao chamado de Deus, e por isso são condenadas. Ninguém estará diante do grande Juiz dizendo: "Eu não cri porque tu não me deixaste crer".

A natureza por si só demonstra Graça suficiente para tornar o Homem inescusável, quanto mais as tentativas directas de apelo à consciência, feitas pelos profetas, pelos ministros e pelos santos nos seus testemunhos e anunciar da Verdade. Ninguém que será condenado será condenado injustamente!

Então mas a Salvação vem pelo ouvir e pelo crer, não terão as pessoas em si mesmas a hipótese de se salvarem ouvindo e crendo?

A passagem seguinte é bastante óbvia e clara para esclarecimento neste sentido:

E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.
Atos 13:48

Os que creram foram os que foram predestinados a crer, e quando diz "todos os que" entende-se uma evidente ordenação e selecção pois a preposição em si é particular e não generalizada.

O próprio Senhor Jesus disse aos Apóstolos as seguintes palavras:

E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas,
Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.

Marcos 4:11,12

E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?
Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.
E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis.
Porque o coração deste povo está endurecido,E ouviram de mau grado com seus ouvidos,E fecharam seus olhos;Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração,e se convertam,e eu os cure.
Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.

Mateus 13:10-16

Porque razão o próprio Jesus disse que a alguns é-lhes falado de forma pouco evidente para que não entendam e não se salvem? Não é porque Eles não foram predestinados à Salvação? Há alguma maldade nas Palavras de Jesus? Ou são nada mais que palavras de Justiça de alguém que conhece todas as coisas que homem algum pode contemplar e não ser o próprio Deus vivo? Quando fala na referência da profecia de Isaías, dá mais uma demonstração de que houve predestinação, porque alguém séculos antes soube o que iria acontecer, e só soube, porque Quem o predestinou a ele o revelou. Jesus morreu pelo mundo conforme vimos em (João 3:16-18), mas logo no capítulo seguinte, ouvimos o próprio Jesus dizer:

Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado.
E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.

João 17:9-12

Novamente encontramos uma preposição particular e não generalizada - "não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste".

E de seguida outro exemplo de predestinação ligada à Salvação -"nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse".

Como pode alguém ler estes versículos e em coerência negar a predestinação?

Os que se salvam foram todos dados do Pai para o filho e esta Eleição não contempla o mundo inteiro.

Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.
E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.
Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra.
Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti;
Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.
Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.

João 17:2-9

As pessoas que não entendem isto ou não aceitam esta realidade, contornando a Verdade com suposições de carácter humanista que dizem: "Se a Salvação é só para os eleitos, então não estamos aqui a fazer nada", não entenderam é nada do que andam na verdade a fazer.

Se Deus decidisse enviar a Humanidade inteira para o inferno, Deus continuaria sendo Justo, benigno, e bom, contudo, de todos os que mereciam o inferno Ele elegeu um povo, Salvando uns e condenando outros, para que nuns ele seja Glorificado pela sua misericórdia e noutros seja Glorificado na Sua Justiça. De entre todos há algum inocente? há alguma vítima de injustiça da parte de Deus? Claro que não!

Houve mérito da parte de alguns para a Salvação? Não! Mas Houve mérito para a condenação dos demais? Sim!

A Verdade é o que o humanismo "das escolhas pessoais" como escolhas de mérito voluntário equivocadas pela ideia errada de "Livre-arbítrio", desonram a Deus, e desprezam a Obra de Jesus na Cruz.

Se Cristo morreu por "todos os homens" e no entanto muitos se perdem e são condenados, então a real diferença entre os que se salvam e os que são condenados está e reside somente na escolha pessoal de cada um; desta forma A Salvação e a condenação residem na escolha humana (ou humanista); Então o que realmente importa na nossa Salvação não é o Sangue Redentor derramado e o sacrifício de Jesus; A nossa Escolha é a coisa mais importante, e o resto é secundário, pois a nossa vontade individual está acima da vontade de Deus, sendo que a nossa escolha pessoal pode frustrar ou contrariar a vontade de Deus soberana e a eficácia da Cruz está submetida à escolha dos homens, eficaz nos que dizem sim, inútil nos que dizem não.

Se a nós fosse dado esse poder, então a Salvação seria fruto da Escolha e não da Graça, e não dependeria Dele verdadeiramente, mas de Nós.

Se a nós fosse dado esse controlo e essa capacidade de nos colocarmos dentro ou fora da Salvação, somente baseada na voluntária decisão de dizer sim ou não, então a Salvação poderia se perder, porque quem escolhe entrar, escolhe sair; a Eleição seria deitada por Terra, porque a escolha não é de Deus mas do Homem; a soberania de Deus seria inútil perante as decisões humanas, porque no fundo o homem é que decide o seu estado na eternidade, e o domínio de Deus seria relativo e subjugado às escolhas de biliões de pessoas em todas as épocas de História. 

