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Génesis -Capítulo 12

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CAPÍTULO 12 – (20 Versículos)


  • A ALIANÇA COM ABRÃO E A TERRA PROMETIDA -vs 1 ao 8

  • ABRÃO E SARAI NO EGIPTO -vs 9 ao 20


Todo o plano da Obra de Deus encontrado nas Escrituras podia ser resumido em apenas 3 momentos: “Criação, Queda, e restauração”;


Na Criação somos remetidos directamente para a natureza Santa de Deus como o Criador, a Sua glória, Seu carácter e atributos Divinos;

Na Queda, somos remetidos para a natureza pecaminosa da criatura e o seu carácter rebelde de oposição e afronta;

Na Restauração, somos remetidos para a obra e plano de Deus eternos, centrados na natureza Divina de Jesus, que pela Sua morte na Cruz ofertada em sacrifício transforma agora inimigos em filhos, opositores em servos, blasfemos em adoradores.


O Filho de Deus fez-se Filho do Homem, para que os Homens pudessem ser feitos filhos de Deus; Esta é a obra gloriosa da Cruz, a “Nova Criação”! (2 Coríntios 5:17)


A História de Israel, na criação de uma Nação separada do mundo é o início desse processo de restauração que estava decretado desde antes da fundação do mundo, cujo princípio era demonstrar a ideia de Deus querer salvar para si um povo especial que Ele mesmo soberanamente resgata da morte do pecado para a Glória da Eternidade ao Seu serviço.


Abrão é o protagonista que Deus levanta no início para fazer esta obra notória; O capítulo 12 é o momento de Deus se revelar a Abrão e de fazer com ele uma Aliança eterna.


O número 12 na Bíblia é o número da perfeição da obra de Deus para as coisas eternas enquanto o número 7 é a perfeição da obra de Deus para as coisas temporárias.

Por isso tudo o que é eterno em Apocalipse é doze, mas tudo o que tem fim é sete.


Exemplos:

144 mil selados de Apocalipse são 12 grupos das 12 tribos de Israel de 12.000 Homens (Apocalipse 7:4-8). A Nova Jerusalém que descia Santa do Céu, tinha 12 portas, 12 anjos, 12 pérolas, 12 nomes, nela inscritos; A largura da cidade era de 12.000 estádios. (Apocalipse 21:12) (Apocalipse 21:16);


São 7 as igrejas de Apocalipse a quem são dirigidas 7 cartas (Apocalipse 1:11); No juízo de Deus que começa na tribulação de 7 anos até ao fim, vemos 7 anjos com 7 trombetas (Apocalipse 8:2); 7 taças de ouro da ira de Deus e 7 pragas (Apocalipse 15:7,8) (Apocalipse 21:9), entre muitos outros exemplos.


Então o facto da Aliança de Deus com Abrão ser exactamente no capítulo 12 não é uma mera coincidência. Deus quer apontar que esta é uma Aliança eterna, que durará para sempre!


UMA ALIANÇA DE SEPARAÇÃO


Abrão é um exemplo para cada um de nós.


Logo no primeiro versículo deste capítulo vemos Deus fazer uma Aliança com Abrão e é expresso o carácter de separação que esta Aliança pede; Esta separação é pedida através de obediência e renúncia, quando diz: “Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai” (Gênesis 12:1);

Esta era uma separação de uma vida pagã servindo a outros deuses (Josué 24:2) para um serviço real a Deus.


Ur dos Caldeus” era uma cidade pagã da Mesopotâmia que prestava culto a Nanna deusa da lua; A referência a esta cidade no fim do capítulo anterior (Gênesis 11:31) visa denunciar o carácter pagão do lugar onde Abraão habitava, que Deus agora pedia separação.

Deus pede nós separação de todo o sistema mundano, seja ele, político, cultural, ideológico, religioso, social onde existe cumplicidade e comunhão na prática do pecado. A ordem de separação da “Grande Babilónia” descrita em (Apocalipse 18:2-5) dizendo “Sai dela povo meu” é exactamente este chamado à Santidade e à não comunhão com as obras infrutuosas das Trevas (Efésios 5:11)


A Bíblia é clara que não se pode servir a 2 senhores simultaneamente em coerência; Por isso coloca o tom absolutista de posicionamento no serviço, para que não hajam filhos de Deus crendo que isso é possível conciliar (Mateus 6:24); Mamom é o símbolo dos “outros deuses” (do paganismo) na figura da idolatria terrena que muitos praticam na superstição, no culto ao corpo, ao dinheiro, ao entretenimento, e ao prazer.


O princípio de Abrão deixar para trás a estabilidade e a segurança da terra que conhecia; de abandonar a sua família, e o conforto das ligações na casa de seu Pai, é evidenciado para que fique claro que na sujeição e obediência a Deus por vezes temos de fazer estas escolhas difíceis, se Deus assim o pedir.

