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Génesis -Capítulo 19

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CAPÍTULO 19 – (38 Versículos)


  • A VISITA DOS ANJOS A LÓ EM SODOMA -vs 1 ao 11

  • O JUÍZO DE SODOMA E A PROTECÇÃO DE LÓ -vs 12 a 26

  • LÓ E A DESCENDÊNCIA INCESTUOSA (MOABITAS E AMONITAS) -vs 30 ao 38


Os 2 Anjos que acompanham O Senhor na visita a Abraão desceram para Sodoma (Gênesis 18:22) e aqui neste capítulo é relatada a sua chegada à cidade.


No capítulo anterior Abraão revela a Hospitalidade como um traço natural de quem tem a justiça de Deus em seu coração.

Os Anjos que chegam a Sodoma tinham o estatuto de “estrangeiros” ali diante dos homens daquela cidade, visto que eram estranhos àquelas terras, e àquele povo.


É feita no versículo 1 uma referência de estar sentado à porta da cidade de Sodoma (perto dos portões da cidade que era rodeada por um muro); O termo hebraico usado (BËSHAAR) aponta para: a entrada da cidade, um lugar de reunião pública;


Ló estava sentado à porta da cidade; não à toa, como um velho desocupado a olhar para o ar; Esta descrição aponta para como um Ancião da cidade, Juiz entre o povo, ou figura de autoridade, visto que este era o papel desse tipo de homens nas comunidades locais de então; No versículo 9 vemos que o povo reconhecia como Juiz entre eles; (Jó 29:7,8).


Culturalmente, a entrada da cidade era um lugar de recepção de comitivas, de discussão pública de causas sociais, e de convívio dos Homens locais.


Os Anjos (MALACHIM) (assumindo o papel de Mensageiros) “Vieram” (VAYÅVOU) a Sodoma; O termo usado para descrever também pode ser traduzido por “Chegaram” e é uma junção de 2 verbos (Bo) “chegar ou vir” (Yibe´) “trazendo ou importando alguma coisa de fora”;


Aqui fica claro que eles trazem o Juízo de Deus àquela cidade; Esta é a intenção original do termo Hebraico; a hora da sua chegada (BÅEREV VËLOT) traduzido por “à tarde” significa, ao cair da noite, referente ao momento em que o sol se põe e o céu se cobre lentamente de escuridão e parece apontar simbolicamente para uma hora de juízo espiritual;

Mais tarde vemos na passagem que o Juízo de Deus pela mão dos Anjos cai sobre aquelas cidades exactamente quando “saiu o sol sobre a terra” (Gênesis 19:23)


Na Bíblia a própria ideia de Deus vindo trazer juízo também aparece como uma ideia da luz encoberta, sendo retirada do mundo, entre o dia e a noite (Sofonias 1:15) (Joel 2:2) (Zacarias 14:6,7) (Isaías 13:9-13)


Ló apercebe-se da chegada dos Anjos por estar à porta da cidade, e o termo (VAYARË) do verbo (Yare´) -Temer, honrar, respeitar; demonstra que Ló lhes apresenta respeito e cordialidade.

Este costume de honrar os estrangeiros, assim como os órfãos e as viúvas, por serem figuras de pessoas desamparadas ou a passar necessidade é um princípio de temor a Deus e de justiça na Bíblia; (Levítico 19:10) (Levítico 19:33) (Ezequiel 22:29) (Zacarias 7:10) (Deuteronômio 10:17-19) (Êxodo 22:21-24) (Êxodo 23:9);


Ló fez exactamente o que Abraão fez com O Senhor e os 2 anjos “inclinando-se por terra” em sinal de reverência (Gênesis 18:2) (Gênesis 19:1). Ló e Abraão eram homens diferentes, contudo, a escritura pretende mostrar o mesmo tipo de carácter justo e decente, para contrastar com o resto dos habitantes daquela cidade.

ocupava um papel semelhante a no seu círculo social como homem justo temente a Deus (Jó 31:32);

convida estes 2 homens oferecendo-lhes hospitalidade e um banquete para passarem a noite em sua casa; (Gênesis 19:2,3)


Neste capítulo até à eventual destruição da cidade encontramos 6 referências a comportamentos invulgares ou bizarros para revelar a ideia de que naquela cidade, tudo parecia contrário ao normal; O Número 6 na Bíblia é o número que representa o carácter do pecado e da queda.


