
CAPÍTULO 2 – (25 Versículos)
O 7º DIA - A contemplação da criação -vs 1 ao 4
Aqui é feito o relato do fim da obra da criação, da qual a criação do exército dos céus, que se refere aos Anjos celestiais também faz parte.
Algures entre o 1º dia e o 7º dia, Deus criou também os Anjos, embora na descrição detalhada dos dias, não apareça mais nenhum detalhe em particular especificando exactamente quando isto ocorreu.
Sabemos apenas que Lúcifer, que aparece na serpente no Éden é um desses Anjos já caídos que faziam parte do exército dos céus, mas se rebelaram (Apocalipse 12:3,4).
Deus acaba a Sua obra no dia 7 (Gênesis 2:2) e santifica-o para um dia de Descanso e Contemplação.
Quando lemos o resumo dizendo que: “Estas são as origens dos céus e da Terra” (Gênesis 2:4) o termo Hebraico (TOLËDOT) para “Origens” dá nome ao Próprio Livro;
“Génesis” em hebraico fala portanto de: Princípio, Origem, começo, genealogia, descendência, História e Cronologia.
A Génese como o princípio de tudo o que existe, está na obra do “Senhor Deus” (YHVH ELOHYM); ELE é O Criador e O sustentador de tudo o que existe.
A CRIAÇÃO DO HOMEM -vs 5 ao 7
-Esta descrição destes versículos aponta para a manutenção da natureza como um trabalho minucioso da parte de Deus que nada deixou ao acaso. Estes pequenos detalhes revelados servem o propósito de nos fazer ver que Deus é um Deus de ordem e propósito.
Quando fala do vapor vulcânico sendo a forma propícia de desenvolver uma flora abundante para enriquecer a terra com os recursos necessários à vida, comprova aquilo que a área científica da Paleobotânica já descobriu nos últimos séculos sobre o cenário pré-histórico.
Isto revela que a Bíblia quando disponibiliza estas informações é para fortalecer a sua credibilidade como um livro de relatos confiáveis.
Esta descrição ser introduzida aqui no segundo capítulo e não no primeiro serve como introdução ao cenário do Éden onde Deus de seguida cria um Jardim particular (Por isso a descrição descreve um lugar fresco, luxurioso e fértil).
Os versículos de (Gênesis 2:5,6) falam de um tempo associado aos versículos de (Gênesis 1:10-12) do dia terceiro, quando a atmosfera criada no dia anterior (segundo dia) ainda se estava a desenvolver, por isso não havia ainda a chuva como processos de evaporação e precipitação;
-Só então no versículo 7 entra o detalhe da criação do Homem; Se nos lembrarmos que o 7 é o número da perfeição de Deus para as coisas temporárias, associamos o estado do Homem “perfeito” como temporário e não o estado final de Glória que Deus tinha em mente aperfeiçoar da humilhação até à exaltação. (à semelhança de Cristo)
O APERFEIÇOAMENTO EM CRISTO
O Homem era perfeito em concepção, e nele não havia pecado; contudo existe uma diferença entre o Homem criado em Génesis conforme a imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26) e o Homem nascido de novo em Jesus (1 Pedro 2:2-5).
A diferença está na consciência da autoridade de Deus agindo sobre a Liberdade sujeita, e essa é a grande lição que Deus providenciou deixando a queda contaminar aquilo que era perfeito.
-A “imagem” (BËTSALËMENU) e “semelhança” (KIDËMUTENU) de Deus, às quais o Homem foi feito referem-se propriamente a quê?
A “Imagem” é uma referência ao aspecto físico morfológico do nosso corpo e estrutura; O termo hebraico vem da raíz primitiva da palavra (TSILEM) que é literalmente uma fotografia ou uma imagem fotografada como referência; Quando recebermos o corpo glorificado, continuaremos a ter o mesmo aspecto físico morfológico, mas revestidos de glória e perfeição. Esse corpo glorificado perfeito continuará sendo à imagem de Deus figurado na própria Pessoa de Jesus Cristo. Ele é o modelo pelo qual recebemos a imagem do nosso corpo físico.