(a verdade é que de uma forma ou de outra, Deus sempre pede escolhas difíceis de cada um de nós e a renúncia é a palavra de ordem)


O Senhor Jesus deixou claro este princípio de renúncia em tom de absolutismo fazendo várias declarações neste sentido: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lucas 9:23); “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.” (Mateus 10:37,38); e ainda “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:26)


É ouvindo e recebendo estas palavras que cada um deve meditar se realmente está disposto a seguir Jesus, de acordo até se necessário com estas condições.


Não é digno de mim” e “não pode ser meu discípulo” são condições de negação da parte de Jesus a quem não estiver disposto a renunciar totalmente mediante uma escolha entre Deus e o mundo.

Os Homens de (Mateus 7:23) chamavam Jesus de Senhor, mas ouviram Dele as palavras duras de “Nunca vos conheci”.

Quem não se negar a si mesmo, será negado por Jesus! Isto porque quem não se negou a si mesmo, negou a Cristo!


Abrão recebe esta Ordem de Deus dos versículos 1 ao 3, e logo no versículo 4 vemos a postura correcta que devemos almejar; Diz a escritura: “Assim partiu Abrão como O Senhor lhe tinha dito” (Gênesis 12:4); Não vemos Abrão indeciso, pensativo, dividido ou a apresentar qualquer desejo de reivindicar suas ideias ou prioridades. Deus impõe sobre a vida de Abrão e este submete-se totalmente.

-Onde está esta obediência nos dias do cristianismo moderno?


Por isto Abrão é descrito como um dos Homens que servem o perfeito exemplo da Fé (Hebreus 11:8) razão porque os “crentes” são chamados de “a semente de Abraão” como Pai na Fé; (Romanos 4:1-3) (Romanos 4:16,17) (Gálatas 3:6-9);


Vemos ainda que esta Fé na qual temos Abraão por Pai, nos leva também às obras da obediência (Tiago 2:21-24) pelas quais a fé é aperfeiçoada;

A verdadeira sujeição é a combinação prática da Fé + obediência.


A separação de Abraão era o abandono de uma vida pagã para uma vida de serviço a Deus; A figura de separação na Bíblia sempre aponta para o propósito da Santidade.

A santidade era o propósito da separação conforme vemos O Próprio Senhor dizer ao povo de Israel: “Porque Eu Sou O Senhor vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque Eu Sou Santo” (Levítico 11:44);


Por isso a Igreja recebe a mesma advertência do Livro de Levítico ao povo judeu: “Mas, como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” (1 Pedro 1:15,16)


Nós como descendência de Abraão pela Fé, somos herdeiros da mesma promessa, mediante a mesma separação para a Santidade ao serviço do Senhor: “E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” (Gálatas 3:29)


A Promessa de Deus a Abrão era de Prosperidade e Bênção, mas primeiro pedia renúncia total; é na capacidade de renunciar que os verdadeiros adoradores sobressaem e é reconhecida a confiança da Fé e o amor obediente a DEUS.


Muitos esperam que a renúncia na Terra, também produza bênção na Terra, pois seus olhos estão somente nas coisas terrenas, mas o próprio Abraão nos ensina que o ganho da prosperidade que Deus realmente promete dar, é na Glória; Leia-se as palavras de Estêvão a respeito disto:

E ele disse: Homens, irmãos, e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, E disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar.

Então saiu da terra dos caldeus, e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que habitais agora.

E não lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé; mas prometeu que lhe daria a posse dela, e depois dele, à sua descendência, não tendo ele ainda filho.

Atos 7:2-5


Esta sequência de perda para ganho, é exactamente a essência das palavras de Paulo aos Filipenses: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Filipenses 3:7,8)


A única coisa que Paulo “ganhou” nesta vida foram inimizades, perseguição, chicotadas, apedrejamento, prisão e por fim uma morte terrível;

Mas nada disto o impediu de no fim da sua vida permanecer confiante das riquezas da herança da Fé segundo a promessa: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:6-8)


Uma frase memorável de Tim Elliot diz: “Não é tolo aquele que abre mão daquilo que não pode reter, para ganhar aquilo que não pode perder”.


Será Deus um Deus injusto por pedir que deixemos tudo por amor a Ele? Que deixemos o nosso único dia de folga? A nossa família em segundo lugar? Os nossos lazeres sejam desprezados? Os nossos sonhos abandonados? A nossa estabilidade posta em causa?