A normalidade daquele lugar, parecia estar de pernas para o ar, sendo evidenciados alguns comportamentos contrários ao esperado, para fazer crescer essa ideia de caos como oposto de ordem.


  1. É Ló que insiste em abrigar os homens desalojados, e não os homens que pedem alojamento; Os homens parecem preferir passar a noite na rua do que abrigar-se e receber a hospitalidade; (Gênesis 19:2,3)

  2. É feita a descrição de um banquete a eles que se esperava ser um manjar de fartura, porém o banquete revela-se numa refeição pobre de pães amargos; (Gênesis 19:3)

  3. A própria cidade murada, seria um lugar onde qualquer viajante se dirigia para buscar protecção, mas é ali dentro da cidade, que os 2 homens encontram perigo; (Gênesis 19:4,5)

  4. Ló como figura de Ancião em Sodoma, em vez de receber respeito e reverência, é desprezado (Gênesis 19:9-14)

  5. Ló a figura do homem justo, para proteger os 2 homens estranhos de serem abusados sexualmente, prefere entregar as filhas virgens para serem violadas em seu lugar; (Gênesis 19:8)

  6. Os Homens de Sodoma ao contrário da ordem natural, rejeitam as mulheres e preferem os Homens ao ponto de até Ló se tornar também alvo da sua perversão sexual. (Gênesis 19:8,9)


A lição aqui é que o pecado inverte a ordem de todas as coisas; o pecado tendo livre curso promove o caos e a inversão dos valores morais;

O pecado contamina a lógica, a razão, o bom senso e a dignidade; Na queda, tudo aquilo que é perverso é tido por “normal” e tudo o que é santo, justo e bom, é repudiado e desprezado; A cidade de Sodoma é prova real de que a inversão dos valores morais pede juízo de Deus: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Isaías 5:20)


A INVERSÃO NO CARÁCTER DOS HOMENS DE SODOMA


Sodoma era uma cidade de subversão e perversão da ordem instituída por Deus para cometerem desenfreadamente todo o tipo de pecado; Por isso quando Ló escolhe as campinas para o lado de Sodoma, logo é referido em tom de desaprovação: “Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor.” (Gênesis 13:13) Já dava para adivinhar que daqui não viria coisa boa.


Sodoma e Gomorra é onde a Bíblia pela primeira vez faz referência à prática da Homossexualidade como uma prática pervertida da sexualidade, no cenário de uma cultura cada vez mais entregue ao pecado.


Quando O Senhor Jesus fala sobre os últimos dias da Terra, e da Sua volta para abater a soberba de um mundo entregue ao pecado, são feitas 2 comparações, em termos de sociedade e comportamento que servem de indicadores de que o fim está às portas: E a Bíblia diz - Será como os dias de Noé (Lucas 17:26,27) e como os dias de Ló (Lucas 17:28,29);


A Soberba da Vida, está intimamente associado ao amor da carne, ao amor mundano, que busca somente a satisfação imediata: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." (1 João 2:15-17)

A postura dos Homens dos dias de Noé e dos dias de Ló, era a mesma, embora divididos por mais ou menos 500 anos de distância temporal; Os dias de Noé, era a sociedade antes do dilúvio, e os dias de Ló, a sociedade pós dilúvio; Aqui aprendemos que o Juízo da ira de Deus não levou a humanidade a ter mais temor e a sujeitarem-se mais, muito pelo contrário, o tom de rebelião e perversão parece ter aumentado.

É como se a própria narrativa bíblica, nos indique que o desejo de afrontar a Deus está completamente gravado no DNA dos humanos, por causa da queda da Graça e a entrada do pecado.


O pecado daqueles homens não era somente o pecado dasodomia” como prática professa da homossexualidade. A história da destruição de Sodoma é muito mais profunda que isto.