O único mérito que existe naturalmente em nós é para o pecado, que por conseguinte leva á condenação, mas quando alguém faz o bem, o mérito é da Graça comum estendida ao Homem pela misericórdia de Deus, então quem ama o bem e aborrece o mal é recompensado mesmo sem que o mérito seja seu, mas quem ama o mal e desapega-se do bem, é recompensado pelos seus próprios méritos; Uns porque estão em Cristo, outros porque estão sem Cristo.

A nossa vontade em consciência de "tomar decisões por Cristo" ou "rejeitar a Cristo" é nossa, apenas conscientemente, porque temos algum espaço de liberdade que é "condicional". 

Quando essa "liberdade" nos leva a rejeitar a Cristo, é porque antes disso, temos rejeitado a Graça comum e o trabalho que ela tem operado na nossa consciência; mas quando esta liberdade nos leva à submissão a Cristo, é porque a Graça comum de Deus trabalhou na nossa consciência operando a Salvação, e em ambas as hipóteses não há como associar nem a decisão de rejeitar nem a de decisão de se submeter, às "decisões pessoais de mérito", pois elas são pela Graça de Deus trabalhadas; Nuns para a condenação, e noutros para a Salvação.

 

Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efectuar, segundo a sua boa vontade.
Filipenses 2:13

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

João 1:12,13

"Não vem da vontade da carne, nem da vontade do Homem" - é uma afirmação que deita por terra qualquer ideia de "decisão pessoal" capaz de contrariar a vontade Soberana de Deus. Isto é mais que evidente!

Se alguém quer entender as maravilhas da Graça, a carta aos Efésios é por sinal um grande testemunho. Entender a Graça e a Fé como algo maravilhoso e imerecido que nos é concedido é o que nos faz quebrar na nossa arrogância e presunção, pois fica evidente que a Salvação era algo que nós jamais poderíamos conquistar se não fosse pela misericórdia de um Deus Glorioso.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

Efésios 2:8-10

Pontos a esclarecer neste versículo:

  1. Somos Salvos pela Graça, não pela decisão pessoal de cada um.

  2. Somos Salvos pela Graça por meio da Fé, sendo que é a Graça que nos mostra que mesmo sendo injustos e pecadores estamos habilitados a receber perdão em Cristo e a Fé é que nos convence da firmeza inabalável dessa promessa que nós não podemos de forma alguma atrapalhar.

  3. Isto não vem de vós - é a aniquilação do mérito.

  4. é dom de Deus - é o chamado à gratidão.

  5. - Não vem das obras, para que ninguém se glorie - é a constatação de que o processo de Salvação não é obra de Pastores, nem de Teólogos, nem de Líderes Espirituais, nem de gurus, nem mesmo daqueles que são salvos.

  6. Fomos criados para "as boas obras" em Cristo, ou seja, só na conversão as nossas obras são tornadas "aceitáveis"

  7. Boas obras essas que Deus - preparou - para que andássemos nelas (predestinação), mostrando que até nisso Deus tem total soberania.

O Evangelho é portanto não para o forte que pode muito, ou para o fraco que pode pouco, mas para o morto que não pode nada. Porque nós não sabemos quem são os Eleitos, devemos ir pelo mundo, anunciar o Evangelho, e pregar o arrependimento, não para que "o mundo se converta", pois o Próprio Cristo não rogou junto ao Pai pelo mundo, mas para que as Palavras do Evangelho , cheguem por nós a todos quantos Deus predestinou. O nosso papel é servir a Deus anunciando publicamente o Evangelho da Salvação, não converter as pessoas; Esse papel é reservado ao Espírito Santo.

Nós sabemos que a fé vem pelo ouvir e o ouvir da Palavra de Deus, conforme (Romanos 10:17) mas sabemos também que há muitos que ouvem e não crêm, e também dentro desses há muitos outros que ouvem e crêm, mas não se convertem, então das duas uma, ou crer e ouvir e ter fé é um processo que vem de Deus e portanto não pode falhar, ou vem de decisões pessoais de cada um e pode.

Mas é Bíblico que a Salvação tenha taxa de sucesso em alguns e falhe nos outros?

Então mas todo o Ministério da Obra de Deus para a Salvação, está colocada na Cruz, nos méritos de Cristo, pelo Seu sacrifício, ou está colocada na nossa "decisão" de nos decidirmos por Ele?

Então se não houvesse ninguém que se decidisse por Ele (e matematicamente seria possível criar uma probabilidade mesmo que elevada ao infinito para tal), a Sua obra teria sido em vão?

A Obra da Salvação depende de probabilidades e a sua eficácia de 4 biliões de decisões? Mas é a Salvação sustentada na Graça de Deus pelo Sangue Redentor de Cristo ou não? Se o Homem tem alguma coisa a fazer nesse processo, então é pela Graça ou pelo mérito? Deus fez metade, e o Homem faz a outra? Ou toda a Obra completa da Salvação foi feita na Cruz, ou não foi! Então todos aqueles que não se decidem por sua iniciativa, são mais fortes que a Graça que não teve força para os "convencer"?

Se não há quem Busque a Deus, então como é que a minha decisão por Cristo é minha? Se existem pessoas que podem decidir-se por Cristo, com sua própria iniciativa, então existe mérito Humano na Salvação, e o versículo que diz que não há ninguém que busque a Deus é enganoso e falso.