O Jovem rico queria seguir a Jesus, mas sem renúncia, e por isso Jesus o encurrala com um pedido extremo para que dali seja exposta a verdadeira natureza do seu coração: “Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.” (Mateus 19:21-23)


Hoje muitos “crentes” só permanecem crentes até que lhes seja pedido algo semelhante em tom de renuncia e sacrifício. Assim que lhes é pedido negarem-se a si mesmos, logo demonstram onde está verdadeiramente o seu coração.


Notem-se as seguintes palavras do Senhor Jesus a Pedro na sequência deste tema:

Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?

E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.

E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.

Mateus 19:27-29


A bíblia porém deixa claro que o que Deus promete sempre se cumpre, tanto para o bem, como para o mal, e que a obediência leva à prosperidade e bênção, assim como a desobediência leva ao castigo e punição.

A figura da Graça de Deus nunca pode ser um atestado de permissivismo para o crente achar que pode viver conforme lhe convém indo de volta para o mundo idólatra de onde foi separado.


Notem-se as palavras de alerta do Senhor:

Portanto, guardai diligentemente as vossas almas, para amardes ao Senhor vosso Deus.Porque, se de algum modo vos desviardes, e vos apegardes ao restante destas nações que ainda ficou entre vós, e com elas vos aparentardes, e vós a elas entrardes, e elas a vós, Sabei certamente que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós, mas elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos; até que pereçais desta boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus.

E eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra; e vós bem sabeis, com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma, que nem uma só palavra falhou de todas as boas coisas que falou de vós o Senhor vosso Deus; todas vos sobrevieram, nenhuma delas falhou.

E será que, assim como sobre vós vieram todas estas boas coisas, que o Senhor vosso Deus vos disse, assim trará o Senhor sobre vós todas aquelas más coisas, até vos destruir de sobre a boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus.

Quando transgredirdes a aliança do Senhor vosso Deus, que vos tem ordenado, e fordes e servirdes a outros deuses, e a eles vos inclinardes, então a ira do Senhor sobre vós se acenderá, e logo perecereis de sobre a boa terra que vos deu.

Josué 23:11-16


A Narrativa de Génesis 12 quer deixar bem claro que a postura de Abrão foi de total sujeição e obediência na prontidão em fazer exactamente como lhe havia sido pedido. Ele honrou a Aliança que havia sido feita com ele.

O cumprimento das promessas de Deus é garantido debaixo da obediência e sujeição.

Ainda que demore muito tempo, a demora em si não é sinal de incumprimento ou de negligência da parte de Deus, mas Deus tem até o tempo determinado para que aquilo que Ele pretende fazer seja feito.

No tempo entre a promessa e o cumprimento está a provação de Deus que levará ou à Bênção ou à punição como resulto da obediência ou rebeldia.


A PROFECIA DA ENTRADA NA TERRA PROMETIDA


O Versículo 4 diz ainda que “Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã.” (Gênesis 12:4)

Vemos que esta promessa vem praticamente no fim de dias de Abraão, quando ele e sua mulher estão já em idade avançada.

Aqui entendemos que a esperança e a confiança nas determinações de Deus podem acontecer até quando tudo parece indicar o oposto.

Esta informação da Idade de Abrão é interessante porque sabemos que nenhuma informação bíblica é dada à toa sem relevância alguma.


Abrão nasceu no calendário do Anno Mundi, precisamente no ano de 1948, coincidindo com o ano da instauração do estado de Israel no ano de 1948 do nosso calendário gregoriano actual.

Nós vemos que Abrão o Pai da Nação de Israel nasce neste ano como um simbolismo profético do plano de Deus futuro de levantar Israel entre as Nações do mundo.

Isto não foi coincidência mas providência! A mão de Deus assim o fez!


O curioso então é acompanhar as escrituras e as gerações para se perceber que Génesis 12 quando Abraão tem 75 anos, bate exactamente no ano de 2023 do Anno Mundi (1948+75=2023);


Em Oséias capítulo 6 vemos uma profecia maravilhosa e um simbolismo que aparece apontar para esta mesma conclusão; diz a passagem: “Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante Dele.” (Oséias 6:2)

Se entendermos que: “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (2 Pedro 3:8), fica mais fácil entender o que esta profecia nos revela.


Se olharmos para os 3 dias descritos, como 3 milénios então o plano de Deus começa a ser revelado.

O contexto da passagem de Oséias, é o de esperança no meio do juízo de Deus; o versículo 1 logo aponta para a mão de Deus nos castigos que Israel sofreu por causa da sua rebelião, contudo o tom de dureza é aliviado quando no versículo 2 a profecia é usada para apaziguar a dor, e restabelecer a confiança de que Deus tem um plano para abençoar todo o Seu povo.


O tempo em que o profeta Oséias viveu foi entre o final do reinado de Jeroboão I e a queda de Samaria (750-722 ac); Foi um período sombrio para Israel, entre conquistas assírias, 4 reis assassinados, corrupção religiosa e idolatria.