Quando a Bíblia refere que Jesus é O Primogénito de toda a Criação (Colossenses 1:15) o termo grego (PROTOTOKOS) que deu origem ao termo protótipo não diz que Jesus foi a “primeira criatura” como algumas seitas defendem por ignorância.
Se a Escritura quisesse referir Jesus como alguém criado, usaria o termo (PROTOCTISIS) e esse não é o caso. O Protótipo referente a Jesus trata de evidenciá-lo como Modelo de perfeição ao qual fomos criados como uma linha em série;
A “Semelhança” é referência à estrutura da nossa essência interior e exterior em 3 aspectos que apontam para a essência da Trindade gravada em nós; Nós somos o produto de uma obra perfeita da Divindade de Deus agindo entre Si.
O Corpo, a Alma e o Espírito são a semelhança que temos com Deus que é um Deus Trino. Como é óbvio há que ter o entendimento correcto de quem Deus é e de quem nós somos, e de que a semelhança descrita não nos faz de modo algum “Trindades” ou iguais a Deus! Qualquer pretensão de nos querer igualar a Deus é pura heresia.
O termo Hebraico fala de sermos parecidos em comparação em alguma coisa, e não de sermos iguais! Quando a Escritura diz que nós somos “deuses” em (Salmos 82:6) e Jesus usa essa referência contra os fariseus (João 10:35) o objectivo é referir essa semelhança para que saibamos que toda a vida é preciosa porque carrega a centelha Divina gravada em nós. Não há blasfémia nenhuma em dizermos que há algo Divino em nós, conforme as próprias palavras de Jesus dizendo: “vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?” (João 10:36) Contudo, Jesus dizia mais que isso, porque Ele era O Próprio Deus!
Nós temos de ter noção de quem somos não nos exaltando a nós mesmos na presunção, mas também não desprezando a realidade do privilégio de sabermos que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus.
Esta consciência leva-nos a valorizar mais o nosso corpo, alma e espírito para vivermos de acordo com o papel para o qual fomos criados; de sermos Filhos Do Altíssimo! Esta consciência leva-nos a combater o pecado com mais dedicação, e a descobrir maior força para superar a miséria em nós, aguardando o aperfeiçoamento diário até à perfeição final.
O Homem mais que perfeito, que nós iremos ser um dia, à diferença de Adão e Eva, conta com a habitação interior do Espírito Santo que eles não tinham (1 Coríntios 6:19), a mente de Cristo para a Sujeição perfeita (1 Coríntios 2:16) e o corpo glorificado incorruptível (1 Coríntios 15:53,54), cujo pecado e tentação não podem jamais contaminar.
Só Deus tem poder para aperfeiçoar aquilo que já era “perfeito”.
E sempre foi o plano de Deus que nós fossemos criados “perfeitos” à Sua imagem e semelhança, mas sermos ainda assim aperfeiçoados em Cristo, mediante a obra gloriosa da Cruz, pelo “nascer de novo” que é a passagem para a imortalidade da Graça na Glória. (Filipenses 1:6) (Hebreus 10:14) (Hebreus 12:23) (1 Pedro 5:10)
Por isto a criação do ser humano é distinta da criação de todos os outros animais;
É um evento sobrenatural da acção directa do próprio Deus, e não fruto de uma criação espontânea e progressiva. Aqui todo o conteúdo científico bíblico, logo certifica e corrige onde a pseudo-ciência se desvia do curso. O Homem não veio de um processo de evolução de primatas.
O Homem foi concebido perfeito biologicamente e morfologicamente falando.
