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            O irão e Gogue
O inimigo no plano da Glória

Para se conhecer a realidade do mundo em que vivemos é necessário conhecer a Bíblia.

 

Porque a Bíblia é um Livro sobrenatural, é necessário conhecer-se O Deus da Bíblia, o único que pode abrir o entendimento para as verdades nela contidas. 

Em suas páginas, a Verdade de Deus absoluta está rodeada de doutrinas, mandamentos, decretos eternos, predeterminações, e profecia. Um Livro complexo e profundo que não está revelado a todos, senão aos filhos de Deus.

Por isso Jesus diz aos seus discípulos: "E Ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam." (Lucas 8:10)

 

Porque é importante conhecer os mistérios do Reino de Deus para a nossa edificação espiritual, também diz a Palavra: "As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." (Deuteronômio 29:29)

 

Ao olharmos para o mundo actualmente, e os eventos históricos que o marcam, é inevitável não olhar para a Bíblia e o que ela diz a respeito. Através da lente da profecia, muitas revelações acerca do cenário político e ideológico dos dias actuais podem ser descobertas.

Contudo, para se conhecer bem profecia, é necessário conhecer História.

 

A História da nossa Terra, sua cultura, sociedade e civilização estão debaixo da autoridade da profecia, que determina o curso dos eventos mundiais debaixo do plano eterno de Deus.

 

O Rei Nabucodonosor da Babilónia, outrora um inimigo de Israel, convertido da sua idolatria diz:

 

¹ Nabucodonosor rei, a todos os povos, nações e línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada.
² Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, O Altíssimo, tem feito para comigo.
³ Quão grandes são os Seus sinais, e quão poderosas as Suas maravilhas! O Seu reino é um reino sempiterno, e o Seu domínio de geração em geração.

Daniel 4:1-3

 

Quando os Homens acham em sua presunção que podem resistir a Deus e afrontá-lo, cedo percebem que seus esforços são nada diante Dele; Por isso no momento mais alto da sua glória e arrogância, Nabucodonosor ouve as palavras proféticas de Daniel do castigo que lhe haveria de sobrevir por 7 anos, dizendo: "...até que conheças que O Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer." (Daniel 4:32). E continua dizendo: "E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a Sua vontade Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a Sua mão, e lhe diga: Que fazes?" (Daniel 4:35)

 

Quem dera que todos os inimigos de Israel se pudessem converter ao Deus altíssimo abrindo os seus olhos como o Rei Nabucodonosor que cedo descobriu que aquilo que Deus determina, sempre se cumpre.


O Profeta Isaías acerca da soberania e domínio do Senhor em exercício de autoridade, também diz: "Ainda antes que houvesse dia, Eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo Eu, quem o impedirá?" (Isaías 43:13)


Deus está no controlo de todas as coisas, porém, o Homem continua sendo responsável por aquilo que faz debaixo da sua liberdade de consciência.

A desobediência e rebelião de Adão, introduziram a morte e o pecado na história da humanidade, e com elas, o Éden passou de paraíso a um lugar de maldição.

 

Quando Deus diz a Adão "maldita é a Terra por causa de ti" (Génesis 3:17), Ele estava a evidenciar que a partir daquele momento, o pecado faria parte da natureza do Homem; Que o percurso e História da humanidade, estariam sendo influenciados directamente pela rebelião, e agora por isso, a criação estaria contaminada pela dor, sofrimento, a adversidade, o conflito e a morte. 

As guerras e os conflitos mundiais actuais, debaixo do caos social, corrupção política, a instabilidade económica, tudo, está de acordo com a vontade de Deus de deixar que as escolhas dos Homens gerem as devidas consequências, para que se saiba, que o homem é livre para tomar as suas decisões, mas não é livre para escolher as consequências das suas decisões. 

A vontade de Deus não é a prática do pecado, e a rebelião e a guerra e o sofrimento, mas Sua vontade permite que estas coisas aconteçam para que nós saibamos que há consequências para as nossas decisões voluntárias, de modo a que a doutrina da Consciência Humana responsabilize cada homem para o inevitável encontro com Deus para o prestar de contas.

 

Diz a escritura ao Homem que vive sem o temor e sujeição à autoridade Divina: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer, porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6:7).

 

O desenrolar do plano de Deus na nossa História, tem sido uma fonte inegável de que aquilo que Deus determina, e anuncia na Sua Palavra sempre se cumpre. 

As notícias e os eventos Mundiais todos apontam para o tempo do arrependimento e reconciliação chegar ao fim, debaixo da "paciência de Deus" (Romanos 9:22-24) dando lugar à conclusão da história temporária da Terra debaixo da maldição, e o início da eternidade.

 

ISRAEL E O IRÃO

 

A guerra actual entre Israel e o Irão, envolvendo o mundo inteiro, está no centro de inúmeras profecias, umas cumprindo-se diariamente, e outras ainda em desenvolvimento.

A tensão e os conflitos diários entre estas duas Nações bíblicas deviam ser entendidas e comentadas à Luz das escrituras, debaixo da lente da profecia, e do espírito de temor a Deus que controla e dirige todas as coisas.

Deus está no comando, e a profecia é o seu instrumento de aviso que o tempo do "Juízo" e "prestar de contas" está a chegar (Eclesiastes 12:14) (Romanos 14:12) (Romanos 2:6-11) (2 Coríntios 5:10) (Hebreus 4:13).

 

De momento, todos os canais de informação apontam para diversas Nações no cenário geopolítico e a guerra que se forma entre eles; Vemos Israel sendo rodeado de inimigos por todos os lados e o crescimento do antissemitismo à escala global; O Irão e o seu fanatismo genocida terrorista em relação ao povo santo de Deus, sendo aclamado pela cultura diabólica que celebra o pecado e a decadência. Um mundo perdido e blasfemo, onde jaz o maligno (1 João 5:19)

E os ignorantes deste mundo, chamados de especialistas, e comentadores, lançam suas opiniões publicamente sem qualquer conhecimento de quem Deus é, quem são estas Nações, e qual o curso que a história vai tomar daqui para a frente. 

A bíblia é mais actual do que o jornal de amanhã, e é por ela que podemos não só entender, como antecipar os eventos que se seguem.

 

O IRÃO NO CENÁRIO MUNDIAL

 

Quem não conhece a Bíblia, nem a geografia cultural do médio oriente, tem vindo a ouvir recorrentemente falar sobre o Irão, sem saber que esta Nação está de facto associada aos dias do fim da Terra, e do conflito final que trará a volta de Jesus e o juízo sobre as Nações do mundo!

 

-Quem é o Irão na Bíblia? Que relação tem este povo com Israel, e qual o Plano de Deus para estas Nações e para o mundo? 

-Como devemos observar o escalar diário das tensões do Médio oriente, onde a profecia comanda agora o cenário geopolítico actual?

 

O Irão domina a abertura dos noticiários entre conflitos, ameaças, e alianças secretas entre Nações, numa constante batalha por poder e supremacia.

O que poucos sabem é que a história destas Nações, e do Irão em particular já foi escrita por Deus, estando registada na escritura para aviso de que os dias do fim chegaram.

 

O início e o fim do Irão está descrito na palavra de Deus, desde o Livro de Génesis na origem das genealogias, até às profecias do fim registadas no Livro de Apocalipse.

 

O Irão dos dias antigos, era conhecido como a Nação da Pérsia (2 Crónicas 36:20) e sua aparição e ascensão na cronologia histórica da Bíblia não é de desconsiderar, pois esta Nação está ligada a marcos históricos importantes no plano de Deus para a Nação de Israel, em demonstração de poder e Glória.

 

O fim desta Nação está associado a uma coligação de Países que será levantada contra Israel nos últimos dias, dando lugar ao maior evento alguma vez ocorrido na história da Terra - A Batalha de Gogue e Magogue (Ezequiel 38:1-9).

 

Mas antes desta Nação se tornar o inimigo profético do povo de Israel, a Pérsia foi o Império escolhido por Deus para libertar o povo Judeu do captiveiro (Esdras 2:1), reconstruir o Templo em Jerusalém (Esdras 1:1-5) (Esdras 6:1-3) e cumprir a profecia de Daniel (Daniel 9:24-25) e de Jeremias (2 Crónicas 36:22-23) (Jeremias 25:11-12) (Jeremias 29:10).

 

Deus iria então usar esta Nação, para abençoar Israel por meio de Ciro, o Rei Persa que O Senhor haveria de levantar, um Homem citado na Bíblia pelo nome, cerca de 150 anos antes sequer de ele nascer (Isaías 44:26-28) (Isaías 45:1-2).

 

A ASCENSÃO DO IRÃO

 

Para se entender bem então o cumprimento destas profecias temos de voltar atrás na escritura até ao princípio e acompanhar o plano de Deus na criação e ascensão destas duas Nações.

 

Tudo começa logo após o grande reset de Deus na história por meio do Dilúvio, quando Noé e sua família, saem da arca e recebem de Deus ordem para dar continuidade ao Seu plano eterno de popular e encher a Terra (Génesis 8:15-17) (Génesis 9:1).

 

Os filhos de Noé, Sem, Cão e Jafé, são os 3 Homens responsáveis por dar origem a todas as Nações da Terra (Génesis 9:18-19).

 

Em (Génesis 10) encontramos o primeiro mapa das genealogias da Terra pós Dilúvio, onde podemos traçar cada povo, tribo, e etnia que deram origem às Nações modernas dos dias actuais.

No primeiro e último versículo isto é relatado com clareza: "Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio." (Gênesis 10:1); E "Estas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações, nas suas nações; e destes foram divididas as nações na terra depois do dilúvio." (Gênesis 10:32).


Ao longo do relato genealógico sempre que refere a descendência directa de cada um dos seus filhos são feitas observações sobre a formação de população geográfica de modo a esclarecer que há medida que se iam multiplicando e espalhando sobre a terra, novas Nações surgiam.

 

-Os filhos de "Jafé" (Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras) e sua descendência acabariam por se situar e popular as regiões da Europa; (Gênesis 10:2

-Os filhos de "Cão" (Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã) e sua descendência acabariam por se situar e popular as regiões da África; (Gênesis 10:6)

-Os filhos de "Sem" (Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã) e sua descendência acabariam por se situar e popular as regiões da Ásia; (Génesis 10:22)

 

Na descrição desta genealogia, encontramos 2 Patriarcas cuja descendência daria origem à Nação da Pérsia:

- "Madai" Filho de "Jafé", e "Elão" filho de "Sem".

 

De "Madai" viria o povo "Medo" que se estabeleceu no planalto a noroeste do Irão moderno, na região histórica da "Média", entre os rios Tigre e Araxes.

Desta região a descendência de Madai, se expandiu grandemente, formando tribos, e povoações nas encostas das montanhas; 

 

De "Elão" e sua descendência viriam os "Elamitas" estabelecidos a sudoeste do Irão moderno, na região também chamada de "Elão".

Este povo e cultura desempenhou um papel crucial na influência do futuro Império Persa, sua Nação consistia em reinos ao redor do planalto iraniano e golfo pérsico;

 

Em (Génesis 14) ocorre o primeiro relato do que pode ser considerada a "1ª guerra internacional" envolvendo várias Nações em conflito.

4 Reis e suas Nações incluindo Quedorlaomer, rei de Elão (Gênesis 14:1) juntaram forças, e invadiram Canaã, a terra prometida a Abraão (Génesis 12:1) queimando cidades, pilhando e escravizando a população.

Ló, o sobrinho de Abraão, foi um dos habitantes daquela região levado como escravo por esta coligação de Nações (Génesis 14:12), dando lugar à primeira altercação em teor profético, entre a futura nação de Israel, e a futura Nação do Irão.

 

O que é importante lembrar, é que nenhuma destas 4 Nações e Reis, eram insignificantes em poder militar, incluindo a Nação do Elão, que era uma Nação poderosa e influente naquela região.

Abraão, sabendo que Ló seu sobrinho havia sido levado captivo, decide intervir de modo a resgatá-lo (Génesis 14:13-16).

Com apenas 318 Homens a seu serviço (Génesis 14:14) persegue os invasores e os ataca durante a noite, vencendo contra toda as probabilidades, um exército bastante superior em número e experiência militar.

Com essa vitória, ele resgata Ló, solta os prisioneiros e humilha os 4 Reis, suas Nações e exércitos. 

 

Esta era uma vitória impossível, um triunfo que desafia toda a lógica, e nos deixa uma mensagem importante sobre o poder de Deus e a Sua graça na vida do crente, como Paulo reforça dizendo que "o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza" falando ainda sobre si mesmo: "Porque quando estou fraco, então sou forte" (2 Coríntios 12:9-10).

Nenhum poder ou ameaça, irá permanecer e prosperar contra aqueles que estão debaixo da protecção e favor de Deus.

 

A promessa do Senhor para Israel como a uma noiva, fala de segurança e protecção eterna debaixo de uma aliança que nenhuma nação terrena pode combater; Por isso a todos os que estiverem contra a Nação santa de Israel, diz o Senhor em tom de juízo:

Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que de mim procede, diz O Senhor.
Isaías 54:17

 

A guerra actual do Irão contra Israel, tem o seu desfecho já marcado na História, milénios antes sequer de a Terra estar estruturada para que estes conflitos tomassem lugar. 

Assim como O Senhor levantou Abraão em minoria, contra a maioria de um exército agressor, e lhe deu a vitória, assim em breve veremos Israel como pequena Nação rodeada de inimigos, triunfar sobre o Irão, o áxis do mal, e seus aliados. 

 

Israel embora seja uma Nação pequena em comparação ao Irão, e está sozinha na região contra inimigos de todos os lados, Israel não está desamparada, ainda que o mundo inteiro esteja contra eles, pois O Deus de Israel está do seu lado, e Ele lhes basta.

 

¹⁰ Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.
¹¹ Eis que, envergonhados e confundidos serão todos os que se indignaram contra ti; tornar-se-ão em nada, e os que contenderem contigo, perecerão.
¹² Buscá-los-ás, porém não os acharás; os que pelejarem contigo, tornar-se-ão em nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo.
¹³ Porque Eu, O Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, Eu te ajudo.
¹⁴ Não temas, tu verme de Jacó, povozinho de Israel; Eu te ajudo, diz O Senhor, e o teu Redentor é O Santo de Israel.

Isaías 41:10-14

 

As palavras de Jesus devem sempre ecoar aos nossos ouvidos quando diz: "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê". (Marcos 9:23). O triunfo da batalha de Jericó, é outro belo exemplo do poder de Deus na luta contra qualquer causa impossível ou qualquer inimigo (Josué 6:2-5).

O princípio que Paulo passa aos Filipenses dizendo: "Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece." (Filipenses 4:13), é o de plena confiança de que para Deus não há impossíveis (Lucas 18:27).

Paulo também reforça isto aos Romanos dizendo: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos 8:31)

 

Por isso ainda que pareça algumas vezes que Israel está debaixo do risco de extermínio, ou de perder aquela Terra para os que dizem ter direito a ela e não têm, a realidade futura, é que Israel foi levantado por Deus para ser uma Nação eterna (Jeremias 31:36) (Ezequiel 37:25-28), e seu povo, o povo que herdará a Terra. 

A Terra de Israel será deles para sempre, pois o criador da Terra a eles deu por herança (Salmos 135:12).

O Irão porém e todas as Nações que amaldiçoam Israel, serão por sua vez amaldiçoadas e desarraigadas da terra.

 

Leia-se: 

⁴ Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações;

⁵ E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto;
⁶ E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti;
⁷ E estabelecerei a minha aliança entre Mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti.
⁸ E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus.

Gênesis 17:4-8

 

Da boca do Próprio Deus em Aliança eterna com Abraão, ouvimos: "E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra." (Gênesis 12:2-3).

 

A derrota de Quedorlaomer, rei de Elão e seu exército, não os exterminou, e após séculos de História, de novas gerações nascerem e morrerem, as tribos outrora vencidas por Abraão, cresceram em número e foram-se unindo criando uma Nação ainda mais poderosa. 

A Nação de Israel também foi prosperando debaixo do favor de Deus, instalando-se na Terra que Deus tinha dado por possessão eterna.


Os Medos e os Elamitas, partilhavam a mesma Terra do lado oriental da Mesopotâmia, uns a norte e outros a sul.

À medida que impérios se levantavam e caíam no cenário geopolítico da região, um novo poder se levantava, a partir do Reino dos Medos, por volta de 550 a.C.; Inicialmente, os persas ou Elamitas estavam sob o domínio dos Medos, mas Ciro O Grande liderou uma rebelião que resultou na vitória persa e na unificação e ascensão dos 2 impérios, em um só Império Persa.

