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Génesis -Capítulo 11

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CAPÍTULO 11 – (32 Versículos)


  • BABEL E A CONFUSÃO DE LÍNGUAS -vs 1 ao 9

  • AS GERAÇÕES DE SEM ATÉ ABRÃO -vs 10 ao 32


Génesis 11 então começa no mesmo registo de Génesis 6, a descrever um estado de pensamento e de comportamento Humano que traz consigo rebelião, e pelo qual pede de Deus uma intervenção.

A narrativa começa logo a apontar as circunstâncias que favorecem a prática do pecado; Os ajuntamentos deste mundo só levam à confusão e à divisão como vemos aqui a lição.


Quando é descrito que “toda a terra era de uma mesma língua e de uma mesma fala” (Gênesis 11:1) o tom é negativo e prejudicial.

O falarem a mesma língua era uma condição propícia ao livre-curso do pecado entre aqueles homens, por isso não era bem vista por Deus; Não havendo restrição na comunicação, ficava mais fácil a persuasão colectiva dos intentos pecaminosos. Por isso no versículo 3 a comunicação facilitada começa a descrever um acto de rebelião.


A REBELIÃO DE BABEL


-Como é que fica evidente o tom de rebelião nesta passagem? A descrição apenas aponta para homens ajuntarem-se na construção de uma torre alta.


Alguns indícios revelam logo à partida que Babel não é um evento de sujeição mas de rebelião e (Gênesis 11:4) nos mostra 3 evidências disto:


  1. edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus”; O ajuntamento pretendido visava a fortificação do poder dos homens, e a torre que toca nos céus (onde Deus habita) é descrita num tom desafiante e invasor;


  1. Façamo-nos um nome”; continua o mesmo tom, indicando o orgulho e pretensão humana de se enaltecerem a si mesmos como que o ajuntamento poderoso em número alimentasse a soberba.


  1. para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.” acaba por ser a revelação da verdadeira intenção de todo aquele empreendimento; O objectivo daqueles homens, era de criarem uma contra-resposta ao evento do Dilúvio que obviamente havia sido contado por Noé e seus filhos às suas descendências e de se oporem à ordem de Deus de povoar toda a Terra.


-De onde os homens foram buscar a ideia de que podiam ser espalhados sobre a face de toda a terra a qualquer momento?


O historiador Flávio Josefo na sua obra Antiguidades Judaicas passa a ideia de que o evento de Babel, pedia uma Torre alta como meio de subsistir a outro possível Dilúvio em tom de desafio a Deus; Que essa era a real intenção atrás do pensamento de Nimrod o líder a cargo dessa construção. Igualmente o Talmude Babilónico declara: "Então, por que foi ele chamado de Nimrod? Porque incitou todo o mundo a rebelar-se (himrid) contra a Sua soberania." —Enciclopédia de interpretação bíblica, de Menahem M. Kasher, Vol. II, 1955, página 79.


Se lermos (Gênesis 9:1) e (Gênesis 9:7) vemos que Deus ORDENOU que o homem “enchesse e povoasse toda a terra”; Quando os homens resistem a serem “espalhados sobre a face de toda a terra” (Gênesis 11:4) debaixo da liderança de Nimrod, é visível o tom de desobediência e anarquia.


Ninrode” é um termo que é defendido como vindo da raiz hebraica do verbo “Maradh” que significa “rebelar”;


Algumas características de Nimrod apontam para alguém temível, poderoso e influente agindo como Líder de Homens; A expressão “Poderoso caçador diante do Senhor” (Gênesis 10:9,10) revela-o como um homem de feitos poderosos reconhecidos entre os homens.

A palavra (TSAYD) “caçador” fala de caçar ou capturar animais, mas igualmente de “caçar homens” num sentido militar como está em (Jeremias 16:16); O termo (GIBBOR) traduzido por “poderoso” é igualmente traduzido como “Guerreiro”;


Se analisarmos os lugares que Nimrod edificou: “Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.” (Gênesis 10:10) e no facto destes lugares se terem tornado mais tarde a região da Babilónia, fica evidente que Nimrod nunca foi alguém temente e sujeito a Deus.