A palavra religião é a tentativa humana de se religar com Deus, e por isso é que é sabido que a religião não Salva ninguém, porque a ordem da acção é Humana, e em Cristo a Ordem é do Pai. 

Spurgeon disse o seguinte: "quando eu buscava a Deus e o encontrei, logo descobri que afinal era ELE que me buscava primeiro".​​​​

A Graça Soberana é A Graça irresistível, e assume-se assim não porque o Homem é seduzido a não resisti-la. É irresistível porque é impossível para alguém a resistir.
A Graça não oferece nada embora sendo gratuita, porque se algo é oferecido pode ser rejeitado, passível de decisão pessoal; Uma Graça irresistível é uma Graça que é autónoma e transformadora. 
Ela não oferece a possibilidade de transformação, Ela transforma. Ela não permite a regeneração do coração, Ela opera a regeneração.  Ela não permite a libertação, Ela liberta.  A graça não se inclina para possibilitar a mudança; ela É a mudança no pecador.​

Soberania significa sobretudo autoridade final, última decisão, determinação incontornável, o que depreende automaticamente que A SALVAÇÃO PELA GRAÇA é uma salvação em que a última decisão é de Deus.

Quando lemos nas Escrituras as referências ao Livro da Vida em que os nomes dos Santos estão lá escritos, achamos que Jesus vai lá diariamente escrever nomes ou apagar nomes?​

E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
Apocalipse 20:15

Então se o Livro da Vida contém os nomes de todos que não vão para o lago de fogo, então todos os nomes que lá não estiverem, irão. Isto é o quê senão predestinação?​

Entenda-se a Eleição e a predestinação pelas seguintes passagens:

Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.
Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.
Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.

João 6:37-40

  • os que se salvam são todos os que o Pai dá ao filho e mais ninguém. Se o Pai não der, ninguém irá.

Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

Romanos 8:29,30

  • Dantes conheceu (alusão ao versículo "antes da fundação do mundo") também "predestinou". Termo oriundo do Grego - Proorizo - que aparece 6 vezes no novo Testamento que significa que Deus escolheu para dar propósito, e por isso refere uma óbvia ordem de sequência: - Conheceu - predestinou - chamou - justificou - Glorificou. Isto é a Graça irresistível da Eleição pela predestinação.

E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
Mas vòs sois a geração eleita, o sacerdòcio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.

1 Pedro 2:8-10

  • os desobedientes ou os rebeldes = ímpios/perdidos que rejeitam a Deus, até para isso foram destinados. (total soberania) Vós sois = os Santos - a geração eleita -(novamente eleição) para serem depois feitos sacerdócio real - Nação Santa - povo adquirido (novamente ordem de sequência). Antes não éramos povo, (estávamos meramente debaixo da Graça comum) mas pela Misericórdia (Graça Salvífica) fomos feitos povo de Deus pela Eleição que nos havia sido preparada.

Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
1 Pedro 1:2

  • - Eleitos - (novamente Eleição) segundo a presciência de Deus (que sabia quem Ele tinha escolhido, mesmo antes de nos ter criado pois a presciência é o acto de prever com conhecimento algo antes que isso mesmo possa ser conhecido)

Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai,
Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus;

1 Tessalonicenses 1:3,4

  • a nossa - Eleição - é de Deus, ou seja, o acto de sermos feitos filhos de Deus foi preparado e escolhido por Deus antes que ainda fossemos escolhidos e/ou chamados.

E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Mateus 1:21

  • Salvará o - Seu povo - e não "salvará o mundo inteiro" (selecção pela Eleição)

Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer.
João 5:21

  • A Salvação é dada pelo Filho a quem Ele escolhe dar. Ele mesmo é que adiciona à igreja aqueles que se haverão de Salvar segundo (Atos 2:47)

Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.
João 15:16

  • Escolher a Cristo fora da limitação óbvia da liberdade de consciência é um grande disparate, pois é Ele que nos escolhe. 

E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
Marcos 13:20

  • O senhor não abreviará aqueles dias por causa do sofrimento no mundo, mas por causa dos - Eleitos que escolheu- portanto mais uma vez a escolha é atribuída não a nós, mas a ELE.

Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.

João 10:26-29

  • nem todos são ovelhas (nem todos são filhos de Deus), mas os que são recebem a vida eterna, pois foi o Pai que as Deu ao filho.

Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
Atos 2:39

  • A promessa (da vida eterna) está reservada garantidamente a todos os que O Pai chamar, quando Ele quiser chamar. Uns são chamados cedo, outros chamados na cruz como o ladrão. Mas todos serão chamados!

Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis.
Apocalipse 17:14

  • Somos mais que vencedores pois Deus nos chamou, nos Elegeu e nos fidelizou.

A ilusão do mérito é um dos maiores impedimentos ao entendimento destas Doutrinas basilares das Escrituras, e embora muitos daqueles que digam professamente que não existe mérito na Salvação, logo a seguir atribuem-lhe mérito contraditoriamente quando tentam explicar a base das suas convicções. Esta pobreza de pensamento, reflecte-se muitas vezes num péssimo testemunho ou na quebra de credibilidade para com aqueles mais bem sustentados no conhecimento Bíblico.

