
CAPÍTULO 1 – (31 Versículos)
- É feita uma descrição sobre a criação dos céus e da terra como obra das mãos de Deus;
- 6 dias completos na ordem das coisas criadas, terminando com a criação do Homem.
O DIA PRIMEIRO – do vs 1 ao 5
-O primeiro dia descrito no Versículo 1 descreve toda a criação dos céus e da terra como Criação de Deus. O uso do Termo plural (ELOHIM) para se referir a DEUS Aponta para a Unidade Divina na diversidade das 3 pessoas da Trindade; 1 Só Deus em 3 Pessoas;
A TRINDADE DO DEUS ELOHIM
Sempre que O termo Elohim é usado, aponta para a acção da Trindade centrada na figura do Pai que é O maior de todos em Autoridade (João 10:29) (1 Coríntios 15:27,28)
A identidade de Deus é a primeira coisa que é comunicada logo no primeiro versículo para que saibamos que tudo o que é criado é um esforço Tripartido das 3 Pessoas da Divindade em Hierarquia.
Um bom exemplo disto está no uso inteligente do plural e singular usado para se referir ao mesmo Deus nos e revelar que Ele é simultaneamente 1 só Deus singular, representado no plural de 3 Pessoas distintas; Vejamos o uso aplicado nos seguintes versículos:
Plural em (Gênesis 1:26) Singular em (Gênesis 1:27)
–“Façamos o Homem” (NAASEH); “e Criou Deus” (VAYVËRÅ ELOHYM);
–“Nossa imagem” (BËTSALËMENU); “à Sua imagem” (BËTSALËMO);
–“Nossa semelhança” (KIDËMUTENU);
Cada uma das palavras está acompanhada de sufixo pronominal e encontra-se primeiro na 1ª pessoa do Plural ou a seguir na 3ª Pessoa do Singular para deixar claro esta essência da Trindade do único Deus se manifestar em 3 Pessoas distintas. Por isso é possível a descrição que João faz dizendo que O Verbo “estava” e “era” Deus (João 1:1)
Este é O ELOHIM que é A origem dos céus e da Terra;
No Versículo 1 diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra." (Gênesis 1:1);
Há 3 verdades fundamentais a retirar deste pequeno versículo:
O céu e a Terra são coisas criadas propositadamente por Deus; (Não são fruto de uma criação espontânea e aleatória)
Deus é O Criador dos céus e da Terra; (Não é a própria natureza a criadora de si mesma)
O "princípio" descrito refere-se ao início da Criação. Deus precede o princípio porque Ele é eterno; (Deus não tem princípio nem fim porque Ele não é criatura mas Criador)
A declaração encontrada 4x no Livro de Apocalipse atesta isto mesmo: "Eu sou O Alfa e O Ómega, O princípio e O fim, O primeiro e O derradeiro." (Apocalipse 1:8) (Apocalipse 1:11) (Apocalipse 21:6) (Apocalipse 22:13); Deus é Eterno, (Do Latim, Aeternum = fora do tempo)
O Rei David descreve bem esta eternidade de Deus:
Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.
"No princípio criou Deus o céu e a terra." (em Hebraico), contém sete palavras, como se cada uma designasse cada dia da criação.
Na Bíblia os números aparecem muitas vezes a representar a precisão matemática da ordem de Deus na execução das Suas obras.
O Número 7 simboliza a perfeição da acção de Deus na realidade das coisas temporárias.
1 2 3 4 5 6 7
BËRESHYT BÅRÅ ELOHYM ET HASHÅMAYM VËET HÅÅRETS
No principio Criou Deus os céus e a Terra
Na área da ciência que estuda a criação da Terra, existe uma tabela de elementos chamada de Tabela Periódica e curiosamente vemos que está dividida exactamente em 7 períodos (7 períodos que representam os 7 dias da criação de Génesis); Isto não é mera coincidência.
A tabela periódica foi criada em 1869 por Dmitri Mendeleev um físico-químico Russo que a apresentou à comunidade ciêntifica internacional e que a partir daí se tornou a base ordenada dos elementos conhecidos à ciência.
Milénios antes, Moisés um camponês e pastor de cabras, regista a criação de Deus de 7 dias, e nas obras de cada dia vemos uma sintonia entre aquilo que Deus cria, e os elementos em ordem na tabela periódica. Como podia Moisés ter este entendimento se não fora através da mente de Deus O Próprio Criador dos céus e da Terra?
A bíblia ao contrário do que muitos pensam, também é um Livro de verdades cientificas que estão associadas à manifestação sobrenatural do poder Divino de Deus.
O conhecimento da ciência é o entendimento prático do poder de Deus em acção na natureza.
Embora o termo Elohim na Bíblia possa ainda ser utilizado em alguns momentos para descrever "deuses politeístas pagãos” sua aplicação é óbvia e distinta. No Hebraico, Elohim (plural) vem de Eloah (singular) e por sua vez do termo hebraico El que é um termo referente ao conceito de Divindade.
Algumas vezes esta expressão é utilizada para se referir a "divindades menores" das nações pagãs vizinhas de Israel, e nesses casos, seu significado deve ser entendido como sendo “deuses” ou “deusas” da adoração idólatra. (Por isso sempre escrito com um “d” Minúsculo)
Um exemplo desse tipo de uso da palavra Elohim, é quando por exemplo é aplicada ao deus dos amonitas, Quemos (Juízes 11:24) e à deusa dos sidónios, Astarote (1 Reis 11:5).
Ainda é possível ver este termo aplicado para se referir a seres divinos, ou anjos particularmente no sentido de lhes atribuir Força, poder e autoridade (características tipicamente celestiais); (Gênesis 6:2) (Salmos 82:1) e igualmente aos salvos a quem é dada autoridade Divina para exercer funções ao serviço do Deus eterno. (Salmos 82:6)
(a tradução de Elohim como “Filhos de Deus” portanto pode referir-se tanto a anjos como a crentes salvos)
Contudo o termo "Elohim" aplicado neste primeiro versículo da Bíblia, é referente Ao Único Deus de Israel no contexto de demonstrar que Ele é - O Único Criador- dos Céus e da Terra.
É importante entendermos correctamente o termo "Elohim", para entendermos a aplicação correcta e o significado que ele acarreta quando aplicado para descrever a Entidade de Deus.
-Lembrando que o termo “Elohim” em hebraico é um termo “Plural”, seu uso no primeiro versículo da Bíblia refere-se a quem portanto? Quem é O "Elohim" que criou os céus e a Terra?
A resposta encontra-se nos primeiros 3 versículos da Bíblia:
Versículo 1: No princípio criou -Deus- o céu e a terra. (Gênesis 1:1) DEUS PAI é evidenciado na autoridade da Trindade plural -ELOHYM;
Versículo 2: E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e -O Espírito de Deus- se movia sobre a face das águas. (Gênesis 1:2); O ESPÍRITO SANTO é evidenciado como O Espírito Do Próprio Deus -VËRUACH ELOHYM;
Versículo 3: E disse Deus: Haja -Luz-; e houve luz. (Gênesis 1:3) O FILHO é evidenciado como a Luz do Mundo -OR;
JESUS A LUZ DO MUNDO
Lemos em (Gênesis 1:3)
VAYOMER (E disse) ELOHYM (Deus:) YËHY OR ( haja luz) VAYËHY-OR (e houve luz)
O facto dos primeiros 3 versículos serem uma representação do poder da Trindade em acção conjunta, leva-nos a relembrar o simbolismo do Número 3 que aponta para a completude ou plenitude de Deus que caracteriza a essência da Trindade. Nos 3 primeiros versículos da Bíblia, vemos no Primeiro a Figura Do Pai, descrito no termo Plural, completo e abrangente “Elohim”; No segundo versículo vemos a aparição do Espírito descrito como “Ruach”; no terceiro versículo encontramos O Filho, descrito como “Or” a “Luz”;
Vamos entender nas Escrituras e na declaração dos profetas como é que “A Luz” aqui revelada é O Próprio Senhor Jesus;
A primeira evidência está nas palavras de João que trazem literalmente luz ao mistério deste versículo de Génesis e é nessas palavras que vamos começar a ver a associação da Luz de (Gênesis 1:3) ao Próprio Filho de Deus ali representado Junto do Pai e do Espírito no princípio da Criação .