Cão foi o filho de Noé que demonstrou mau carácter e é da sua descendência que vem Nimrod o rebelde de Babel; se repararmos na descrição de (Gênesis 10:8-20) na descendência completa de Cão, só vemos povos e nações que se tornam rebeldes e idólatras diante de Deus.


Em (Gênesis 10:22-29) na genealogia geral dos filhos de Noé quando se refere a Pelegue, a sua descendência não é logo ali mencionada, e a atenção é desviada para seu irmão Joctã sendo a única referência particular dirigida a Pelegue a seguinte: “Porquanto em seus dias se repartiu a Terra” (Gênesis 10:25) como referência ao Episódio de Babel;

Isto é intencional no capítulo 10, porque no capítulo 11 a descendência de Pelegue é posta em evidência associada ao simbolismo do número 11;


O número 11 simboliza geralmente: perda de posse ou estatuto, desordem, diminuição ou desintegração; Isto é evidente no episódio da Rebelião em Babel, quando no Capítulo 11, Deus confunde todas as Línguas e dispersa os povos, que perdendo então a habilidade de se comunicarem plenamente são desintegrados e espalhados pela Terra.

Esta ideia de um “Governo Mundial” actual tem origem aqui no evento de Babel e na pretensão soberba de “fazerem para si mesmos uma torre que toque nos céus e um nome” (Gênesis 11:4); Assim como Deus abateu a soberba ali, descerá novamente em breve para abater uma última vez toda a rebelião das Nações do mundo unindo-se no mesmo tom desafiante à autoridade de Deus.


A CONFUSÃO DE DEUS EM BABEL


A observância de Deus ao evento de Babel resultou numa intervenção directa ali naquele lugar (Gênesis 11:5); Nas palavras Do Próprio Deus vemos que a união dos Homens não era bem intencionada, e que aquele empreendimento era totalmente contrário aos desígnios de Deus;

Ali Deus reconhece que a facilidade de comunicação é o princípio de uma afronta cada vez maior, onde o Homem rapidamente perderá a noção dos limites: “Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer” (Gênesis 11:6);

Logo a seguir Deus deixa isto evidente dizendo: “e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.” (Gênesis 11:6)


Se tivermos em conta as palavras de Daniel acerca dos últimos dias: “muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” (Daniel 12:4) já entendemos a razão porque o mundo está actualmente neste estado de completa rebelião e confusão.


O desejo de Unificação de um governo Mundial de poder centralizado como era o objectivo de Babel ainda perdura.

As viagens intercontinentais, os meios de comunicação e informação actuais (Internet, email, telefone, redes sociais) têm facilitado muito a propagação do pecado, e a influência directa dos líderes poderosos através destes meios tem manipulado as massas para se rebelarem cada vez mais contra Deus.


Se os motivos de Nimrod e daqueles que o seguiam fossem bons, não veríamos Deus se interpondo directamente para dispersar aquela obra.

Desde sempre que o Homem quer unificar o mundo debaixo de uma figura de Poder e Liderança e isso é notório ao analisarmos a História. O Anticristo é o Homem que vai conseguir realizar este feito nos dias finais.

Não vemos actualmente uma agenda aberta para "Unificar o mundo" debaixo de um Governo Mundial? Em todos os fóruns políticos, e esferas de influência ouvimos o mesmo discurso de Globalismo e Governo Mundial; O termo “Nova Ordem Mundial“ satura os meios de comunicação e entretenimento.

O “Grande Reset” como estratégia global de unificação, promovida pelo “Fórum económico Mundial” com o auxílio das “Nações Unidas” visa este mesmo fim, sendo o último passo para a implementação do governo de onde se levantará em breve o Anticristo como Líder de todos.


Repare-se nas seguintes tentativas de implementar as bases para um "Governo Mundial" (como uma ideia de poder e identidade comum, ou até de monarquia universal), ao longo da História pela mão de alguns homens em perfil de “anticristos” e nas referências de expansão globalista em documentação histórica:

(Breves pesquisas sobre estes homens contêm os excertos citados na íntegra)


  • -NIMROD- (entre 2700 a 2300 a.c) - "foi o primeiro, depois do dilúvio, a fundar um reino, a unir os espalhados fragmentos do domínio patriarcal e a consolidá-los sob si próprio como único cabeça e senhor";