Esta era uma cidade de deboche e anarquia, onde os Homens não se importavam em ter conhecimento de Deus, sendo então entregues aos seus sentimentos perversos para se desonrarem entre si, desonrando a Deus (Romanos 1:28)


Os Homens de Sodoma, são retratados como tendo um único modo de ser e de pensamento, e a promiscuidade é aquilo que os unia; há uma ideia de “inclusividade” ou de união inclusiva referindo “todos” seguindo uma mesma vontade; todos unidos no pecado; por isso diz: “os homens de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros.” (Gênesis 19:4)


No Livro de Juízes no capítulo 19 também, vemos um episódio semelhante ao que se passou em Sodoma, onde homens com os mesmos desejos homossexuais são descritos como "Filhos de Belial" (Juízes 19:22-25) que é uma expressão que visa descrever, o estado mais decadente dos Homens que servem ao Diabo desprezando a Deus;


Os Cristãos não podem ter nada em comum com este tipo de práticas, nem de se assumirem Cristãos enquanto se assumem gays vivendo desta forma, nem ainda, sendo Cristãos, convivendo abertamente com aqueles que vivem segundo esta prática.


Leia-se o que Paulo fala sobre a separação do pecado aos irmãos da Igreja de Corinto: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" (2 Coríntios 6:14,15)


A prática da Sodomia pede juízo de Deus (Romanos 1:32) assim como qualquer outro pecado cometido desafiando a Santidade de Deus e a ordem por Ele instituída.


Infelizmente vivemos em dias tão obscenos, que é considerado muito pior julgar o mal, do que praticá-lo.


Não referir o pecado por aquilo que ele é, não impede o Juízo de Deus de cair sobre os que cometem o pecado.

Muitas pessoas querem viver em comunhão com a prática professa do pecado, sem aplicarem nenhum espécie de juízo de valor moral para evitar confronto ou serem perseguidos por suas convicções. 

Por deixarem de obedecer à ordem da não comunhão com o pecado, também se torna mais fácil não condená-lo; Contudo a ordem é: “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.“ (Efésios 5:11)


Quando a prática do mal encontra livre-curso, ele tende a estabelecer-se como uma norma. A ausência de condenação do mal, resulta numa maior disposição para praticá-lo:


Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.

Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temem diante Dele.

Porém o ímpio não irá bem, e ele não prolongará os seus dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus.

Eclesiastes 8:11-13


A PRÁTICA ABOMINÁVEL DA SODOMIA


Pregar a Verdade de Deus que condena tais práticas visa o benefício do Homem que as pratica e não o seu prejuízo.

Se sabemos que a prática destes pecados pedem juízo e condenação da parte de Deus, a omissão da condenação não é um acto de amor, mas de falta dele.


A homossexualidade e todas as ideologias que lhes estão associadas nos dias actuais, estão de tal forma protegidas na ideia de “fazer o bem” a quem as pratica, que se tornou praticamente impossível dirigir palavras de alerta à consciência para reais consequências terríveis que podem cair sobre eles.

No caso de Sodoma, foi literalmente “Fogo do céu” (Gênesis 19:24,25) o juízo, e depois disso o “Fogo eterno” no inferno (Judas 1:7)


O entendimento da Homossexualidade trata-se sobretudo de um grave problema de identidade. A carnalidade impondo-se na ausência de uma senso de espiritualidade que nos centra no propósito real para o qual fomos feitos, é a origem da crise ideológica que nós vemos em Sodoma, e também no mundo de hoje. A falta de um compasso moral bem definido e externo à consciência individual, torna a distinção do bem e do mal fluída e adaptável à conveniência de cada um.


A própria sexualidade na Bíblia tem fundamento somente na realidade terrena, não fazendo parte da experiência da vida na eternidade. Por isso nas palavras do Próprio Senhor Jesus todos os seres humanos: “na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.” (Mateus 22:30)

Tendo em conta que no céu não existem “Anjos” do sexo feminino, e a prática da homossexualidade é abominação a Deus, fica fácil deduzir que o sexo não faz parte da Eternidade.


Quando O Senhor Jesus evidencia que na Salvação cada um de nós se deve “negar a si mesmo” (Lucas 9:23) de forma a Segui-Lo até à vida eterna, é evidente, que o acto de “Negar” inclui tudo aquilo que de alguma forma nos impede de viver de acordo com os padrões instituídos por Deus.


Abdicar de qualquer coisa na nossa vida associada à prática do pecado, é um preço mais que justo, em comparação ao que Cristo abdicou esvaziando-se a Si mesmo para morrer injustamente por nós (Filipenses 2:7,8)


A ideia de “Esvaziar” é a ideia de abdicação do conforto, da posição, e do prazer; é o próprio acto de se "negar a si mesmo".