Muitas pessoas aceitam a Eleição apenas porque lhe conferem os seus próprios estímulos emocionais, supondo que Deus sabia de antemão que certas pessoas escolheriam por sua própria vontade aceitar a Cristo como seu salvador, ao ouvir o Evangelho, e concluem com base nisso, que Deus predestinou estas pessoas à Salvação. Nesse sentido a Presciência para estas pessoas é uma previsão Divina passiva acerca daquilo que os índividuos escolherão fazer por sua própria livre e espontãnea vontade sem que Deus interfira de alguma forma. Assim Deus predetermina o destino dessas pessoas segundo aquilo que Ele sabe que ocorrerá.

Muitas pessoas têm forte hostilidade às doutrinas da predestinação e eleição; entretanto, a predestinação e a eleição são doutrinas Bíblicas essenciais no Plano de Deus; O segredo é compreender, biblicamente, o que significa os termos e a sua aplicabilidade.

Se ressaltarmos o termo grego "proōrisen"προώρισεν traduzido por "de antemão conheceu" em (Romanos 8:29) e (Romanos 11:2), significa "de antemão amou/reconheceu", ou "conhecido anteriormente" (1 Pedro 1:20), evidenciando que o termo "proōrisen" expressa presciência em relação a uma pessoa em particular e não está apenas ligado a factos de futuro ou às escolhas que pessoas possam vir ou não a fazer. Aliás o Novo Testamento ensina que Deus elegeu com base numa afeição e amor prévio que desenvolveu por aqueles a Quem predestinou para a vida Eterna.

Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),

Efésios 2:4,5

Jesus disse:

E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.
João 6:65

Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
João 6:44

Então se Deus olhasse para o futuro para ver escolhas que nós fariamos ou não por nossa iniciativa para nos dar Salvação, então que veria Deus senão ninguém a buscar a Cristo, ninguém a ir a Cristo; - Ou é Jesus mentiroso?

Se Jesus diz que ninguém pode ir a Ele sem que o Pai o dê, e se as pessoas crêm que Deus só dá, porque viu primeiro que as pessoas iriam a Cristo por sua Livre vontade, então há alguém aqui que está em total confusão e engano, e não parece que seja Jesus ou o Pai.

A Eleição é fruto da graça de Deus, não o resultado de uma previsão feita por Deus de que este ou aquele pecador teria fé. Ele não apenas “previu” que um determinado pecador teria fé em Cristo, mas determinou dar a fé a um determinado pecador para que ele cresse em Cristo e fosse salvo. A eleição feita por Deus não é uma simples previsão da parte de Deus, mas uma escolha activa da parte de Deus.

As Escrituras não ensinam a Predestinação para incentivar o fatalismo ou para promover desespero nas pessoas e sensação de injustiça ou impotência, mas para dar aos Santos, a certeza e a segurança e a convicção da Vida eterna em Cristo. A predestinação assegura os salvos da fidelidade da promessa que foi feita por Cristo e da certeza do nosso destino em Cristo.

Muitos Cristãos equivocados por adquirirem conhecimento duvidoso ou por terem apenas falta de conhecimento, associam A Eleição directamente ao Calvinismo como movimento Humano e por isso a rejeitam, mas A doutrina da predestinação e eleição embora estejam também particularmente associadas ao Calvinismo, não nasceram na teologia de João Calvino, mas na inspiração do Espírito Santo dada aos Apóstolos e aos profetas.  Que diriamos então de Paulo e dos apóstolos?! Estavam eles equivocados?

As palavras traduzidas como “como também nos elegeu” são "kathōs exelexato"καθὼς ἐξελέξατο, que carrega fortemente a ideia de Deus Pai escolhendo os cristãos como aqueles que Ele separa do mundo para serem seus amados, aos quais transformou, através da fé em Cristo, em cidadãos do reino messiânico (Tiago 2:5), de tal forma que o critério de escolha arraiga-se unicamente em Cristo e em Seus méritos.

Existe uma implicação muito importante em relação à eleição que convém salientar. Paulo diz que os salvos foram escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo. A expressão “antes da fundação do mundo” aponta para a eternidade. Além disso, o próprio fundamento da eleição, que é Cristo, é eterno. Isso significa que a eleição tem fundamento eterno e, portanto, validade eterna. Aquele que nos escolheu espontânea e graciosamente não nos lançará novamente nas trevas. Aquele que começou a boa obra em nós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus (Filipenses 1:6) (João 6:39)(João 10:28)(2 Timóteo 1:12). Tanto o começo da ação da graça quanto a sua plenitude são obras de Deus, fundamentadas no eterno Filho de Deus.

A objeção mais comum à doutrina da predestinação e eleição é que ela não é justa. Por que Deus escolheria algumas pessoas e não outras? Ele não está sendo injusto com aqueles que não foram escolhidos, porquanto eles receberão aquilo que merecem. Ao escolher ter compaixão por alguns, Deus não está sendo injusto com os outros.