No princípio era O Verbo, e O Verbo estava com Deus, e O Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Em grego original lemos: "en archê ên o logos (No princípio era o Verbo) kai o logos ên pros ton theon, ( e o Verbo estava com Deus) kai theos ên o logos" (e o Verbo era Deus.)
O termo “Pros” e o termo “En” traduzidos provam que Jesus é Deus e parte da Trindade Divina.
-“Pros” vem do termo “Prostátēs” que significa: estar com ou diante de; Aqui João diz que O verbo que é a Palavra, que é O Filho, estava diante de Deus; Que estava literalmente e fisicamente com Ele;
-“En” vem do termo “Éndon” que significa: interior, interno; olhar para dentro; Aqui João declara que em Jesus internamente se olharmos para dentro Dele, vemos O Próprio Deus.
Então Jesus não ESTAVA somente com Deus, Ele também ERA Deus como uma das 3 pessoas da Trindade.
Leia-se a declaração de Isaías:
Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus.
Por isso Paulo disse com toda a clareza que: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;” (Colossenses 2:9); Ainda lemos acerca de Jesus também: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa” (Hebreus 1:3)
Por isso lemos em João que “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (João 1:4); Uma grande verdade ciêntifica é que sem Luz não há vida, e por isso antes da obra da criação de Génesis começar a produzir vida na Terra, a Luz teve de se manifestar.
O que isto quer realmente ensinar é que é Jesus que sustenta a vida em Si mesmo!
João dizendo: “E a luz resplandece nas trevas” (João 1:5) está literalmente a descrever o versículo de Génesis onde pela primeira vez a Luz resplandeceu, mediante a Ordem do Pai dizendo: “E disse Deus: Haja luz; e houve luz.” (Gênesis 1:3)
Agora faz mais sentido lermos as passagens de Jesus sendo figurado como a própria Luz nas Trevas:
Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Quando Jesus deixou Nazaré para habitar em Cafarnaum, foi cumprida uma profecia de Isaías (Isaías 9:2) a Seu respeito que a escritura declara em (Mateus 4:13,14)
O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou.
Jesus é a Luz num mundo de Trevas! A terra estava sem forma e vazia, mas este estado é realçado para demonstrar que esse não era o propósito de Deus segundo o plano eterno (Isaías 45:18); A Terra estava desolada e é através desta luz que é O Próprio Jesus, que a vida surgiu.
Então "Haja Luz" (Gênesis 1:3) – Do verbo הָיָה “hayah“ significa: ser; estar; vir a ser ou se tornar; vir a aparecer;
O significado de qualquer termo em Hebraico depende da voz da forma verbal (activa; passiva; reflexiva) e do modo verbal (Exortatório; Imperativo; Jussivo).
Aqui neste versículo em questão este verbo está conjugado na forma activa e no modo Jussivo -יְהִי “yehi“ = "que apareça a luz".
A tradução mais correcta seria portanto algo do género:
"E disse Deus: apareça a Luz e apareceu a Luz" ou ainda "E disse Deus: manifesta a tua Luz e a sua luz se manifestou";
O modo Jussivo usado no termo hebraico original faz parte dos modos volitivos do Hebraico que expressam a vontade do orador, e possuem significados de ordem, juramento ou desejo.
O modo jussivo demonstra o desejo do orador em relação à terceira pessoa do singular (ele) – e é justamente esse modo que o verbo do verso em estudo, “yehi“, está conjugado.
Os modos exortatório e jussivo geralmente são traduzidos como modos subjuntivos, no presente ou no futuro. Então vemos que o modo jussivo dá ordem a uma terceira pessoa.
E também pode ser traduzido no modo subjuntivo, dizendo objectivamente “que Ele faça aparecer“ ou “que isto seja feito (por Ele)“.
-Ele quem? Agora faz todo o sentido voltar a João capítulo 1;
"Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez." (João 1:3)
“Que ELE faça aparecer a Luz” é a ordem da 1ª Pessoa à 3ª Pessoa. (Do Pai ao Filho)
Entende-se então que é pelo poder da Sua Palavra (na ordem) que a Luz é revelada.
Aqui é claramente expresso o poder da vontade de Deus, de forma soberana. Sua palavra é ordem à existência; note-se a seguinte referência de Salmos: "Porque falou, e foi feito; mandou, e logo apareceu." (Salmos 33:9)
A tradução "Haja Luz" reflecte a ideia Do Pai dizendo ao Filho: “Faz a tua Luz aparecer ou resplandecer”!
Note-se as palavras de Paulo aos Coríntios: "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo." (2 Coríntios 4:6);
-Quando é que Deus disse "Que das Trevas resplandecesse A Luz"?
Isto remete-nos imediatamente para esta passagem de Génesis do princípio quando Deus Pai dá ordem ao Filho e diz: "Resplandece"!
Isaías falando da Glória do Senhor Jesus diz: "Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti;" (Isaías 60:1);
O Velho testamento atesta várias vezes para Deus “resplandecendo O Seu rosto" para a Salvação dos Homens (Números 6:25) (Salmos 50:2) (Salmos 80:7) (Salmos 67:1) (Salmos 80:3) (Salmos 31:16); De quem é este rosto que vem resplandecendo, senão o de Cristo, a Luz do mundo que Deus disse para resplandecer do meio das Trevas?
É possível ver a profunda conexão entre Génesis 1 e João 1 de uma forma poética e sublime, e a Glória Do Filho, no momento da concepção do mundo.
Quando entendemos que João se refere à Divindade Do Senhor Jesus, e o desprezo que os Homens tiveram por Ele ao dizer: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” (João 1:5) começamos a entender melhor a manifestação da Luz de (Gênesis 1:3) não de "criar luz", mas de "Revelar a Luz" aos Homens.
No Dicionário Bíblico Strong (Léxico Hebraico, Aramaico, e Grego) encontramos o verbo הָיָה “Haya“ traduzido por “Haja” significando na sua raiz primitiva:
1a2a) -erguer-se; Aparecer; vir;
1a2b3) -ser instituído; ser estabelecido;
Esta tradução mais fiel tendo em conta o contexto, muda radicalmente o entendimento desse verso. Essas palavras não tratam da criação da luz natural vinda dos astros e corpos celestes porque isso só acontece no Versículo 14 no quarto dia; Esta Luz é a Luz da Glória de Deus que não pode ter sido criada, pois ela é eterna.
A LUZ na visão bíblica é a representação Do Próprio Deus. Quando vemos Moisés saindo de rosto resplandecente por ter estado somente na presença de Deus (Êxodo 34:29-35), começamos a ter uma leve noção do que é esta Luz como A manifestação mais directa da Glória de Deus - A Luz Eterna - (Shekhinah) -(Êxodo 40:35)
Note-se a revelação no Livro de Apocalipse acerca desta Luz: "E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre." (Apocalipse 22:5);
Note-se ainda a Glória de Deus em Jesus iluminando a Terra: “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.” (Apocalipse 21:23,24)
-Génesis aqui então não fala de “criação de luz”, mas de sua manifestação; Deus manifesta a Luz, que é Sua própria identidade sendo comunicada na pessoa do Senhor Jesus O Filho por quem tudo se fez (Colossenses 1:15-17) (João 1:2-5) (Romanos 11:36);
"Houve Luz" também representa algo como "Houve revelação"! E o que foi revelado senão a Glória de Deus Pai expressa no Filho?