Jesus é O Rei dos céus e da Terra, que depois de "Se esvaziar" afirmou que nem tinha “onde reclinar a cabeça” (Mateus 8:20)


Por isso Ele mesmo diz: “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lucas 9:24,25)

A ideia de que um Homem ou mulher devem negar a sua sexualidade por amor a Deus é totalmente rejeitada pela nossa cultura, porque “amar a Deus” em troca, não parece ser muito vantajoso para aquele que tem de se privar.


Contudo, se o domínio do pecado sobre alguém reside no seu campo sexual, então é uma questão de escolha, entre o prazer e o inferno; entre a vontade de Deus, e a vontade pessoal.

A capacidade de entender a integridade de uma decisão desta natureza, de prejuízo temporário para benefício eterno, não pode ser entendida por muitos.

O Evangelista Tim Elliot disse: “Não é tolo aquele que abre mão daquilo que não poder reter, para ganhar aquilo que não pode perder”.


Jesus também disse:

Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.

E, se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.

Mateus 18:8,9


Para muitos "amar a Deus" tendo de se "negar a si mesmo" é a ideia de um próprio inferno pessoal. (mas isto porque elas não têm noção do que é realmente o inferno)


Seguir a Jesus é o percurso de alguém que morreu para si mesmo (na carne) para viver para Deus (em espírito) (Colossenses 3:1-4)


Pedro e os discípulos deixaram tudo para trás para seguir a Cristo, que rapidamente esclarece que o prejuízo na terra leva ao benefício na eternidade, da mesma forma que o benefício na terra, leva ao prejuízo eterno:


Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos? E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.

E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.

Mateus 19:27-29


Deus tem desígnios muito maiores para nós que uma “felicidade” momentânea e fugaz; uma “satisfação carnal” medíocre que logo passa, deixando somente a frustração que revela que o prazer que se dissipa também é uma espécie de dor.


Deus determina a dificuldade a fim de expor a fraqueza, para que Ele possa fornecer a força.

Se alguém sofre de uma crise de identidade homossexual, deve ponderar, se suas escolhas valem a pena no fim;

Será que a negação da sexualidade por causa da Santidade é assim um prejuízo tão grande neste mundo de podridão? Leia-se: “Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” (Mateus 19:12)


Quando Jesus em Seu duro discurso diz: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida.” (João 6:63), Ele apontava para a diferença entre uma vida na carne e outra no espírito; uma fácil e a outra difícil.

Muitos não estavam dispostos a “sofrer o dano” na decisão de seguir a Jesus por meio de sacrifícios, mas a escritura mostra a diferença entre uns e outros no que diz respeito à decisão individual de cada um: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.” (João 6:66-69)


Os habitantes de Sodoma à semelhança dos ativistas da comunidade LGBT dos nossos dias, não querem saber de Deus para nada, não têm nenhuma espécie de temor ou reverência à Sua Palavra e Lei, e muito menos têm fé para Crer que Jesus é O Filho de Deus por quem em breve vem o Juízo sobre a Terra.


LÓ E O PREÇO DA COMUNHÃO COM O PECADO


Ló contrasta como a figura de um Homem de Deus face a uma cultura anti-Deus; Isto para que saibamos que numa sociedade assim, nós que servimos a Deus nunca estaremos incluídos, mas tidos como inimigos por não partilharmos dos mesmos princípios;


Ló era habitante de Sodoma, Homem respeitável, vizinho de todos, mas a narrativa comprova que isso não foi suficiente para lhe garantir nenhuma segurança ali.

Nos versículos 4 e 5 vemos que os Anjos estão com Ló na privacidade da sua casa, e o perigo vem literalmente bater-lhes à porta.


No versículo 6, é evidenciado que Ló responde ao chamado dos homens de Sodoma, mas que logo “fecha a porta atrás de si” (Gênesis 19:6).

É notório que Ló sabia a índole daqueles homens e muito provavelmente do que se tratava aquela visita. Mais cedo ou mais tarde, todos os homens decentes que se fazem rodear deste tipo de pessoas, acabam colhendo o preço da sua vergonha.


Os homens de Sodoma demonstram desejo de corromper os Anjos envolvendo-se em práticas sexuais com eles; A expressão: “Traze-os fora a nós, para que os conheçamos.” (Gênesis 19:5) assim o indica.

O termo (VËNEDËÅH) do verbo (Lada´at) também se refere a conhecer através de relações sexuais.