Quando em (Gênesis 2:7) refere o soprar do fôlego de vida, fala da criação de um espírito no Homem como veículo de espiritualidade; O Próprio Espírito de Deus tece um espírito no Homem para que este esteja ligado no seu âmago à Própria essência da Divindade de Deus. O termo hebraico para “Espírito” (RUACH) quer literalmente dizer “Sopro”.
O Apóstolo Paulo quando fala da Obra de Deus na vida dos Salvos e das funções designadas a cada um, nos dons recebidos no chamado à Graça, ele fala deste aperfeiçoamento em Unidade de espírito pela fé:
Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
Esta é a grande diferença entre o Homem e todos os outros animais criados.
O JARDIM NO ÉDEN -vs 8 ao 15
-Deus cria um “jardim” como um lugar especial no Éden, que é a Terra primordial antes do pecado e da Maldição.
Isto é evidente na partícula textual que refere: “No éden” e não “Do Éden”; Aqui neste Jardim criado é posto o Homem formado, como uma posição de honra concedida.
O Jardim é uma espécie de Trono dado ao Homem como símbolo de Glória e autoridade sobre toda a natureza criada, debaixo da supervisão e domínio de Deus;
A ideia do Homem primeiro dentro do Jardim, e depois banido fora do Jardim são simbolismos fortes passados sobre a realidade das 2 posições de dependência ou independência a que o Homem é confrontado existencialmente;
Talvez por isso o Livro de Eclesiastes que é o livro por excelência sobre a efemeridade da vida e o seu propósito, diga nos últimos 2 versículos:
De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.
A GEOGRAFIA DO ÉDEN E OS 4 RIOS -vs 10 ao 14
-1 Rio saindo do Éden com 4 ramificações originando 4 rios secundários dá-nos indícios geográficos de onde este Jardim estava situado aproximadamente.
Já sabemos que era do Lado oriental da Terra (Gênesis 2:8) e pelos nomes dos rios descritos (Pisom, Giom, Hidequel ou Tigre, e Eufrates) é possível hoje posicionar o Jardim algures no território entre a Turquia, a Síria o Irão e o Iraque.
O número 4 na Bíblia sempre aponta para: o carácter de alguém por trás de uma obra, ou como uma obra aponta para o carácter de alguém ou de alguma coisa.
Então 4 rios serem descritos, de alguma forma revela o carácter de Deus por trás da criação do Jardim, e dos rios que partiam para fora dele.
O Tetragrama Sagrado YHWH é composto por 4 Letras e talvez Deus quisesse revelar no carácter destes 4 rios, a Sua essência, sendo comunicada aos Homens.
Traduzindo o nome dos rios do Hebraico, podemos chegar a algumas conclusões interessantes que associam ao curso de um rio o papel da Graça de Deus no plano eterno.
Primeiro a palavra “rio” (Nahar) de (וְנָהָר -VËNÅHÅR) também significa: iluminar ou brilho de luz; o que pode descrever esse Grande rio que partia do Éden, como a manifestação da luz de Deus dividida em 4 partes para se espalhar por ali fora.
-O primeiro Rio é Pisom e quer dizer literalmente: Fluindo gratuitamente, Liberalmente ou livremente;
-O segundo Rio Giom significa: jorrar com turbulência; águas em turbilhão;
-O terceiro rio Hidequel, (que é o Tigre), significa: águas rápidas e leves;
-O 4º e último rio, O Eufrates, significa: Alegria plena.