O problema é que as pessoas em vez de verem o amor e misericórdia naqueles que Ele salva, estão mais preocupadas em ver injustiça naqueles que condena. Mas só haveria injustiça nos que são condenamos se eles não merecessem a condenação, o que não é de todo o caso. Ninguém merece nada de Deus, por isso ninguém pode protestar se não receber nada de Deus. É um absurdo que até Cristãos Salvos pensem em tamanhos disparates.

Mas são as pessoas condenadas coitadinhos, vítimas de um Deus que não lhes deu oportunidade de se salvarem? Na consciência de cada Homem condenado estarão as memórias de todos os episódios, todas as oportunidades, todos os chamados á razão, todos os apelos ao arrependimento e todas as circunstâncias em que Deus colocou disponível a Sua Verdade, mas ligadas a estas memórias estará também a noção de que todas essas vezes, eles preferiram o mundo, eles optaram em consciência pelo escárnio, eles não tiveram "tempo" nem disponibilidade, nem interesse nem Temor.

Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.

Romanos 9:6-8

 

A nós resta-nos o apelo à consciência de cada um, onde reside ainda uma espécie de liberdade para a misericórdia de Deus operar soberanamente. Não sabemos quem são todos os Eleitos, mas sabemos que a todos devemos pregar o arrependimento e a remissão dos pecados em Cristo Jesus.

O trabalho de qualquer Cristão neste mundo seja ele Pastor ao serviço do Ministério, missionário ao serviço do Reino, ou obreiro ao serviço da Igreja, é e será sempre servir a Cristo incondicionalmente, operando para:

  1. levar a palavra de Cristo aos outros. (Marcos 16:15)

  2. levar a presença de Cristo a todo o lugar. (Mateus 28:18-20)

  3. levar os sinais de Cristo durante todo o tempo. (Marcos 16.17)

  4. levar o fundamento de Cristo a todos. (1 Coríntios 3:11—14)

  5. levar a Glória de Cristo pelo mundo. (2 Tessalonicenses 2:14)

  6. levar o exemplo de Cristo ao mundo. (1 Coríntios 11:1)

  7. trazer pessoas do mundo a Cristo. (Lucas 5:18)

Na consciência de cada um, existe a liberdade de tomar decisões, de ponderar sobre o estilo de vida que se leva, e de questionar a segurança que cada um tem nas convicções a que se entrega. Ninguém está impedido de tomar decisões segundo a consciência, e as Escrituras têm inúmeras passagens que apelam á liberdade de consciência de cada um. No êxodo do povo Judeu, Deus sabia exactamente que a maioria daquelas pessoas não chegaria á Terra prometida, aliás Deus sabia que iria derramar a Sua ira sobre muitos daqueles Homens, mas então porque os tirou do Egipto e os levou a fazer esse percurso? Porque não só Deus foi Glorificado nas manifestações que operou naquele povo, naqueles tempos, mas como deu a cada um deles, mesmo sabendo que eram rebeldes, inúmeras oportunidades de se arrependerem. Nisto se prova a longanimidade de Deus, a paciência de Deus, a misericórdia de Deus, e a generosidade de Deus para com todos. 

Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir.
Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.

Isaías 59:1,2

 

Afirmar que o Homem tem liberdade para fazer aquilo que lhe dá vontade, é verdade.
Afirmar que o Homem tem liberdade para fazer cumprir a sua vontade, é subjectivo.
Afirmar que a vontade do Homem e a liberdade do homem são sincronizadas com as suas expectativas é mentira.
Só há 2 tipos de pessoas no mundo:

  1. —Aqueles que dobram o seu joelho em consciência dizendo a Deus : "seja feita a Tua vontade".

  2. —Aqueles que se recusam em consciência a dobrar o seu joelho para Deus, E Deus lhes diz: "seja feita a vossa vontade".

Mas só há 1 tipo de Deus:

  1. —Aquele cuja vontade é livre e soberana para fazer conforme Lhe apraz.

 

Soberana porquê? Porque Ele mesmo faz prevalecer a Sua vontade ao dizer "seja feita a vossa vontade".
Ser livre e ter liberdade são realidades bem distintas.