Esta declaração serve para que toda a Criação reconheça em Jesus A Glória de Deus Pai.
Esta Glória que é referida Pelo Próprio Senhor Jesus quando disse: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse." (João 17:5);
A manifestação da Luz logo no princípio aponta para a revelação de Jesus como a peça Principal no Plano eterno de Deus da qual toda a criação gira em torno.
Esta manifestação faz parte do “mistério” oculto que Paulo descreve: "E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;" (Efésios 3:9);
Paulo referindo-se a este Mistério aponta directamente para Cristo: "...do mistério de Cristo, O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens" (Efésios 3:5); e ainda: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;” (Colossenses 1:26);
Isto porque No Velho testamento embora O Senhor Jesus apareça por todo o lado, começando logo no relato da Criação, Ele estava "oculto" em Deus, cumprindo com os desígnios Divinos de Se revelar a nós como "O Cristo de Deus" na altura certa.
Por isto mesmo os profetas começam séculos antes da sua vinda à Terra, anunciando O Seu nascimento, vida e obra.
Esta Luz de Génesis que precede a criação dos astros é Cristo e Infelizmente para muitos ainda continua oculta nos dias actuais, pois estão em "trevas" (sendo que Cristo não se revelou particularmente a eles).
Por isso lemos: "O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;" (1 Pedro 1:20);
A SEPARAÇÃO DA LUZ E DAS TREVAS – A ELEIÇÃO DE DEUS
O que é de notar é que há evidência textual que havia algo “oculto“, não revelado no princípio da criação. Os Apóstolos falaram sobre isso como "um Mistério" (Revelado com mais clareza a Paulo) (Efésios 3:3).
Este Mistério envolve toda a obra de Deus da Eleição, seleção, salvação e preservação de um povo especial, começando pela Nação de Israel e seguidamente da Igreja, unindo judeus e gentios em Um Espírito, pelo sangue precioso de Cristo (Efésios 3:4-9); Este mistério oculto tem como última finalidade usar a Igreja como corpo de Cristo para evidenciar a eleição e predestinação e demonstrar a multiforme sabedoria de Deus nesta obra de coroar Cristo tornando a congregar todas as coisas Nele na dispensação da plenitude dos tempos (Efésios 1:9-12) segundo o eterno propósito da Glória que assim o determinou ainda antes da fundação do mundo (Efésios 3:10,11) (Efésios 1:4-6).
O Mistério centrado em Cristo e a Igreja que Paulo refere inúmeras vezes e que depois trata particularmente do seu ministério aos estrangeiros e estranhos à fé Judaica na perfeita união da Igreja (judeus e gentios) começa muito antes em primeiro revelar a Cristo como A verdadeira Luz do mundo (não somente a Luz de Israel).
Jesus é revelado não somente O Rei dos Judeus, mas O Rei do Mundo e do Universo, de todas as Nações e povos e raças para a obediência da Fé (Romanos 16:25,26).
E como Ele é O Rei de tudo e de todos, Ele também é O Senhor de tudo e de todos! (Colossenses 3:11)
Versículos chave sobre este mistério: (Efésios 5:32) (Efésios 3:4) (Colossenses 1:26) (Efésios 3:9) (Romanos 16:25,26) (Colossenses 2:2,3)
O Mistério oculto de Deus que faz a união dos Judeus e gentios (Israel + Igreja) na Luz de Jesus, é o mesmo que revela a separação deles do mundo;
Este Mistério está explícito na separação da Luz e das Trevas, como “dia” e da “Noite” espirituais antes de haver dia e noite naturais (Gênesis 1:4,5).
Logo então no relato de Génesis no acto de fazer a Luz resplandecer no meio das Trevas; Quando lemos que: "Havia trevas sobre a face do abismo" (Gênesis 1:2); O termo usado para -Trevas- (VËCHOSHEKH) em hebraico, carrega dupla representação;
As palavras em Hebraico podem carregar mais de um sentido, e aqui numa primeira instância a palavra חֹשֶׁךְ (hosher) significa “trevas“, ou “escuridão“; entretanto numa análise mais profunda, também significa “algo oculto“, ou “em segredo“;
Vejamos o que diz o Dicionário de Strong:
1) - ser ou tornar-se obscuro; estar oculto;
1b2) -ocultar; esconder;
1a) -Escuridão;
1b) -Lugar secreto;
Não é à toa que primeiro se distinga "as trevas sobre a face do abismo", para seguidamente se apresentar "a Luz" tomando relevância, e a seguir se separar uma da outra distintivamente.
Tendo noção de que estas "Trevas" se referem a algo que está oculto, escondido, secreto, podemos agora contemplar a Luz como a revelação do que havia para se descobrir ou revelar nestas Trevas.
-Então no versículo 4 e 5 a separação entre as trevas e a luz, na representação de “noite” e “dia” espirituais (Gênesis 1:4,5) começa a ganhar um novo sentido; Sabemos que isto é um simbolismo espiritual pois a noite e o dia naturais só vieram a existir posteriormente após a criação dos astros celestes em (Gênesis 1:14);
Deus separa a Luz das Trevas, e faz distinção entre elas; Aqui é feita uma declaração simbólica da Doutrina da Eleição, na separação entre os que são de Deus e os que não são, centrados em Jesus que é a Luz do mundo; Esta é a primeira Doutrina da Bíblia ligada à Salvação evidenciada na narrativa.
Nesta primeira manifestação da Luz, houve separação da Luz e das trevas (aqui já fazendo uma evidente e futura separação entre o Bem e o Mal);
Vejamos o dia e a noite no simbolismo espiritual associados à Luz e Trevas outras vezes aparecendo nas escrituras:
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite..."(Gênesis 1:5);
Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. (1 Tessalonicenses 5:5);
Por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. (Isaías 59:9)
Nas trevas andam às apalpadelas, sem terem luz, e os faz desatinar como ébrios. (Jó 12:25)
Eles de dia encontram as trevas; e ao meio-dia andam às apalpadelas como de noite. (Jó 5:14)
O dia e a noite estão intimamente ligados à Luz e às Trevas e isto é evidente. Talvez por isso também vemos a associação aplicada nas palavras de Paulo: Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (Efésios 5:8);
Diz o versículo 4 que: "Viu Deus que era boa a Luz" (Gênesis 1:4) Se as trevas aqui fossem somente "trevas" no sentido natural de “estar escuro”, porque razão não seriam boas em comparação à Luz se ambas são necessárias na natureza?
A representação da Luz na Bíblia sempre acompanha a Ideia da Glória de Deus, em Verdade, Justiça e Santidade. A Luz representa tudo aquilo que é bom em Deus, e as trevas aquilo que lhe é oposto, por isso a Luz era "boa" aos olhos de Deus e as trevas não.
Observe-se o seguinte comentário de João: "E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas." (1 João 1:5);
Quem diz que anda em Jesus, tenha cuidado, e observe se a luz que há nele, de verdade ilumina, não só a sua vida, mas a vida daqueles que andam consigo;
Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas.
A condenação do mundo é saber onde está a Luz, mas ainda assim preferir andar em trevas (João 3:19)
As palavras de Jesus ecoam aos nossos ouvidos: "Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz." (João 11:9,10); "Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz." (João 12:36)
Portanto a Luz da Eleição é boa, porque aponta para a vontade de Deus de trazer das trevas à Luz um povo para salvar, e mostrar neles a sua Misericórdia e Graça.
A separação entre a Luz e as trevas, com especial atenção dada por Deus à Luz, apelidando-a particularmente de "boa" é o que nos permite distinguir a conotação espiritual que este verso acarreta.