  • -CARLOS MAGNO- (entre 768 -814) - "seu império encorajou a formação de uma identidade europeia comum"

  • -CARLOS V- (entre 1515-1555) - "revitalizou o conceito medieval da monarquia universal"

  • -LUÍS XIV- (entre 1643-1715) - "Foi um dos líderes da crescente centralização de poder do Absolutismo europeu"

  • -NAPOLEÃO BONAPARTE- (entre 1804-1814) - "Criavam-se instituições novas, com cunho democrático, para disfarçar o seu centralismo no poder";

  • -ADOLF HITLER- (entre 1934-1945) -"Hitler governava o Partido Nazi de forma autocrática ao afirmar sua "Führerprinzip" ("Princípio de Líder"). O princípio baseava-se em lealdade absoluta dos subordinados aos seus superiores; ele via a estrutura do governo como uma pirâmide, com o próprio Hitler — o "Líder infalível" — no ápice."


6 Figuras históricas mundiais de governo e liderança activamente trabalharam visando a ideia de uma centralização de poder; Em breve o Anticristo, a 7ª figura desta lista irá conseguir aquilo que os seus predecessores não conseguiram, mas por pouco tempo, pois Jesus a 8ª figura, o único que tem poder legítimo (Daniel 7:13,14) para unir o mundo e reinar eternamente (Salmos 145:13), o destronará (Apocalipse 19:19,20).


Deus ri-se da pretensão humana que desafia a Sua autoridade e domínio (Salmos 2:4) (Salmos 59:8) pois bem sabe é Ele que governa o mundo e tudo o que nele há.


Deus é claro em afirmar que a pretensão humana nada pode fazer para atentar contra Seus desígnios: "as suas obras não são coisa alguma" (Isaías 41:29);


Por isso em Babel, Deus intervém e confunde os Homens com diversas línguas, e dispersa-os sobre a Terra.

Babel, quer literalmente dizer “Confusão” (Gênesis 11:9) em tom de gritaria, agitação e desordem;

Agora fica mais fácil entender porque Babel é descrita exactamente no capítulo de número 11 como um símbolo de: perda de posse ou estatuto, desordem, diminuição ou desintegração;


Então que “perda de posse e estatuto” está aqui também escondida entre a história de Babel e as gerações de Pelegue?


AS GERAÇÕES DE SEM ATÉ ABRÃO


Analisando ao pormenor as Gerações descritas (Gênesis 11:11-27) encontramos Abrão como a 10ª geração em Pelegue partindo de Sem (Gênesis 11:26); Sem, Arfaxade, Selá, Éber, Pelegue, Reú, Serugue, Naor, Terá, Abrão;

o Número 10 novamente encontra aqui um simbolismo para conduzir a narrativa ao encontro do plano de Deus.


A provação para a plenitude começava agora a ser evidenciada em Abrão como figura de “Pai das Nações” conforme o plano de Deus (Gênesis 17:4,5)

Interessante ainda a informação de que “Sem era de idade de 100 anos” quando iniciou a sua descendência (Gênesis 11:10); As gerações de Sem começarem aos 100 anos tem um simbolismo particular também.


O número 100 na Bíblia está intimamente ligado ao “cumprimento de dívida”; Quando uma dívida prometida é cumprida e honrada; O número 100 está também associado ao: valor de abundância; um bom exemplo disto é vermos que Abraão era da idade de 100 anos, quando lhe nasceu Isaque seu filho conforme a promessa. (Gênesis 21:5); Na Bíblia pode simbolizar também muitas vezes o "pagamento devido" em forma de juízo também; (Levítico 26:8,9)


Aqui a Maldição de Cão e Canaã, assim como a Bênção de Sem, estão evidentemente cumpridas debaixo da soberania do plano de Deus, e Abrão é o símbolo desse cumprimento.


O Final do capítulo acaba revelando Abrão como protagonista da narrativa Bíblica daqui para a frente nos capítulos que se seguem.

Nesse sentido 2 pessoas particularmente da sua família (Sarai e Ló) são introduzidas no texto como personagens cujas vidas também apresentam lições importantes na História da Bíblia (Gênesis 11:29-31).

O Capítulo seguinte começa a desvendar cada uma destas personagens e sua relevância na narrativa.


Continue o estudo no próximo capítulo


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