
CAPÍTULO 1 - (32 versículos) - Versículos 1 ao 8
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-Versículo 1- "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus." (Romanos 1:1)
[1,1] PAULOS DOULOS CHRISTOU IÊSOU KLÊTOS APOSTOLOS APHÔRISMENOS EIS EUAGGELION THEOU
–“Paulo” (PAULOS) -Quem era Paulo?
Paulo era um fariseu nascido na Cidade de Tarso na região da Cílicia, Turquia.
Os fariseus eram uma seita religiosa legalista, de homens devotos à Torá, também chamada de Pentateuco, (os primeiros 5 Livros da Bíblia escritos por Moisés), como os Livros da Lei ou da Instrução de regras e mandamentos. Os Fariseus criaram uma lei oral associada à Lei escrita de Moisés fazendo de tradições e costumes de homens, mandamentos a seguir (Mateus 15:9) (Colossenses 2:22). O “farisaísmo” como comportamento, é uma postura de extremismo legalista que é totalmente oposto à Graça de Deus. Por isso os Fariseus eram inimigos de Jesus, e os responsáveis por Sua crucificação.
Ninguém pode ser justificado pelas obras da Lei: (Romanos 3:20) (Gálatas 2:16) (Gálatas 3:11) (Gálatas 5:4)
Paulo também é chamado de Saulo; Este é na verdade o nome inicial com que O Apóstolo Paulo é referido antes da sua conversão.
Em (Atos 9:1-4) O Próprio Senhor Jesus Lhe aparece no caminho e chama-o de “Saulo, Saulo”!
Em (Atos 13:9) Paulo aparece já convertido, sendo referido por ambos os nomes simultaneamente: “Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo”; (“chama” e não “chamava” indica que no presente ele mantinha ainda os 2 nomes).
A Ideia que foi Jesus que mudou o nome de Saulo para Paulo não é verdade, pois não aparece nenhum relato na Bíblia a confirmar isto.
Antigamente no primeiro século, era comum ter-se 2 nomes por ser possível comprar a cidadania Romana com dinheiro; Um nome de baptismo da sua nacionalidade, e também um nome romano.
Assim Paulo, nascido Judeu legítimo da Tribo de Benjamim (Filipenses 3:5) havia recebido o nome de Saul (Shaul) como o nome do primeiro Rei de Israel.
Paulo também tinha cidadania romana (Atos 22:27,28) de onde vinha o nome Paulo.
Paulos era a versão grega de Paulus em Latim (esta era o seu nome Romano);
Saulos era a versão grega de Saul em hebraico (Este era o seu nome original).
Embora o idioma romano fosse o latim, a Língua predominante era o Grego devido à grande influência da cultural grega naqueles tempos. Por isso o Novo testamento foi escrito em Grego, e nós traduzimos para português os nomes na sua versão grega.
Paulo ainda ficou conhecido como o “Apóstolos dos gentios”, razão porque um nome de origem romana e gentia fosse mais apropriado que um nome Judeu.
Paulo e o Seu ministério aos Gentios: (Romanos 15:16) (Gálatas 1:16) (Gálatas 2:2) (Efésios 3:8)
A razão porque a partir do Capítulo 13 do Livro de Actos, O nome “Saulo” deixa de ser usado, e Paulo assume o seu nome Romano, muito provavelmente foi registado por Lucas para passar a ideia dessa conversão de Paulo, e tornar mais evidente a transformação para um novo Homem.
Tendo em conta que o nome Paulus em Latim quer dizer “Pequeno”, muito provavelmente foi a razão porque Paulo preferiu ser chamado assim posteriormente, como ele próprio se descreve: “O menor dos apóstolos” (1 Coríntios 15:9) (Efésios 3:8)
–“Servo de Jesus Cristo” é uma expressão de sujeição;
muitas pessoas gostam de referir sua profissão ou estatuto de Doutor, como parte da sua identidade, pois crêem que estes títulos abonam a seu favor, valorizando a percepção que os outros têm de si; Paulo porém, faz questão não de ostentar seus estatutos de fariseu e sua superioridade intelectual mas de fazer da sua servidão ao Senhor Jesus aquilo que ele tem por mais valioso.
Noutros momentos Paulo faz-se usar deste estatuto ou títulos (Atos 23:6) (Filipenses 3:4-7) mas seu propósito nunca é a sua própria glória.