O relato de Génesis usa 1 dia da Criação especificamente para colocar em Jesus a Eleição de Deus como a Luz do mundo tirando os Homens das trevas : “Aos justos nasce luz nas trevas; Ele é piedoso, misericordioso e justo.” (Salmos 112:4);
A LUZ É BOA
Quando a narrativa diz "que era boa" a Luz (KY TOV) (כִּי- טוֹב) o Termo "boa" (TOV) traduzido não faz justiça ao significado original da Língua de Deus dada ao Seu povo.
A palavra Tov embora pequenina em dimensão, é uma palavra Hebraica riquíssima em significado.
A primeira aparição na bíblia desta palavra está associada à Luz em particular, mas à medida que Génesis vai avançando na descrição da Criação vemos que "Tov" é repetida num total de 7 vezes, de acordo com os 7 dias da criação e isto é propositado.
A expressão: "E viu Deus que era bom" -VAYAR ELOHYM KY TOV- (וַיַּרְא אֱלֹהִים כִּי- טוֹב) tem uma poderosa mensagem subliminar que convém atentar.
Deus viu que a manifestação da Luz era boa (TOV) (Gênesis 1:4)
Deus cria a Terra seca e os mares e viu Deus que era bom (TOV) (Gênesis 1:10)
Deus cria vegetação e árvores e viu Deus que era bom (TOV) (Gênesis 1:12)
Deus cria os Luminares nos céus e viu Deus que era bom (TOV) (Gênesis 1:18)
Deus cria animais nas águas e céus e viu Deus que era bom (TOV) (Gênesis 1:21)
Deus cria os animais terrestres e viu Deus que era bom (TOV) (Gênesis 1:25)
Deus cria o Homem e isto era muito bom (MËOD TOV) (Gênesis 1:31)
Sempre que "TOV" é usado para descrever alguma coisa apresentada como vindo de Deus, associa-se uma ideia de: dádiva ou partilha, e sobretudo num sentido de continuidade. Na Criação do Homem que completa o relato da criação, o termo “Muito” (MËOD) acompanhando (TOV) fala de: uma extrema satisfação, imenso prazer, e gozo pleno.
"TOV" é "bom" porque seu propósito é a bênção e o favor progressivo, contínuo, que se prolonga à eternidade.
A Luz era boa porque ela é a extensão da Glória de Deus comunicada e partilhada.
O termo Tov então fala de algo ser bom para estar eternamente produzindo frutos. Assim são as todas as obras de Deus em Seu plano para a eternidade.
Quando Deus diz que a Luz era boa, Ele está a enriquecer-nos a mente com a ideia de que o Seu plano revelado em Jesus é um plano de riquezas e bênçãos e Glória indescritíveis, que florescendo irão permanecer para sempre, e isso agradou extremamente a Deus.
(mesmo ainda contemplando o pecado e a queda existindo nesse cenário a postura de Deus era de agrado; Quando Deus vê que tudo isto era bom, Ele já via também as trevas que eram más, mas isso não seria impedimento ao Seu plano perfeito)
Se quiser entender melhor a subtileza da Palavra "TOV", pense metaforicamente numa semente que cai na Terra, e produz novas árvores, que geram sementes, que tornam a cair na terra, e por sua vez geram mais árvores. Pense numa semente tornando-se numa floresta. Pense num principio comunicado, que quando aprendido, inspira, impulsiona e incentiva a partilha em comunicação; E quanto mais recebe e se partilha, mais se comunica e se multiplica.
Este é o "bom" princípio que nós como cristãos, reconhecemos na Glória de Deus que nos é comunicada e a qual queremos partilhar e exaltar eternamente.
TOV é bom, porque seu propósito é a Glória de Deus partilhada e reconhecida em Jesus a Luz do Mundo, contagiando o mundo e toda a Criação, para todo o sempre.
O DIA SEGUNDO – do vs 6 ao 8
A obra da criação continua sendo descrita no sentido da ordem estruturada por Deus. Fala primeiro da Separação entre os volumes de massa representados pelas águas (MAYM) (HAMÅYM) (LÅMÅYM) (literalmente refere-se às águas da atmosfera, dos mares, lagos e rios, e águas subterrâneas);
A “Expansão” (RÅQYA) refere-se aos céus (o firmamento) como a obra em destaque; O próprio termo hebraico também significa domo ou cúpula, referindo-se à camada ionizada da atmosfera que envolve a terra e a protege (chamada de magnetosfera ou ionosfera);
A Bíblia bem nos ensina declarando: "O Senhor, com sabedoria fundou a terra; com entendimento preparou os céus." (Provérbios 3:19); e ainda: "Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos." (Salmos 19:1);
O relato é altamente científico, no sentido de realçar a importância de uma atmosfera sendo criada; A divisão das águas na atmosfera, da divisão das águas superficiais, e subterrâneas demonstra a ordem de Deus gerir os elementos e determinar a estrutura funcional propícia à vida.
Neste versículo elementos como o Hélio, o Hidrogénio e o oxigénio estavam já formando a atmosfera e a gravidade para dar lugar à mecânica da Terra seca, e a criação da vegetação e dos animais.
Um facto interessante de se notar é que a "Troposfera" (a camada da atmosfera mais próxima da Terra) é onde se encontra o ar usado na respiração de plantas e animais.
Ela é composta, basicamente, pelos mesmos elementos encontrados em toda a atmosfera, Nitrogénio, Oxigénio e Gás Carbónico.
Quase todo o vapor (água) encontrado na atmosfera situa-se precisamente na troposfera, que ocupa 75% da massa atmosférica. Leia-se a descrição de Jó acerca desta obra: "Pelo seu Espírito ornou os céus" (Jó 26:13); Vejamos ainda a descrição de Jó que atesta para os limites das "águas" e da Terra, segundo o "design" de Deus ordenado para a Criação: "Marcou um limite sobre a superfície das águas em redor, até aos confins da luz e das trevas." (Jó 26:10);
É neste espaço que ocorrem os fenómenos atmosféricos, A protecção radioactiva das poeiras cósmicas, a camada do ozono, as trocas de gases frios e quentes que formam os ventos. É nele que a humidade forma nuvens e chuva e todos os outros complexos fenómenos que sabemos ocorrerem; A ciência apenas descobre estas coisas, mas quem as criou foi O Próprio Deus.
Graças à pressão atmosférica correta, é possível que o ser humano possa viver na superfície da terra sem precisar usar qualquer tipo de equipamento, e isto foi uma bênção de Deus projectada para nós.
O DIA TERCEIRO – do vs 9 ao 13
-Aqui é criada a Pangéia como super continente (como era a Terra no formato pré-histórico) e a porção seca aponta para a terra habitável; Isto era o Éden original, com um jardim no centro.
Quando lemos que Deus junta as águas “num lugar” (EL MÅQOM ECHÅD) (Gênesis 1:9); serve para distinguir o lugar das águas e o lugar da Terra; O termo “ECHÅD” refere-se a unidade ou singularidade o que nos revela que a Terra envolta numa só porção de água, era também uma só porção de Terra.
A Terra como a conhecemos hoje é a Terra após o Dilúvio; Quando Deus "rompeu as fendas ou fontes do grande abismo" conforme descrito em (Gênesis 7:11) para inundar a Terra, o que Ele fez, foi criar terremotos para abrir a terra e trazer uma enorme quantidade de água subterrânea para que o processo do dilúvio não dependesse de chuva somente. Estas fendas na terra tornaram-se naquilo que hoje reconhecemos como as "zonas de rifte" ou "placas tectónicas" que dividiram e afastaram as porções de terra hoje conhecidas como os 6 continentes (América do norte e sul, Europa, África, Ásia e Oceânia). A Própria terra e suas cicatrizes, apontam para a acção do poder de Deus directo sobre ela.