Ao estudarmos meticulosamente a história das civilizações antigas (ainda sem qualquer referência bíblica tomada em conta), é possível ver que a auto-adoração é a primordial religião humanista, mesmo que os seus apetrechos sejam tão variados e diversos, como os povos, Nações, e indivíduos que a praticam.
Quando o Homem cobiça distinções Teológicas sobre si mesmo, e aplica no seu comportamento uma equivocada superioridade "espiritual", ele está menos apto a discernir que existe um standard comportamental maior que o seu, e que exista um Justo Juíz observando e reprovando as suas acções.
Actualmente é possível notar sem grande investimento pessoal uma crescente e tão descontrolada guerra ideológica onde novos patamares são diariamente alcançados no "quebrar" da tradição, na imposição de um novo modelo de consciência; Por séculos o Humanismo tem convencido a cultura, que nós, na individualidade exclusiva de cada um, somos a derradeira fonte de propósito, e hoje, a consciência de que existe um Deus Soberano sobre toda a Criação é totalmente desconsiderada, para se encontrar na mente hedonista comum, o culto do prazer, segundo o propósito que cada um tem encontrado na expectactiva que projecta no mundo e seus artifícios. 
Por isto, é também descoberto o culto do "Livre-arbítrio", celebrado como a maior fonte de autoridade, e não a vontade soberana de um Deus Soberano.
Em vez de esperarmos por uma Entidade externa para nos revelar o que é e o que não é agradável e correcto, nós podemos confiar nos sentimentos, desejos e emoção, para tomarmos as nossas próprias decisões, e definirmos novas verdades sobre a razão colectiva, mesmo que na verdade, esta proposta seja de facto centrada somente na razão pessoal.
Desde a infância que somos bombardeados com uma variedade de slogans estrategicamente induzidos para este mesmo fim; -"Ouve-te a ti mesmo"; "Tu mereces"; Tu podes; Tu consegues; "Segue o teu coração"; "Sê fiel a ti mesmo"; "Faz o que te faz sentir bem";


Jean jacques Rousseau, na sua obra "Emile" (A Bíblia humanista do Século XVIII) afirma que quando procurava as regras da conduta na sua vida pessoal ele encontrou-as nas profundezas do seu "eu interior", traçadas pela natureza e carácter singular do seu coração, cuja autoridade era sobre tudo o resto. Afirma ainda que desta forma ele, eu e você não precisamos de consultar nada nem ninguém, senão a nossa própria consciência, para definir conceitos como certo e errado, tornando o "Bem e o mal" conceitos relativos que sabemos todos ser, um dos grandes lemas humanistas do "pensador moderno" e seus clichets auto-induzidos.
Daqui procede a ideia do "Livre-arbítrio" consciente, que alimenta a ideia utópica generalizada de que somente nós podemos construir um mundo melhor, apelando ao bom senso que só precisa de estímulo.
Na Igreja "moderna" (não falamos da igreja Eterna - a verdadeira) existe também esta ideia de que temos de estimular as pessoas, atraindo-as para um Evangelho apelativo, de entretenimento e benefícios, onde a Salvação pessoal é o propósito (O benefício maior- e dito isto desta forma quem não o queriria - (Lucas 16:16) expressa isto muito bem). 
Desta forma a Salvação dos Homens deixou de ser para a Glória de Deus, e passa a ser a benefício dos Homens. -Não é o benefício pessoal um dos grandes mantras do Humanismo?


Quando se converte um pecador, os Anjos cantam no Céu, mas esse Júbilo e Louvor, não é em honra do redimido, mas em Honra do Redentor...algo que tem sido convenientemente esquecido em muitos púlpitos espalhados por aí.
Esta forma de pensar embora aparentemente "iluminada" e sensorial de Rousseau demonstra Livre-arbítrio ou uma óbvia escravidão carnal ao prazer? Estaria a sua "Liberdade de consciência", verdadeiramente Livre para arbitrar segundo estes princípios, como "Escolher a Deus" ou "Escolher o pecado"? Ou será esta Liberdade para pecar desenfreadamente, tudo aquilo que o Homem natural tem em si mesmo como resposta? (A tal herança famigerada de Adão) E a aptidão para o discernimento Espíritual, um favor misericordioso de Deus?


-Não é na consciência somente que vive o culto do prazer? 


-Serão Liberdade de consciência e Livre-arbítrio a mesma coisa?


Onde se originou o "Humanismo" consciente, e o desejo de auto-suficiência? Até onde podemos rastrear esta corrente filosófica centrada no prazer da auto-Glória?
"E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte.
Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo."

(Isaías 14:13,14)

O pecado original não teve ínicio na desobediência de Adão e Eva, mas primeiramente no coração do Próprio Lúcifer:
"Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti."
(Ezequiel 28:15)

O desejo de querer ser igual a Deus, foi o primeiro pecado Humano, não foi a desobediência. E o primeiro pecado Humano, foi o mesmo pecado com que "a serpente" foi previamente tentada. A desobediência foi apenas o resultado dessa tão grande ilusão de que alguém pode se comparar a Deus, determinando para si mesmo o que é certo ou errado, segundo a sua própria consciência.
Ninguém pode tomar decisões espirituais (Porque na verdade todas elas correm no mesmo sentido: Glorificar a Deus ou a si mesmo), segundo a sua própria atribuída autoridade.
A permissão de Deus para toda esta Gloriosa Obra partindo da queda ao resgate, serve precisamente o propósito de Deus nos ensinar que a nossa "consciência" assim como a nossa "liberdade", não podem existir sem a Sua autoridade e domínio, pois nada no Universo subsiste de forma autónoma ou auto-suficiente.