O império Persa ou (Medo-persa) como fusão dos 2 reinos do norte e do sul, expandiu rapidamente o seu território, conquistando a Babilónia, a Lídia e outras regiões.


O termo "Pérsia" foi utilizado para se referir à região e ao império até 1935, quando passou a ser chamado oficialmente de Irão pela comunidade internacional.

 

Embora este império fosse um império pagão, Deus iria inclui-lo nos Seus planos a respeito de Israel, e dos dias do fim.

Através dos profetas Isaías e Jeremias, duas profecias acerca do Irão seriam reveladas por Deus.

 

A 1ª Profecia afirmava que Deus usaria a "Média" e o "Elão" para punir a Babilónia (Isaías 13:17-19) (Isaías 21:2) por ter destruído Jerusalém e queimado o Templo. 

Deus já havia determinado que da União dos Medos e dos Elamitas numa visão profética do Irão moderno, viria a destruição sobre a Babilónia, e assim foi, quando na batalha de Ópis em 539 A.C, Ciro o Grande, coloca a região debaixo do domínio Persa.

 

A 2ª Profecia era ainda mais detalhada, referindo que Deus iria usar a Pérsia não só para trazer vingança sobre a Babilónia, mas que por ela viria também a libertação do povo Judeu (Esdras 2:1) e a reconstrução do Templo em Jerusalém (Esdras 1:1-5) (Esdras 6:1-3) (Isaías 44:26-28) (Isaías 45:1-2) (Jeremias 51:28-29).

 

Deus sempre conduz a História, e ainda respeitando a livre consciência do Homem em tomar suas próprias decisões, Seu domínio orienta o curso dos eventos mundiais de modo a que Sua vontade prevaleça sobre a vontade dos Homens.

 

No século 8º A.C, Deioces, Rei dos Medos, uniu as tribos da Média, criando o primeiro império Iraniano, cuja capital Ecbátana (a actual Hamadã no Irão) era o centro.

Seguindo os passos de seu avô, Ciaxares, Rei do Império Medo entre 625 e 585 A.C, nasce nesta cidade, consolidando o poder, e fortalecendo o exército para se tornarem uma força militar imparável na região, acabando em 612 A.C por atacar e destruir a cidade de Nínive, a capital do Império Neoassírio um dos piores inimigos de Israel na altura (Naum 1:1-2). 

 

A profecia acerca do Irão estava a cumprir-se, à medida que a Pérsia e seus reis dominavam a região e cresciam em poder. Tudo isto com o propósito de servirem de instrumento no plano de Deus futuro de erguer Israel após o captiveiro Babilónico e de lhes restabelecer na Terra que lhes havia prometido.

O Irão ira ser usado como instrumento de punição e redenção no plano de Deus, e por meio de sonhos, a profecia começa a ser revelada a um jovem particular exilado na Babilónia, após esta Nação invadir a Terra de Israel em 605 A.C (Daniel 1:1-6).

 

O profeta Daniel, era apenas um jovem quando foi tomado pela nação invasora, para servir no palácio do Rei Nabucodonosor, agora captivo em terras distantes, da Nação mais poderosa e influente da altura.

Ali escondido nas celas, e áreas de serviço atrás da corte do Rei, Daniel recebe do Senhor o dom de entendimento de visão e sonhos (Daniel 1:17) com o intuito de lhe fazer achar graça aos olhos do Rei, dando continuidade ao Seu plano profético para aquelas Nações.

 

Debaixo da graça e protecção do Rei, Daniel permanece na corte até ao reinado do Rei Ciro da Pérsia, que reina a partir de 539 A.C após a conquista da cidade (Daniel 1:19-21).

 

Estas visões que tornaram Daniel importante na corte do Rei, não eram somente visões acerca do tempo em que vivia, mas igualmente de visões de tempos distantes, referindo-se ao futuro em que agora vivemos.

Profecias com 2600 anos de antecedência falavam de eventos actuais e de outros que brevemente hão de acontecer, para que seja conhecido de todos o inegável poder de Deus sobre o curso da História.

 

⁸ Lembrai-vos disto, e considerai; trazei-o à memória, ó prevaricadores.
⁹ Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que Eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a Mim.
¹⁰ Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.

Isaías 46:8-10

 

Ali na nação inimiga que o havia tomado como refém e destruído sua cidade, Daniel recebe do Senhor a visão de como Deus haveria de levantar uma outra Nação (O Império Persa) para substituir a Babilónia no domínio da região e desempenhar um papel crucial na redenção do seu próprio povo.

DANIEL E AS VISÕES PROFÉTICAS

 

Por meio de sonhos então O Senhor começa a operar na mente do Rei Nabucodonosor, de modo a que se perturbou fortemente perdendo o sono, buscando assim a interpretação das visões que o atormentavam (Daniel 2:1-3).

É aqui que entra Daniel, colocado estrategicamente por Deus para o fim de providenciar a interpretação que os magos e astrólogos da corte não podiam (Daniel 2:19-24).

 

Esta visão recebida em sonhos tratava-se de uma grande estátua composta de 4 metais diferentes e sua estrutura e composição revelava o plano de Deus no curso da História envolvendo Nações e Impérios (Daniel 2:31-45).

Em (Daniel 2:28) refere que as visões do Rei tratavam de eventos, para "os últimos dias", esclarecendo que as visões atravessavam um longo período de tempo até a um futuro distante.

 

A descrição da Estátua é feita por Daniel, seguida da interpretação dos símbolos que o Rei viu no seu sonho sem entendimento;

A cabeça de Ouro refere-se ao próprio Rei Nabucodonosor (Daniel 2:38) a quem Deus havia levantado em Glória, para que sua Nação tivesse o seu papel no plano eterno do qual tanto o Rei como Daniel eram apenas instrumentos da ordenação Divina.

O facto da estátua representar as partes do corpo de "um Homem" tem o intuito de revelar que a visão fala da continuidade e relação integral dos Reinos que cada parte representa. 

Assim sendo, ao descrever a cabeça, e os seguintes membros, logo se entende, que quando mudasse o domínio, os elementos deste reino, continuariam no próximo, espelhando a realidade de uma cultura sendo absorvida pelos seus invasores, e de reino para reino, por meio de guerras e invasões, a História se propagasse até ao fim. 

Esta "estátua" então de alguma forma representa todos os reinos dos gentios, que surgiriam até ao fim desta era.

 

Uma breve análise dos elementos pode trazer sentido à ordem cronológica, e ao significado simbólico das Nações e Reis descritos na visão.

 

A cabeça de Ouro refere-se ao próprio Rei Nabucodonosor e ao reino da Babilónia (Daniel 2:37), que esteve em ascensão desde 605 A.C, com a vitória deles sobre a Assíria e o Egipto na batalha de Carquemis junto ao rio Eufrates, profetizada também por Jeremias (Jeremias 46:6-10), até 539 A.C quando caiu às mãos de "Ciro O grande" e o Império Medo-Persa (Daniel 5:28). 

Noutra visão de Daniel mais tarde, A Babilónia aparece ainda na figura de um "Leão" (Daniel 7:4).

 

O peito e os braços de prata são símbolos que se referem ao peito como a união de 2 forças, e aos braços de prata como os Medos e os Persas, cujo império unificado traria a derrota da Babilónia; Sua ascensão e queda vão de 539 a.C. quando derrotam as forças Babilónicas, na batalha de Ópis, até 331 a.C. sendo finalmente dominados por "Alexandre O grande" e o Império Greco-Macedónio.

Este Império e sua influência geopolítica em relação aos eventos Mundiais a respeito do fim, ainda surge noutras visões proféticas, na figura de um "Urso" em (Daniel 7:5), e de um "carneiro" em (Daniel 8:3) (Daniel 8:20).

 

O ventre e as coxas de cobre refere-se ao Império Greco-Macedónio de 334 A.C a 168 A.C. na derrota da batalha de Pidna, às mãos dos Romanos; Este império está descrito ainda na visão profética de Daniel na figura de um "Leopardo" em (Daniel 7:6), e um "Bode" em (Daniel 8:5) até que Alexandre o conquistador morre, cumprindo a profecia do chifre sendo quebrado e seus 4 generais (Seleuco, Lisímaco, Ptolemeu e Cassandro) passam a governar os seus 4 reinos helenísticos (Daniel 8:8).

 

As pernas em ferro e os pés parte em ferro e barro referem-se por fim ao Império Romano, que começa poderoso e se impõe como o maior império alguma vez levantado sobre a Terra. 

Noutra visão de Daniel, o Império Romano aparece na figura de um "animal espantoso e terrível com dentes de ferro" como um império que se levanta para destruir tudo no seu caminho (Daniel 7:7).

Em seu auge, sob o imperador Trajano, o Império Romano abrangia a dada altura uma área de mais de 5 milhões de quilómetros quadrados e controlava uma população estimada em 70 milhões de pessoas, cerca de 21% da população mundial na época. 

Não só foi um dos maiores impérios da história, tanto em termos de extensão territorial quanto de influência cultural.

Este Império permaneceu por séculos, até que foi divido entre Constantinopla e Roma (Daniel 2:42), por Diocleciano, sendo posteriormente atacado por várias invasões bárbaras até que foi dividido em 10 reinos que formaram as grandes Nações da Europa, na figura dos 10 dedos de Barro de (Daniel 2:43).

 

Nesta Visão de Daniel, vemos a estrutura das Nações e o posicionamento geográfico sendo conduzido por Deus de modo a que o cenário geopolítico e a tensão actual seja nada mais do que a intenção de Deus planeada na História desde aqueles dias.

Cada Nação, sua cultura e posição face a Israel tem um propósito determinado por Deus para os dias do fim.

 

Na visão da Estátua, de Daniel, os metais que descrevem os Impérios, avançam em força tecnológica, do Ouro, à prata, cobre, ferro, mas diminuem em valor, para mostrar que o mundo vai andando de mal a pior, independentemente das suas conquistas, avanços e progresso. 

Somos como civilização moderna, mais bárbaros que nunca, com a única diferença de termos luxos tecnológicos avançados que os povos da antiguidade não tinham.

 

No Sonho do Rei, no tempo do Império Romano (o ferro como força bélica e militar) vemos surgir "um reino" que "não será jamais será destruído" (Daniel 2:44-45) e uma "Pedra" com poder para "esmiuçar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro". 

Isto é uma profecia acerca do Reino dos Céus (Mateus 10:7) e de Jesus a "pedra angular de esquina" (Isaías 28:16), trazendo a vitória e triunfando sobre todos os Seus inimigos (1 Coríntios 15:24-26).

 

Israel como povo Santo e a Igreja, não têm que temer as nações deste mundo e o seu poderio bélico e militar opressor, pois todos serão esmiuçados debaixo dos pés do Senhor Jesus em breve (Apocalipse 17:14) (Apocalipse 19:15-18).

Não interessa quantos mísseis o Irão possa lançar sobre Israel, pois seus desejos de genocídio contra a Nação Santa não prevalecerão.

 

Daniel então é fortalecido por Deus no meio dos seus inimigos, para ocupar um cargo de honra e poder, trabalhando para dar continuidade e clareza às profecias reveladas por Deus.

 

Focando especificamente sobre o Império Medo-Persa, que é o Irão moderno, vamos ver que o seu papel na história do povo Judeu ainda nos revela muito sobre os planos de Deus para os dias em que vivemos.

 

Daniel vê então os tempos proféticos desenrolarem-se ao longo da sua estadia de 70 anos naquela região da Babilónia, até ao tempo de Dário e Ciro, quando os Medo-Persas, colocam os olhos sobre aquela Nação para a invadir.

O dia profetizado chega, e aquela batalha não era somente uma batalha qualquer mas uma batalha comandada pela potente mão de Deus.

 

Para entendermos melhor a mão de Deus na direcção do destino daquela Nação e do povo Judeu ali captivo, temos de entender o que se passou mais tarde na corte do palácio da Babilónia, onde novamente Daniel é usado como instrumento de Deus.

Numa determinada noite o Rei Belsazar, filho de Nabucodonosor, decide dar um banquete (Daniel 5:1-2) e durante o evento pede aos seus servos para trazerem os vasos de ouro e prata trazidos por seu pai do Templo em Jerusalém, e bebe neles vinho em honra de deuses pagãos afrontando a Deus (Daniel 5:3-4) (Daniel 5:23).

 

Imediatamente O Senhor através de uma manifestação sobrenatural, coloca uma mão que escreve sobre a parede do palácio, à qual o rei vê em pânico, pedindo a todos os magos e astrólogos a interpretação do que havia sido escrito (Daniel 5:5-7). Daniel novamente é convocado para trazer clareza face aos acontecimentos, e em suas palavras, o rei é colocado na vergonha de não seguir os passos de seu pai de temer ao Deus dos céus, trazendo sobre si um juízo pior do que caiu sobre seu pai (Daniel 5:17:22).


A mensagem, "Mene, Mene, Tequel, Ufarsim" (Daniel 5:25), foi interpretada por Daniel como um julgamento divino contra o Rei e o seu reino (Daniel 5:26-28). 

"Mene" significava portanto "contado", indicando que os dias do reinado de Belsazar foram contados e estavam a chegar ao fim; "Tequel" significa "pesado", aludindo à ideia de que Belsazar tinha sido pesado na balança de Deus e considerado insuficiente; Por fim, "Ufarsim" significa "dividido", indicando que o reino seria dividido e entregue aos Medos e Persas.

Assim que estas palavras são proferidas por Daniel, a profecia começa a desenrolar-se, de modo que as Tropas Medo-Persas, haviam desviado as águas do Rio Eufrates, para entrarem na cidade secretamente pelo lado seco que lhes havia proporcionado passagem.

 

As portas da cidade haviam sido abertas por Deus (Isaías 45:1) de modo a que como diz o relato dos historiadores, a invasão das tropas Medo-persas, foi feita sem qualquer resistência, e naquela mesma noite, Belsazar foi morto, e a Babilónia foi tomada, ficando Daniel agora a servir debaixo dos reinados de Dario e Ciro (Daniel 6:28).

 

Assim como Deus usou José honrando-o na corte de Faraó no Egipto por meio da interpretação de sonhos (Génesis 41:38-44) agora usa Daniel com o mesmo propósito. 

 

O povo Judeu que durante 70 anos suportou o exílio debaixo do jugo da Babilónia, está agora prestes a receber do Senhor, a restituição da sua liberdade e da sua terra, pelas mãos de um povo pagão. 

Através de um decreto, sai a ordem para libertar o povo Judeu do captiveiro (Esdras 2:1), reconstruir o Templo em Jerusalém (Esdras 1:1-5) (Esdras 6:1-3) cumprindo assim a primeira parte da profecia de Daniel para os últimos dias (Daniel 9:24-25).

 

Deus iria então usar esta Nação, para abençoar Israel por meio de Ciro, o Rei Persa que O Senhor já havia prometido levantar para este mesmo fim, um Homem citado na Bíblia pelo nome, cerca de 150 anos antes de nascer conforme já vimos (Isaías 44:26-28) (Isaías 45:1-2). 

A precisão da História atesta para a credibilidade das Escrituras e do poder de Deus, de modo a que hoje possamos observar o Irão e sua arrogância genocida em relação a Israel, e descansar, que o Juízo de Deus em breve se cumprirá.

 

DE ALIADO A INIMIGO

 

No tempo da Babilónia, O Irão na figura do Império Persa, foi a primeira Nação a ajudar o povo Judeu a reconstruir sua cidade e Templo por decreto real; Uma iniciativa subsidiada (1 Esdras 1:6-11) e debaixo da protecção e supervisão Real (Esdras 6:7-12) (Esdras 7:7-14) (Neemias 2:18).

 

-Como é que uma Nação que reconhece Israel e o poder do Seu Deus, passa de aliado a Inimigo com a passagem dos séculos?

 

Voltando a Daniel, vemos que O Senhor revelou uma outra visão ainda mais terrível acerca do Irão, na figura da Pérsia.

Em (Daniel 7) ainda no reinado de Belsazar, rei de Babilónia (Daniel 7:1) Daniel recebe do Senhor uma visão em sonho, retratando 4 animais e suas características que representavam o plano de Deus no curso da História.

E diz: "Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande. E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar." (Daniel 7:2-3).