A tradução do nome destes 4 rios descrevem o carácter do Deus eterno e a transformação que Ele faz na vida de cada um de nós através do percurso espiritual e transformador da obra da Graça; Os 4 nomes alinhados e traduzidos parece descrever o caudal de um rio de uma extremidade à outra;
Meditemos:
Quando DEUS abre a Sua mão para fluir livremente (Pisom) de Si a Graça (Salmos 136:12), nós somos impactados primeiro pela turbulência das águas do Espírito (Giom) que jorrando sobre nós afogam o velho homem no baptismo da morte (Romanos 6:4-6); Este é o processo do quebrantamento que ocorre no acto da conversão; Desse turbilhão, prosseguindo nas águas rápidas (Hildequel) da caminhada na fé, nós vamos sendo conduzidos e estabilizados, tornando-nos gradualmente mais leves, havendo sido lavados, e purificados (1 Coríntios 6:11) (Efésios 5:26), para por fim, chegarmos ao final do rio, totalmente limpos e preparados para descansar na alegria plena (Eufrates) (Salmos 68:3) (Salmos 35:9) que às margens da eternidade nos espera.
AS ÁRVORES DA VIDA E DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL - vs 9
-Estas 2 Árvores específicas de (Gênesis 2:9) são destacadas em contraste com todas as outras árvores agradáveis à vista e boas para comer; Aqui é feito uma distinção em tom de separação para que percebamos que umas eram lícitas (1 Coríntios 6:12) conforme a ordem prática do mantimento passada por Deus (Gênesis 1:29) mas as outras duas tinham outro papel e importância;
Deus introduz 2 elementos de autoridade e regra no Jardim, como símbolos comunicados ao homem de Bênção e maldição;
Na liberdade concedida ao Homem criado, é passado um padrão moral nas 2 árvores, para reger as decisões livres do Homem no seguimento desse plano de popular o mundo e reinar sobre ele; A Árvore da Vida; E a Árvore do conhecimento do bem e do mal são esses símbolos de liberdade e Obediência;
A Árvore da Vida é símbolo de Bênção de Deus para o Homem; a Árvore do conhecimento do bem e do mal, é símbolo de maldição; Uma simboliza a liberdade dependente debaixo da autoridade de Deus e a outra Juízo debaixo da independência; Uma simboliza concessão, a outra restrição; Uma eternidade, a outra mortalidade; Uma Sujeição, a outra rebelião; Uma favor, a outra abandono; Uma ascensão, a outra queda;
Estas árvores representam a autoridade e o poder de Deus; Seu carácter e liberdade; Sua essência e Seus limites passados ao Homem; A árvore da vida, simboliza o favor de Deus debaixo da obediência; a árvore do conhecimento do bem e do mal, simboliza o perigo de alguém querer estar debaixo desse favor em desobediência;
No fundo Deus queria logo ali passar a ideia ao Homem, de que ninguém pode querer ousar ser igual a ELE; Só Deus é verdadeiramente Livre para determinar Suas escolhas, e as consequências delas; Só Deus que é Santo tem o poder para discernir perfeitamente a diferença entre o Bem e o Mal.
O Homem pode se sentir livre para escolher, mas quando ele percebe que não tem poder sobre as consequências das suas escolhas, então ele entende que não é livre;
O Homem pode chamar alguma coisa de boa segundo o seu coração enganoso (Jeremias 17:9) como Eva fez, só para descobrir logo de seguida o preço da sua má percepção.
Por isso lemos: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55:8,9)
A pensamento humano que cobiça o poder e a Liberdade Absoluta de Deus não são caminhos de vida mas de morte; (Provérbios 16:25)
O HOMEM GUARDIÃO DO JARDIM -vs 15 ao 17
-Havendo nós percebido a estrutura do Jardim, fica notório que Deus sempre pretendeu abençoar a Terra, e dar ao Homem o privilégio de receber Dele as bênçãos para reinar em prosperidade; Contudo também é visível que Deus já tinha tudo planeado de forma a que a desobediência do Homem estivesse já contemplada, e Sua contra-resposta também preparada para iniciar, assim que a desobediência acontecesse;
Deus coloca o Homem no jardim, e institui uma única regra de obediência e sujeição, que era não comer da árvore do conhecimento restrito (o bem e o mal);
Todo o capítulo 1 apresenta Deus detendo o verdadeiro conhecimento daquilo que é bom e do que não é; as 7x que Ele descreve o produto da Sua obra como Bom nos dá um padrão certificado de quem Deus é e porque podemos depender Dele plenamente -DEUS É BOM (Salmos 143:10) (Salmos 136:3) (1 Pedro 2:3) e se Deus é bom, TUDO o que Ele faz também é.
