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Génesis -Capítulo 15

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CAPÍTULO 15 – (21 Versículos)


  • A PROMESSA DE UM FILHO A ABRÃO -vs 1 a 6

  • A VISÃO DE ISRAEL COMO NAÇÃO -vs 7 a 16

  • A REAFIRMAÇÃO DA HERANÇA DA TERRA PROMETIDA – vs 17 a 21


-No final do Capítulo 14, vemos Abrão recusar os bens e riquezas do despojo dos reis vencidos por causa da contaminação com o pecado.


Aqui no início do Capítulo 15 logo aparece O Senhor prometendo a Abrão um “grandíssimo galardão” (Gênesis 15:1) como reforço de que as riquezas e os bens da terra não são nada, e que a nossa dependência deve estar em Deus que nos pode suprir todas as necessidades em Glória (Filipenses 4:19).


A bíblia nos ensina inúmeras vezes que as riquezas do mundo pertencem somente a este mundo, mas as riquezas espirituais, transcendem este mundo até à eternidade: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.” (1 Timóteo 6:7); Nós devemos sim entesourar para nós riquezas maiores como a satisfação plena desligada de possessões (1 Timóteo 6:8) e a vida eterna (1 Timóteo 6:19).

Esse foi o ensinamento perfeito que O Senhor Jesus não só nos deu com as suas palavras (Mateus 6:19-21) (Atos 20:35) mas com a Sua própria vida! (Mateus 8:20)


O exemplo de Abrão e a promessa de galardão, está amplamente difundido por toda a Bíblia, e isto é evidente: “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.” (Colossenses 3:23,24);

Na carta aos Hebreus depois de fazer várias citações do velho testamento das promessas de Deus, incluindo a promessa feita a Abrão, diz: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” (Hebreus 10:35,36);

A verdadeira postura de um crente cuja fé está bem, fundamentada, é a humildade e o temor diante da autoridade de Deus, que não só promete bênção e galardão na sujeição, como determina castigo e punição na rebeldia.


O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida.” (Provérbios 22:4)


A promessa de “Galardão” feita a Abrão envolvia muitas coisas, mas estava centrada na promessa de uma “descendência” por meio de um “herdeiro”. (Salmos 127:3)

No versículo 2 Abrão demonstra que era seu desejo ter um filho, e a razão porque Deus não permitiu que ele e sua mulher tivessem filhos até ali àquela idade avançada, foi precisamente, para que eles fossem um símbolo da fidelidade de Deus no acto de “abençoar”.

Também para Abrão e todos nós, sabermos com total confiança que para Deus nada é demasiado difícil (Jeremias 32:17); Para Deus tudo é possível (Mateus 19:26)


Abrão perguntar a Deus no contexto do “grandíssimo galardão” sobre o que isso significava, é importante evidenciar, que Abrão era bastante rico, então riquezas e possessões não eram para ele importantes; Por isso ele refere seu mordomo como descendente, revelando que em todas as suas riquezas, ele se sentia pobre por não ter um filho herdeiro.

Quando Abrão diz: “Senhor DEUS, que me hás de dar” (Gênesis 15:2) parece o mesmo tom dos discípulos perguntando a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?” (Mateus 19:27)


Isto não quer dizer de todo, que nós servimos a Deus baseados na ideia de receber algo em troca, como que visando um benefício próprio.

A razão destas perguntas, vem no contexto da natureza carnal humana, ainda não totalmente convertida, mas é necessário que ocorra, para que haja uma demonstração da parte de Deus de reconhecimento de todos os sacrifícios feitos por Amor ao Seu Nome.

Antes de haver a abundância das riquezas, é preciso a total renúncia do coração humano a tudo o que é material (Lucas 14:26) (Mateus 19:20,21).

No Cristianismo verdadeiro, só usa a Coroa quem carrega a Cruz.


A resposta de Jesus é: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.” (Mateus 19:29)


Por isso ainda que passemos provações, carências ou dificuldades neste mundo sabemos que: “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Romanos 8:18)


A história de Abrão é uma história sobre a grandeza do poder de Deus sendo comunicado aos Homens. Desde a expulsão do jardim do Éden, que o conhecimento de Deus se foi perdendo, e misturando com o paganismo idólatra das Nações rebeldes, vivendo em pecado.

Em Abrão, está revelada a 2ª Aliança da Bíblia num total de 5 Alianças principais (Noé, Abrão, Moisés, David, Jesus) para que fique evidente que o plano de Deus atravessa milénios de história, a vida singular de diversos homens, até que termina em Jesus O Filho Herdeiro do qual todos nós somos feitos descendência de Abrão e co-herdeiros conforme a promessa (Gálatas 3:29) (Romanos 8:17).


Quando no versículo 5 Deus o leva a contemplar as estrelas do céu, a ideia é demonstrar não somente a grandeza do povo que viria da sua descendência, mas a grandeza do poder de Deus em fazer isso acontecer apesar de todas as adversidades históricas que sobreviriam sobre eles (Gênesis 15:13) para impedi-lo.

Deus tudo pode, e nenhum dos Seus propósitos pode ser impedido (Jó 42:2).


A VISÃO DE ISRAEL COMO NAÇÃO


No versículo 7 Deus torna a reafirmar a Aliança da possessão da terra prometida a Abrão. Para provar a Sua fidelidade e dar garantias a Abrão, Deus pede-lhe um sinal de “sacrifício” (Gênesis 15:9) que envolvia 5 animais distintos (1 bezerra / novilha (EGËLÅH); 1 cabra / bode (VËEZ); 1 carneiro (VËAYL); 1 rola / pomba (VËTOR); 1 pombinho / passarinho (VËGOZÅL).