Quando Deus fala com Jó, Ele diz: “Onde estavas tu, quando Eu fundava a terra? Faz-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam? Ou quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre; Quando eu pus as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por faixa? Quando Eu lhe tracei limites, e lhe pus portas e ferrolhos, E disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se parará o orgulho das tuas ondas?" (Jó 38:4-11);
O Livro de Salmos também refere o poder de Deus nesta obra: “Seu é o mar, e Ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca.” (Salmos 95:5)
Quando o Livro de Provérbios exalta a sabedoria de Deus, com a qual Ele criou todas as coisas, diz o seguinte:
O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras.Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra.Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas de águas.
Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui gerada.Ainda Ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem o princípio do pó do mundo.Quando Ele preparava os céus, aí estava eu, quando traçava o horizonte sobre a face do abismo;
Quando firmava as nuvens acima, quando fortificava as fontes do abismo,Quando fixava ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o seu mando, quando compunha os fundamentos da terra.
Então eu estava com Ele, e era seu arquitecto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante Ele em todo o tempo;
Regozijando-me no seu mundo habitável e enchendo-me de prazer com os filhos dos homens.
Uma vez que a Terra é elevada das águas é então coberta com a vida vegetal que será o sustento das criaturas que viriam a ser criadas logo de seguida;
A “Porção seca” (LAYABÅSHÅH) literalmente refere-se a algo que recebe uma forma, por meio de algo que ficou seco através do processo de drenagem; As raízes primitivas do termo hebraico (yavosh/ yibesh/ yubash) descrevem exactamente este processo.
A "porção seca" portanto é a "Terra drenada" das águas.
A Ideia da Terra ser drenada de um mundo coberto de água revela um conhecimento científico particular que era impossível a homens camponeses, como era o caso de Moisés o autor do Livro.
O DIA QUARTO – do vs 14 ao 19
-O dia quarto, do versículo 14 até ao 19 vemos a Criação dos "Luminares", (Astros) incluindo as Galáxias e toda a ordenação do espaço sideral ou Universo. A descrição fala de uma -"Expansão dos céus"- (BIRËQYA HASHÅMAYM), girando em torno da Terra, o planeta de Eleição.
Antes de Deus eleger um povo e uma Nação, Ele já tinha elegido também no centro do Universo o planeta onde O Seu plano Eterno teria lugar. (Por isso podemos crer plenamente que não há vida nem pecadores noutros planetas, para Cristo visitar e repetir a morte na cruz)
Aqui vemos a criação dos Astros celestes, o dia e a noite temporais, a criação das estações e todos os outros fenómenos naturais para a medição do tempo; Aqui a descrição de luz e trevas, já dizem respeito aos dias como ciclos de 24 horas como os conhecemos.
O termo hebraico (מְאֹרֹת) (MËOROT) de onde traduzimos "Luminares" ou Fontes de Luz refere-se em particular aos Astros como O Sol, a Lua e as estrelas, planetas etc;
Os Astros nunca foram para o povo de Deus objectos de adoração ou de culto idólatra como acontece com outras nações que não têm o conhecimento de Deus.
Infelizmente mais tarde, depois do exílio na Babilónia o povo Judeu trouxe de volta conhecimento místico e esotérico daquele povo, pelo qual começaram a desenvolver práticas místicas também, como a cabala do Judaísmo por exemplo.
Ainda hoje a “astrologia” como prática mística de adivinhação prova a influência do paganismo ignorante por falta de conhecimento de Deus.
O Povo de Deus era instruído a identificar e a conhecer os Astros, de modo a entender a Glória de Deus e o Seu plano.
A Bíblia refere noutras passagens também astros e constelações como em (Jó 9:9) falando da Ursa (ÅSH), Órion (KËSYL) e as Plêiades ou o sete-estrelo (VËKHYMÅH); Vemos ainda em (Isaías 14:12) O planeta Vénus, (HEYLEL); ou em (Amós 5:26) uma referência a Saturno (KOKHAV) o Astro que representa o deus pagão Moloch;
Esta passagem vai ao detalhe de referir que os "Luminares" servem para 2 coisas específicas além do seu papel óbvio na ordem da natureza;
-Servem para -"Sinais"; e para- "Tempos determinados";
A ligação dos astros a sinais está bem presente na Bíblia, e refere-se a identificar marcos no tempo importantes e eventos que caracterizam uma aproximação profética cada vez maior nos últimos dias;
Veja (Mateus 2:2) (Lucas 21:11) (Apocalipse 12:1) (Atos 2:19,20) (Joel 2:30,31) (Mateus 24:29) (Marcos 13:25) (Apocalipse 8:10)
Muitas pessoas pedem sinais e provas para crerem, mas sua dureza de coração não está apta a discernir os sinais;
Quando os fariseus pediram sinais a Jesus (Mateus 16:1-4) Ele aponta para a figura de Jonas como símbolo de pregação de arrependimento, para que se entendesse que sem arrependimento ninguém está apto a discernir sinal nenhum, ainda que eles sejam bem evidentes. A Hipocrisia da religião pede sinais, mas a verdade é que a fé não pede sinal; quem pede um sinal é a dúvida.
Ocorre que o termo “tempos determinados“, em Hebraico (מוֹעֲדִים) “Moadiym“ significa: “lugar determinado, tempo determinado, reunião, congregação, encontro“;
Isto revela que os astros serviriam também para indicar um tempo determinado, em lugar determinado, para uma reunião ou encontro determinado, que mais tarde, viria a dar lugar às festas cerimoniais Judaicas que Deus instituiu e ordenou ao povo de Israel:
"Fala aos filhos de Israel, e diz-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades" (Levítico 23:2);
Repare-se ainda na descrição seguinte: "as santas convocações, que convocareis ao seu tempo determinado" (Levítico 23:4);
OS TEMPOS DETERMINADOS E AS FESTAS JUDAICAS DA REUNIÃO
"As solenidades do SENHOR" - "moadey Yehova" (מוֹעֲדֵי יְהוָה) (Levítico 23:44); Estas festas solenes eram celebradas num local determinado (JERUSALÉM), e também em datas determinadas, estabelecidas pelo próprio Deus.
A sincronização do calendário Judaico ao nosso calendário gregoriano é necessário para se obter datas precisas para cada ano.
A Páscoa- Pessach; (Março/Abril – Nissan) o Dia de "passar por cima" lembrando a passagem do Espírito do Senhor sobre o Egipto; também chamada de "Festa da Libertação" (Êxodo 12:13,14) (Levítico 23:5)
Os pães ázimos - Chag Matzot; (Março/Abril - Nissan) Festa paralela à páscoa; o comer dos Pães sem fermento simboliza a lembrança da aflição na escravidão no Egipto (Êxodo 12:15-18) (Levítico 23:6)
As Primícias - Shavuot; (Maio/Junho - Iyyar/Sivan) também conhecida como a "Festa das colheitas"; Esta celebração ocorre 50 dias depois da Páscoa sendo paralela ao Pentecostes por ocorrer no quinquagésimo dia; celebra ainda a revelação da Torá ao povo de Israel por volta de 1300 A.C. (Levítico 23:10-15)
Pentecostes – Haqasir ou Xabu'ot; (Maio/Junho – Iyyar/Sivan) A "Descida do Espírito Santo" após a ida de Jesus aos céus 50 dias depois da Páscoa; No Novo testamento, a festa das Primícias ganha um novo simbolismo para a Igreja que recebe o Espírito de Deus habitando no Templo interior; (Levítico 23:16,17) (Atos 2:1)
As Trombetas - Yom Teruá /Shofarot; (Setembro/outubro - Tishrei) também chamado de "O dia do Bramido"; Depois da destruição do Templo de Jerusalém, a Festa passou a ser chamada de "Rosh HaShaná", que literalmente significa "Cabeça do Ano", referindo-se ao Ano Novo Judaico. Celebra a terceira peregrinação do povo a Jerusalém dando início ao último ciclo das festas anuais do povo de Deus; (Levítico 23:24,25) (Números 10:10)
Festa do Perdão - Yom Kipur; (Setembro/outubro - Tishrei) também chamado de "Dia da Expiação da culpa" ou "Dia do Perdão"; Acontece 10 dias depois das Trombetas; (Levítico 23:27,28)
Tabernáculos - Sukkot; (Setembro/outubro - Tishrei) Também chamada de "Festa das tendas"; Ocorre no 15º dia do mês de Tishrei, exactamente 2 semanas após a festa das Trombetas; (Levítico 23:34-43)
As 7 festas bíblicas instituídas são descritas com a palavra "Moadiym", a mesma palavra para a função dos “tempos determinados” que os astros apontariam em (Gênesis 1:14). Sendo o número 7 a perfeição de Deus para as coisas temporárias, vemos que até o plano de Deus de se comunicar com os Homens estava perfeitamente definido com precisão astrológica.