Os 3 dias divididos em 2+1 têm duplo simbolismo, e na primeira interpretação, vemos que se trata de uma profecia acerca do Senhor Jesus e da sua vida, morte e ressurreição; O ressuscitar de Jesus ao terceiro dia (Mateus 17:23) (Atos 10:40) (1 Coríntios 15:4) é um símbolo de glorificação na nova vida.

É o destino final da promessa de Deus para todos os que vencem a morte (2 Timóteo 2:11) (1 Tessalonicenses 4:14) (Romanos 6:9)


Atentando para este simbolismo, agora vejamos a segunda revelação aqui oculta; Se esta profecia trata primeiramente da vida, morte e ressurreição de Cristo, quando a passagem diz: “Depois de dois dias nos dará a vida” está a referir-se a 2 milénios de História. Desde a morte de Jesus no ano 33, quando vemos Israel “voltar à vida” como Nação em 1948 (o 2º milénio) metade desta profecia foi parcialmente cumprida.

Note-se que a morte de Jesus é descrita por Zacarias da seguinte forma: “Fere ao Pastor e espalhar-se-ão as ovelhas” (Zacarias 13:7); o que prova que Israel estava disperso e moribundo até Deus proporcionar a restauração da Nação de Israel como estado reconhecido em 1948.


Curioso é o que a passagem de Zacarias revela a seguir dizendo: “E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus.” (Zacarias 13:8,9)

Tecnicamente aqui também existe duplo sentido, sendo o primeiro uma profecia, sobre a destruição do povo Judeu, e a preservação de um remanescente que depois de provado, viria a fundar a Nação de Israel.

Curiosamente 1948 graus Fahrenheit é exactamente a temperatura ideal para a purificação da prata e do ouro; Israel é provada e purificada no ano de 1948.


Leia-se agora o salmo 48, o 19º livro da Bíblia no capítulo 48 (19-48) exactamente no versículo 8 (o Número do Senhor Jesus) acerca de Jerusalém como a capital eterna de Israel: “Como o ouvimos, assim o vimos na cidade do Senhor dos Exércitos, na cidade do nosso Deus. Deus a confirmará para sempre. (Selá.)” (Salmos 48:8)


Jerusalém como cidade indivisível, firmada como capital de Israel, “O monte Sião”, a Cidade do Rei, e Israel a Nação Santa são levantadas e exaltadas entre as Nações da Terra.


O uso do termo “naquele dia” nesta passagem (Zacarias 13:1) (Zacarias 13:2) (Zacarias 13:4) também aponta para uma profecia de tempos futuros associados à vinda do Senhor Jesus para defender Israel contra as Nações congregadas do Anticristo.


O versículo (Zacarias 13:6) vem no seguimento do versículo do capítulo anterior (Zacarias 12:10) e encaixa perfeitamente na sequência do capítulo seguinte de (Zacarias 14:4-9) onde O Senhor Jesus acaba sendo reconhecido pelo povo que O rejeitou.


Seguindo o encaixe profético destas passagens, esta 3ª parte, provada pelo fogo, também parece referir-se possivelmente ao povo Judeu duro e resistente que será convertido ao Senhor Jesus no tempo da tribulação, que sobreviverá, quando as outras 2 partes forem destruídas pela mão do Anticristo.

Antes do Reino Milenar de Cristo começar na Terra (o 3º dia ou 3º milénio da profecia de Oséias), muitos serão provados e convertidos durante o período da Tribulação.


Se Jesus morreu portanto no ano 30 e isto é historicamente comprovável (1 dia ou 1 milénio) leva-nos até ao ano 1030; Adicionando (1 outro dia ou milénio) chegamos ao ano de 2030.

Fica somente a faltar o terceiro milénio para “vivermos diante Dele” na eternidade.

Sabendo que Abrão nasceu no ano 1948, e que saiu da sua terra em direção à Terra prometida no ano de 2023, e que de 2023 até 2030 são exactamente 7 anos, quão difícil é percebermos que isto não é somente uma coincidência?!


Quando sabemos que a última agenda mundial das Nações Unidas dos 17 objectivos para um mundo sustentável vai até 2030, e fazemos as contas de 2023 até 2030 serem precisamente 7 anos correspondentes ao tempo da tribulação, não há como não vermos uma providência Divina alinhar aquilo que nos parece coincidente.

Veja o link da notícia:

https://unric.org/pt/todos-os-17-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/


Será o nosso ano de 2023 o ano do arrebatamento com que Deus nos pede também para sairmos desta terra em direção à Terra prometida à semelhança de Abrão?

Não estará aqui na História de Abraão uma figura para tempos futuros escondida entre a narrativa?