Suas palavras aos Filipenses: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” vai ao encontro do termo grego original deste texto, como “servo” (DOULOS) que significa: Aquele que abdica da sua liberdade para permanecer para sempre ao serviço de seu senhor; alguém que serve como sendo propriedade de seu senhor; servo que tem a vontade de seu senhor por maior que a sua; alguém que vive para servir devoto ao ponto de negar seus próprios interesses;
Este amor do servo pelo seu senhor está registado em: (Êxodo 21:2-6)
Doutrina da Sujeição: (1 Coríntios 15:27,28) (Efésios 1:22) (Efésios 5:24) (Hebreus 12:9) (Tito 2:9) (Tiago 4:7)
Este espírito de sujeição vai directamente ao encontro de outra afirmação de Paulo neste sentido: “e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).
Paulo demonstra nas suas palavras, a sujeição verdadeira que ele mesmo vê na pessoa de Jesus, totalmente sujeito ao Pai (João 6:38)
Colocar os interesses de Deus em primeiro lugar é o que significa na verdade, “negar-se a si mesmo” nas palavras do Senhor Jesus. Lembrar sempre que Jesus não é O Salvador de quem Ele também não é verdadeiramente Senhor.
Doutrina da Auto-negação: (Mateus 16:24) (Marcos 8:34) (Lucas 9:23) - (Lucas 14:26) (Lucas 22:42) (João 5:30) (João 6:38) (Filipenses 2:7) (Mateus 10:39) (Mateus 16:25) (Mateus 23:12) (Tito 2:12,13)
–“Chamado para Apóstolo” o termo "chamado" (KLÊTOS) de (kaléo), refere-se a: alguém que é chamado depois de aceitar um convite para fazer parte de um grupo selecto de pessoas. Este termo ainda passa a ideia de: alguém ser chamado pelo nome do meio de uma multidão; Um chamado particular e individual referindo a pessoa pelo seu próprio nome;
Este convite é a Eleição particular pela qual cada um de nós é chamado pela Graça para a Salvação em Cristo Jesus, sendo separado do mundo para integrar “um corpo” (1 Pedro 2:9) que é figurado como o “Corpo de Cristo” (1 Coríntios 12:27) (Romanos 12:5) (Colossenses 1:24).
(APÓSTOLOS) (Equivalente em Hebraico -שָׁלַח- shâlach) fala de: alguém a quem é delegado o papel de mensageiro, de ir a algum lugar, enviado com ordens a executar;
Paulo sabia exactamente qual era o seu papel ao serviço do Senhor Jesus, e qual era o chamado que cada um de nós recebe na salvação - O de viver segundo a vontade Daquele que nos envia de volta ao mundo, depois de nos separar dele;
-O chamado de Paulo para pregar: (Gálatas 1:15-24) (Romanos 15:19)
-A grande comissão de pregar dada aos Santos: (Mateus 24:14) (Mateus 28:19)
Nos dias actuais já não existem mais “Apóstolos” na mesma categoria dos títulos originais. Se formos reparar somente no papel de mensageiros do Evangelho como a palavra aponta no seu sentido mais básico, então TODOS os cristãos são de alguma forma apóstolos, pois todos têm essa responsabilidade.
O Título que muitos homens se querem atribuir a si mesmos, ou a outros dentro das suas hierarquias ministeriais, fazendo-se “Apóstolos” no mesmo registo dos apóstolos da Igreja primitiva não faz sentido algum.
Por alguma razão nem todos os Homens do Novo testamento a partir de Jesus eram chamados de Apóstolos;
Tantos homens na Bíblia foram grandes Homens de Deus como: Timóteo, Tito, Filémom, João Baptista, e nenhum deles teve a presunção de se chamar a si mesmo de apóstolo. Porque hoje muitos pensam que podem?
As condições evidentes registadas na Bíblia para que o título de “Apóstolo” de Cristo fosse reconhecido e distinguido por aqueles que assim foram chamados, são as seguintes:
-Terem sido chamados e Nomeados directamente por Jesus (Mateus 10:1-4)
-Terem estado com Jesus em sua presença (Marcos 3:13,14)
-Terem recebido instruções diretamente de Jesus (Mateus 11:1)
Matias que mais tarde substitui Judas o traidor, foi escolhido especificamente por reunir estas condições conforme descrito: “É necessário, pois, que, dos homens que conviveram connosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça connosco testemunha da sua ressurreição. E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias.” (Atos 1:21-23)
A Apóstolo Paulo foi o único Apóstolo incluído à parte deste grupo, que tomou este título porque ele preenche os requisitos necessários; (e mesmo assim ele mesmo se chama de abortivo não sendo digno de ser chamado de apóstolo) (1 Coríntios 15:8)
-Ele foi chamado e nomeado directamente por Jesus (Atos 9:4) (1 Timóteo 1:1)
-Ele viu e ouviu O Senhor glorificado depois da Sua ressurreição (Atos 9:17) (1 Coríntios 15:5-9) (1 Coríntios 9:1,2)
-Ele recebeu do Senhor instruções para o Ministério (Atos 9:6) (Gálatas 1:12) (1 Coríntios 11:23) (2 Coríntios 12:1);
–“Separado” (APHÔRISMENOS) O termo refere-se a: Separar marcando um limite, ou uma barreira; uma fronteira que marca e define a separação de um lado do outro; delinear um limite até onde ir;
Esta é a separação que já aponta para a separação final que Deus fará entre os justos e os injustos para o céu e o inferno (Mateus 13:49) (Mateus 25:32).