Mas o sentido aqui passado ainda é mais profundo para nós que temos a revelação completa; Moêd, ou moadiym, também nos leva até à construção do Tabernáculo.
No início da jornada, antes do povo de Israel pecar fazendo o “bezerro de ouro”, o protótipo do Tabernáculo era chamado de “ôhel moêd“ (אֹהֶל מוֹעֵ) -“a tenda da reunião ou congregação“, ou ainda “a tenda do encontro”;
Em (Êxodo 33:7) diz assim: "E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação";
(no Hebraico original)
UMOSHEH YQACH ET-HÅOHEL VËNÅTÅH-LO MICHUTS LAMACHANEH HARËCHEQ MIN-HAMACHANEH VËQÅRÅ LO OHEL MOED VËHÅYÅH KÅL-MËVAQESH YHVH YETSE EL-OHEL MOED ASHER MICHUTS LAMACHANEH
A cada sete dias (em sintonia com a criação ordenada do mundo) o povo de Israel “reunia-se” para entrar na presença de Deus, no Shabbat, o sábado Judaico (que é precisamente o 7º dia -O dia do descanso- sendo Domingo o primeiro dia da semana).
E durante o ano, com a ajuda dos luminares eram marcadas as festas solenes, quando todo o povo se reunia subindo a Jerusalém para adorar ao Eterno Deus.
A razão porque "O Sábado" é sagrado para o povo Judeu (Êxodo 31:14) ao ponto de esse dia ser totalmente destinado a servir e a buscar a presença de Deus (a comunhão) é precisamente porque Deus instituiu a ordem do relacionamento para a união do seu povo segundo este propósito.
A ORDEM DAS FESTAS JUDAICAS E O PLANO DO REENCONTRO
No velho testamento as festas Judaicas como solenidades ordenadas por Deus estão carregadas de forte simbolismo revelando o plano glorioso da salvação para a comunhão eterna.
Jesus veio figurar pessoalmente este desejo de relacionamento simbolizado nestas solenidades ou Festas Judaicas.
Por isso o Seu nascimento (na festa dos tabernáculos) e Sua morte (na Páscoa) também ocorreram segundo tempos determinados específicos.
No Antigo testamento a respeito das festas solenes, desde os aspectos ritualísticos até ao tempo determinado que deviam ocorrer, tudo está debaixo da supervisão e ordem Divina.
Isto era Lei para os Judeus por isso estas festas eram “ordenadas” em tom de obrigação com palavras duras de retribuição e castigo caso não fossem honradas (Levítico 23:29,30).
Se virmos a ordem de aparecimento das solenidades na narrativa Bíblica, vemos que elas estão alinhadas de forma a revelar um percurso temporal e histórico do plano Divino.
Levítico 23 por excelência é o capítulo que trata com detalhe esta vontade específica de Deus de estabelecer estes “tempos determinados”;
A ORDEM É:
1)- A Páscoa - (Levítico 23:5)
2)- Os pães ázimos -(Levítico 23:6)
3)- As Primícias -(Levítico 23:10-15)
4)- Pentecostes - (Levítico 23:16,17)
5)- As Trombetas -(Levítico 23:24,25)
6)- Festa do Perdão -(Levítico 23:27,28)
7)- Tabernáculos -(Levítico 23:34-43)
Muitos não sabem que Pentecostes é também uma solenidade das 7 festas Judaicas no Antigo testamento paralela à festa das primícias, mas esta só passou a ser distinta para nós a partir do evento descrito em Actos 2.
Na Verdade o termo “Pentecostes” do Novo Testamento surge do grego pentēkostḗ que significa literalmente “quinquagésimo” em referência aos 50 dias que se sucedem depois da Páscoa (Levítico 23:16,17).
Pentecostes é a festa das primícias sendo renovada no Novo testamento pela descida do Espírito Santo à Igreja do Senhor Jesus.
Por isso, no Antigo Testamento, o Dia de Pentecostes é somente citado como: Festa da Colheita ou Sega (Êxodo 23:16), Festa das Semanas (Êxodo 34:22) e Dia das Primícias dos Frutos (Números 28:26) não havendo ainda o simbolismo especial que nós recebemos hoje tomado lugar.
Então note-se a ordem das solenidades emparelhadas e perceba-se a mensagem que os “tempos determinados” associados a elas querem passar:
1)- Cristo que é a nossa Páscoa (1 Coríntios 5:7) é O Cordeiro que foi morto desde a fundação do Mundo para a salvação de um povo Eleito por Deus;
2)- O arrependimento é figurado no sabor amargo dos pães ázimos como lembrança da nossa escravidão ao pecado de onde Deus nos Libertou (Êxodo 12:8); Os pães indicam que o homem em si mesmo não pode se arrepender nem sendo forçado por lei (2 Coríntios 7:10) por isso precisa de ser Liberto da escravidão ao Egipto espiritual, pela mão do Próprio Deus, e Seu "Salvador que é Jesus", simbolizado na figura de Moisés.
3)- Por isso Deus prepara do mundo uma colheita de Homens selados e postos de lado figurado na colheita das Primícias consagradas, que apontavam para Cristo e a Igreja como as primícias do Espírito (1 Coríntios 15:20-23) (Romanos 8:23); Nós os crentes em Jesus fazemos parte do plano de Deus de colher da Terra um povo especial, sendo conduzidos por Ele até à Terra que nos está prometida nos céus;
4)- Ele faz descer O Santo Espírito para habitar em nós e nos convencer do nosso pecado transformando-nos permanentemente (Ezequiel 36:26) pelo Espírito da graça e não mais pela força da Lei; A tristeza do arrependimento figurada nos pães, que Deus pede ao Homem mas ele não pode alcançar em si mesmo, agora é auxiliada pelo Espírito interiormente para uma perfeita Salvação; Isto é o Pentecostes como resultado da obra consumada por Jesus na Cruz;
5)- Àqueles que nascem de novo a trombeta do arrebatamento tocará em júbilo um dia para lhes antecipar a reunião com Jesus nos céus (1 Coríntios 15:52) (1 Tessalonicenses 4:16); Aos outros não convertidos até lá 7 trombetas de juízo serão ouvidas em castigo durante a tribulação para que sejam convertidos da sua dureza (Apocalipse 8:2);
6)- Nesses últimos dias da tribulação designados especificamente para moer a dureza de coração do povo Judeu, Deus lhes fará sentir a sua Culpa, por terem crucificado ao Senhor da Glória (Zacarias 12:10) conduzindo-os ao Perdão e todo o Israel será salvo (Actos 2:36-39) (Romanos 11:26) (Isaías 45:17);
7)- Então por fim, tanto Judeus como Gentios salvos em Cristo Jesus se reunirão como um só povo, e como o simbolismo da festa dos tabernáculo sugere, habitarão com Deus na Terra por Mil anos, e depois por toda a Eternidade;; (Apocalipse 21:3)
Pentecostes alinhado no centro das Solenidades (com 3 antes e 3 depois) aponta para a transformação do nascer de novo que Jesus referiu a Nicodemos: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3)
Isto é o simbolismo da passagem da Lei para a Graça revelando a transformação do coração e a habitação do Espírito Santo no Templo interior (Ezequiel 11:19) para que a nossa congregação ou reunião com Deus comece já neste tempo mas interiormente, visto que O Seu Espírito já habita em nós.