Assim que Ló se interpõe e intercede por eles, rapidamente se torna também ele alvo de ataque (Gênesis 19:8,9);


O que fica bastante evidente aqui, é que “A sociedade inclusiva” do mundo, não nos inclui; Nós não somos deste mundo (João 15:19);

Aqui está claro que existe uma separação entre os que “estão dentro da casa” e “fora da casa” (João 17:16);


O mundo em pecado constitui-se um perigo à nossa segurança espiritual; Nós não fechamos a porta da nossa casa porque odiamos os que estão lá fora, mas porque amamos os que estão lá dentro.

A nossa separação emocional, social, e espiritual do mundo visa a nossa protecção contra os perigos da perversidade andando à solta por aí.


Infelizmente muitos “crentes modernos”, crêem que não existem paredes como uma divisão espiritual entre uns e outros, de tal forma, que só a ideia de Ló fechar a porta para marcar essa divisão se torna condenável; Mais depressa os crentes modernos condenariam Ló naquele dia, do que os homens de Sodoma;


O pecado tendo livre curso, começa primeiramente com a ideia de “igualdade”, “direito à felicidade” até que se instala e se impõe para se tornar perverso e abominável;

Na bíblia há sempre um paradoxo (uma contradição) entre a liberdade desmedida e escravidão ao pecado; Não há uma sem outra.


Ló fecha a porta da sua casa, para que fique evidente, que dentro dela está a protecção, e fora dela o perigo; Ló apela ao bom senso, e vendo que não é possível, tenta desviar a tensão sexual descontrolada daqueles homens, para as suas filhas, como se um apelo à normalidade, ainda que seu desejo era claramente de origem homossexual;

Existe uma ideia daqueles homens estarem inflamados em sua sensualidade (Romanos 1:27).


Os homens de Sodoma demonstram total anarquia, desrespeito pela ordem, e uma agressividade intolerante para com quem não está do seu lado.

Isto é exactamente o que está a acontecer nos dias actuais numa semelhança inacreditável.


-Porque razão Ló era membro daquela cidade, sendo ele um homem justo e temente a Deus?


Muitas vezes a mistura com a impiedade, resulta em trágicas consequências.

Ló havia decidido viver em Sodoma porque lhe parecia particularmente conveniente sua fartura (Gênesis 13:10), contudo, os prejuízos espirituais eram muito maiores do que seus benefícios materiais;


Há uma característica no tipo de postura que caracterizava a sociedade de Sodoma que podemos ver ser muito semelhante à conduta e estilo de vida dos homens actuais que defendem e agem segundo os mesmos princípios daqueles homens;

Leia-se: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado. E se ensoberbeceram, e fizeram abominações diante de mim; portanto, vendo eu isto as tirei dali.” (Ezequiel 16:49,50)


Soberba como a prática arrogante e orgulhosa do pecado era o traço mais evidente; A abundância de recursos (a boa vida) tornava aquelas pessoas egoístas e egocêntricas.

Por sua vez, esta facilidade, levava aquela gente a tornarem-se preguiçosos e inúteis, desviando-se da responsabilidade e do sacrifício, servindo-se a si mesmas desenfreadamente; Para continuarem a ter este estilo de vida, oprimiam e exploravam os pobres para seu próprio benefício; (Aqui está perfeitamente descrito o pensamento socialista/comunista instalado dos dias actuais)


A Soberba, na Bíblia é o estado máximo do Orgulho, que é por sinal a evidência de um espírito de afronta e provocação, em que a criatura enchendo-se de presunção ousa desprezar o Temor como se ela mesma fosse digna de ser adorada.


O chamado "Orgulho gay" que é o lema de celebração da comunidade homossexual, é alimentado pelo próprio orgulho de Satanás que se exalta a si mesmo em afronta a Deus.


O Senhor Jesus deixa bem claro que: "o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado." (Mateus 23:12)


A Soberba como um orgulho desmedido anuncia a desgraça iminente: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda." (Provérbios 16:18); Por isso sempre vemos que a Soberba nas escrituras acompanha outros pecados do ego como a arrogância, a vaidade, a altivez, o orgulho, presunção Obstinação (Jeremias 48:29) (Provérbios 21:4) (Provérbios 21:24) (2 Timóteo 3:4)


Nós sabemos que Deus tem juízo reservado para abater de todo a soberba dos Homens naquele dia em que Ele será manifesto em Glória a todo o mundo:

Entra nas rochas, e esconde-te no pó, do terror do Senhor e da glória da sua majestade.

Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada; e só o Senhor será exaltado naquele dia.

Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido;

Isaías 2:10-12


Sodoma e Gomorra, receberam juízo do céu, de modo a deixar um exemplo registado na História, de que a Justiça de Deus tem determinado o dia e a hora da vingança. Note-se a descrição feita por Pedro a respeito destes homens e desta postura:

E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, por isso via e ouvia sobre as suas obras injustas); Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;” (2 Pedro 2:6-9)


Nos dias de hoje também, vemos nos discursos da sociedade “inclusiva”, uma desejo de “excluir” todos os que não partilham do seu modo de pensar; os “tolerantes” a “intolerar” qualquer discordância dos seus princípios; os da “União e unidade” a promoverem a “a divisão” entre as pessoas; Os que promovem a "aceitação", a "cancelarem" os que têm qualquer outro ponto de vista.


Esta é a sociedade invertida descrita em Sodoma vivendo nos prazeres desenfreados do pecado aberto, à qual O Senhor Jesus comparou os dias do fim (Lucas 17:28-30)


Nos versículos 10 ao 17 os Anjos protegem Ló e a sua família, transportando-os para fora da cidade;

É relatado na narrativa, que esta família era constituída por 6 pessoas (Ló, sua mulher, 2 filhas, e respectivos genros) (Gênesis 19:14,15), dos quais somente 3 pessoas sobreviveram (Ló e as 2 filhas); No evento da destruição daquelas cidades, os genros, que se riram de Ló, ficaram acomodados, e à saída da cidade, a mulher de Ló desobedece à ordem dos Anjos (Gênesis 19:17) e olha para trás sendo transformada numa estátua de sal (Gênesis 19:26).


A verdade é que a Sobrevivência de todas estas pessoas veio num acto de misericórdia Divina somente por Amor a Abraão e Sua Aliança com Ele (Gênesis 19:29).


O PECADO DOS GENROS E A MULHER DE LÓ


Poucas pessoas olham para os genros e a mulher de Ló, para ver a valiosa lição que eles nos dão na descrição do evento da destruição da cidade de Sodoma.

Eles têm em comum o facto de não terem sobrevivido ao Juízo de Deus ali, porque tinham em comum também a postura de amar o mundo.


A bíblia nos diz que a “amizade do mundo é inimizade contra Deus” (Tiago 4:4) para que saibamos que o mundo segue o curso do pecado, e da afronta, em direcção ao juízo de Deus.

Os Genros e a Mulher de Ló demonstram pesar e dificuldade em cortar com os seus laços mundanos deixando para trás aquilo que Deus julga digno de destruição.


A Palavra de Deus no que diz respeito ao amor ao mundo como símbolo de Mundanismo diz: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17)


Os Genros e a Mulher de Ló não “permaneceram” após a destruição, dando-nos uma visão profética e simbólica do fim de todos aqueles que têm dificuldade em deixar o mundo para trás.


Os Genros, riram da advertência de Ló de que Deus iria destruir a cidade (Gênesis 19:14); O relativismo e desconsideração deles levou-os a confiar em si mesmos, e na sua falsa ideia de segurança.

O amor mundano à boa vida que ali levavam não lhes causava nenhuma indignação convivendo diariamente com a prática do pecado.

Provavelmente também praticavam ocultamente as mesmas coisas que consentiam aos que as faziam conforme descrito em (Romanos 1:32)


Quando Paulo no contexto da origem da Homossexualidade nesta passagem, fala que “do céu se manifesta a ira de Deus sobre a impiedade e injustiça dos homens” (Romanos 1:18) era uma alusão perfeita ao fogo e enxofre que caíram do céu sobre Sodoma e Gomorra.

O “desprezo” deles por Ló (Gênesis 19:14) rindo como se Ló zombasse deles é uma figura do desprezo natural que o mundo tem pela pregação do juízo de DEUS sobre o pecado.


A Mulher de Ló à semelhança dos genros, demonstra ter uma dificuldade em deixar para trás sua vida e seguir em frente em direcção à salvação.

Ela desobedece à ordem dos Anjos (Gênesis 19:17) de não olhar para trás, e fazendo-o mesmo assim, é transformada numa estátua de sal (Gênesis 19:26) como figura da sua vida sendo completamente extinta. A localização de Sodoma tornar-se-ia um lugar estéril, sem vida coberto de sal e enxofre até aos dias de hoje.