A SAÍDA E CHEGADA A CANAÃ


No versículo 5 vemos esclarecido que Abrão e os seus “saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã.” (Gênesis 12:5); A referência de que estavam então os cananeus na Terra (Gênesis 12:6) pretende firmar que sua permanência naquele lugar era temporária, até que os descendentes de Abraão viessem a possui-la conforme a promessa; E isto de acordo também com a maldição de Canaã e a bênção de Sem profetizada por Noé debaixo da soberania de Deus (Gênesis 9:25,26);


SIQUÉM E O CARVALHO DE MORÉ


Ainda aqui neste versículo é feita uma referência ao lugar de Siquém, e ao Carvalho de Moré que têm uma relevância interessante. Ali apareceu de novo Deus a Abrão (Gênesis 12:7) para reafirmar a promessa de cedência desta Terra à sua descendência.


Moré (Moreh) em Hebraico significa Instrução; Este lugar é um lugar onde vários eventos importantes das vidas dos Patriarcas na História de Israel ocorreram; Um Carvalho neste Lugar é mencionado várias vezes como tendo uma centralidade nos eventos ocorridos:


1- Deus aparece a Abrão sobre o altar, reafirmando a Aliança de dar a terra prometida de Canaã à sua descendência que mais tarde formaria a Nação de Israel; (Gênesis 12:6,7)

2- Ali também Jacó enterra os deuses estranhos que a sua família havia trazido de Harã e faz ali um Altar a Deus (Gênesis 35:3,4)

3- Ali junto aos carvalhais de Moré Deus pronuncia a Bênção e maldição ao povo de judeu a respeito da obediência aos seus mandamentos (Deuteronômio 11:26-30)

4- Josué erigiu uma Pedra memorial debaixo de um Carvalho neste mesmo lugar como lembrança da aliança de Deus com o povo (Josué 24:25,26)


Estes e muitos outros eventos da História de Israel de alguma forma se centram à volta deste lugar, e o que é curioso é que aqui é exactamente o lugar do poço onde Jesus falou com a mulher samaritana revelando-se a Si mesmo como O Messias esperado, a “fonte de águas vivas” (João 4:10-14);

Este lugar descrito na passagem como a Herdade que Jacó tinha dado a seu filho José (João 4:5) (Gênesis 33:18,19) (Gênesis 48:21,22) (Josué 24:32) é o mesmo lugar que recorrentemente aparece ao longo da história do povo Judeu; Aqui “Sicar” é a antiga cidade de “Siquém” entre o monte Ebal e o monte Gerizim;


Dois lugares distintos onde Abraão faz acampamento em direcção à Terra prometida, têm “Carvalhos” evidenciados.

Uma destas localizações fica aqui em Siquém e a outra em Hebrom, onde o patriarca permaneceu por muitos anos. Nestas duas cidades a Bíblia faz referências aos Carvalhos, em Siquém nos Carvalhos de Moré e em Hebrom nos Carvalhos de Manre.


O Carvalho de Moré onde Abraão agora acampa aqui em Siquém que é Sicar (Gênesis 12:7) está estrategicamente colocado;


Ebal (quer dizer “descoberto) e Gerizim (quer dizer “lugar estéril); O lugar entre estes 2 montes é importante porque de um lado (no monte Ebal) é o lugar que Moisés deu a ordem para o povo gravar a Lei do Senhor em pedras pintadas de branco (Deuteronômio 27:1-4) e é também o mesmo lugar onde o povo devia escolher entre a Bênção e a maldição (Deuteronômio 11:26-29); E por outro, por ter sido onde as bênçãos sobre as tribos de Israel foram pronunciadas enquanto a Arca da Aliança ficava entre os 2 montes (Josué 8:30-33) e onde Josué também proclamou a escolha de Bênção ou maldição na sua última exortação ao povo (Josué 24:1-26)


A Arca colocada ali no meio com o povo dividido dos 2 lados em ambos os montes apontava para uma mensagem de Deus comunicada.

Se Deus não for o centro da vida e prosperidade da Nação de Israel, eles ficarão postos a descoberto, vulneráveis até se tornarem numa região estéril.


A escolha entre a Bênção e a maldição pronunciadas por Moisés e Josué falam de 2 realidades para o povo: em Deus e prósperos (Jeremias 17:8) ou sem Deus e estéreis (Jeremias 17:5,6).

Por isto este lugar mais tarde foi o lugar onde o reino foi dividido (1 Reis 12:19-25)


Os Carvalhais de Manre onde Abraão se instalou posteriormente, estava situado em Hebrom que traduzido quer dizer “Aliança”;

A figura do carvalho como árvore milenar associada a lugar sagrado, está muito presente na Bíblia e sempre acompanha a história do povo Judeu, e suas personagens relevantes.