Paulo dá-nos certeza disto dizendo: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Coríntios 3:16)
Até lá aguardamos ansiando a vinda do Senhor Jesus para que a nossa “reunião” com ela seja completa: “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com Ele” (2 Tessalonicenses 2:1)
DEUS já tabernacula ou habita em nós sendo que a Igreja e todos os Judeus messiânicos convertidos ao Senhor Jesus já alcançaram parcialmente esta promessa simbolizada nas solenidades apontadas por Deus.
Até os astros testificam de que Deus quer se relacionar connosco; e eles bem atestam que Deus desde o princípio tem determinado um "encontro" marcado com cada um de nós, Mediante a obra de Jesus na Cruz e a habitação do Espírito Santo no templo interior;
Este encontro marcado começará porém com um devido prestar de contas ao qual devemos atentar sendo responsáveis.
Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.
Outra função atribuída aos luminares em (Gênesis 1:15) é o propósito de "iluminar a Terra". O verbo usado aqui (LËHÅYR) pode significar: Iluminar (Luz directa); ou ainda no sentido de trazer à luz, em sinónimo de tornar clara uma verdade; dar discernimento; de esclarecer ou tornar evidente;
Note-se o versículo anterior e a ideia de ligação entre (Astros) e Tabernáculo; (Astros) e reunião; (Astros) e comunhão; (Astros) e relacionamento.
Se um dos propósitos dos Luminares era marcar tempos de comunhão e de festividade quando Deus vinha directamente procurar relacionar-se com Seu povo, fica evidente que há um duplo significado no acto de “iluminar” a Terra usado aqui (Gênesis 1:15).
Além da óbvia iluminação de trazer a Luz natural, numa análise mais profunda e tendo já entendido a raiz hebraica de "Tempos determinados" (Moadiym), como tempos de "reunião e encontro", é possível ver novamente O Senhor Jesus - "A Luz" relacionando-se com os Homens.
Esta Luz dos Astros comunicar tempos, aponta para os sinais de que Jesus desceria um dia dos céus para se comunicar aos Homens e desenvolver relacionamento directo com eles, e que mesmo quando Ele partisse eles serviriam para determinar os tempos marcados para o Seu retorno.
Por isso as Festas Judaicas são chamadas de “Festas da reunião e de encontro”;
Agora relembremos que Jesus disse que Ele era a luz do mundo -enquanto- estava no mundo: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo." (João 9:5); Depois quando está prestes a partir, diz que nós (os Seus seguidores) somos a Luz do mundo: "Vós sois a luz do mundo" (Mateus 5:14);
Agora note-se a analogia feita pelo Apóstolo Paulo na sua carta aos Filipenses: "Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;" (Filipenses 2:15);
Os Filhos de Deus também são "Astros no mundo", seguindo o exemplo Do Senhor Jesus que é O Sol da nossa vida.
Para distinguir a Glória dos Homens terrenos, e apontar para a Glorificação que iremos receber na vida eterna, o Apóstolo Paulo faz uma descrição memorável: "E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.” (1 Coríntios 15:40,41)
Assim como O Sol, a Lua e as estrelas iluminam com luz natural, nós "Iluminamos, e esclarecemos o mundo" através da Palavra que é “Lâmpada para os nossos pés e Luz para o nosso caminho” (Salmos 119:105). A Palavra é Luz porque A Palavra é Jesus!
A Estrela da Alva ou A Brilhante estrela da manhã (Apocalipse 22:16) são referência ao planeta Vénus, a ultima estrela visível no céu ao romper do dia, e é usada para descrever O Senhor Jesus, O Astro que brilha em nossos corações; A Luz verdadeira que ilumina. A última estrela a Brilhar no céu quando todas as outras já se apagaram.
Este é o simbolismo a reter em nossa mente e coração; Que Jesus ficará connosco até ao fim (Mateus 28:20), durante todo o período de trevas que passamos no mundo, até "que o dia amanheça" (O amanhecer aponta para o Seu retorno);
A promessa do reencontro está feita (João 14:2,3), só nos resta aguardar o seu cumprimento iminente.
Como lemos: "E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações." (2 Pedro 1:19);
Quando a Bíblia refere-se a Lúcifer igualmente como “estrela da manhã” (Isaías 14:12) é em tom de sátira e não de exaltação, revelando a sua pretensão em fazer-se igual ao Senhor Jesus em autoridade e Poder;
Enquanto que Jesus “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” (Filipenses 2:6) é exaltado por isso, Lúcifer descrito em Isaías cai e é humilhado por se exaltar a si mesmo.
Que isso sirva de exemplo para todos seguem uma falsa fonte de Luz cuja iluminação vem directamente do príncipe das Trevas.
Lembrando sempre as palavras do Senhor Jesus:
Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
Os tempos determinados portanto falam de relacionamento e de reunião com Deus, os Sinais porém falam do aviso e responsabilidade para dirigir e orientar os filhos de Deus todo o tempo para que estejam preparados para esse encontro.
O GOVERNO DO SOL E DA LUA
Nos versículos de (Gênesis 1:16) e (Gênesis 1:18) nós vemos especial destaque para o que se descreve como: “dois grandes Luminares”;
O Sol e a Lua recebem a atenção pois Deus não se importou em fornecer mais informação sobre outros planetas, galáxias e seus sistemas solares espalhados na grandeza do Universo.
O facto da Bíblia não fornecer mais dados sobre a infinidade do Universo é porque aquilo que nos é oculto ou desconhecido, serve o propósito da humildade. Se Deus só tinha como pretensão criar vida na Terra porque razão criaria um universo tão imenso?
-A resposta está na humildade de entendermos que embora nós e a Terra estejamos no centro dos planos de Deus, a eternidade reserva-nos uma infinidade de descobertas pelas quais Deus estará para sempre a partilhar connosco da Sua glória.
Muito provavelmente essa grandeza do Universo serve o único propósito de nos fazer ver a magnitude do poder de Deus por trás de todo esse desconhecido, e nos fazer contemplar as infinitas possibilidades que ELE nos reserva no Seu plano eterno.
Embora nestes versículos se fale num primeiro momento literalmente sobre O Sol e a Lua como Astros, e sobre a forma como eles afectam os estados do dia (presença da Luz) e noite (ausência da Luz), retrata também uma outra realidade "Espiritual" se pararmos para meditar.
O Sol é a figura de Deus; e lemos na escritura o seguinte: "Porque o Senhor Deus é um Sol e escudo" (Salmos 84:11) ; Acerca do Senhor Jesus O Deus vivo diz que: "o Seu rosto era como o sol" (Apocalipse 1:16);
A Lua é também uma figura do Diabo; Quando a escritura diz que: "o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Coríntios 11:14) aponta para uma luz que não é verdadeira.
A Lua é uma falsa fonte de Luz porque só brilha perante o reflexo da Luz solar que nela incide. A Lua em si mesma não tem luz, é apenas terreno desolado rodeado de trevas, mas quando a Luz do Sol reflecte na sua superfície, lança luz sobre a Terra.