Quando você pensa que pode "decidir-se por Cristo", ou "escolher a Deus "livremente" (por si só) por seu próprio mérito e decisão, você está na Verdade a dizer que - Cristo morreu despropositadamente; pois afinal porque razão Cristo teria de morrer para o Salvar, se você podia sozinho percorrer o caminho até Ele?
Se você pensa assim, o que você precisa é de uma consciência nova, para perceber o estado miserável da sua consciência.
Se em consciência você algum dia conseguir entender isto, você saberá que o mérito nunca foi seu. E é para isso que nós os já convertidos oramos e evangelizamos; para a mudança de consciência, e para a misericórdia de Deus agir segundo A Sua real Vontade (que nenhum de nós conhece plenamente em relação ao estado de cada um) (1 Coríntios 4:5).

Agora isso pressupõe que você fique quieto como está? Que então você não faça absolutamente nada, desculpando-se que se for a vontade de Deus que você se converta, você vai se converter; mesmo sabendo que esse profuso desinteresse parte de si próprio em consciência desafiante a Deus e ao Evangelho da Salvação?


Fique sabendo que mesmo sem consciência para saber o estado em que você se encontra, se você pensa assim, você é responsável pelo estado em que se encontra; pois é precisamente na consciência, que cada um de nós é condenado.
Ninguém é um autómato para tomar decisões (mesmo que naturalmente propensas ao mal) e depois desculpar-se que as tomou porque não podia tomar outras. 

A rebeldia da consciência por si só, é mais honesta no secretismo da auto-examinação, do que na confissão e projecção pública de qualquer desculpa. Você sabe que você é um verme miserável; por isso usa desesperadamente esconder isso de você mesmo e dos outros. As desculpas e as distrações que você usa para se esquecer disso, são mera auto-indução, e nada mais.
Você pode não ter na sua íntima natureza a Liberdade para fazer o bem, embora às vezes até o faça por mérito da Graça comum que Deus derrama sobre todos, e a sua consciência sabe disso muito bem, por isso a sensação de auto-Glória que você retira das boas obras que comete; Você é insuflado por elas, pois você sabe que não é digno delas. Pior ainda, você sabe que no fundo nem foi você que as cometeu (em real natureza), daí a sua vontade miserável de tirar partido delas, bajulando-se na auto-gratificação. A auto-Glória das boas obras sempre acompanha uma equivocada noção de Livre-arbítrio curiosamente.
Quer você faça muitas coisas boas ou não, você sabe que continuará sendo inteiramente responsável pelas coisas más que comete, quando você se faz a si mesmo de "Livre" (no mérito) para decidir.

"Há um Só Mediador entre Deus e os Homens", porque é óbvio que os Homens não se podem achegar a Deus sozinhos. Não haveria necessidade de Mediar, se cada um de nós pudesse sozinho fazer esse trabalho.
Agora pense bem:

  • -Você não pode percorrer esse caminho por si só, isto é um facto;

  • -Mas você pode em consciência reconhecer ou não, que de facto você não pode percorrer esse caminho. 

-E não o faz porquê?
Por causa da Sua "liberdade"; a liberdade que você diz ter quando lhe convém "ser livre" para fazer o que lhe interessa, mas que depois você afirma não ter para desculpar a sua própria negligência e falta de interesse ao ouvir o Evangelho, e atribuir a culpa a Deus pela sua própria condenação.
Deus deu-nos a consciência precisamente para ficarmos sem escape.

Aqui mesmo está a "liberdade" pela qual você será ou salvo ou condenado - a Liberdade da consciência - que nada tem de Livre-arbítrio.


Arbitrar significa decidir imparcialmente, de um ponto neutro que não é tendencioso (ou preferencialmente convinha que não fosse).
Você consegue dizer honestamente que a sua natural tendência não é para a rebeldia e a desobediência e a estupidez? Que raio de árbitro você pensa que pode ser neste sentido, se você mesmo sabe que não tem sequer poder sobre si próprio a maioria das vezes?
Se você faz de você mesmo seu próprio mediador, vai ter de pagar o preço do Sangue, que O Verdadeiro Mediador (Cristo) já pagou por aqueles que não se podem mediar a si mesmos, e reconhecem isso em consciência.

Notem-se os seguintes versículos:

Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade,
Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.
Porque todo o sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; por isso era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer.
Ora, se ele estivesse na terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei,
Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou.
Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas.
Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda.

(Hebreus 8:1-7)

Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços;
Mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo;
Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo,
Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;
Consistindo somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.
Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,
Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.
Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne,
Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?
E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador.
Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?
Por isso também o primeiro não foi consagrado sem sangue;
Porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo,
Dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado.
E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério.
E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.
De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.
Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio;
De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,
Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

(Hebreus 9:6-28)  

O Homem pode "decidir"; O Homem pode "decretar"; O Homem é "Livre"; São tentativas equivocadas e rebeldes que já nasceram na mente de Adão quando convencido pela serpente do valor da sua "decisão pessoal"; (Esse que foi o único homem livre, usou da sua liberdade para desobedecer, e você pensa que pode fazer melhor...)

A serpente pretende exaltar a consciência do Homem para o valor das suas próprias decisões, porque esse foi o seu grande pecado; ele mesmo exaltou-se a si mesmo, e tomou a decisão de formar uma rebelião contra Deus tomando a terça parte dos anjos consigo. "Que Liberdade!", diriam muitos em exclamação.