Muito provavelmente a razão porque nós vemos lugares com grandes árvores se tornarem recorrentemente lugares de adoração para o povo de Deus (Gênesis 13:18) (Josué 24:23-26) (1 Samuel 10:3-5) e para os pagãos (Jeremias 17:2) (2 Crônicas 14:3) (Êxodo 34:13) (Isaías 17:8), remota ao simbolismo da Árvore da Vida, do jardim do Éden (que podia muito provavelmente ser um grande carvalho).


Na nossa cultura actual ainda hoje se cultua muito o simbolismo da Árvore da vida que de cultura para cultura varia em nome: Árvore da vida ou do conhecimento do bem e do mal para os judeus; Yggdrasil para os Vikings; Asvattha para os Indianos; Crann Bethadh dos celtas; Wacah chan para os Maias, Incas e Aztecas; etc.


Quando Jesus escolhe este lugar para Seu encontro com a mulher Samaritana, não o faz portanto à toa. Este carvalho de Moré onde Abraão acampa aqui pela primeira vez, marcava uma série de eventos e simbolismos atravessando toda a Bíblia.


Jesus é o cumprimento final da Aliança de Deus com Abraão, sendo Ele O Rei que governará a partir de Israel e que restituirá a região completa de Israel ao povo Judeu.


O Carvalho é considerado uma árvore Milenar e o simbolismo desta árvore aponta para o reinado de Jesus a partir de Jerusalém no Milénio quando todo o Israel for salvo e restituído àquele lugar. Quando finalmente TODA a terra de Israel será dada aos descendentes de Abraão por Jesus!


O que Jesus queria deixar evidente à mulher Samaritana (desprezada pelos judeus) é que Ele mesmo é a entrada no milénio prometido, e na eternidade.


Que a promessa da possessão da Terra, engloba o povo Judeu, e gentio, todas as raças, tribos e pessoas que PELA FÉ crerem Nele: “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” (Gálatas 3:7-9)


Como carvalhos plantados aos Seus pés, não secaremos, mas viveremos para sempre (João 15:6), bebendo da fonte de águas vivas que é Jesus!

Por isso ele disse: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (João 4:14)


Enraizados portanto em Jesus, beberemos eternamente dessa água da vida, como Ele mesmo prometeu à samaritana neste lugar:

Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.

Salmos 1:3


Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.

Jeremias 17:8


Desta forma devemos então seguir o conselho de Paulo aos Colossenses:

Como, pois, recebestes O Senhor Jesus Cristo, assim também andai Nele, Arraigados e sobreedificados Nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças.

Colossenses 2:6,7


Então Abraão chega a Canaã que era o destino da sua viagem de acordo com o propósito e a direcção de Deus.

Um dos sinais mais evidentes da obediência a Deus é a concretização de obras, ou o cumprimento completo de compromissos.


Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça;

João 15:16


Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.

João 15:2


Sabemos pela nossa experiência na caminhada espiritual, que muitos homens se propõe a sair para ir para “Canaã”, mas poucos na realidade chegam a “Canaã. (Mateus 22:14)


Ficar pelo caminho, desistir a meio, ceder às distrações, abdicar do compromisso, mudar de convicções a caminho é o comportamento mais comum na maioria das pessoas que se envolvem nas “caminhadas espirituais” desta vida.


Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.

Salmos 1:6


Abrão cumpre com a ordem e chega à Terra que Deus o tinha destinado a buscar.

A edificação de um altar e a invocação do Nome do Senhor descritos em (Gênesis 12:8) apontam para a sujeição de Abraão e o reconhecimento do domínio de Deus sobre a sua vida; Ao cumprir a primeira tarefa, Abrão adora a Deus como se agora esperasse uma nova ordem, ou uma nova direcção da parte de Deus para o que se seguia a partir dali.


Esta deve ser a nossa postura, em reconhecimento que só Deus nos pode indicar passo a passo o percurso no qual devemos andar. Para isto é necessária confiança, e por isso lemos: ”Olhai, pois, que façais como vos mandou o Senhor vosso Deus; não vos desviareis, nem para a direita nem para a esquerda. Andareis em todo o caminho que vos manda o Senhor vosso Deus, para que vivais e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.” (Deuteronômio 5:32,33)


A Terra que haveremos de possuir é uma bem melhor que aquela de Canaã nos tempos de Abraão. A obediência, compromisso e fidelidade a Deus sempre serão recompensadas porque aquilo que Ele promete, Ele é justo para cumprir (Neemias 9:7,8).

Deus tem planos para todos os seus filhos, e caminhos traçados para eles andarem; Não devemos nunca achar que a nossa vida é um amontoado de circunstâncias aleatórias da causalidade, como se andássemos por aqui nesta Terra à toa.