Quando lemos o versículo, vemos que apenas o Sol e a Lua "Governam"; O Sol governa -O Dia- e a Lua governa -A Noite-;
Governar (VËLIMËSHOL) de (Mashal) ou Governo (Moshel) significa: exercer autoridade e poder de controlo; reinar, dominar.
Sabemos que Deus tem esse Governo de Hegemonia e domínio sobre tudo e todos; Sabemos porém que Ele concedeu a satanás temporariamente algum poder para "Governar" sobre a Terra (Lucas 4:6) como "Príncipe deste mundo" (João 12:31) (João 14:30);
O Sol e a Lua são muito usados como símbolos místicos associados a Deus e ao Diabo, e por isso são tão usados no ocultismo.
Imensas seitas, cultos pagãos e até na feitiçaria, O Sol e a Lua são usados para invocar espíritos e para atribuir poder místico.
A noite e o dia são também símbolos que estão expressamente marcados na espiritualidade esotérica; Vampiros vivem de noite e temem a luz do Sol, Lobisomens são transformados pela Lua, o simbolismo da Meia-noite na feitiçaria, as Luas de Sangue e os rituais satânicos, o Mitraísmo de culto ao sol, as Bruxas e as danças ao Luar, e muitas outras referências demonstram isto.
A nossa sociedade cultural sempre criou fascínio com “A Noite” como um período de desinibição e deboche, de culto à decadência e promiscuidade, onde ocorrem a maioria dos atentados à moralidade e ao bom senso; A noite sempre esteve intimamente ligada a predadores sexuais, à euforia carnal, às bebedeiras, aos assaltos, e crimes de toda a espécie.
Claramente o “Governo da noite” tem a assinatura do Diabo para a promoção do pecado como afronta a Deus.
Por isso muitas pessoas durante o dia escondem a sua verdadeira natureza, para a revelarem durante a noite. É um período de ousadia, e de rebeldia, de decadência e vulgaridade, tudo debaixo de uma atmosfera de sedução e mistério, onde a carne é celebrada sem limites.
A Bíblia é clara em dizer que existe separação entre o dia e a noite debaixo de governos espirituais distintos; Os que são de Deus são do dia, e os que são do Diabo da noite;
O acto de “dormir” pode ser usado como o dormir de sono, mas igualmente do dormir espiritual de pessoas moralmente dormentes sem distinguir o bem do mal; Uns recebem a aquisição da Salvação e os outros estão destinados à ira da condenação eterna:
Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão;
Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios;Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite.
Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação;
Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,
O desvanecer das fronteiras entre a Luz e as Trevas, de forma a relativizar a real distinção entre uma e outra é uma afronta a Deus que as separou desde o princípio (Gênesis 1:4)
Por isso é-nos ensinado também a definir bem os conceitos o Bem e o Mal de forma a não sermos enganados por "falsas fontes de luz"; Por isso somos advertidos a considerar a luz que há em nós: "Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas." (Lucas 11:35);
O amor ao pecado, e a apetência para chamar mal ao bem e bem ao mal são características que nos impedem de realmente de perceber quem é que nos governa, se O Sol ou a Lua; Deus ou o Diabo: Leia-se na escritura: "Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!" (Isaías 5:20); E ainda: "Por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. Apalpamos as paredes como cegos, e como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas, e nos lugares escuros como mortos." (Isaías 59:9,10) ;
No último versículo do Livro de Juízes vemos que os homens não tinham Governante: “Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.” (Juízes 21:25)
É assim que você vive a sua vida? É você o “rei” que governa sobre a sua vontade, ou você já reconheceu a autoridade de Jesus O Rei dos Reis cujo Governo de Justiça se estende à eternidade?
Homens que não são exercitados debaixo de uma autoridade maior que a deles, são homens que rapidamente desenvolvem princípios de Anarquia.
A autoridade e o Juízo são necessários para moderar o comportamento e instituir a ordem.
Josué deixou bem claro o termo de responsabilidade para que cada um possa decidir a quem serve e por quem quer ser governado: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Josué 24:15)
A Lua pode até proporcionar alguma luz para conduzi-lo no meio da escuridão que é a sua vida, mas só o Sol pode erradicar as Trevas à sua volta.
Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.
Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz.
O DIA QUINTO – do vs 20 ao 23
-Aqui nestes versículos o texto relata a criação de animais aquáticos e celestes (peixes, anfíbios, e toda a espécie de aves); Vemos que até na criação dos animais, Deus institui uma ordem para o preenchimento da Terra que tem fundamentos científicos consideráveis para nos revelar uma estrutura inteligente e funcional. A própria ordem da vida começar nos mares, está em sintonia com todas as revelações científicas sobre a vida pré-histórica.
Era impossível que um homem iletrado movido por imaginação apenas pudesse descrever a criação da Terra mediante uma ordem funcional e lógica segundo princípios científicos reais.
Esta observação da lógica descritiva e o princípio de ordem descrito no processo da criação é por si só uma evidência de que teve de haver uma fonte de informação maior que a mente de Moisés para revelar estas coisas.
Visto que não haviam bibliotecas, nem Internet para pesquisa, nem ainda uma comunidade ciêntifica estabelecida, ou sequer qualquer modo de obter informação qualificada, resta-nos crer seguramente que estes elementos descritivos não procederam da coincidência imaginativa de Moisés, mas que originaram directamente na Mente de Deus que o inspirou.
O DIA SEXTO – do vs 24 ao 31
-Segue-se então a criação dos animais terrestres de toda a sua espécie (répteis, mamíferos, aves terrestres, etc) e a Criação do Homem; a descrição das feras da Terra e todo o réptil, inclui os animais que se entendem robustos e dominantes sobre espécies mais pequenas, incluindo os dinossauros pré-históricos, que também foram criação de Deus;
É concedida ao homem 2 bênçãos: a autoridade de Dominar e sujeitar TODA a natureza criada (ordem e hierarquia); e a responsabilidade de frutificar e multiplicar; (estrutura e funcionalidade);
-É concedida ao homem também uma ordem prática de sustento quando a erva, e as árvores de fruto são descritas como mantimento para o homem e todos os animais.
Deus não deixou nada à toa para a natureza se organizar a si mesma, e Ele mesmo estrutura a Terra com método, ordem e organização.
Isto ocorre no período temporal descrito de 7 dias, (6+1) e 7 vezes Ele descreve o produto da Sua obra como “BOM” (nos versículos 4/10/12/18/21/25/31);
Depois da criação do Homem completar a obra, a descrição passa a “MUITO BOM”.
A descrição aponta então para 6 dias de criação dinâmica, acabando no 7º dia que se torna um dia de contemplação da obra criada, descrito como “descanso”. Obviamente Deus não se “cansou” mas se “Deleitou” naquilo que havia criado.
O termo Hebraico usado em Génesis para “descansar” é (VAYSHËBOT) que significa sobretudo: “repousar” no sentido de cessar uma obra; O termo Sábado (SHABAT) traduz-se assim mesmo.
Quando o profeta Isaías diz: “Não sabes, não ouviste que O Eterno Deus, O Senhor, O Criador dos fins da terra, nem Se cansa nem Se fatiga” (Isaías 40:28) o termo usado para “cansar” é (YYAF) que aponta para: exaustão; fatiga; falta de força;
Portanto pelo próprio uso do termo Hebraico distinto, e pela declaração de Isaías acerca de Deus, sabemos que o relato de Génesis fala de um comportamento de contemplação e repouso da parte de Deus face à obra que havia terminado.
A contemplação que O levou a apelidar a obra de Boa 7 vezes, remete-nos para o simbolismo do “repouso” usado na carta aos Hebreus, acerca do Milénio (Hebreus 4:8-11) que aponta para um tempo de desfrute e contemplação da Glória de Deus em Jesus quando Ele reinar em Jerusalém e der descanso ao Seu povo da luta constante contra a oposição do mundo.
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