A evidência do conhecimento de Deus do bem e do mal está na decisão Dele dividir a Luz das Trevas espirituais no versículo 4 manifestando O Seu Filho.
Quando um certo príncipe se dirige a Jesus a perguntar o que tinha de fazer para herdar a vida eterna, ele chama Jesus de “Bom mestre”, e Jesus tem uma resposta peculiar:
Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus. Lucas 18:19
Muitos não sabem interpretar o que está aqui a ser revelado por Jesus. Sempre que Jesus responde a uma pergunta com outra pergunta de volta (e Ele faz isto muitas vezes), o objectivo é levar a uma meditação interior sobre a intenção do coração de quem faz a pergunta.
-Jesus não se deixa chamar de “Bom” porque na realidade Ele não era bom? Nada disso, pois Jesus é mais que bom!
O que Jesus queria despertar no coração daquele príncipe era a consciência de quem na Verdade Jesus era aos seus olhos.
Quando Jesus diz: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” o propósito era deixar claro que Ele só seria bom, se Ele fosse O Próprio Deus.
Desta forma se o príncipe chamava-o de “bom” crendo que Ele era somente um homem, o adjectivo era mal usado, porque nenhum Homem é bom.
Porém, Se o Homem crê que Jesus é DEUS (e Ele é) então sim, Jesus de facto é BOM.
Nenhum homem é bom porque nenhum homem é justo para em si mesmo discernir o bem do mal (Romanos 3:10-12).
O Homem só pode ser justificado (tornado justo diante de Deus) em Cristo (Romanos 3:24) e ser convencido do bem e do mal (da justiça) pela habitação do Espírito de Deus no Templo interior (João 16:8).
A PROMESSA DA MORTE
Quando Deus lhes promete a “Morte” (Gênesis 2:17) como consequência de comer da árvore da ciência do bem e do mal Ele estava a referir a morte espiritual em primeiro lugar que é a separação inevitável que a independência pede.
Naturalmente, uma vez separados de Deus, o vigor da vida que há em nós desvanece (a morte física) (João 15:6).
Cristo é O Único caminho de volta à Vida (João 14:6), por isso toda a obra de resgate de Deus aponta para doutrinas como: a Ressurreição dos mortos, a Vivificação, a Regeneração, a Salvação e o nascer de novo a Santificação e a Glorificação.
Todas estas doutrinas falam de certa forma de reverter a maldição que caiu sobre o Homem após obter o conhecimento do bem e do mal e receber a consequência dessa postura de independência: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:23)
A tentativa de querer obter o mesmo conhecimento que Deus tem é um atentado ao poder de Deus desprezando a Sua autoridade.
O pecado de Adão e Eva assim como o pecado de qualquer um de nós, não vem de sermos vítimas dos decretos de Deus aos quais não podemos escapar, pois o termo de responsabilidade está em nós como estava no Éden debaixo da ordem à sujeição: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tiago 1:13-15)
Agora Deus promete um conhecimento muito melhor, em que Homens podem ser enriquecidos na plenitude da inteligência em Cristo em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria do conhecimento (Colossenses 2:2,3)
A árvore do conhecimento do bem e do mal representa então uma escolha colocada disponível na liberdade de consciência para os homens decidirem se querem que Deus continue apresentando os padrões do bem e o mal a eles, ou se eles querem ainda assim tomar esse poder para decidirem por si mesmos.
