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Génesis -Capítulo 23

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CAPÍTULO 23 – (20 Versículos)


  • A MORTE E O SEPULTAMENTO DE SARA -vs 1 a 20

  • A MORTE E A POSSESSÃO DE TERRA -vs 4 a 18

O Capítulo começa com o relato da morte de Sara, tendo vivido 127 anos.

Abraão era mais velho que Sara 10 anos, portanto nesta altura da morte de Sara, Abraão tinha 137 anos (Gênesis 17:17).

A morte de Abraão é descrita mais tarde no capítulo 25 na idade de 175 anos (tendo vivido ainda mais 38 anos de vida) (Gênesis 25:7).


No versículo 2, é dito que Sara morre em “Hebrom” na Terra de Canaã. Que é a Terra prometida em possessão a Abraão.


Por causa disto vemos pela primeira vez enquanto peregrino nestas terras, Abraão tomar posse oficialmente de um pedaço de terra de Canaã, como princípio do cumprimento da Aliança de Deus com ele.


Abraão era reverenciado ali porque se havia tornado amplamente conhecido que O Deus Elohim tinha feito com ele Aliança; O termo usado pelos filhos de Hete para se dirigir a Abraão como “Príncipe Poderoso és no meio de nós” (NËSY ELOHYM ATÅH BËTOKHENU) indica que havia temor no reconhecimento do poder de Deus influenciando a vida de Abraão.


A POSSESSÃO DA TERRA


Dos versículos 4 ao 18 entra um negócio entre Abraão e os filhos de Hete que possuíam aquelas terras pela compra de um campo onde se situava a “cova de Macpela” (Gênesis 23:9-11) para sepultar ali Sara.


Este lugar é exactamente o mesmo lugar na mesma região, onde Abraão recebe a visita dos 3 homens (O Senhor Jesus e 2 Anjos) no capítulo 18.


De Hebrom, a Manre e Berseba (localizações referidas na narrativa daquela região no Sul de Israel), em particular, entre o arvoredo daquele campo (Gênesis 23:17-19) há muitos anos atrás, Abraão e Sara recebem do Senhor a confirmação da Aliança na promessa de um filho (Isaque) (Gênesis 18:10).


Uma coisa interessante de se considerar é que até então Abraão se apresentava como “peregrino e forasteiro” por ali (Gênesis 23:4), sendo a morte o evento que leva de entrada à possessão da terra.


O mesmo Espírito que ressuscitou a Jesus da morte, é O que está em nós agora agindo como Penhor, Pelo qual, na morte, como na figura de Abraão, entremos também na possessão da terra prometida que é para nós a pátria celestial: “O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.” (Efésios 1:14);

Leia-se: “E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.” (Hebreus 9:15)


Este lugar tinha valor sentimental e profético, e ali Isaque levaria Rebeca para a tenda de Sara (Gênesis 24:67) na figura do amor perfeito na união entre Cristo e a Igreja; Ali Abraão seria também sepultado posteriormente (Gênesis 25:9,10) assim como Isaque, Rebeca, Lia (Gênesis 49:31) e Jacó (Gênesis 50:13,14).


Quando Abraão demonstra vontade de adquirir ali um terreno para sepultar Sara, os filhos de Hete ofereceram a mais escolhida de todas as suas sepulturas (Gênesis 23:6), mas Abraão, aponta para o interesse em comprar um terreno específico, que pertencia a Efrom filho de Zoar (Gênesis 23:8).


Efrom também coloca disponível por oferta o terreno a Abraão, mas ainda assim ele insiste em comprá-lo pelo seu valor (Gênesis 23:11-13).


Antigamente este acto de “oferecer” o terreno não era um mero acto de altruísmo e generosidade, mas um costume cultural de barganha comum no Médio Oriente.

Caso Abraão recebesse o dito “presente”, estaria obrigado moralmente a retribuir com um presente de ainda maior valor.


Por isso vemos que de seguida, Efrom expõe o valor do terreno por 400 siclos de prata (Gênesis 23:15) de forma ligeira contra a insistência de Abraão.

A precisão de se pedir o exacto preço que valia a propriedade (Gênesis 23:13-16) tem o seu fundamento simbólico.


Apesar do tom parecer indicar que era um valor irrisório, aquele era um alto preço a pagar. Se quisermos comparar na bíblia o valor de terrenos, um bom exemplo é o terreno comprado séculos depois pelo profeta Jeremias pelo valor de 17 siclos de prata (Jeremias 32:9).


Neste terreno habitou Isaque e Rebeca após a morte de Abraão (Gênesis 25:11), exactamente junto ao poço “Beer-Laai-Rói” onde O Senhor apareceu a Agar fazendo uma profecia sobre Ismael (Gênesis 16:14).


Quando Paulo diz: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1 Coríntios 6:20), Nós normalmente só nos lembramos do preço que Jesus pagou com o Seu precioso sangue derramado (1 Pedro 1:18,19), mas esquecemos que Deus Pai também pagou o preço de entregar o Seu único Filho (João 3:16) (Romanos 8:32) figurado em Abraão no Monte Moriá.


A compra deste terreno foi despoletada pela morte de Sara, mas sua aquisição vai muito além desta circunstância. Era o início da estabilidade da descendência de Abraão na Terra prometida, por Isaque e Rebeca, e depois por Jacó, José e por aí fora até Jesus.


Em grego a passagem de (1 Coríntios 6:20) não fala do preço ser “bom” ou “alto” como adjectivo específico, como algumas versões têm, mas está implícito no uso do termo (timē) (lê-se Ti-may) que significa: preço estipulado; o valor de alguma coisa cujo preço foi determinado;


O alto preço que levou Abraão pela morte, a entrar na possessão adquirida nos dá fortes simbolismos, do preço que Deus Pai pagou entregando Seu único Filho, e que O Filho pagou fazendo a vontade do Pai, para que nós tivéssemos entrada também na mesma Herança que foi dada a Isaque segundo a promessa (Gênesis 25:5).


Por isso ao longo da história de Isaque se repetem alguns eventos à semelhança de Abraão; Isaque revive a história de Abraão para ser identificado como seu legítimo sucessor.


Hebrom é um lugar de relevância desde então na história da Bíblia; Hebrom ficou sendo Herança de Calebe por perseverar em seguir ao Senhor (Josué 14:14); David se refugiou em Hebrom onde habitou ali com suas mulheres, sendo lá ungido rei sobre a casa de Judá (2 Samuel 2:1-4); Hebrom é considerada pelo povo Judeu e árabe como sendo a cidade mais sagrada a seguir a Jerusalém;


Nesta localização após a morte de Abraão e Sara, a vida de Isaque e Rebeca segundo o plano de Deus seguirá repleta de simbolismos ensinando-nos valiosas lições a partir do capítulo 25.


Continue o estudo no próximo capítulo



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