Esta separação começa a ser apresentada na Bíblia logo em Génesis quando Deus faz separação entre a “Luz e as Trevas” dizendo: “E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.” (Gênesis 1:4), antes mesmo de fazer referência à criação dos astros como corpos de luz para iluminar o Universo (Gênesis 1:14-18);
O que é descrito ali como “separação” entre a Luz e as trevas, é a Eleição referida que ocorreu “antes da fundação do mundo” em (Efésios 1:4,5) antes que tudo existisse (Romanos 9:11).
Esta separação que é feita por Deus para nos proteger do mundo, é simultaneamente acompanhada de um desejo do mundo de se separar de nós, porque a separação do mundo que Deus opera é através da “Santidade, justiça e verdade”, tudo coisas que o mundo odeia (Lucas 6:22,23) (João 15:19)
Esta não é uma separação no regime de “separatismo” ou “elitismo separatista”; Esta ideia de separação é espiritual, para um serviço apropriado; é uma separação que visa a integridade dos que servem; Vemos este mesmo termo sendo usado quando O Espírito Santo separou Barnabé e Saulo para a obra que lhes estava preparada em (Atos 13:2).
Nós devemos praticar a separação do pecado e do mundo em espírito e consciência, e não propriamente fugir dos pecadores e sair do mundo.
Um bom exemplo do que é “separação espiritual” foi descrita por Paulo aos Coríntios (1 Coríntios 5:9-11);
”Separados” do quê? Do mundo! -Para quê? Para o Evangelho!
Doutrina da separação do mundo: (1 João 5:19) (1 João 2:15-17) (João 17:14-16) (João 15:18,19) (Gálatas 1:15) (Tiago 4:4,5) (Salmos 1:1) (Romanos 12:2) (Colossenses 3:2) (Tito 2:11-13) (Êxodo 34:12) (2 Timóteo 2:4,5)
–“Evangelho de Deus” Paulo refere o Evangelho sendo de Deus para deixar claro que a obra de evangelizar não é nossa mas Dele; nós somos os instrumentos para evangelizar, mas o Evangelho não é nosso, nem o poder de fazer com que o Evangelho converta o pecador que o ouve.
O termo no grego original é a junção de 2 palavras: (EU) (bom/boa) + (AGELLO) (mensagem/mensageiro); Nós somos os bons mensageiros enviados ao mundo para anunciar uma boa notícia.
Expressões como “boas novas”, “boas notícias”, “boa mensagem” é o Evangelho prático de anunciar o que Jesus fez na obra gloriosa da Cruz, revelando quem Ele é – O Deus vivo, Salvador dos homens, único Redentor, Senhor dos céus e da Terra!
O Evangelho aparece referido no Novo Testamento de várias formas: O Evangelho de Cristo (Romanos 15:29) O Evangelho de Deus (2 Coríntios 11:7) O Evangelho da Glória de Deus (1 Timóteo 1:11) O Evangelho da Glória de Cristo (2 Coríntios 4:4) O Evangelho do Reino de Deus (Marcos 1:14) O Evangelho segundo o poder de Deus (2 Timóteo 1:8) O Evangelho do Filho (Romanos 1:9) O Evangelho da Paz (Efésios 6:15) O Evangelho da nossa salvação (Efésios 1:13).
Fica portanto claro que O Evangelho é obra de Deus, segundo a Sua mente, respectivo a Seu Reino, segundo O Seu poder, para a Sua Glória e de Seu Filho, pelo qual nós pecadores recebemos a paz e a salvação.
A tarefa para a qual somos enviados de volta para o mundo do qual fomos separados pelo Próprio Senhor Jesus é para:
Evangelizar os perdidos: (Mateus 28:19,20) (Romanos 10:8-15)
Testemunhar ao mundo: (Atos 1:8) (2 Coríntios 2:15) (Mateus 5:13-16)
Sermos santificados: (João 17:17-19) (1 Pedro 1:15,16)
Padecermos a afronta: (Atos 14:22) (Mateus 5:11,12) (João 15:18-20)
Não estamos no mundo para “alcançar sucesso”, “concretizar sonhos”, ou “experimentar prazeres”; ao contrário do que muitos pastores pregam, o sucesso de um cristão está na forma como ele abdica cada vez mais do mundo para ganhar a Cristo, exactamente como Paulo demonstra no seu modo de viver.