 

À semelhança da visão de Nabucodonosor e da Estátua ali descrita em (Daniel 2:31-33), Daniel recebe ele mesmo uma visão como representação simbólica dos impérios mundiais que surgiriam após o reino da Babilónia, com cada animal representando um reino específico em força e poder.
Na interpretação, o mar agitado representa o cenário mundial e a tensão entre as Nações; A referência aos 4 ventos, na bíblia sempre aponta para as coordenadas, Norte, Sul, Este e Oeste, como dos 4 cantos da terra, de modo a descrever a ideia de vindo de todos os lados.
O mar, então, frequentemente associado ao caos e à instabilidade na Bíblia, simboliza aqui, as Nações e seus conflitos.
As quatro bestas que emergiram do mar representam particularmente quatro reinos sucessivos que surgiriam na história, cada um com suas características distintas.

1- O Leão: Representa o reino da Babilónia. (Daniel 7:4)

A referência às "asas de águia" tratam do perfil de Nabucodonosor de se elevar a si mesmo diante de Deus (Daniel 4:30), até que Deus lhe "arranca as asas" na figura da "árvore derrubada" de (Daniel 4:10-14), humilhando-o de modo a que vivesse durante 7 anos como um animal (Daniel 4:33). 

O "levantar da Terra" e "pôr-se em pé como um homem"  para receber de novo "um coração humano" em (Daniel 7:4) trata então da restauração de Nabucodonosor após o tempo da humilhação (Daniel 4:16) (Daniel 4:36) operando assim a sua conversão ao Deus eterno (Daniel 4:37).

 

2- O Urso: Representa o reino Medo-Persa. (Daniel 7:5)

Este Urso com três costelas entre os dentes, simboliza os três principais reinos que a Pérsia conquistou: A Lídia (546 a.C.), Babilónia (539 a.C.) e o Egito (525 a.C.). 

A escolha do Urso como animal para representar esta Nação, trata de evidenciar a força e a ferocidade do Império Medo-Persa, nas conquistas destes reinos.

A referência de que o urso "se levantou de um lado" aponta para a Pérsia como o lado mais poderoso desta união com a Média, sua parceira inicial no império; A Média então seria inevitavelmente absorvida pela Pérsia, por meio de sua força e influência.

O "devorar muita carne" é uma óbvia referência ao perfil conquistador com que esta Nação durante o seu tempo de glória triunfava sobre seus inimigos. 

 

Em (Daniel 2:39) porém revela, que o Império Medo-Persa no início, enquanto estava dividido, era "inferior" à Babilónia em todos os sentidos, mas ainda assim prevalecendo sobre eles, por causa da determinação profética de Deus para esse mesmo fim; Por isso Daniel diz com ousadia: "Deus, O Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele" (Daniel 5:21). 

Com este Triunfo, a Pérsia seria um só império a partir daí, ganhando o perfil de "Urso" aumentando em poder com cada conquista sucessiva.

Deus já estava a preparar a Pérsia, para se tornar o "Irão moderno" reinando sobre as nações islâmicas inferiores da região ao redor de Israel.
 

3- O Leopardo: Representa o Império Greco-Macedónio. (Daniel 7:6)

Este animal, tinha "4 asas de ave nas suas costas" simbolizando velocidade e rapidez; Este Império, debaixo da liderança de Alexandre o Grande, em menos de uma década, se estendeu desde a Grécia até aos territórios da Índia, com uma celeridade e eficiência incomparáveis.

A rápida expansão territorial, também está associada ao facto de o leopardo ser um animal ágil de mobilidade e eficácia surpreendentes; Aliás o leopardo é considerado o felino com a melhor estratégia de caça e o que tem maior taxa de sucesso em suas caçadas.

As "4 cabeças" que lhe foram dadas, refere-se aos 4 governadores das "satrapias" ou "províncias" do Império (Seleuco, Lisímaco, Ptolemeu e Cassandro), nomeados para assumir o poder após a morte de Alexandre.

 

4- O Quarto animal: Uma fera terrível e poderosa, com dez chifres: representa o Império Romano. (Daniel 7:7)
A rapidez da conquista grega é substituída pela força brutal do império romano. 

Daniel vê a violência desta quarta besta em plena exibição, e descreve: "Tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava". Esta é uma descrição de absoluta destruição e aniquilação; Nada sobrevivia no caminho por onde passava. 

Daniel observa ainda, que o animal "era diferente de todos os animais que apareceram antes dele" aludindo para a ideia de que tanto a sua aparência quanto a sua forma de conquista eram inéditas. Os dentes de ferro e as garras de bronze parecem indicar com tecnicalidade, a dependência de Roma da engenharia e tecnologia metalúrgica para implementar e ostentar a sua supremacia militar.
Uma curiosidade a notar, é que Daniel não faz esforço algum para tentar compará-lo a um animal real ao contrário dos outros animais referidos: leão, urso e leopardo.

Este animal é descrito primeiramente pelos adjectivos "terrível", "espantoso" e "muito forte".
O Império Romano foi, de fato, diferente de todos os impérios anteriores, e seu legado e influência duram até hoje na constituição da Europa como um "Império moderno" de Nações Aliadas. 

 

O URSO É O IRÃO 

 

Voltando porém agora atrás um pouco novamente até ao Urso como figura da Pérsia, lembramos que a visão das 3 costelas trata da ferocidade com que ele devora (derrota) 3 Nações, a Lídia, a Babilónia, e o Egipto, debaixo da ordem que diz: "Levanta-te, devora muita carne". (Daniel 7:5).

 

Assim, mais tarde, debaixo da liderança de Cambises II, o Império Persa, após a Conquista da Lídia (546 a.C.) e Babilónia (539 a.C.), Invade e conquista o Egito (525 a.C.) com um grande exército formado por soldados de todos os povos que o compunham, na Batalha de Pelúsio, conquistando aquele país e extensão geográfica até partes da actual Líbia.

 

Mas estas visões tanto da Estátua (Daniel 2:31), como dos 4 animais (Daniel 7:3) que Daniel recebeu naqueles dias, ainda não estavam terminadas, pois uma outra visão mais tarde, no terceiro ano do Rei Belsazar, às margens do rio Ulai, traria mais revelações com uma clareza terrível para o melhor entendimento do plano de Deus para estas Nações (Daniel 8:1-2).

 

Nesta visão à beira do rio, Daniel é transportado para a região do Elão, o nome dado à civilização que ocupava o território a sul da mais tarde chamada Pérsia (o Irão actual) (Daniel 8:2) onde vê um "carneiro" com 2 chifres altos, mas "um era bem mais alto que o outro" (Daniel 8:3) como referência à Pérsia sendo mais poderosa do que a Média, tornando-se mais tarde a sede da liderança e governo do Império.

Convém lembrar que a razão porque a passagem especifica a região do "Elão", é no sentido de evidenciar historicamente que esta visão embora ocorra depois das outras, ela visa descrever o plano profético de Deus desde cedo, quando o Império Medo-Persa nem existia ainda.

 

O "carneiro" em evidência, dava "marradas para o ocidente" e "para o norte e para o sul" e "nenhum dos animais lhe podia resistir." (Daniel 8:4)

A interpretação esclarece que o carneiro é o império Medo-Persa (Daniel 8:20); e as marradas nas diversas direções, apontam para as conquistas que expandiram o Império; O ocidente fala da Região da Babilónia, o Iraque moderno a oeste do Irão; O norte dessa região, refere-se à região da Lídia, na actual Turquia, e a Sul, ao Egipto respectivamente.

 

Na visão profética, contra este carneiro, surge um "Bode" do "ocidente" que vinha "sobre a face de toda a terra, mas sem tocar no chão" e tinha "um chifre notável entre os olhos" (Daniel 8:5); A Própria passagem revela que este "Bode" era o "Rei da Grécia", e o "chifre" em questão trata do "primeiro Rei" desta Nação a entrar em conflito com o carneiro, que é obviamente ume referência directa a Alexandre O Grande e seu Império de crescimento veloz e imparável (Daniel 8:21). 

Este detalhe de "sem tocar no chão" está associado ao detalhe descritivo do "Leopardo com 4 asas de ave nas costas" descrito na outra visão profética em relação aos reinos em (Daniel 7:6).

A derrota do "carneiro" às mãos da força imparável do "Bode" (Daniel 8:6-7) aponta para o sucesso da batalha do Império Greco-Macedónio contra o Império Persa.

Mas antes que este Império caísse no curso da História, a Pérsia ainda reinou de tal modo que era no seu tempo a maior Nação da Terra e o centro da cultura e da Ciência, tornando-se eventualmente o centro da civilização Islâmica e sua grande fonte de influência.
Nos seus dias de esplendor o Império agora estendido desde a Índia à Etiópia, no tempo do Rei Assuero, (Ester 1:1) se estabelece na cidade de Susã, no coração da região do Elão.

Antes que as visões proféticas de Daniel, da Estátua, dos 4 animais, e do Bode e Carneiro se cumprirem na História ao longo de vários séculos, outro episódio marcante estava predestinado por Deus para acontecer no apogeu deste Império, entre a Nação de Israel, e o Império Persa (Iraniano).

A RAINHA ESTER DA PÉRSIA NO PLANO DE DEUS

 

Quando o Império Medo-Persa conquistou a Babilónia, à mão de Ciro o Grande, 4 reis se seguiram até ao reinado do Rei Assuero: 

1º) Cambises II: Filho de Ciro, o Grande, reinou após a morte do pai; 2º) Esmérdis (Bardiya): Irmão de Cambises II, que assumiu o trono após a morte de Cambises; 3º) Dario I: Um dos principais nobres persas, que derrubou Esmérdis e ascendeu ao trono. 4º) Xerxes I (Assuero): Filho de Dario I, conhecido na Bíblia como Assuero.

 

Nos tempos deste Rei, Deus opera um milagre inesperado, de colocar este poderoso Império nas mãos de uma mulher Judia, a Rainha Ester.

O Rei Assuero deu um banquete grandioso que durou 180 dias ou 6 meses (Ester 1:3-4) e no fim, convidou todo o povo que se achava na fortaleza da cidade de Susã para um outro banquete de 7 dias (Ester 1:5);

No meio da opulência e dos excessos típicos de uma festa daquela dimensão, o Rei Assuero manda vir a Rainha Vasti para exibi-la diante de seus convidados, porém, a rainha recusa humilhando-o diante de todos (Ester 1:12).

Indignado, e pedindo conselho aos seus sábios, e príncipes do reino, é tomada a decisão de substituir a rainha por outra mulher do Reino que se provasse "melhor do que ela" (Ester 1:19).

 

Segundo a ordem do Rei, "moças virgens e formosas" foram procuradas de todas as partes e enviadas à fortaleza de Susã para se prepararem para o efeito (Ester 2:2-3).

Um certo Homem chamado Mardoqueu tinha uma prima chamada "Hadassa" filha de seu tio (esta era Ester), a quem tinha tomado como filha (Ester 2:7); Divulgando-se o mandato do rei, juntamente com as moças, Ester também é enviada à casa do Rei.

Mardoqueu porém lhe pede que oculte a origem do seu povo, e sua parentela durante o período da sua purificação (Ester 2:10).

Então, durante 12 meses, que era o tempo da purificação das mulheres, na preparação para o Rei, Ester caía na graça de todos, e conduzida por Deus ali, foi sendo preparada para se destacar de entre todas, de acordo com o plano do Senhor para ela (Ester 2:12-15), até que finalmente apresentada ao Rei, é escolhida como Rainha (Ester 2:17).

 

Entretanto ali no secretismo da casa do Rei uma figura influenciada por Satanás se levanta contra o povo Judeu atentando por genocídio exterminá-los completamente do reino. 

Hamã, descendente de Agague rei dos Amalequitas (Ester 3:1), povo inimigo de Israel, incita então o Rei a dar ordem de extermínio do povo Judeu (Ester 3:6-10). 

Se repararmos bem, os amalequitas são descendentes de Esaú, por Amaleque seu neto (Génesis 36:12), provando mais uma vez, que desde bem cedo, que os inimigos de Israel se unem e se posicionam com o intuito de perseguir e matar aqueles que Deus elegeu, chamou e predestinou para a Glória.

Aliás, após o povo Judeu sair do Egipto no êxodo em direcção à Terra prometida, foram os Amalequitas os primeiros a atacá-los em Refidim (Êxodo 17:8-16).

 

Hamã então, havia ascendido à maior posição diante do rei Assuero, de modo que seu estatuto e honra eram motivo de orgulho e prepotência. 

Enquanto todos se prostravam diante de Hamã em sinal de reverência, Mardoqueu recusava-se a fazê-lo (Ester 3:2), incitando em Hamã a indignação e o furor (Ester 3:5); Hamã, sabendo que este era Judeu, em vez de dirigir sua vingança contra ele directamente, decide vingar-se contra todo o seu povo por vingança (Ester 3:6).

Para este fim, Hamã persuade o rei através de intriga, descrevendo o povo Judeu como perigoso, de modo a que o rei decretasse o seu genocídio, e lhe desse a ele o poder para executá-lo (Ester 3:8-13).

Havendo este decreto sido aprovado e selado pelo rei, é espalhado por todo o reino um despacho de divulgação da lei, para que em todas as províncias em determinado dia, fossem executados os Judeus desde o Homem, à Mulher e criança (Ester 3:13-14).

 

Mardoqueu ouvindo isto, faz saber a agora Rainha Ester, por meio de servos (Ester 4:4) (Ester 4:7) para que pudesse intervir a favor do seu povo (Ester 4:8).

 

Era costume que ninguém pudesse aparecer diante do rei sem ser chamado, e viver, a não ser que o rei lhe estendesse o ceptro em misericórdia, o que causava um problema, dado que o rei não chamava Ester à sua presença há mais de 30 dias (Ester 4:11).

Assim sendo, Ester teria de colocar sua vida em risco, dirigindo-se à presença do rei para intervir a favor do seu povo, pedindo assim a Mardoqueu para convocar um jejum colectivo entre todo o seu povo, para que jejuando ela e suas servas também, pudessem alcançar graça diante de Deus para ir segura diante do rei (Ester 4:15-16).

 

Mardoqueu entendeu bem que isto era o plano de Deus cumprindo-se na vida de Ester ao dizer: "quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?" (Ester 4:14)

 

Colocar a sua vida em risco diante do rei por amor do seu povo era o correcto a fazer diante de Deus, e assim Ele a abençoa e protege, de modo a que o rei ao vê-la lhe estende o ceptro para que ela possa pedir o que estiver no seu coração (Ester 5:1-3). 

Sempre podemos confiar que Deus nos livrará de toda a má obra, quando o inimigo nos quer impedir de servir e pelejar as causas de Deus na terra; Desta certeza também diz Paulo: "E O Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém." (2 Timóteo 4:18).

Quando Ester diz: "se perecer, pereci." (Ester 4:16) ela sabia exactamente que a nossa vida está nas mãos de Deus e não nas mãos de nenhum Homem; E sobretudo, à semelhança de Paulo, que nós estamos guardados por Ele para o Seu reino celestial, quando a nossa vida e serviço nesta terra chegar ao fim.

 

Israel está seguro nas mãos de Deus e nem satanás, nem Hamã, o Irão ou os terroristas que os servem têm algum poder para destruir o povo a quem Deus deu a Terra por herança.

 

Ester planeia 2 banquetes seguidos um do outro, para os quais o rei deveria convidar Hamã a comparecer e ao final do último banquete, Ester faria a revelação da sua petição ao rei, e assim sucedeu (Ester 5:4-8).

Entre estes 2 banquetes, Hamã, surge de novo na narrativa desprezando Mardoqueu, (Ester 5:9) e aqui um pormenor interessante é revelado acerca de Hamã e do carácter daqueles que são inimigos mortais de Israel.

Hamã enquanto se vangloriava do seu estatuto diante da sua família dizia: "Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do rei." (Ester 5:13).

O carácter dos inimigos actuais de Israel e principalmente do Irão como o áxis do mal naquela região, é idêntico ao de Hamã nos tempos da Pérsia e de Esaú de quem descendia.

A sua prosperidade e sucesso não lhe bastavam, enquanto seu coração estava em conflito com o bem estar de Mardoqueu. 

Os que são reprovados por Deus, logo passam a odiar aqueles que Deus aprova, seja por mero despeito, inveja, espírito de competição, mesquinhez ou simples incapacidade de aceitar que Deus ama, aprova e abençoa quem Ele quer (Romanos 9:13-15).

Isto foi o que aconteceu com Caim (Génesis 4:5), Ismael (Génesis 21:9), Esaú (Génesis 27:41) e agora com Hamã (Ester 3:5-6).