Desde o início das Escrituras vemos Deus designar a Sua direcção e o Seu conselho àqueles a quem toma por povo; O “Caminho de Deus é perfeito” (Salmos 18:30), por isso devemos obedecer e confiar.


E declara-lhes os estatutos e as leis, e faz-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer.

Êxodo 18:20


Agora, pois, ó Israel, que é que O Senhor teu Deus pede de ti, senão que temas O Senhor teu Deus, que andes em todos os Seus caminhos, e O ames, e sirvas ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, Que guardes os mandamentos do Senhor, e os Seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?

Deuteronômio 10:12,13


O Senhor te confirmará para Si como povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos seus caminhos.

Deuteronômio 28:9


Assim diz O Senhor, O teu Redentor, O Santo de Israel: Eu sou O Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.

Isaías 48:17


Quando Deus pede a Abraão para deixar a sua Terra, a sua família, e a casa de seu pai para trás e seguir o caminho que lhe estava proposto, a lição é que muitas vezes as coisas que nos impedem de seguir nos caminhos de Deus nos são tão próximas que não pensamos nelas como obstáculos.


Em (Gênesis 12:1) o simbolismo da “Terra“ que Abraão tinha de sair, é o pecado e idolatria; o simbolismo da “Parentela” refere-se aos relacionamentos de afinidade; O simbolismo da “Casa de seu Pai” é a renúncia ao conforto e à segurança que ele tinha às ligações terrenas;


É isto que Deus pede de cada um de nós no início da nossa caminhada cristã, ainda que muitos pretendam entrar nela sem considerar o que delas realmente é pedido.

Entrar nesta caminhada sem ter entendido bem o que Deus realmente nos pede na “negação do eu” (Lucas 9:23) vai eventualmente resultar numa caminhada confusa e errante sem se chegar propriamente a lado nenhum.

Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?

Lucas 14:28


Note-se bem o tom com que esta analogia termina nas palavras de Jesus: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Lucas 14:33-35)


Usando as palavras da carta aos Hebreus leia-se: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,” (Hebreus 12:1)

O versículo seguinte trata do objectivo prático que serve a corrida nessa carreira, e é descrito como: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Hebreus 12:2);


Leia-se o que Paulo diz a Timóteo em tom de advertência:

Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.

Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.

E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.

2 Timóteo 2:3-5


Olhar para Jesus de verdade é o que nos dá ânimo para começar a partida para a Terra prometida, e um dia finalmente, como Abraão, chegarmos lá!


A PROVAÇÃO NA TERRA PROMETIDA


Infelizmente sabemos que a “Terra prometida” a Abraão, era somente uma região terrena, neste mundo caído e maldito.


A figura da Terra prometida ali, apontava porém e também para aquela que esperamos debaixo do reinado do Senhor Jesus, mas sabemos que enquanto cá estivermos, seguirão provações e tribulações uma atrás da outra.

O nosso “chegar” à Terra prometida vai muito além dos horizontes desta terra, e por isso o ânimo e a esperança são os frutos da Fé, da qual O Próprio Senhor Jesus é autor e consumador. (Hebreus 12:2)


Por isso lemos: “que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.” (Atos 14:22);

Abraão chega a Canaã, mas logo seguindo a edificação do altar, não vemos Deus entrar em cena com uma nova direcção ou interpondo-se fisicamente no rumo de Abraão.


O SILÊNCIO DE DEUS A ABRAÃO


Este silêncio que existe aqui descrito entre os versículos 8 e 10 serve o propósito de colocar agora em Abraão a liberdade de escolha em consciência do que fazer e para onde ir a partir dali debaixo do aparente silêncio de Deus que a Escritura transparece.


Isto é muito importante no contexto da provação que Deus prepara como Lição para nós a partir daqui. Ás vezes o silêncio de Deus é uma provação para que Ele nos revele onde estão as falhas ocultas em cada um de nós. Deus não nos testa para nos conhecer, mas nos testa para que nos conheçamos.


Muitas pessoas pensam que o “silêncio de Deus” é omissão ou negligência, ou ainda que é prova da Sua inexistência, mas o silêncio de Deus diz muito na Bíblia.

Quando David diz: “Ó Deus, não estejas em silêncio; não te cales, nem te aquietes, ó Deus” (Salmos 83:1) é porque ele se indignava em ver o mal proliferar diante de uma aparente falta de intervenção Divina, mas o que sabemos é que muitas vezes o silêncio é a forma de Deus provar o comportamento Humano debaixo da Sua observância, ou para depois atribuir bênção ou Juízo!