O HOMEM A MULHER E A FAMÍLIA -vs 18 ao 25
-Deus concede a Adão a autoridade para reinar com autoridade sobre a criação, e para isso dá-lhe a honra e responsabilidade de nomear todos os animais; Por ser tarefa exigente, é importante a criação da mulher para completar o Homem, começando assim, a ideia de União em família e relação social. Deus é um Deus de relacionamento!
-Expressões como: “Não é bom que o Homem esteja só” (Gênesis 2:18); e “serão ambos uma carne.” (Gênesis 2:24), no contexto da ordem da procriação (Gênesis 1:28) são estranhas para alguns, no contexto de a Bíblia também afirmar que no alvo final da eternidade, esta realidade de “casais” e “acasalamento” não existirá mais (Mateus 22:30);
-Então Deus institui esta ordem em Génesis porquê, se no Seu plano final é evidente que as coisas serão diferentes?
O plano de Deus já previa a queda, onde a procriação temporária fazia sentido. Como Deus não quer se relacionar com criaturas robotizadas, a experiência é fundamental na selecção desse povo especial que Ele quer levantar da Terra para a eternidade.
A família como instituição sagrada, assim como o casamento e a Igreja apontam para o plano eterno de Deus de criar uma só família de Filhos, dos quais Deus é para sempre Pai; (Efésios 2:19) (Efésios 3:15)
Somos então um povo unido nos mesmos princípios, segundo uma mesma natureza, para sermos Filhos, sacerdotes e servos do único Deus, em Jesus Cristo (1 Pedro 2:9,10); Por isso na Vida em Igreja somos todos “irmãos em Cristo”; a Eterna família dos céus!
Esta é a Unidade perfeita descrita por Jesus acerca de todos nós, e da unidade da Trindade, todos eternamente unidos em Glória (João 17:21,22)
-Ainda é feita uma descrição da pureza que havia na Criação de Deus, onde a restrição da árvore do conhecimento do bem e do mal, revela a inocência que havia debaixo da obediência: “Ambos estavam nus e não se envergonhavam” (Gênesis 2:25) é um relato importante porque aponta para o carácter da desobediência no capítulo seguinte; Após a queda, vem a perda da inocência, e a separação interna da Santidade que produz um natural afastamento traduzido em vergonha o medo e a culpa; (Gênesis 3:9,10).
Deus é um Deus de comunhão e relacionamento, mas se Deus é Santo, Ele não pode se relacionar com o pecado.
A separação é inevitável, contudo ao longo da Bíblia nós vemos Deus activamente a trabalhar para restituir a aproximação para a comunhão.
Todos aqueles porém que activamente buscam a independência de Deus saibam que a vergonha, o medo e a culpa são os males menores a colher como prejuízo.
Deus deixa claro que todos os que não são restituídos no relacionamento com Ele serão destruídos:
Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs?
Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:
Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará.
Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti.
Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor DEUS, para anunciar todas as tuas obras.
A consciência humana experimenta naturalmente estes sentimentos de Vergonha, medo e culpa, por causa do pecado interno, e não por causa de uma moralidade imposta. E o seu objectivo é restituir-nos ao bom senso de reconhecer as consequências que se seguem. O senso de moralidade apenas identifica a origem do sentimentos que têm origem na miséria interior.
A moralidade não cria vergonha injustificada, medo irracional, ou culpa indevida.
O afastamento partiu como iniciativa do Homem e não de Deus, quando Adão “se esconde” para não ser visto. A Verdade é que Deus também se separa de nós por causa do pecado, sendo que as nossas iniquidades fazem separação entre nós e Deus (Isaías 59:2);
A vergonha do pecado faz naturalmente com que o Homem queira esconder a sua miséria diante da Santidade de Deus; Por isso todos os pecadores preferem o afastamento nem que seja pela imaginação desenvolvida e progressiva de que Deus não está lá para ver a “sua nudez” exposta.
Assim como o desejo de independência é a base de toda a rebelião, a vergonha do pecado e a recusa em admitir culpa diante de Deus é a base de toda a incredulidade.
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