 

Actualmente a razão porque estas nações Islâmicas não aceitam nenhum acordo de paz com Israel, é porque seu interesse e desejo não são terras, ou qualquer outra coisa, senão o desejo de exterminar o povo Santo do mapa por causa de se sentirem afrontados pela superioridade com que a eleição de Deus os beneficiou. 

A mesma incapacidade que Esaú teve de aceitar que Jacó seria maior do que ele (Génesis 25:23) (Romanos 9:12) ainda hoje persiste na descendência dos povos Islâmicos, ou Ismaelitas, que vêm da linhagem de Ismael, e de Esaú. 

O origem do ódio a Israel está no resumo profético que Paulo faz aos Gálatas em detalhe, referindo a Aliança e a Herança que somente diz respeito àqueles a quem Deus elegeu (Gálatas 4:22-31).

Lembramos que o "Príncipe da Pérsia" (Daniel 10:13), que está por trás daquela Nação é um Demónio que serve o seu propósito no plano de Deus, até que se determine a sua queda.

 

Interessante é olharmos para o destino de Mardoqueu, na narrativa após esta reflexão da origem da inimizade que há entre os filhos de satanás com os filhos de Deus; Vemos então que não satisfeito com o bem estar de Mardoqueu, o amalequita Hamã seguindo o conselho de sua família, prepara uma forca para no último banquete pedir ao rei para enforcar Mardoqueu (Ester 5:14).

O Senhor Deus, porém, age sobrenaturalmente sobre o rei, para lhe trazer à lembrança Mardoqueu e como ele havia denunciado os capitães de guarda que planejaram atentar contra o rei no passado (Ester 6:1-3). 

Logo de seguida, Hamã surge no pátio, e é chamado diante do rei; Achando que o rei havia de o honrar a si, acaba determinando honra para Mardoqueu em conselho ao rei (Ester 6:5-11) deitando por terra seus planos de atentar contra ele.

Após a vergonha de honrar publicamente o homem que ele tanto odiava, volta para casa lamentando-se, e logo ali seus sábios e mulher lhe avisam, que seu estatuto está prestes a mudar (Ester 6:13); A queda de Hamã estava decretada por Deus como Juízo e seu fim estava a chegar.

 

Novamente Hamã é convocado ao segundo banquete (Ester 6:14), e ali após nova investida do rei sobre a petição, a rainha Ester revela que o decreto de extermínio do povo Judeu também se aplicava a ela (pois era Judia), e que o autor desta façanha era Hamã (Ester 7:3-6).

Em conclusão, a ira do rei se levanta contra este homem, de modo a que a forca que ele havia preparado, acaba ironicamente sendo o destino final daquele inimigo de Deus e do seu povo (Ester 7:9-10).

 

Deus tem um plano eterno para Israel e Seu povo, assim como para todos os Seus inimigos, e no tempo certo, todos os que se vangloriam na carne, oprimem os justos, estão contra Israel, perseguem os Santos, maquinam mal gratuitamente contra os que servem a Deus, estão pedindo Juízo por meio da ironia do destino.


Desde a primeira honra determinada pelo rei (Ester 6:10) que Mardoqueu passa a ocupar um lugar de destaque nos planos de Deus na vida de Ester e no controle do reino da Pérsia (Ester 8:2), sendo que ele era engrandecido na casa do rei a cada dia (Ester 8:15) (Ester 9:4).


Isto, porque era sabido que o decreto persa não podia ser contrariado (Ester 8:8), e já havia sido decretado a morte de todos os Judeus naquela data fixada por Hamã (Ester 3:13). 

O Senhor usa então Ester e Mardoqueu para se criar um novo decreto com o selo do rei, pelo qual os Judeus no reino recebessem o direito de defesa contra o ataque de quaisquer homens obedecendo ao decreto anterior (Ester 8:9-12).
 

Com este novo decreto, O Senhor muda o dia marcado para o genocídio do Seu povo, para um dia de triunfo e ascensão do povo Judeu no reino da Pérsia.

Num só dia, sem se aperceber o Império Persa havia se tornado uma fortaleza, um trono e um escudo para o povo de Deus (Ester 8:16-17) (Ester 9:1-4).

 

OS MAGOS DO ORIENTE 

 

Após este Milagre do Senhor de demonstrar Sua fidelidade ao proteger Seu povo e aniquilar Seus inimigos (Ester 7:10) (Ester 9:13-14), o Império persa é obscurecido ao longo do tempo na narrativa Bíblica, até ao tempo do Império Romano.

Mas o silêncio em relação à Nação da Pérsia não significa que havia desparecido para sempre da relevância bíblica, pois no tempo da chegada do Messias, ela emerge de novo na figura dos célebres Magos que vinham do Oriente (região da Pérsia) para honrar o nascimento de Jesus (Mateus 2:1-2)

 

"Magos" ou "Magoi" ou "Magi" vem do termo persa "Magus" (Homens de grande poder); Considerados "Homens sábios" ou "Consultores dos Astros" (também descritos como "Intérpretes de Sonhos" em registos antigos) Descritos por Heródoto (Historiador Grego) como uma espécie de casta sacerdotal do oriente, possivelmente, crentes no Deus de Israel difundido naquela região quando o povo Judeu esteve exilado na Babilónia.

 

Pensa-se que Daniel pode ter escrito suas profecias e registos que deram origem posteriormente ao Livro de Daniel quando ainda estava captivo naquela região.

Alguns destes textos podem ter sido influência naquele lugar pois foram escritos em aramaico que era a língua comum da época (Daniel 2:4); Lembramos que Daniel não se limitou a interpretar sonhos, mas foi-lhe dada revelação profética adicional sobre a vinda do Messias e do fim dos tempos em (Daniel 9:23-27).Isto leva-nos a pensar sobre o poder metódico de Deus levar Sua Palavra de forma inusitada aonde for, tal é o poder do testemunho pela Fé.

Daniel pode bem ter sido o agente que levou séculos mais tarde os Magos Persas até Jesus.

 

Se estes Magos sabiam da profecia de Daniel acerca da chegada do Messias em (Daniel 9:25) seria apenas normal que pudessem prever o nascimento do Senhor Jesus com a mesma exactidão.

Isto porque Daniel, referia o tempo matematicamente descrito como: "desde saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, O Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas";

 

Estes 3 Homens Persas foram os primeiros por meio das suas "oferendas", a reconhecer em Jesus o Seu "estatuto de Rei" (na figura do ouro), Sua "natureza Divina" (na figura do Incenso), e Seu "papel de Redentor por meio da morte sacrificial na cruz" (na figura da Mirra).

 

Nada disto foi fruto do acaso, mas da mão de Deus guiando a História por meio da profecia e seu cumprimento diante de um mundo incrédulo.

A mesma Nação que havia libertado o povo Judeu do captiveiro, e restaurado sua cidade e Templo, é agora a primeira a honrar o Seu Salvador.


Triste saber, que após vários Milénios de História, do povo Persa ser usado por Deus para o reconhecimento da Sua autoridade sobre aquela região e sobre aquele povo particular, hoje, a Nação do Irão esteja esquecida do seu papel na História, e como a potente mão de Deus os guiou de modo a colocar o povo Judeu e Sua obra diante do Mundo.

 

Mas a história da Pérsia, não acaba ali em Belém por meio dos Magos, pois desde o princípio da História do povo Judeu ainda em Abraão, vemos que Deus teceu a envolvência destas duas Nações em profecia.

Assim como Deus determinou o princípio da existência do povo Persa, e da Nação do Irão como instrumento de redenção do Seu povo, também vemos que há um papel tenebroso na profecia futura para esta Nação, e seu destino final por meio do profeta Ezequiel.

 

GOGUE E MAGOGUE

 

Numa das visões mais aterradoras do Antigo testamento, a guerra de Gogue e Magogue descreve o cenário do fim dos tempos, e do conflito final contra a Nação de Israel debaixo da protecção do Senhor (Ezequiel 38) e (Ezequiel 39).

 

O profeta Ezequiel segundo as revelações proféticas que lhe foram dadas, descreve uma coalizão de Nações unidas nos últimos dias contra Israel de entre as quais o Irão está incluído (Ezequiel 38:15-16).

 

Na profecia desta guerra dos últimos dias, é feita uma ordem de vingança em tom de ameaça ao Líder dessa Guerra, e contra todos os que estão aliados a ele, unidos pelo ódio ao povo santo de Deus (Ezequiel 38:1-6).

A Pérsia é a primeira Nação citada dentro dos aliados de Gogue (Ezequiel 38:5) revelando que o Irão está nos planos de Deus até aos últimos dias quando será destruído juntamente com todas as nações inimigas às mãos do Próprio Senhor Jesus (Apocalipse 20:8-9).

 

-Mas o que é que O Irão tem em comum com todas as outras Nações de Gogue e Magogue?

A resposta é - A rebelião contra O Senhor e o desejo de combater a autoridade de Deus manifestada no povo que Ele distinguiu entre as Nações da terra! (Salmo 2)

 

Entre as Nações Aliadas encontramos na descrição "Gogue e Magogue" o que se interpreta como a (Rússia), o "povo Cita", o povo indo-Europeu que deu origem aos Cossacos, e aos Mongóis, que povoaram e dominaram as regiões do norte da Europa desde a região da Ucrânia até à fronteira com a China, e o Líder desta Nação, aliada a outras Nações da Ásia Menor, que se entendem pela referência ao nome de "Meseque" e "Tubal" ambos também descendentes de Noé que se situaram nas regiões ao redor do Mar negro, (Turquia, Geórgia e Azerbaijão, até um pouco a norte aos limites da Ucrânia); Curioso que a parte leste da Ucrânia (Kharkiv, Donetsk, e Luhansk) que está actualmente em Guerra e foi invadida pela Rússia, é exactamente a região limite mais a norte até onde presumidamente se estenderam os descendentes de Noé segundo algumas inscrições assírias.

Dos restante aliados, encontramos os "Persas" referindo-se ao (Irão), os "Etíopes" ou "Cuxe" (fala da região da Etiópia e Sudão actual), "Pute" (região antiga da Líbia à Argélia), "Gômer" (Região a Noroeste do Mar Negro, abrangendo o território da Ucrânia), e por fim a "Casa de Togarma" que representa a (Turquia do mar Negro até à região do mar Cáspio).

Segundo o versículo de (Ezequiel 38:7), "Gogue e Magogue" (A Rússia) serão maiores do que todos os seus aliados reunidos a ele, sendo que eles farão a investida, dando guarda ou protecção militar a todos os que os seguem para a batalha. De todas as Nações descritas nesta guerra, claramente a Rússia detém unicamente essa posição e poder militar.

 

Esta Batalha específica começa pela iniciativa directa da Rússia, e não do Irão ou qualquer outra Nação, portanto, é sempre prudente analisar os eventos actuais à luz desta informação.

Em Ezequiel 38 e 39 o termo "Gogue", não se trata somente de descrever um Líder e Nação debaixo da mira de Deus, mas o termo em si, quando refere "Eis que Eu sou contra ti, ó Gogue" (Ezequiel 38:3) é usado também como um título, para descrever um elemento de poder e autoridade, como os termos "César", e "Faraó" são usados para referir a autoridade de um Império, centrados na supremacia de um Homem.

 

-Tendo em conta então que esta profecia se trata de uma coligação de Países do Norte contra Israel, a acontecer nos últimos dias, quando é que isto deverá acontecer?

 

Porque há uma referência directa a "Gogue e Magogue" em (Apocalipse 20:8) há que diferenciar o evento descrito em Ezequiel 38 e 39 e o evento no final do Milénio que leva o mesmo nome, pois são 2 profecias distintas, embora estejam interligadas simbolicamente no que diz respeito ao intento de união em oposição a Deus e ao Seu povo. 

No final do Reino Milenar, debaixo da influência de Satanás, as Nações do Milénio se ajuntarão contra O Senhor e Seu reinado a partir da Jerusalém eterna numa coligação mundial, daí o termo "Gogue e Magogue" aplicado metaforicamente, aludindo ao mesmo espírito de união pré-Milénio, com o mesmo intento que Ezequiel descreve, contudo são 2 momentos distintos a considerar.

 

Um dos elementos que ajuda a distinguir os 2 momentos, é o facto de em (Apocalipse 20:8) se referir à União das "Nações dos 4 cantos da Terra" e não somente aos "povos do extremo Norte" descritos por Ezequiel (Ezequiel 38:15). 

Um evento reunirá as Nações enunciadas de (Ezequiel 38:2-6), e o outro evento, literalmente Todas as Nações dos 4 cantos da Terra.

O evento de Apocalipse 20 chamado de "Gogue e Magogue" trata de uma Guerra Global contra O Senhor Deus e o Seu povo, motivada por Satanás como cabeça de Guerra (Apocalipse 20:7-8) e isto acontece no final do Reino de 1000 anos implementado pelo Senhor Jesus após a Guerra do Armagedão (a última guerra investida pelo Anticristo) paralela à manifestação gloriosa do Senhor Jesus nos céus em (Apocalipse 19:19). 

Estes são os últimos 2 eventos de confronto em grande escala que a Bíblia descreve.

 

A guerra de "Gogue e Magogue", descrita por Ezequiel, é um pouco difícil de precisar com absolutismo, dada a limitação das informações disponíveis, e a aparente referência do mesmo nome no final do Milénio, porém, com o auxílio das informações disponíveis, e o corrente curso dos eventos Mundiais, presume-se que este evento, aconteça no momento mais propício, algures perto do fim da primeira metade da Tribulação, durante o período de "paz e segurança" (1 Tessalonicenses 5:3) promovido pelo Anticristo e sua Aliança (Daniel 9:27) que terá dias contados. Este é o momento durante o período da Tribulação em que é mais fácil conciliar todas as informações em perfeita sintonia, dando coerência à interpretação e ordenação de todos os eventos descritos.

 

Nós vemos então como Daniel descreve, que a Aliança do Anticristo será cortada exactamente na metade dos 7 anos, no fim dos primeiros 3.5 anos. 

Então a Guerra de Gogue e Magogue tem de acontecer até então, e perto desta data, pois a Guerra igualmente tirará a paz de Israel, portanto os 2 eventos têm de coincidir em datas próximas para que ambas as declarações tenham sintonia uma com a outra.

Convém salientar desde já, que esta guerra está dividida em dois momentos, começando na invasão de Israel perto do fim da primeira metade da Tribulação, sem confronto directo com O Senhor, de modo a que Israel seja moído durante a segunda parte da Tribulação, e a segunda parte no fim deste período, no confronto directo com O Senhor Jesus antes de se dar a Guerra do Armagedão.

 

- Que informações então podem corroborar esta visão temporal para o surgimento e desenvolvimento desta guerra? 

 

A Bíblia declara que a "cidade santa será pisada por 42 meses" conforme João descreve em (Apocalipse 11:2) o que equivale a 3.5 anos, ou metade do tempo da Tribulação dos 7 anos, exactamente o tempo que Israel fugirá para o deserto por 1260 dias (Apocalipse 12:6). 

Porém, se o início da Tribulação é um período de Paz implementado pelo acordo do Anticristo, a cidade só pode ser pisada nos últimos 3.5 anos para haver coerência com as afirmações bíblicas. 

O próprio termo grego para "pisar" (patéō), refere-se a: atropelar ou espezinhar; andar com soberba sobre a cidade; profanar a cidade com devastação e furor; Isto nos indica que haverá já aí uma ausência de paz em Israel, e em seu lugar haverá afronta aberta e opressão instalada que serão comuns à segunda parte do reinado do Anticristo.

 

Há então factores que estão associados e não podem ser comprometidos na interpretação dos textos:

  • -A Tribulação só começa quando a Igreja -O Corpo de Cristo- é retirado do Meio, pelo evento do arrebatamento (2 Tessalonicenses 2:6-7).

  • -A Tribulação é o evento que traz a "revelação do Anticristo" (2 Tessalonicenses 2:8) no cenário Mundial para a Aliança de Paz com Israel ser implementada por 7 anos, que é o tempo total da Tribulação (Daniel 9:27).

  • -Israel tem de estar "em Paz" para que a Guerra de Gogue e Magogue aconteça (Ezequiel 38:8-11), e a paz necessária só virá com o Anticristo, pois já estamos a ver nos eventos regionais e no cenário Mundial que Israel não terá paz até então, dado o crescimento explosivo do Antissemitismo.