O Número 5 no número dos animais simboliza a graça e o favor de Deus.

A ideia da graça de Deus sendo derramada mediante a oferta de “sacrifício”, é sempre visando revelar a obra futura de Jesus na Cruz.

Mas o que parece indicar aqui na forma como os sacrifícios são feitos, é que a Graça e o favor de Deus estará sobre uns, mas não sobre outros.


Sobre os vários animais que Deus ordenou que Abrão levasse, há uma interpretação curiosa que podemos fazer; As nações idólatras e os ímpios são também comparados algumas vezes nas Escrituras a touros, carneiros e bodes; pois está escrito: “Muitos touros me cercaram.” (Salmos 22:12); Também ainda: “Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da Pérsia, Mas o bode peludo é o rei da Grécia” (Daniel 8:20,21);


Os israelitas por vezes em contraste são comparados a pombas ou passarinhos como vemos: “Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas” (Cânticos 2:14); ou: “Porque Efraim é como uma pomba ingénua, sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria.” (Oséias 7:11); e ainda: “Tremendo virão como um passarinho, os do Egito, e como uma pomba os da terra da Assíria, e os farei habitar em suas casas, diz o Senhor.” (Oséias 11:11); “Como o grou, ou a andorinha, assim eu chilreava, e gemia como a pomba; alçava os meus olhos ao alto; ó Senhor, ando oprimido, fica por meu fiador.” (Isaías 38:14)


A divisão das carcaças (Gênesis 15:10) portanto parece evidenciar a divisão e o extermínio das nações idólatras diante do povo Eleito naquelas terras; mas os pássaros não sendo divididos, sugere que os Israelitas permanecerão para sempre.


A referência dos 3 anos de idade dos animais, é motivo para alguma surpresa, porque mais tarde na Lei Mosaica, a idade determinada por Deus era de 1 ano apenas (Êxodo 12:5) (Números 7:63).

Aqui possivelmente, os 3 anos, era referência simbólica às 3 gerações desta Aliança específica (Abraão, Isaque e Jacó) como mais tarde passa a ser descrita inúmeras vezes na Bíblia por lembrança (Êxodo 2:24) (Deuteronômio 34:4) (2 Reis 13:23) (Mateus 8:11) (Mateus 22:32).

A expressão (MËSHULESHET) expressa não só 3 como idade, mas também como dividido em 3 partes.


No versículo 12, após esta oferenda ser colocada diante de Deus, Abrão entra num “sono profundo”. e isto sempre se refere a um momento de visão ou revelação sobrenatural de Deus.

"Sono profundo, Sonhos e Visões" na Bíblia sempre acompanham eventos e circunstâncias onde é visível a acção directa (Presente ou futura) de Deus sobre a realidade Humana; Apontam para a "Vontade de Deus" (tanto de bênção como de juízo) ou a "concretização profética" do Seu plano eterno, segundo a Justiça sendo revelada; Esta foi uma maneira comum de tornar conhecida a soberania de Deus para os antigos profetas e Seu povo, e será ainda também nos últimos dias; (Gênesis 20:3) (Gênesis 37:5) (Gênesis 41:1) (1 Reis 3:5) (Jó 4:12,13) (Jó 7:14) (Daniel 7:1) (Joel 2:28) (Atos 2:17) (Mateus 1:20) (Mateus 2:19)


Neste sonho particular do versículo 12 ao 17, Deus revela Seu plano sobre o povo Judeu, e das provações que passaria até ser restaurado.

Este sonho é de teor profético pois prevê exactamente e com exactidão os 400 anos de opressão do povo Judeu e o juízo sobre o Egipto (eventos históricos reais).


Do versículo 18 ao 20, a Aliança de Deus com Abrão é novamente reafirmada e aqui é delimitada a extensão geográfica que a aliança abrangia (desde o rio do Egipto até ao rio Eufrates);


Ainda é feita uma referência a 10 povos idólatras que acabariam por ser exterminados às mãos dos Judeus na conquista destas terras. (o povo Queneu, Quenezeu, Cadmoneu, Heteu, Perizeu, os Refains, o Amorreu, Cananeu, Girgaseu e Jebuseu)


O Número 10 simbolizando a provação para a plenitude, afirma que na conquista destes 10 povos, Israel acabaria por possuir toda a Terra designada por Deus.


Vemos no versículo 16 porém que o cumprimento total da promessa de possessão da Terra só viria depois da provação do Egipto por 400 anos, e dos 40 anos no deserto e que seria dada à 4ª geração (Gênesis 15:16);

O Número 4 símbolo do carácter de alguém por trás de uma obra, nos revela que somente aqueles que são provados fiéis e obedientes podem alcançar a promessa.

A justificação dada, indica que esse tempo não só servia para provar o povo no Egipto, mas para dar tempo para que a indignação de Deus para com os Amorreus chegasse ao ponto necessário; e diz: “a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.” (Gênesis 15:16); Parece que existe uma certa medida de iniquidade, além da qual Deus não poupará uma terra pecaminosa (como vemos um pouco a seguir com Sodoma e Gomorra).


Em (Amós 2:9,10) vemos o cumprimento deste desígnio de Deus para que saibamos que Deus cumpre tudo o que anuncia previamente, tanto para juízo como para bênção.


Continue o estudo no próximo capítulo


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