Note-se Deus a trabalhar no silêncio que muitos têm por “omissão” na seguinte passagem: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal. Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temem diante dele. Porém o ímpio não irá bem, e ele não prolongará os seus dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus." (Eclesiastes 8:11-13)


No contexto de “fome” (que é a provação) Abraão caminha para o sul e desce ao Egipto (Gênesis 12:9,10) mas vemos na narrativa que isto não foi uma ordem directa de Deus, mas uma decisão tomada diante da ausência de instrução;

Moré (Moreh) a região dos carvalhos onde Abrão tinha passado, significa lugar de instrução, porém ali Deus aparece para reafirmar a Sua Aliança, mas não dá a Abrão nenhuma instrução.


Curioso ainda que Abrão chega à “Terra prometida” mas lá exista “fome”, enquanto que o Egipto um lugar de paganismo idólatra, haja fartura.

Isto era propositado para exercitar a fé e confiança de Abrão na providência do Senhor.


ABRÃO E SARAI NO EGIPTO


Indo em direcção ao sul (a fronteira entre Israel e o Egipto -o deserto de Negev) nos versículos 11 ao 13 Abrão tem uma atitude estranha, que de alguma forma era de prever, quando Abrão começa a tomar decisões em si mesmo sem a direcção de Deus a conduzi-lo.

Por receio de ser morto pelos egípcios por causa da beleza da sua mulher, ele pede a Sara que minta fazendo-se passar somente por sua irmã.

A verdade é que Sarai era sua meia-irmã (Gênesis 20:12), o que não seria totalmente mentira, mas a omissão propositada do facto de ser sua mulher, tornava essa declaração uma declaração mentirosa.


A graça pela qual Abrão foi reconhecido foi a fé, e mesmo assim ele caiu na descrença e desconfiança da providência divina assim que o silêncio de Deus se torna evidente.

Esta mesma ideia de seguir ao Egipto por benefício é repetida por Ló mais tarde em relação a Sodoma.

Se Deus pede separação de “Ur dos Caldeus” um lugar de paganismo e idolatria, o Egipto e Sodoma seriam lugares que Deus aprovaria?


Isto é uma lição a reter, que quando falta a confiança em Deus e a direção Divina, a mente humana recorre sempre ao pecado como sua primeira opção. Sem Deus, as emoções humanas são presa fácil para o pecado que só deseja o benefício pessoal.

Abrão e Sarai entram no Egipto e não demorou muito até que conforme previsto ela despertasse a atenção de Faraó. Sara é então tomada para a casa do Faraó e Abrão é beneficiado por isso (Gênesis 12:15,16); Contudo, rapidamente a ira de Deus cai sobre a casa de Faraó.


Desde o silêncio de Deus após a reafirmação da Aliança em (Gênesis 12:7) que a narrativa demonstra alguns momentos a considerar:


  • A circunstância especial: A fome na Terra prometida apresenta uma provação. Aqui Deus pede respostas adequadas baseadas na confiança e dependência Dele.

  • A decisão humana: A decisão de Abrão de ir para o sul, coloca pela primeira vez na bíblia uma ligação entre Israel e o Egipto. Desta ligação sabemos vir mais tarde na História uma provação muito maior de escravidão e libertação. Abrão estava a tomar uma decisão natural de partir em busca de comida, desprezando a sua relação sobrenatural com Deus e a Sua promessa. A passagem de Abrão pelo Egipto parece tipificar profeticamente o êxodo de Israel posteriormente e a provação de Deus ao povo Judeu.

  • A entrada no Egipto e o pecado: Abrão por momentos esquece a sua fé no Deus com quem tinha feito uma Aliança, e o seu relapso leva-o de volta a uma sociedade pagã que rapidamente exerce a sua influência sobre ele.

  • A ira de Deus manifestada: Deus não deixa passar o facto de Sarai ser uma mulher casada, e que sua entrega a Faraó a iria fazer entrar em adultério. Por isso castiga Faraó com pragas julgando-o por “adúltero”.


Faraó nos versículos de (Gênesis 12:18-20) acusa Abrão de intencionalmente lhe fazer mal mentindo sobre a sua real relação com Sarai. Por ordem de Faraó, Abrão e Sarai são acompanhados para fora do Egipto.

Ainda que usando de intenções aparentemente inofensivas, quando agimos de forma desonesta diante de Deus e dos outros, estamos somente a cultivar a desgraça e a pedir a ira e o juízo de Deus.

O que nós vemos aqui é que as coisas podiam ter corrido muito pior para o lado de Abrão e sua esposa, não fosse a mão de Deus estar ainda que em silêncio a conduzir estes eventos para trazê-lo de volta à Terra onde era suposto ter ficado.


Que nos lembremos sempre de confiar no Senhor, ainda que sejamos provados no meio da adversidade:


O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no Senhor a misericórdia o cercará.

Salmos 32:10


Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Salmos 23:4



Continue o estudo no próximo capítulo



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