Quando você estiver inclinado para pensar sobre as vantagens possíveis no conceito de livre arbítrio, e dessa forma compenetrar-se de que é você mesmo que tem o poder de escolher entre o bem e o mal; lembre—se primeiro, que Adão é a razão porque tudo aquilo que você odeia existe. E isso porque ele pensou exactamente como você. 

Exaltar a "humanidade" a um patamar de Divindade, é portanto uma das mais antigas e profanas práticas satânicas da Antiguidade, mas o seu desenvolvimento ideológico abraçado pela cultura é caracterizado por uma espécie de "revelação moderna avant-garde".


Esta exuberância nas declarações Humanistas actuais, vem em parte da sensação que o Homem e a Mulher modernas, desprenderam-se dos grilhões desactualizados da Tradição Antiga, para ganharem uma nova experiência de Liberdade nunca antes experimentada. Liberdade esta que ganha dimensão naquilo que a decadência moral designou o acto de "mudar as regras do jogo", "romper com os costumes", "desafiar a ordem do que foi previamente definido para o beníficio maior da Humanidade.
""Que conforto!""- Reflectia o "Herói" da Utopia de Aldous Huxley (admirável mundo Novo), -"To be in a place where the Fall was an exploded Doctrine" (...)

"...E sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." (Gênesis 3:5)

Algum Homem tem provado em si mesmo saber estas coisas, longe da autoridade de Deus, e Sua Santidade? O mundo reflecte esta promessa da Serpente a Eva?


Olhar para "dentro": "O antídoto para um mundo sem propósito, sem regras e sem uma existência de autoridade responsável, proporcionado pelo humanismo; uma revolução, uma nova crença que tem transformado as consciências nos últimos séculos, culminando nesta selva abominável de "meias -verdades" e seus auto-proclamados gurus. a religião humanista, adora e cultua a Humanidade, e espera que a Humanidade detenha o lugar que Deus ocupa no Cristianismo, e que as Leis da Natureza ocupem o Lugar que detêm no Budismo e Taoísmo.
Onde tradicionalmente o grande plano cósmico de Deus, tinha dado propósito ao Homem, agora inversamente, o Humanismo reverte os papéis. O Homem espera que as suas experiências sensoriais confiram propósito ao cosmos. De acordo com o Humanismo, os Homens devem retirar de dentro de si as respostas não só para as suas próprias vidas, mas também as respostas para toda a complexidade do Universo. Este é o primeiro grande mandamento do Humanismo: Criar propósito para um universo sem propósito.
Da mesma forma, a centralizada revolução religiosa moderna, não está somente a perder a fé em Deus, mas a ganhar progressivamente mais fé na Humanidade e seus méritos.
Este trabalho demorou séculos a produzir seus frutos. Pensadores escreverem seus panfletos; escritores, seus poemas; Artistas suas obras e sinfonias; Políticos, seus tratados; e Juntos convenceram pela cultura a Humanidade a acreditar que podemos projectar no Universo o propósito que sem Deus não pode existir.
Quando Nietsche disse" Deus está morto"; era a isto que ele se referia. Morto para a consciência rebelde do homem que faz de si próprio um deus. Morto para si mesmo, segundo uma consciência morta para Deus.

"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes.
Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.
Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;
Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.
Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados.
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;
E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;
Para que nenhuma carne se glorie perante ele.
Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;
Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor."

(1 Coríntios 1:18-31)

"E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;
Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,
O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.
E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória,
Como não será de maior glória o ministério do Espírito?
Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.
Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória.
Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.
Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar.
E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório.
Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;
E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.
Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.
Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor."

(2 Coríntios 3:4-18)

A eleição, em vez de minar nosso estímulo para crescermos em santificação, é na verdade a sua maior alavanca. Não existe estímulo maior para o cristão desenvolver sua santificação do que o fato de ter sido escolhido por Deus para desfrutar de uma comunhão plena e eterna com ele mediante a obra de Cristo. O pecador não possui mérito para apresentar-se diante de Deus e requerer a sua salvação, mas O Senhor, graciosamente, providenciou uma forma segura pela qual alcança todos aqueles com os quais deseja manter uma comunhão perfeita e eterna no Seu Reino: a Eleição em Cristo.

Esta é a permuta que, em sua bondade infinita, Ele quis fazer connosco: recebeu a nossa pobreza, e nos transferiu as Suas riquezas; levou sobre Si a nossa fraqueza, e nos fortaleceu com o Seu poder; assumiu a nossa mortalidade, e fez nossa a Sua imortalidade; desceu à terra, e abriu o caminho para o céu; fez-se Filho do homem, e nos fez filhos de Deus.

 

Glória ao único Salvador, Redentor e Mestre, Jesus Cristo nosso Senhor!

"Livre-arbítrio" sem a autoridade de Deus moldando o meu entendimento soberanamente e dirigindo todas as minhas decisões?
Não Obrigado.

"Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade."
(2 Coríntios 3:17)  

Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

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