  • -O Anticristo quebra a Aliança de Paz a meio do período dos 7 anos, dado que não haverá mais paz a partir daí, e a profecia diz que "até ao fim haverá guerra" (Daniel 9:26); Assim sendo, a paz que será quebrada pela Guerra de Gogue e Magogue tem de ser na primeira parte da Tribulação, mas perto da metade desse período, para coincidir com a mudança do Anticristo de pacificar a assolador, permitindo que a cidade santa seja de facto pisada pela Nações invasoras (Lucas 21:24) no período inteiro da segunda metade da tribulação (Apocalipse 11:2).

Nós sabemos que a Guerra tem de acontecer no período de Paz e segurança (Ezequiel 38:8-11) em que Israel estará vivendo uma falsa sensação de protecção contra os seus inimigos. 

A ideia de Israel no texto ser descrito como "a Terra que se recuperou da espada" (Ezequiel 38:8) trata de representar Israel finalmente vivendo em Paz depois de um longo período de conflito; As expressões seguintes reforçam esta ideia falando de "Terra de aldeias não muradas" onde as pessoas "estão em repouso e habitam seguros sem muro nem ferrolhos nas portas" (Ezequiel 38:8-11).

Claramente isto não trata dos dias actuais, nem tampouco de dias próximos, pois Israel está "debaixo de espada" permanentemente por causa do antissemitismo em voga. Porém, com a chegada do Anticristo e seu acordo, Israel verá finalmente uma aparente paz, em contraste com a constante tensão que tem experimentado nos últimos anos.

Por causa disto, não se pode colocar a Guerra de Gogue e Magogue pelo menos antes da Tribulação acontecer, pois Israel não estará seguro em momento nenhum até que isto aconteça. Nem se pode colocar no início da Tribulação, pois esta guerra "tirará a paz de Israel", que sabemos que irá durar praticamente a totalidade da primeira metade dos 7 anos, coincidindo com a inversão do perfil do Anticristo, pois ambos os eventos estão associados ao fim da Paz com Israel e o povo Judeu no período da Tribulação.

 

Este primeiro tempo de paz que inicia a Tribulação, debaixo da Liderança do Anticristo, é o tempo em que as Nações inimigas de Israel, debaixo do acordo estarão reprimindo seu ódio, até que o "mau desígnio do seu coração" (Ezequiel 38:10) dê lugar à coligação unida de Gogue e Magogue.

 

Nós vemos que (1 Tessalonicenses 4:16-17) descreve o arrebatamento que dará início à Tribulação; Logo no capítulo seguinte é feita a tal referência à "paz e segurança" (1 Tessalonicenses 5:3) que trará repentina destruição seguida à "vinda do Senhor como um Ladrão" (1 Tessalonicenses 5:2).

Isto tudo indica, que a vinda do Senhor para buscar a Igreja, dará verdadeira segurança e protecção aos que saem da Terra para encontrar O Senhor nos ares, porém entretanto, todos os que ficam, estarão debaixo da uma falsa segurança, que rapidamente lhes trará destruição, na figura da Tribulação e todas as adversidades que ela trará, incluindo a invasão inevitável de Gogue e Magogue no fim da primeira metade.

 

Este é o conflito que fará com que a cidade Santa seja pisada pelas Nações até ao fim, à volta do Senhor Jesus; O Anticristo convém lembrar, que não só é "o messias" esperado dos judeus que rejeitaram a Jesus, mas é igualmente "o Mahdi", dos Muçulmanos, o último Íman que vem para "pisar Israel"; Isto não é uma coincidência.

Basta lembrar que a Tribulação é associada ao pisar o trigo com a placa do "Tribulum", servindo o propósito de moer e esmagar a dureza do povo Judeu em relação a Jesus, para se entender que a "cidade sendo pisada" pressupõe também "o povo sendo pisado".

A conversão de Israel é alcançada sobretudo através desta invasão e vergonha pública por seus inimigos, e depois do martírio e perseguição do Anticristo, por isso não podemos pensar na vitória do Senhor e de Israel, antes que a sua conversão aconteça e que os castigos do Senhor ao Seu povo cumpram o seu papel profético.

 

Convém sempre lembrar que, como as passagens não são verdadeiramente explícitas em todas as declarações, nós precisamos meditar e interpretar os textos com fidelidade e rigor para tentar encontrar a revelação. Claro que nossas conjeturas são colocadas em humildade perante as Escrituras de modo a que fique claro, que as escrituras não erram, porém, nós podemos errar na forma de interpretar e ler as passagens.

 

Assim sendo, vamos analisar algumas revelações que as escrituras nos deixam para interpretação.

 

Uma declaração no final do Livro de Daniel, tem sido desprezada por muitos comentadores e estudiosos dado que aparentemente não é abertamente explícita acerca do que se trata, mas que pode dar-nos um entendimento mais claro acerca do estado da provação profética dada ao povo de Daniel.

No Livro de Daniel no último capítulo, bem no fim da passagem lemos a seguinte declaração: "Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias." (Daniel 12:12); De seguida termina o Livro dizendo: "Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias." (Daniel 12:13).

 

Se segundo Daniel, suportar o tempo de 1335 dias é considerado uma bem-aventurança, significa, que este será o tempo específico em que a paz do Anticristo e seu acordo, será cortada no tempo da tribulação. Os termos "espera" (HAMËCHAKEH) fala de: esperar com demora, ou ansiar que um tempo termine; e "chega" (VËYAGYA) de: Alcançar um destino, ou referindo-se ao tempo, de ver o fim se aproximar; Isto refere-se ao tempo da provação e adversidade que Israel passará assim que a "paz temporária" trouxer a "iminente destruição" descrita em (1 Tessalonicenses 5:3). 

Convém lembrar então, que esta contagem, começa então 75 dias antes da segunda metade da tribulação de 1260 dias começar para que se cumpram então os 1335 dias proféticos (1260+75=1335)

Para se entender bem estes 1335 dias, convém primeiro atentar sobre a contagem de dias, usados para descrever a tribulação por metades, pois estão associados debaixo da profecia. 

A tribulação é um período total de 7 anos que é dividido em 2 partes de 3.5 anos (3.5+3.5=7); 3 expressões são usadas para descrever cada uma das metades da tribulação de 3.5 anos, e os termos usados são, ou: "42 meses" (12+12+12+6 = 42) (Apocalipse 11:2) (Apocalipse 13:5); ou "1260 dias" (12x30x3+6x30 = 1260) (Apocalipse 11:3) (Apocalipse 12:6); ou "Tempo e tempos e metade de um tempo" (Apocalipse 12:14) (Daniel 7:25) (1 tempo = 1 ano + tempos = 2 anos + metade de um tempo = meio ano =3 anos e meio).

 

Isto porque a divisão da Tribulação em 2 metades, tem a sua utilidade prática na interpretação dos eventos dos últimos dias, para que saibamos distinguir os momentos, e a sequência cronológica das profecias reveladas.

A forma distinta de se referir a cada uma das metades, por termos diferentes, serve também para associação dos textos no contexto correcto.


Claramente que o capítulo 12 de Daniel trata do fim dos dias, e do tempo da Tribulação até ao dia da volta do Senhor, do Juízo, e da Instauração do Milénio.

O versículo de (Daniel 12:13) terminando a revelação, então, trata do "descanso" que é o "repouso do Senhor" descrito em Hebreus (Hebreus 4:1-11) e da "Herança" que é "a possessão da Terra no Reino milenar" (Mateus 25:34).

-Mas do que trata o versículo anterior marcando um período de tempo de 1335 dias?

 

Em (Daniel 12:11) fala de 1290 dias, como o tempo contado desde que o Anticristo "retirar o sacrifício contínuo e posta a abominação desoladora"; que sabemos ser na "metade da semana", algures na passagem dos primeiros 3.5 anos para os últimos 3.5 anos (Daniel 9:27); Nós sabemos que a Tribulação de 7 anos, está dividida em 2 metades de 3.5 anos, ou de 1260 dias cada (Apocalipse 11:3) (Apocalipse 12:6); Então se cada metade da tribulação tem 1260 dias, e a data da retirada do sacrifício contínuo começa de modo a contar até ao fim 1290 dias, nós temos exactamente 30 dias de diferença (1 mês Judaico) antes da contagem da segunda metade, que convém atentar.

Assim sendo, precisamente 30 dias antes do meio ou metade da Tribulação, o Anticristo profanará o templo, e durante esses 30 dias, haverá tensão entre os Judeus sobre como agir face a essa situação; Após esse período, eles atentarão contra a vida do Anticristo, em que será "ferido de morte" e "revivido" aparentemente (Apocalipse 13:3), sendo esse o momento em que ele é possuído por Satanás (Apocalipse 12:9-13), dando início à segunda fase da Tribulação, agora com o perfil de "Assolador" (Daniel 9:27) perseguindo o povo Judeu "até à consumação" ou seja, até à vinda do Senhor Jesus. 

Então, a partir daí, O Senhor dará "asas de águia" ao seu povo para fugir para o deserto exactamente por 1260 dias, que é o tempo preciso daí até ao fim da Tribulação (Apocalipse 12:14).

 

A referência aos 1335 dias que trata exactamente de 3.5 anos + 2.5 meses (1260+75=1335) pode ser a clara e precisa declaração do período em que começa a iniciativa da coligação de Gogue de invadir Israel.

Isto porque muito provavelmente, 2 meses e meio antes da metade da semana profética de Daniel, seja a data da primeira investida aberta da Coligação de Gogue e Magogue contra Israel e a Aliança do Anticristo que os protege.

Pode começar com a afluência de Tropas militares na região, pequenos conflitos regionais, tomada de reféns, com ameaças públicas nos órgãos de comunicação social, com ataques políticos à aliança e acordo e seus estatutos de privilégio ao povo judeu, e ainda, com pressão directa sobre a autoridade do Anticristo a favor de Israel, apelando ao papel que ele como Mahdi do povo muçulmano tem de defender os seus interesses.

 

Isto pode ser o que fará com que então, 30 dias antes da metade da tribulação, após 45 dias das investidas de Gogue, (75-30 = 45) o Anticristo decida provocar Israel de modo a criar o conflito necessário para quebrar a Aliança, e colocar-se a favor das Nações árabes debaixo da coligação de Gogue, profanando assim o Templo (2 Tessalonicenses 2:4) cessando os sacrifícios (Daniel 9:27) e revelando ao povo Judeu o seu verdadeiro carácter, para que atentem contra sua vida, e ele opera a sua falsa ressurreição exactamente na metade da semana conforme Daniel profetiza. 

Ao cessar os sacrifícios começam os 1290 dias de contagem até ao fim, sendo que 30 dias depois no evento da sua suposta ressurreição, se iniciem os últimos 1260 dias ou a última metade do período de 7 anos também chamado de "a grande tribulação". 

Os 1335 dias, começam a contar, desde a primeira investida de Gogue contra Israel, 75 dias antes ou 2.5 meses, para que se cumpram os 1335 dias dado que a invasão completa de Israel por Gogue acontecerá muito provavelmente durante o ataque dos Judeus ao Anticristo, e o caos político que isso causará no governo Mundial.

Não é à toa que os princípios do perfil de Assolador do Anticristo na segunda metade da tribulação, descrevam esse período como uma espécie de califado à escala Mundial.

 

-Para haver um califado é preciso o quê? 

- Um íman comum a todos; árabes fanáticos; a religião muçulmana; e a Lei sharia.

 

Gogue e Magogue levará as nações árabes até à região para pisarem a cidade Santa; O Anticristo como o Íman esperado dos muçulmanos já estará em Israel agindo como o enviado de Deus, a religião muçulmana já estará nesses dias espalhada pelo ocidente graças à imigração desenfreada, o que levará por fim, à implementação da Lei Sharia, quando o governo mundial do Anticristo assumir a preferência do absolutismo Islâmico como a verdadeira religião, ousando reverter a Aliança Abraâmica de Isaque o Eleito, para uma Aliança profana com Ismael que Deus rejeitou.

O CRONOGRAMA DE EZEQUIEL 38

 

Convém lembrar, que o capítulo 38 de Ezequiel é um capítulo abrangente, que descreve logo resumidamente todo o período da Guerra de Gogue e Magogue, ou seja do período da Invasão, ao período do confronto final com O Senhor que o capítulo 39 trata. 

O capítulo 39 por fim, dedica-se a focar nos detalhes desse confronto, desde a execução imediata do conflito até ao período posterior que dá início ao Milénio.

 

O Capítulo 38 é estruturado por partes, do seguinte modo: 

Em (Ezequiel 38:1-7) trata de Deus identificar profeticamente um grupo ou coligação de Nações que virão até Israel em regime de guerra nos últimos dias; 

Em (Ezequiel 38:8-17) trata de Deus manifestar Seu desígnio de usar estas Nações para trazer sobre Israel juízo, para operar a sua conversão à força, e ao mesmo tempo de trazer sobre as Nações usadas, a vingança sobre seus inimigos, manifestando neles a Sua Glória.

Em (Ezequiel 38:18-23) é descrito então o juízo, ira e furor despejado sobre os invasores, em testemunho a todas as outras Nações do Poder e Glória de Deus.

 

Algumas informações particulares a evidenciar:

 

"Eis que eu sou contra ti, ó Gogue" (Ezequiel 38:3) - Sabendo que Gogue trata de referir a Rússia e seu Líder, vemos que o furor de Deus está directamente dirigido a ele, embora sejam muitas as Nações que vêm com ele contra Israel. 

Isto porque todas as Nações que o acompanham, são nações consideradas pequenas em poder bélico, militar e em recursos, sendo então a Rússia particularmente que os apoia, como refere a expressão "e serve-lhes tu de guarda" (Ezequiel 38:7).

No fim dos dias, a Rússia tomará então decisões de apoiar e armar os inimigos de Israel, como o Irão, a Turquia e a Síria, incentivando as suas investidas cada vez mais ousadas contra o povo Judeu; Por isso, ele se torna o alvo principal do furor de Deus.

"Depois de muitos dias serás visitado" e "no fim dos anos" (Ezequiel 38:8) e "nos últimos dias" (Ezequiel 38:16) - refere-se já ao tempo da Tribulação, pois essas expressões, tratam sempre de evidenciar este período particular. Assim sendo, ainda que se vejam as evidências de Gogue e Magogue nos eventos geopolíticos mundiais, não podemos falar que Gogue e Magogue começa, antes do Arrebatamento acontecer, e o alinhamento profético que traz a paz do Anticristo seja implementado.

"subirão palavras no teu coração, e maquinarás um mau desígnio" (Ezequiel 38:10) - Já é evidente que Israel tem supremacia militar em relação aos povos árabes que o rodeiam debaixo do apoio militar Russo; A Rússia apoia o Irão e as Nações árabes inimigas de Israel, porque precisa de parceiros no braço de ferro internacional com a União europeia e os Estados Unidos, mas ao fazê-lo, sempre que Israel prevalece contra eles militarmente, é o poder militar russo que é posto em causa. 

A tensão entre Israel e a Rússia já tem vindo a escalar, desde que é sabido que eles apoiam o Irão, e através deles, todos os terroristas. Quando a Paz for instalada pelo Anticristo, essa tensão reprimida não irá desaparecer, mas aumentar no silêncio da frustração, até que Deus suscite no coração deles o desejo de vir contra Israel abertamente, como fez exactamente com Faraó "endurecendo o seu coração" para perseguir o povo Judeu até ao Mar vermelho, sendo ali derrotado (Êxodo 14:4). 

Da mesma forma então como Deus usou a Babilónia para invadir Jerusalém e punir o povo Judeu, tendo depois a "visitado" com juízo (Jeremias 25:12) e restaurado Seu povo (Jeremias 27:22), assim fará com Gogue e Magogue, permitindo sua invasão para moer o povo Judeu, "visitando-o" na altura certa (Ezequiel 38:8) com Juízo e destruição, resgatando novamente e permanentemente o Seu povo (Ezequiel 39:25-29).

O termo "visitar" (TIPÅQED) aqui, trata de: comparecer diante de alguém para acerto de contas; ir ao encontro para pedir satisfações e aplicar juízo.

"Te farei voltar" (Ezequiel 38:4) (Ezequiel 39:2) é uma expressão interessante pois pode ser traduzida com 2 sentidos particulares, sendo que um refere-se a "voltar-se" como "virar o rosto para", e o outro sentido, é literalmente "retornar" ou "trazer de volta"; Esta última foi a tradução preferida, por ser a tradução mais comum para o uso do termo (VËSHOVAVËTYKHA); Se realmente o sentido original do termo aqui é "fazer voltar", então isto pressupõe que de alguma forma, estas Nações já haviam estado em Israel anteriormente, o que pode bem ser a razão porque Deus os trás de volta para se vingar deles. Falaremos um pouco mais sobre esta informação no seguimento do resumo cronológico deste capítulo.