Este “olhar para trás” tem o simbolismo espiritual de referir o amor às possessões terrenas desta vida.

No novo testamento o sentimento do jovem rico (Mateus 19:21-24) parece associar-se perfeitamente ao possível sentimento da mulher de Ló; O pesar do abandono material.

Muitas pessoas “ficam a meio do caminho” por não conseguirem realmente seguir em frente, “despojando-se de tudo”, tendo os olhos somente postos “nas coisas do céu e não nas coisas da terra“ (Colossenses 3:1-8);


Que saibamos desenvolver essa capacidade de abrir mão do que não podemos reter, para ganhar aquilo que não podemos perder –o escape ao Juízo e a salvação de Deus.

Essa salvação está em Jesus e no Seu testemunho de vida!


primeiro desloca-se a uma pequena cidade ali perto, que por misericórdia acaba sendo poupada (Gênesis 19:19-22); Mas eventualmente vemos Ló e suas 2 filhas afastarem-se do ambiente social daquela região e irem habitar numa caverna (Gênesis 19:30).


O Homem que começa a olhar para aquela região cheio de gado, servos e possessões, contemplando a fartura nas inúmeras possibilidades de prosperidade (Gênesis 13:10), está agora a viver sozinho com 2 filhas numa caverna.

Esta dura lição visa demonstrar que prosperidade no meio do pecado, é afinal sinónimo de pobreza.


A “caverna” torna-se um símbolo de separação do mundo na conservação da santidade em temor a Deus.

Claro que isto não é um incentivo a vivermos de forma “pré-histórica” totalmente separados da sociedade, mas a definirmos com prudência a separação selectiva quando nos é possível, especialmente a separação espiritual (1 Coríntios 5:9,10); O mundo não tem nada para satisfazer um coração forjado no céu: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1 João 5:19)


Nos versículos 31 a 38 entra em cena outro momento descritivo, sobre as 2 filhas de Ló combinarem entre si uma forma de embebedar o Pai para terem sexo com ele sem que ele se aperceba.


AS FILHAS DE LÓ E OS MOABITAS E AMONITAS


Sendo as 2 filhas de ainda virgens, pois ainda não haviam sido tomadas pelos seus maridos (Gênesis 19:14), e estando agora sem perspetivas, sem maridos e mãe, decidem ter sexo Ló para prolongar a descendência do pai (Gênesis 19:31,32).

Naquele tempo os casamentos eram arranjados pela família “segundo o costume de toda a terra;” (Gênesis 19:31) mas as filhas de Ló não tinham mais conexões sociais para conseguirem maridos. Todas as suas ligações terrenas tinham sido cortadas na destruição da cidade.


A narrativa apenas refere as filhas de Ló no final do capítulo para desvendar a estratégia delas (Gênesis 19:33-35) e a descendência futura de cada uma.

Nenhum outro detalhe é pertinente acerca da sua história, estando o foco nos seus filhos Moabe e Ben-Ami, os ancestrais dos Moabitas e dos Amonitas, 2 povos que se tornariam mais tarde inimigos de Israel. (Números 23:6,7)


Também foi por estes 2 povos que os filhos de Israel se corromperam posteriormente, envolvidos em terríveis pecados de fornicação, imoralidade e idolatria. (Números 25:1,2) (1 Reis 11:5) (Neemias 13:23)


As filhas de Ló são nesta história um exemplo figurativo de pessoas ingratas, que mesmo debaixo da misericórdia de Deus, não aprendem o valor da santidade; Pessoas que seguem qualquer conduta, se o fim lhes trouxer algum benefício, sem temor a Deus nem qualquer sentido de honra e dignidade.


Ainda assim, nesta história vemos a lição preciosa de como a Mão de Deus pode transformar qualquer mal em bem, transformando a maldição em bênção. Um bom exemplo disto está na passagem de (Neemias 13:1,2).


Ainda que a descendência das filhas de Ló tenha por algum tempo se tornado uma espécie de maldição para o povo de Israel, Deus através de Rute uma Moabita, descendente de Ló, traz a bênção de por meio de seu filho, vir a linhagem do Rei David, e mais tarde do Próprio Senhor Jesus (Rute 4:10-22) (Mateus 1:5-16)


Continue o estudo no próximo capítulo


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