"Os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra" (Ezequiel 38:20) - No momento do confronto directo entre Deus e esta coligação de Nações, haverá certamente um grande terremoto, pois a descrição relata a destruição geológica das estruturas que compõe a geografia da região. 

Isto está de acordo com outras revelações proféticas que descrevem também eventos dos finais dos tempos como o terremoto da abertura do 6º Selo (Apocalipse 6:12); na ressurreição das duas testemunhas (Apocalipse 11:13), no evento do Armagedão (Apocalipse 16:18-19) ou ainda no momento da vinda pública do Senhor Jesus (Zacarias 14:4).

"Não és tu aquele de quem Eu disse nos dias antigos que te traria contra eles" (Ezequiel 38:17) - Estes dias referem-se aos tempos dos profetas em que já havia sido profetizado também o desejo de Deus trazer esses povos diante de Israel para juízo conforme Jeremias parece indicar no mesmo tom (Jeremias 30:23-24); O Profeta Joel particularmente faz umas descrições bem detalhadas a respeito nas passagens de (Joel 2:20-21) e (Joel 3:1-21), quando se refere ao "Vale de Jeosafá" ou "vale da decisão" como lugares onde acontecerá este confronto, onde O Senhor "visitará a maldade" conforme o relato de Isaías (Isaías 13:11-13).

 

O CRONOGRAMA DE EZEQUIEL 39

 

O Capítulo 39 é estruturado por partes, do seguinte modo: 

 

Em (Ezequiel 39:1-5) trata de identificar novamente o objecto da indignação de Deus, na figura de Gogue, e revelar o desejo de atrair este inimigo do Seu povo, até aos montes de Israel para o destruir; A semelhança com os elementos descritivos do início de Ezequiel 38 é o reforço do plano de Deus, do desígnio profético incontornável desse encontro que está reservado para os últimos dias. Aqui porém, trata já mais directamente da consequência da vinda de Gogue até à região de Israel, e do momento do confronto. 

Em Ezequiel 38, o momento trata principalmente da deslocação e subsequente invasão destes povos às Terras de Israel, e do apropriar das suas terras e bens temporariamente, e em Ezequiel 39, trata já da consequência final após esta afronta tiver acontecido. A leitura dos textos pode parecer que são momentos seguidos no imediatismo dos eventos, porém isto não acontece num curto espaço de tempo como nos parece numa primeira leitura.

Em (Ezequiel 39:6-16) trata de revelar o rigor do Juízo de Deus sobre esses inimigos ali às portas de Israel e a magnitude desse confronto marcando drasticamente a região durante um período de 7 meses a 7 anos.

Em (Ezequiel 39:17-21) vemos então a visão da derrota dos inimigos, e o exemplo que é feito da carnificina ali para todas as Nações da Terra verem o poder e autoridade da Glória de Deus na protecção do Seu povo.

Em (Ezequiel 39:18-29) é descrito então o início do Período do Milénio debaixo desse exemplo de supremacia Divina, não só para as Nações gentias, mas para o próprio povo Judeu que até então não tinham confiado no Senhor conforme deviam.

 

Algumas informações particulares a evidenciar:

 

"Eis que eu sou contra ti, ó Gogue" (Ezequiel 39:1) - A repetição desta declaração de guerra, serve o propósito de reforçar que desde o período do capítulo 38 perto do meio da Tribulação que descreve a invasão da região de Israel por estas Nações, até ao período do capítulo 39, agora no final da Tribulação, que O Senhor Deus está contra Gogue, da mesma forma como estava contra Faraó desde o princípio (Êxodo 7:3) quando este afrontava o Seu povo no Egipto, e Sua ira e indignação permitiram a opressão temporária deles, até o tempo em que Faraó também foi "visitado" segundo os desígnios do Senhor (Êxodo 15:3-13). 

Deus permitirá a invasão de Israel, e sua cidade sendo pisada pelas Nações para a finalidade da conversão do Seu povo, mas isso, enquanto Sua ira cresce para ser eventualmente despejada sobre Seus inimigos, como Paulo refere a "paciência para suportar os vasos da ira" em (Romanos 9:22) enquanto igualmente lida com graça sobre os "vasos da Sua misericórdia" dando-lhes a vitória no fim (Romanos 9:23). 

"Te farei voltar" (VËSHOVAVËTYKHA) (Ezequiel 39:2) repete-se aqui, como aparece em (Ezequiel 38:4) e seu sentido é interpretado como "retornar" ou "trazer de volta"; Quando se der a convergência da investida de Gogue e Magogue e sua invasão da região pelos exércitos da coligação de Nações, com o quebrar da Aliança do Anticristo, Jerusalém será pisada pelas Nações durante todo o período da segunda parte da Tribulação. 

Por causa da mudança de perfil do Anticristo a Assolador, estando Israel aparentemente subjugado, a coligação das Nações retornará às suas terras, e com soberba manterão sua presença na Terra santa aliados ao governo do Anticristo unidos no ódio a Deus e ao Seu povo. 

Porém, no final da Tribulação, antes da Guerra do Armagedão, algures na iminência da chegada do Senhor Jesus, quando as manifestações da Sua vinda ocorrerem, as Tropas de Gogue e Magogue virão novamente contra Israel, já seguros da sua aparente conquista anterior, sem saberem que O Próprio Senhor os estará agora atraindo ali "com anzóis espirituais na sua boca" (Ezequiel 38:4), da mesma forma que atraiu Faraó às águas do Mar vermelho, para os destruir (Ezequiel 39:4).  

"E enviarei um fogo sobre Magogue" (Ezequiel 39:6) declara que o Juízo do Senhor será com "Fogo", como várias profecias dos últimas dias retratam da ira e indignação de Deus (Sofonias 3:8) (Joel 2:3).

Tendo em conta que este confronto agora final de Gogue e Magogue contra O Senhor é paralelo à vinda do Senhor descrita em (Zacarias 14:4) e (Apocalipse 19:11-16), a figura do "fogo" merece uma consideração segundo todos estes textos.

Na vinda do Senhor, Seus olhos serão como uma "chama de fogo" (Apocalipse 19:12); O fogo que no final do Milénio também é usado para destruir Satanás e as Nações (Apocalipse 20:9) nos indica, pela referência a Gogue e Magogue, que será semelhante ao juízo que Ezequiel 39 descreve. 

Se repararmos na descrição de (Ezequiel 39:9-16) e que está também resumidamente referida em (Ezequiel 38:22), este confronto será marcado por Fogo, enxofre e pedras de saraiva, envolvidos num evento sobrenatural de Juízo que pode igualmente envolver, um evento nuclear. 

A referência à "peste" (BËDEVER) como uma "praga" fazendo parte dos juízos em (Ezequiel 38:22) é interessante, pois parece estar associada à descrição feita em (Zacarias 14:12) de uma "praga" (HAMAGEFÅH) como uma "peste ou pestilência" em tom de "massacre" fulminante.

Acerca disto o profeta Joel também referindo o "exército do norte" fala de uma "podridão e mau cheiro" em referência ao lado do "mar oriental" (o mar morto) a "Este" de Israel, onde a guerra de Gogue e Magogue tomará lugar (Joel 2:20). 

A descrição dos eventos sobrenaturais, que Deus tem reservado para despejar sobre Seus inimigos, refere o "enxofre" como uma das propriedades desse fogo de saraiva que também foi despejado sobre Sodoma e Gomorra em tom de Juízo (Génesis 19:24); O Enxofre na sua forma natural tem a propriedade de ser altamente tóxico, e poder arder durante um longo período de tempo, o que atesta para a descrição feita em (Ezequiel 39:9); Outra propriedade interessante de um tipo específico de enxofre, reconhecido como "Enxofre-35", é que é "radioactivo" e leva pelo menos 87 dias a desintegrar-se.

Esta particularidade da radioactividade parece descrever perfeitamente a reacção do povo face aos "ossos" e "objectos" deixados sobre os montes de Israel após a batalha para "purificação" (Ezequiel 39:12-16). 

Provavelmente, e de igual forma, os exércitos das Nações congregadas, vendo que não têm nenhum modo de vencer aquela batalha, recorrerão à última hipótese de usar mísseis nucleares em contra-resposta, os quais O Senhor fará cair sobre eles tornando toda aquela região radioactiva durante um longo período de tempo.

Outra particularidade interessante desse tempo de "purificação" da Terra descrito em (Ezequiel 39:12), é que parece enquadrar-se perfeitamente no cenário entre o período de transição do Capítulo 19 ao Capítulo 20, que trata das preparações para se dar início ao Reino Milenar.

"Ajuntai-vos e vinde" dito às aves do céu para "comerem a carne" desses exércitos inimigos em "banquete" (Ezequiel 39:17-20), trata do momento, em que todos cairão à beira de Israel, conforme (Apocalipse 19:17-21) descreve com a mesma exactidão e detalhe descritivo. 

Um verdadeiro "massacre" ou "carnificina" marcará este evento, de modo a que o mundo em perplexidade, conheça o outro lado de Jesus, de Vingador, sendo Ele mesmo, O Senhor dos Exércitos, vitorioso sobre tudo e todos.

O mundo que outrora desprezou Jesus por causa do Seu amor, humildade e sacrifício, que eram vistos como sinais de fraqueza e fragilidade, agora vê O Jesus da Glória, do Poder e Majestade, demonstrando Sua autoridade e domínio; 

Logo após a Batalha de Gogue e Magogue, e a vitória do Senhor Jesus ali, o Anticristo, congregará o restante das Nações fazendo agora ele mesmo "braço de ferro" com O Rei dos Reis, na Batalha do Armagedão, sendo igualmente derrotado, e é aqui e então que se cumprirá a profecia que afirma que "todo o joelho se dobrará e toda a língua confessará que Jesus é O Senhor para a Glória de Deus Pai" (Isaías 45:23) (Filipenses 2:10-11).

 

"quando eles habitarem seguros na sua terra, sem haver quem os espante" (Ezequiel 39:26) é por fim, uma expressão que resume o período do Milénio que se segue um pouco depois desse tempo de purificação da Terra, em que o Reino estará sendo estruturado.

Este tempo descreve então o fim da Tribulação, e o tempo em que o Anticristo e o Falso profeta terão sido "lançados vivos no lago de fogo e enxofre" (Apocalipse 19:20). 

Um tempo de reabilitação do território, de organização das Nações, da Herança das Tribos da possessão das Terras conforme a promessa, e de implementação do sistema do governo de Paz e Justiça do Senhor Jesus em contraste com o governo de opressão e injustiça que o mundo havia experimentado debaixo do governo mundial do Anticristo até ali.

 

Então, os eventos geopolíticos actuais de tensão que envolvem Israel e as Nações, são largos passos em direcção ao evento do Arrebatamento, e ao período da Tribulação que começa a partir daí. 

O Caos instalado, as condições climatéricas adversas, o ambiente de guerra Mundial que se instala, o choque entre as culturas, a celebração da depravação, o amor esfriado, e a apostasia instalada, revelam que todas as passagens que dão indícios do fim dos dias segundo estas características, estão a cumprir-se entre nós diariamente (Mateus 24).

 

A CRONOLOGIA PROFÉTICA DE GOGUE E MAGOGUE

 

No entendimento da cronologia dos eventos futuros, O Arrebatamento é então o primeiro evento a despoletar tudo o resto concernente aos dias do fim.

Sua ocorrência trará um clima de caos mundial, que pedirá das Nações uma resposta imediata para o controlo e estabilização social, económica, cultural e até religiosa.

De entre estas Nações, O Anticristo será levantado como alguém a quem a autoridade e mérito será atribuído para efectuar a transição do modelo antigo de sociedade, para o novo modelo de ordem Mundial, debaixo de uma proposta de paz e segurança, não só para o Médio-Oriente, entre Israel e as Nações árabes, mas de prosperidade mundial há muito ambicionada. Isto fará com que muitos Judeus oprimidos debaixo do Antissemitismo e afugentados da sua terra pelo temor que há das investidas de guerra constante, se encontrem incentivados a retornar em grandes números e a ocupar as terras que Israel estará a tomar debaixo da protecção do Anticristo. A tomada de posse da faixa de Gaza será a primeira de muitas iniciativas semelhantes no futuro próximo.

 

Isto fará com que o espírito conflituoso que dará lugar à coligação de Gogue e Magogue, comece a crescer entre as Nações árabes agora reprimidas pelo acordo e Aliança do Anticristo com Israel, até que surja a intenção de União comum entre eles, visando a subversão de Israel e o fim do acordo.

O objectivo claro desta coligação é descrito como de "tomar o despojo", "Arrebatar a presa" e "lançar mão contra as terras desertas agora habitadas" (Ezequiel 38:12-13). 

Estas informações esclarecem que Israel nessa altura, suscitará o furor e a inveja de Gogue e das Nações aliadas, por causa da paz e segurança que a Aliança firmada pelo Anticristo com muitas Nações assegurou (Daniel 9:27).

Muitas das regiões desertas dos montes de Israel serão populadas (Ezequiel 36:8-12) com o povo disperso entre as Nações que virão para usufruir desta suposta era de falsa prosperidade.

 

Mas, para entender correctamente a profecia da guerra de Gogue e Magogue, é necessário entender também a ordem e sequência de informação acerca do estado de Israel e Jerusalém no Livro de Ezequiel até aos capítulos 38 e 39 pois muitas informações adicionais ajudam a esclarecer o que a Bíblia revela de forma oculta e de difícil interpretação.

 

O livro de Ezequiel pode ser resumido da seguinte forma quando temos em conta o plano de Deus para os nossos dias:

                                                                                                                                                    

Dos capítulos 1 ao 3 - Ezequiel vê a Glória, e recebe o chamado de profeta diante do povo rebelde.                  

Dos capítulos 4 ao 24 - tempo de Juízo determinado sobre Judá e Israel.                                                                                  

Dos capítulos 25 a 32 - Juízo determinado sobre as Nações inimigas de Israel e de Deus.                                        

Dos capítulos 33 ao 37 - Restauração de Israel ao Senhor.                                                                                     

Dos capítulos 38 e 39 - Israel recebe a vingança do Senhor na destruição permanente de todos seus inimigos.                       

Dos capítulos 40 ao 48 - Visões sobre o Templo no período do Milénio.                                                                           

 

Há um ponto de virada importante na narrativa do Livro de Ezequiel, dividida em duas partes que é necessário observar; 

Em (Ezequiel 24:2) Ezequiel é informado por Deus acerca do intento do Rei da Babilónia de colocar seus olhos em Jerusalém para a invadir cumprindo o desígnio de Deus de castigar o Seu povo (Ezequiel 4:7). 

Em (Ezequiel 33:21) está o primeiro ponto de virada, quando Ezequiel ouve de um mensageiro que a cidade havia caído. 

A partir daqui uma série de eventos proféticos são anunciados de modo a que Israel e todas as Nações intervenientes à sua volta sejam colocados debaixo da mira de Deus.

 

A mensagem do Livro de Ezequiel está dividida em 2 tons distintos que se envolvem na continuidade dos eventos, debaixo da determinação profética sobre aquele povo, nação e cidade. 

Por um lado Israel é condenado por Deus por serem "casa rebelde" (Ezequiel 2:4-5) (Ezequiel 3:7) (Ezequiel 4:13), e por outro é determinado sua restituição, protecção, e exaltação (Ezequiel 36:8-10) (Ezequiel 36:24-28) (Ezequiel 37:11-14).

 Assim como isto aconteceu nos tempos antigos, há um simbolismo figurativo profético que se repetirá com a mesma exactidão nos últimos dias. 

A Tribulação também virá em tom de condenação a Israel por continuarem a ser "casa rebelde" (Jeremias 30:7-11), porém serão no fim restaurados segundo a promessa do Senhor (Zacarias 12:9-10) (Romanos 11:26).

 

Então, do capítulo 33 ao capítulo 37, vemos esta mudança de tom, desde a queda de Jerusalém, entre o juízo de Israel e seus líderes por causa do seu pecado até à vingança sobre seus inimigos e promessa de restituição debaixo da Graça de Deus.

Do mesmo modo, Israel irá temporariamente cair, quando Jerusalém for "pisada pelas Nações" (Lucas 21:24) (Apocalipse 11:2) durante metade da Tribulação, mas assim que o tempo dos seus juízos terminar, seus inimigos serão destruídos e Israel será vingado pelo Senhor.

 

Logo no capítulo anterior antes da Guerra de Gogue e Magogue, há uma profecia sobre a restauração completa de Israel na "visão do vale dos ossos secos" em (Ezequiel 37) e isto é relevante para o entendimento completo do plano de Deus nos últimos dias.

 

A História do passado e os eventos registados servem de ponto de partida para uma associação directa aos eventos dos dias do fim que as profecias dão testemunho.

 

3 momentos devem ser considerados na ordem da narrativa bíblica para uma interpretação correcta e coerente dos textos e eventos proféticos:

  1. Em (Ezequiel 37) encontra-se a visão do "vale dos ossos secos" que trata da unificação dos reinos de Judá e Israel e sua restauração à Glória.

  2. Em (Ezequiel 38 e 39) surge a coalizão de Nações na Guerra de Gogue e Magogue e sua destruição.

  3. De (Ezequiel 40 a 48) entra em descrição a visão do Templo Milenar, a Adoração e divisão da Terra como referência ao período do Milénio e da posterior eternidade.

O que se entende por esta ordem é que a "revitalização de Israel" é o primeiro evento a ter em conta como início do percurso profético determinado. 

Este "revitalizar" (físico e espiritual) tem 2 momentos distintos, sendo que o primeiro já se cumpriu parcialmente na instauração do estado de Israel em um só dia (Isaías 66:8) a (14 de Maio de 1948) (o revitalizar físico); 

O segundo (o revitalizar espiritual) terá lugar somente nos últimos dias, vindo o Milénio e o cumprimento das últimas profecias de (Ezequiel 37:23-25) para desfecho completo.

 

Assim sendo, os eventos da Guerra de Gogue e Magogue, embora aconteçam durante o período da Tribulação desde o fim da primeira metade, até ao fim da segunda metade durante o "revitalizar físico" que é o período da Implementação e reconhecimento do Estado de Israel diante das Nações Mundiais, ainda é feita uma referência a ela no final do Milénio, (Apocalipse 20:8) quando acontece a coligação mundial de Satanás contra Israel e O Senhor, já no período do "revitalizar espiritual" para que a profecia de (Ezequiel 37:23-25) feche o círculo de acordo com a sequência apresentada na narrativa.

 

Não nos enganemos, pois só há uma Guerra de Gogue e Magogue, e não é em (Apocalipse 20:8) que ela acontece, embora a referência ao nome, crie alguma confusão na interpretação.

A referência ao seu nome no fim do Milénio, serve o único propósito de criar um paralelismo simbólico entre o "revitalizar final dos ossos secos" que trata do fim do propósito da Eleição, e a "última investida de Satanás" que trata da razão porque a Eleição de Deus é necessária.

Por isso é que o Juízo final só acontece no fim do Milénio e após o último engano de Satanás produzir o seu fruto.

 

-Se alguém se pergunta porque razão Satanás foi preso por 1000 anos e não logo destruído quando o Anticristo e o Falso profeta foram lançados no lago de fogo em (Apocalipse 19:20) a resposta seria:

-Porque Deus quer deixar claro que o Homem não ama o pecado somente por causa da influência de Satanás, pois durante 1000 anos de um reinado de prosperidade, paz e justiça ainda que o Diabo estivesse preso, sua influência sobre o coração dos Homens permaneceu. Se Deus não decidisse intervir directamente através da Eleição, ainda que Satanás estivesse morto, eventualmente outro Satanás se levantaria, não de entre os Anjos, mas de entre os Homens em qualquer momento na eternidade. Assim, Deus garante que jamais o pecado entrará na nova criação, permitindo ao Homem reter a sua liberdade, porém debaixo de uma Eleição soberana que reina absoluta sobre a liberdade de todos.

 

O conflito final de Gogue e Magogue então terá cumprimento na coligação das Nações em Israel à data do aparecimento público do Senhor Jesus para julgar as Nações da Terra em (Apocalipse 19:15-19), pois no relato cronológico do Livro de Apocalipse, não é feita nenhuma menção de outro momento propício, e nós já estamos literalmente a viver no período abrangido pelo último Livro da Bíblia, mais precisamente na época das "cartas às Igrejas" para o despertar espiritual necessário em preparação para o Arrebatamento (Apocalipse 1,2,3,4).

 

Esta Guerra então paralela à vinda Pública do Senhor Jesus encontra desenvolvimento simultâneo ou próximo ao evento do Armagedão, e usa o conflito das Nações contra Israel como cenário inspirador para uma nova insurgência pós Milénio, chamada também de Gogue e Magogue numa última investida desesperada de Satanás. 

Aliás o nome da Guerra de Ezequiel, citado no final do Reino Milenar em (Apocalipse 20:8-9), toma o nome, de modo a representar o espírito de coligação unida que já ocorreu antes, no evento da última Batalha do "grande dia do Senhor" que envolve Gogue e Magogue seguido logo do Armagedão.

O DESENROLAR DA GUERRA E OS EVENTOS MUNDIAIS

 

Nós vemos nitidamente pela observação dos meios de comunicação do que se está a passar naquela região envolvendo Israel e as Nações à sua volta, que a profecia do Senhor está em cumprimento. 

Por um lado vemos o tom de castigo com que Deus permite estas afrontas e perseguições a seu povo, e por outro, vemos que a fidelidade de Deus não abandonará o Seu povo, a quem pretende restituir em Glória diante das Nações da Terra eventualmente.

Disto falou Jeremias, para que saibamos porque Deus permitirá que Israel temporariamente pareça desamparado entre as Nações que os querem destruir:

 

Tu não temas, servo meu, Jacó, diz O Senhor, porque estou contigo; porque porei termo a todas as nações entre as quais te lancei; mas a ti não darei fim, mas castigar-te-ei com justiça, e não te darei de todo por inocente.
Jeremias 46:28

 

Ezequiel começa o seu Livro e as revelações proféticas do plano de Deus na acusação de Israel por parte do Senhor dizendo:

 

⁵ Assim diz O Senhor Deus: Esta é Jerusalém; coloquei-a no meio das nações e das terras que estão ao redor dela.
⁶ Ela, porém, mudou em impiedade os meus juízos, mais do que as nações, e os meus estatutos mais do que as terras que estão ao redor dela; porque rejeitaram os Meus juízos e os Meus estatutos, e não andaram neles.
⁷ Portanto assim diz O Senhor Deus: Porque multiplicastes mais do que as nações, que estão ao redor de vós, e não andastes nos Meus estatutos, nem guardastes os Meus juízos, nem ainda procedestes segundo os juízos das nações que estão ao redor de vós;
⁸ Por isso assim diz O Senhor Deus: Eis que Eu, sim Eu, estou contra ti; e executarei juízos no meio de ti aos olhos das nações.
⁹ E farei em ti o que nunca fiz, e o que jamais farei, por causa de todas as tuas abominações.

Ezequiel 5:5-9

 

² E tu, ó filho do homem, assim diz O Senhor Deus acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.
³ Agora vem o fim sobre ti, e enviarei sobre ti a Minha ira, e te julgarei conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações.
⁴ E não te poupará o Meu olho, nem terei piedade de ti, mas porei sobre ti os teus caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que Eu sou O Senhor.

Ezequiel 7:2-4

 

Porém sabemos que desde antes desta batalha final terrível ocorrer, a vitória do povo de Deus já está determinada (Apocalipse 17:14).

 

As passagens de (Ezequiel 36 e 37) nos indicam detalhes que precedem esta grande coalizão de Nações contra Israel, declarando que Israel seria levantada como uma Nação nos últimos dias (Ezequiel 36:24); que o povo Judeu retornaria à Terra Santa do exílio entre as Nações da terra (Ezequiel 37:21-22); que os Judeus edificariam as suas ruínas (Ezequiel 36:10), e que os lugares desertos iriam florescer novamente (Ezequiel 36:34-35) sendo que todas estas coisas já aconteceram ou estão em desenvolvimento, trazendo o imediatismo do passo seguinte, que é o cenário da Guerra iminente.

 

A Palavra "Guerra" (pólemos) aparece 9x no Livro de Apocalipse retratando os dias do fim, mas somente 3x é usada para descrever uma guerra como uma Batalha de grande escala entre as Nações e Israel (Apocalipse 16:14) (Apocalipse 19:19) (Apocalipse 20:8), sendo que as outras 6x se refere a conflito como perseguição às duas testemunhas e aos santos pelo Anticristo, do tormento dos escorpiões aos que não têm o selo de filhos de Deus, ou à batalha do Arcanjo Miguel com Satanás, etc (Apocalipse 9:7) (Apocalipse 9:9) (Apocalipse 11:7) (Apocalipse 12:7) (Apocalipse 12:17) (Apocalipse 13:7).

 

Então as 3 vezes que há "Guerra" nesta escala e magnitude, uma é referente à batalha do Armagedão (Apocalipse 16:14), outra à descida do Senhor Jesus para fazer guerra contra as Nações congregadas, sem que haja um nome particular associado a este evento (Apocalipse 19:19) e a última, como referência directa à batalha de Gogue e Magogue no final do Milénio (Apocalipse 20:8).

 

No contexto da batalha do Armagedão (Apocalipse 16:14) que é a primeira referência a uma guerra dessa escala e magnitude, é referido o "grande dia do Deus Todo-Poderoso" como um dia altamente esperado, ou antecipado desde os tempos das profecias que desse dia exacto falavam. 

O termo "Todo-Poderoso" (pantokrátōr) em relação a este "dia particular" fala precisamente de Deus ser Aquele que controla os reinos, os líderes, reis, eventos, tempos, e quaisquer circunstâncias debaixo da Sua soberania e domínio conforme Daniel bem descreve em (Daniel 2:20-22); Este dia portanto é um dia de demonstração poderosa dessa verdade absoluta de que DEUS REINA

 

Se a Guerra de Gogue e Magogue acontecesse noutro dia ou período fora destes momentos e dada a magnitude do confronto, não faria muito sentido referir-se a somente "um" "grande dia", pois claramente Deus daria mais do que uma demonstração poderosa da Sua Glória, tirando o destaque à referência específica do "grande dia do Deus Todo-Poderoso".

 

-Então a pergunta que fica é: - o "grande dia" refere-se ao Armagedão ou a Gogue e Magogue? Ou a Ambos?

 

Batalha do Armagedão (Apocalipse 16:14) é a última Batalha pré-Milénio e acontecerá nos últimos dias da Tribulação durante o cenário da Vinda gloriosa do Senhor Jesus (Apocalipse 19:19) e terá lugar ao norte de Israel onde está situado o Monte Megido, cujo nome na tradução literal refere-se a "Ar" (Monte) + "Megido" (nome do monte). 

Isto acontece já no fim da "sexta e sétima" taças da Ira (Apocalipse 16:12-17), no fim dos últimos juízos do Senhor sobre a Terra.

 

Batalha de Gogue e Magogue, acontecerá também aqui nos últimos dias, porém antes do Armagedão, também durante o período da Vinda gloriosa do Senhor Jesus (Apocalipse 19:19) e coincidentemente é feita referência também aos montes (Ezequiel 38:8) e ao Norte de Israel (Ezequiel 38:15). Contudo, convém distinguir que são 2 guerras distintas, e não a mesma guerra, embora estejam seguidas uma da outra. Ou pondo de outra forma, será uma mesma guerra, mas dividida em 2 batalhas distintas.

A guerra de Gogue e Magogue, no evento do confronto descrito em Ezequiel 39 é a primeira batalha directa contra O Senhor Jesus, pois o lugar desse confronto é exactamente onde O Senhor Jesus fará a Sua descida à Terra na Segunda vinda.

 

Tudo parece indicar que estas duas batalhas ocorrerão em sequência uma da outra, visto que Israel será rodeada de todos os lados, por todas as Nações Aliadas por ódio à Nação Santa.

Ainda que Gogue e Magogue venha do Norte, sua localização estratégica, virá na frente do Oriente contra Jerusalém, enquanto que o Armagedão será uma frente do Norte.

Um dos detalhes importantes que também ajuda a associar os momentos, é a referência ao grande terremoto (Apocalipse 16:18-19) que fenderá a cidade de Jerusalém em 3 partes, cuja referência também se encontra na profecia de Zacarias acerca da vinda gloriosa do Senhor para pelejar contra os inimigos de Israel (Zacarias 14:4-5).
Outra curiosidade é a referência aos pés do Senhor Jesus no monte das Oliveiras que está "defronte de Jerusalém para o oriente" (Zacarias 14:4), coincidindo com o detalhe em relação ao cenário do Armagedão que refere a função da sexta taça, de secar o Rio Eufrates para que "se preparasse o caminho dos reis do oriente" (Apocalipse 16:12); Ou seja ainda que sejam 2 guerras ou 2 batalhas distintas, uma preparará o caminho da outra.

 

Aqui presume-se que 2 grandes frentes Militares venham para rodear Israel do Norte, porém uma frente ficará no Monte Megido ao Norte (A frente do Armagedão) e outra para o lado do Oriente por onde o Eufrates secou (a frente de Gogue), visto que do Ocidente, Israel está rodeado do mar.

A guerra de Gogue e Magogue é o primeiro confronto directo entre O Senhor Jesus e a coligação das Nações referidas por Ezequiel; A guerra do Armagedão, segue logo após a vitória do Senhor contra eles, dado que O Anticristo só fará a sua última investida, quando Gogue tiver se provado inútil.

 

Este "grande dia do Deus Todo-poderoso" (Apocalipse 16:14) assim sendo, parece contemplar 2 Guerras em 1 só dia, dividida em 2 grandes batalhas, uma ao norte de Israel, e outra do lado do Oriente de Jerusalém, visto que muitas Nações aliadas estão unidas com o mesmo intento, uns na coligação de Nações de Gogue e Magogue, e outros debaixo da Liderança da Besta e do Falso profeta (Apocalipse 17:13-14).

 

O (Salmo 83) descreve o tom de afronta e desprezo que os inimigos de Deus e de Israel têm, unidos no mesmo intento de fazer guerra levantando-se contra O Senhor e o Seu povo.

Este Salmo evoca os confrontos múltiplos que Israel teve no passado com seus inimigos, e ao mesmo tempo profetiza de alguma forma acerca dessa mesma intenção que perdura através dos séculos, até aos dias do fim.

O que se entende neste salmo, é que as Nações e povos inimigos do Senhor e do Seu povo, sempre terão o mesmo intento como o (Salmo 2) também evidencia; Da mesma forma, Israel sempre lhes resistirá, e O Senhor sempre se levantará a favor da Sua Nação Santa e contra seus opositores.

GUERRA DE GOGUE E MAGOGUE E O VALE DE JEOSAFÁ

 

¹ Porque, eis que naqueles dias, e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém,
² Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra.

Joel 3:1,2

 

Esta profecia, trata dos eventos de Gogue e Magogue, quando após estas Nações tiverem invadido Israel, e pisado sobre a cidade santa por 1260 dias, Deus as faz retornar para se encontrar com eles ali, e os julgar, como fez com a Babilónia, após usá-los para castigar o Seu povo.

A expressão "remover o cativeiro de Judá e Jerusalém" trata de reverter a situação em que Israel se encontrará, sendo "pisado pelas Nações" em afronta diante do Mundo não só de opressão debaixo do inimigo, mas simbolicamente de remover o "cativeiro espiritual" em que estão subjugados ao engano de Satanás para verem a glória de Jesus e saberem que Ele é O Messias, O Cristo de Deus verdadeiro, a quem crucificaram, e assim se arrependam e se convertam finalmente ao Senhor conforme (Zacarias 12:4-10) bem evidencia.

Quando diz "Congregarei todas as nações" não cremos que trata aqui de todas as Nações do mundo, mas particularmente de todas as Nações específicas da coligação de Gogue e Magogue, cujo encontro e choque acontecerá no "vale de Jeosafá" após "descerem" ali, aludindo à ideia de virem de cima ou do norte, até à localização deste vale que fica do lado oriental de Jerusalém

Uma outra Hipótese, é que nessa declaração, esteja também implícita a referencia às restantes Nações que serão unidas pelo Anticristo, vindo também do Norte, contra Israel no seguimento da ideia destas duas Guerras se darem no mesmo dia, uma após a outra.

 

Ao referir "ali com elas entrarei em juízo" é colocado logo em evidência o teor desse confronto, evidenciando até o simbolismo do lugar em questão onde se dá a batalha, sendo que Jeosafá, ou Yeoshafat, traduz-se por "O Senhor Julga" ou "O Senhor julgará".

 

Note-se a seguinte declaração de Joel um pouco à frente na passagem:

¹⁴ Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão.
¹⁵ O sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor.
¹⁶ E O Senhor bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a Sua voz; e os céus e a terra tremerão, mas O Senhor será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel.
¹⁷ E vós sabereis que Eu sou O Senhor vosso Deus, que habito em Sião, o Meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela.

Joel 3:14-17

 

O termo usado agora para descrever o lugar do encontro é "o vale da decisão" (BËEMEQ HECHÅRUTS) que trata de descrever a "decisão severa" que Deus irá tomar para pôr termo às afrontas que suportou até ali.

Esta expressão está cheia de simbolismo de "finalidade" e "conclusão". Aliás a expressão "estranhos não passarão mais por ela" parece deixar bem claro que a decisão de Deus de intervir, visa dar um fim ao "pisar a cidade santa" pelas Nações em tom de afronta.

 

A localização geográfica deste lugar dá rigor preciso à declaração da Vinda do Senhor Jesus em (Zacarias 14:4) que descreve os pés do Senhor pisando no "monte das Oliveiras" do lado oriental, que está precisamente virado para Jerusalém, com o Vale de Jeosafá no meio. 

Esta vinda do Senhor, serve o propósito específico de vir ao encontro do Seu povo, para os resgatar da mão dos seus inimigos que os cercam de todos os lados, não só contra Gogue e Magogue ali do lado Oriental, mas também do Armagedão pois ambos vêm do lado do Norte para rodear Jerusalém (Joel 2:1-5)

O terremoto que irá acontecer ali, não é só um evento aleatório marcando a descida imponente do Senhor Jesus, mas sua função é causar uma divisão estratégica na geografia daquele lugar, como descreve Zacarias: "o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul." (Zacarias 14:4)

 

A VINDA DO SENHOR E A PORTA DOURADA

 

Uma curiosidade Histórica interessante, refere-se ainda à entrada em Jerusalém do lado oriental ou a leste, da chamada "Porta dourada", que é a única porta que está selada, para impedir a entrada em Jerusalém por esse lado que dá para o monte das Oliveiras precisamente.

Esta é a porta onde O Senhor várias vezes passou quando se dirigia para lá, por causa da sua proximidade (Lucas 21:37) (Lucas 22:39) (João 8:1).

A Porta Dourada é a mais antiga das oito portas da Cidade Velha de Jerusalém e, no passado, era usada para acesso direto ao Monte do Templo, dando acesso agora ao lugar onde está actualmente o Domo da Rocha.  

Em 1540-1541, o sultão otomano Solimão, o Magnífico, mandou selar a porta com cimento, acreditando que isso impediria a entrada do Messias judeu.

Por causa deste receio, foi igualmente construído um cemitério muçulmano diante dessa entrada, pois os sacerdotes judaicos segundo a Lei, não podem entrar em cemitérios por causa da impureza do contacto com a morte (Números 19:13-14) e reconhecendo que Jesus é o Sumo-Sacerdote eterno, achavam eles que seria suficiente para travar a Sua entrada..

Isto tudo na tentativa de impedir a profecia de (Ezequiel 44:1-3), como se algum Homem e suas intenções medíocres tivessem algum poder de impedir O Senhor de concretizar Sua vontade, e cumprir a Sua Palavra.

Não é à toa que seja Ezequiel a profetizar sobre este momento, coincidindo com a profecia de Zacarias a respeito; O terremoto causado pela descida do Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, engolirá aquele cemitério, e abrirá o caminho das portas seladas para que O Senhor Jesus em toda a Sua Majestade e Glória entre na Sua cidade em modo triunfal.

 

Após destruir Seus inimigos no Vale de Jeosafá, e e lançar fogo sobre o restante das Nações no Monte Megido, Ele entrará em Jerusalém para que se cumpra a outra profecia de Zacarias (Zacarias 12:9-11) referente ao momento em que o povo Judeu vê O verdadeiro Messias em Sua glória e chora arrependido reconhecendo finalmente que só há vitória Nele e em mais ninguém (Actos 4:12).

Assim, a convergência dos momentos da Vinda Triunfante do Senhor em (Apocalipse 19:15-21), com a Guerra do Armagedão de (Apocalipse 16:12-21), e a descida imponente do Senhor à Terra de (Zacarias 14:4) com a destruição de Gogue e Magogue (Ezequiel 39:6-8) se encaixam em sintonia e sincronia dando justiça ao termo "o grande dia do Senhor" (Sofonias 1:14) (Joel 2:10-11) (Joel 2:30-32) (Apocalipse 16:14) ficando na memória eterna marcado como um dia Glorioso de Vitória e Triunfo.

 

A ESTRUTURA DAS NAÇÕES E O PLANO DE DEUS PARA O FIM

 

Reconhecendo agora então, que estamos de facto no fim dos tempos, e próximos do evento do Arrebatamento e do início da Tribulação que trarão os últimos 7 anos da Terra conforme a conhecemos, vamos analisar por fim outros detalhes proféticos que nos podem preparar para analisar as notícias actuais com discernimento, e estar preparados com prudência para interpretar correctamente o que a Bíblia diz a respeito.

 

Voltando às profecias de Daniel, que é o Apocalipse do Velho Testamento, e lembrando da interpretação das visões que ele recebeu em (Daniel 2:31-45) e (Daniel 7:1-8), vamos considerar alguns elementos descritivos dessas passagens para resumo final em preparação e antecipação dos eventos futuros.

 

Após as invasões bárbaras a partir do século IV, em conflito com o Império Romano, o último "animal" profetizado por Daniel (Daniel 7:7), Império esse, posteriormente dividido em províncias, surge a Europa como a conhecemos actualmente. Um processo que foi ao longo de séculos estruturado por meio de migrações em massa e ocupação de territórios, até aquilo que hoje se conhece como a Comunidade económica Europeia, que em tudo parece ser o Império Romano restaurado.

 

Por isso vemos que este animal tinha também "dez chifres" (Daniel 7:7) como elementos descritivos do seu carácter feroz, na mesma figura dos "dez dedos de barro" na visão da Estátua em (Daniel 2:42-43). 

Estes chifres representam sistemas do poder dividido, e seus líderes, como um sistema político com várias nações e líderes que coexistem dentro do mesmo império, porém estarão divididas internamente. 

Este animal representa não só o Império romano antigo, como também, o sistema político mundial que se originou dele nos dias do fim, de onde se levantará o Anticristo. 

Por isso, além dos "dez chifres" que eram considerados por Daniel na visão, surge de "entre eles" um outro "pequeno chifre" (Daniel 7:8) como um poder contestante em ascensão, que é a figura do Homem da perdição também profetizado por Daniel em (Daniel 9:26-27) na figura do "Príncipe por vir".

 

- O chifre pequeno: este chifre adicional, menor, como um elemento extra, que surge do quarto animal, representa um poder posterior que assumirá um papel de desequilíbrio entre os 10 chifres, consolidando o seu lugar e autoridade por meio da força e de feitos grandiosos.

Com a introdução deste elemento, a cronologia histórica das visões da Estátua (Daniel 2:31-34) e dos Animais (Daniel 7:2-8) ganha agora uma dimensão maior.

 

Das Nações que vieram antes do Império Romano, na figura dos outros animais, vemos que todas continuam presentes como Nações modernas no cenário geopolítico envolvidas de alguma forma com a Nação de Israel.

Todas elas, têm o seu papel a desempenhar no plano de Deus para o fim dos dias, por isso lemos: "E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes prolongada a vida até certo espaço de tempo." (Daniel 7:12).

 

Se queremos entender bem quantos países e Nações estarão de alguma forma envolvidos contra Israel nos últimos dias, basta lembrar que essa é a razão Deus lhes deu "vida prolongada" até "certo espaço de tempo".

 

Note-se então que:

Império Babilónico antes de ser conquistado pela Pérsia, já dominava uma região que incluía grande parte da Mesopotâmia e Suméria, incluindo o atual Iraque, a Fenícia que é o actual Líbano, partes da Síria, Israel e o Egipto, expandindo seu território até o norte, próximo aos Montes Tauro, e os limites da Pérsia.

 

Império Persa antes de ser conquistado por Alexandre o Grande, já dominava uma vasta área que incluía A Pérsia, o atual Irão, a Babilónia, que é o Iraque, Egito, Síria, Líbano, Palestina e a Anatólia a atual Turquia. Além disso, o império já se estendia também a nordeste até à Trácia, na fronteira da Grécia, e ao oriente ao vale do Indo, perto do Afeganistão, Paquistão e Índia.

 

Império Greco-Macedónio, por sua vez, antes de ser conquistado pelo Império Romano, já havia dominado a Grécia continental, a Macedônia (que são hoje as regiões da ex-Jugoslávia, Albânia e Bulgária) e partes da Ásia Menor, como a Anatólia que é a Turquia. Todos estes países com uma forte influência muçulmana convém salientar.  

Além disso, Alexandre estendeu seu controle sobre regiões como a Palestina, a Judeia, a Síria, o Líbano e o Egito, antes de se voltar para a Pérsia. 
 

O Império Romano, como o último grande Império, conquistou vastos territórios e diversos povos, abrangendo grande parte da Europa, Norte da África e Oriente Médio. 

Entre os países e regiões abrangidas, incluem-se a Península Ibérica (Portugal e Espanha), a Gália (França, Bélgica, Suíça e partes da Alemanha), a Bretanha (Inglaterra, País de Gales e Escócia), a Itália, Grécia, o Norte de África (Marrocos, Egito, Argélia, Tunísia, Líbia), assim como Israel, Síria, Palestina, Península Balcânica, (Albânia, Bósnia, Sérvia e partes da Croácia, Bulgária, Kosovo, Montenegro, Macedónia do Norte, Roménia, Eslovénia) e partes da Anatólia (que é a Turquia).

 

Todos estes Impérios tiveram o seu auge, dominando sobre estas regiões, cumprindo os desígnios de Deus de orientar o curso da História.

 

Em (Daniel 10:13) e (Daniel 10:20) são feitas duas referências ao "Príncipe da Pérsia" e ao "Príncipe da Grécia" pela boca do Anjo Gabriel, referentes a 2 seres sobrenaturais, como Anjos caídos ou demónios que agiam no controle destas Nações; O que parece também sugerir que cada um destes Impérios referidos nas visões, teria o seu espírito Maligno presumidamente a exercer uma influência profana e anti-Deus sobre o seu governo e sociedade. 

Isto logo nos traz à memória as Palavras do Apóstolo Paulo dizendo que "não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Efésios 6:12)

 

A Ideia de estratégia militar e posicionamento territorial no controle e domínio de localizações debaixo da supervisão do Diabo "O Príncipe deste mundo" (João 12:31) (João 14:30) (João 16:11), muitos nos revela da seriedade do nosso serviço como bons soldados de Cristo (2 Timóteo 2:3-5) militando para pregar o Evangelho por toda a região onde passarmos (Romanos 1:13-16). 

Da mesma forma demónios de castas inferiores também se localizam em pequenas províncias (Marcos 5:10) de modo a cobrirem certas regiões estrategicamente combatendo a pregação do evangelho, e promovendo a decadência, a miséria e a violência. 

 

-Sabendo que estas "hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais" não dormem, descansam ou folgam ao serviço de Satanás e do reinos das Trevas, que fazemos nós como "soldados de Cristo" ao serviço do Senhor Jesus para fazer avançar o Reino dos céus?

 

Por isso também se observa que Israel como Nação, também tem o seu "Príncipe" O Arcanjo Miguel, como "Anjo protector" (Daniel 10:21) (Daniel 12:1), e que nos bastidores espirituais, uma guerra sobrenatural é travada (Efésios 6:10-12), não só entre Nações e Países, ou entre Homens mas também em esferas maiores, entre Anjos e Demónios (Daniel 10:13) (Judas 1:9) (Apocalipse 12:7).

 

A guerra espiritual que faz do mundo inteiro um campo de batalha, e de todos nós, agentes ao serviço de Deus ou do Diabo, não é coisa ligeira para ser desconsiderada com desinteresse.

Cada de um de nós, está activamente, ainda que muitas vezes por meio da passividade, a contribuir para um desses 2 lados, e ninguém se engane, achando que há um lado neutro onde as consciências podem deslizar confortáveis para assumir uma postura imparcial, pois quem não serve a Deus, serve ao Diabo.

 

Ainda que vejamos Nações como o Irão, a Síria, ou até mesmo a Rússia levantando-se contra Israel, e a guerra assumindo escalões cada vez mais agressivos, sabemos que a ordem de seguimento dos eventos proféticos registados na Bíblia é que determina o curso da História, por isso descansamos ao observar o desenrolar dos desígnios de Deus, enquanto entregamos tudo nas Suas mãos pois Dele é o domínio sobre tudo e todos, conforme o termo "Todo-Poderoso" (Pantokrátor) assim o descreve.

 

O Irão é sem dúvida a Nação que está há seculos, e agora na última década a mover as peças das profecias, aliando-se à China e à Rússia, como Nações rebeldes contra o sistema de Ordem ocidental, o que não é coincidência. 

Não é à toa que o Irão atravesse o plano profético de Deus desde o primeiro livro da Bíblia em Génesis até ao último a Apocalipse.

A mudança da ordem antiga, para a Nova Ordem Mundial, acontecerá por meio do choque desta Aliança de Nações (O comunismo/Socialismo com o fanatismo do Islamismo), contra os Estados Unidos, e a Europa (O capitalismo e o falso cristianismo ocidental) que tecnicamente ocupam o outro lado do braço de ferro internacional.

 

Um detalhe interessante por fim para meditar, é que o Irão na Bíblia também chamado de Elão, como era a região ao sul do planalto Iraniano que mais tarde se fundiu com os Medos, e deu origem ao Império Persa apesar de estar nos últimos dias como um dos inimigos que há de ser destruído totalmente pelo Senhor, ainda vemos que a Graça e a misericórdia de Deus não a destruirá antes de retirar do meio deles, aqueles que se lembrarem da Aliança passada que seu povo fez com Israel debaixo da direcção do Senhor.

E lemos:

 

³⁵ Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, o principal do seu poder.
³⁶ E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro cantos dos céus, e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá nação aonde não cheguem os fugitivos de Elão.
³⁷ E farei que Elão tema diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; e farei vir sobre eles o mal, o furor da minha ira, diz o Senhor; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los.
³⁸ E porei o meu trono em Elão; e destruirei dali o rei e os príncipes, diz O Senhor.
³⁹ Acontecerá, porém, nos últimos dias, que farei voltar os cativos de Elão, diz O Senhor.

Jeremias 49:35-39

 

Uma parte desta profecia já se cumpriu, quando o Império Medo-Persa foi destronado, e sua glória da antiguidade, deu lugar a uma terra de terceiro mundo muito aquém do que outrora havia sido.

Porém na referência dos "últimos dias", vemos que quando a destruição permanente vier, às mãos do Senhor Jesus, por causa da Aliança com Israel que aquele povo fez no passado, Deus se compadecerá de muitos naquele lugar, que à semelhança dos dias antigos, querem o bem de Israel e do povo Judeu, pois reconhecem que debaixo da Graça de Deus, aquele povo traz prosperidade à região. 

Nas próprias notícias, temos visto ultimamente muita gente do povo iraniano levantando-se a louvar as intervenções de Israel em seu território exterminando os terroristas que ali os oprimem, desejando que Israel os livre daquele regime tirano diabólico.

 

Assim sendo, fica a lembrança da promessa do Senhor a Abraão, dizendo: 

E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.

E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Gênesis 12:2,3

 

O destino final de cada uma dessas Nações, não determina porém o destino final de cada pessoa que debaixo da Graça e misericórdia de Deus, se lembra dos inúmeros exemplos do passado, que Israel será também um peso de medida para O Senhor Jesus no dia em que vier vingá-los da mão dos Seus inimigos.

 

Quem tem Deus do seu lado, tem também os interesses de Israel como seus próprios interesses, pois foi por amor ao Seu povo particular que a Salvação caiu sobre toda a Terra.

 

Porque aqueles que Ele abençoa herdarão a terra, e aqueles que forem por Ele amaldiçoados serão desarraigados.
Salmos 37:22

Jesus Cristo é o único Salvador. Ora vem Senhor Jesus. Maranatha.

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