Paulo perdeu a sua notoriedade dentro da comunidade religiosa Judaica; Viveu pesadelos, sendo perseguido, ostracizado e difamado; e experimentou chicotadas, fome, traições, e prisão, enquanto ao serviço do Senhor Jesus.
As circunstâncias da vida de um crente podem variar, e incluir ou não, tanto prosperidade terrena, como desgraça e sofrimento.
Contudo, o centro da vida de um crente, do ponto de vista daquilo que o define, nem é o seu sucesso ou o seu fracasso no prisma da visão em sociedade debaixo da comparação cultural.
Tanto "na fartura como na carência" (nos opostos das circunstâncias terrenas) a nossa postura deve ser idêntica à de Paulo (Filipenses 4:12,13).
Se Deus quiser ser glorificado e conhecido no mundo através do nosso sucesso e prosperidade terrena, Ele vai fazê-lo, da mesma forma que se Ele quiser dar poderosos testemunhos da fé através da adversidade e do sofrimento, Ele também o fará.
Muitas vezes a nossa prosperidade terrena é o nosso fracasso espiritual, assim como a nossa miséria financeira é a nossa riqueza e sucesso no que diz respeito à realidade eterna.
O Sucesso está ligado à vontade de Deus para nós, e não aos desejos e vontades que projectamos para nós mesmos.
Não devemos buscar o sucesso social, da mesma forma que não devemos buscar o sofrimento e a miséria, pois sucesso no mundo não é sinonimo de pecado, da mesma forma que miséria não é sinónimo de santidade.
Devemos sim buscar um serviço obediente e sujeito a Deus, para Lhe darmos graças em qualquer uma das circunstâncias.
O cumprimento da vontade de Deus é o sucesso desejável, ainda que essa vontade negue todas as nossas de se cumprirem. O maior fracasso dentro do mundo é uma prosperidade terrena em contraste com uma inegável pobreza espiritual; Por isso sabemos que muitos são tão pobres que a única coisa que têm é dinheiro.
Jesus refere que ninguém pode segui-Lo sem “se negar a si mesmo”, ou seja, reconhecendo o seu próprio fracasso segundo suas próprias vontades.
“Carregar a cruz” em seguida, é um símbolo de viver a partir daí, debaixo das provações que a vontade de Deus determinar.
Evangelizar é mostrar as abundantes riquezas espirituais em Cristo (Efésios 2:7) mostrando que as riquezas do mundo são para muitos um impedimento à santidade (1 Timóteo 6:17) (Mateus 19:23)
Nenhuma promessa de “prosperidade” terrena é feita por Jesus aqui, de tal forma que Ele mesmo adverte contra a prosperidade do mundo: “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16:25,26)
Por isso também lemos: “Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?” (Tiago 2:5)
-Versículo 2- "O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras" (Romanos 1:2)
[1,2] HO PROEPÊNGEILATO DIA TÔN PROPHÊTÔN AUTOU EN GRAPHAIS HAGIAIS
–“O qual antes prometeu” Aqui, “O qual” é uma referência ao “Evangelho de Deus” do versículo anterior;
Em grego a expressão (PROEPANGÉLLOMAI) (Junção de pro = anteriormente + epaggello significa: Anunciar previamente aquilo que alguém está determinado a fazer; Revelar com antecedência aquilo que está planeado antes de ser executado;
Expressa a ideia de que Deus nunca deixou o pecado pairar sobre os Homens, sem que desde sempre tenha já designado a redenção e o perdão dos pecados, e o tenha anunciado para a esperança dos perdidos.
Paulo então, referindo “O Evangelho de Deus” para o qual fomos separados, logo refere que é o resultado das profecias já dantes anunciadas no Antigo Testamento pelos profetas, acerca do Senhor Jesus e da Sua obra gloriosa de redenção.
Notem-se as palavras de Jó séculos anos antes de Cristo: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19:25)
-O maná caindo do céu simbolizava Jesus “O Pão da vida” (João 6:48); O maná é uma referência à provisão de Deus para o seu povo na caminhada no êxodo pelo deserto até à Terra prometida (Êxodo 16:15) (Salmos 78:24) (João 6:31);
-A água que brotava da rocha que o cajado de Moisés furou para dar de beber ao povo no deserto (Êxodo 17:6) apontava para Jesus como “O manancial de águas vivas” (João 4:10-14) (João 7:37,38);
-O sangue nas ombreiras no Egipto, protegendo o povo do Espírito do Senhor que descia para matar os primogénitos dos Egípcios (Êxodo 12:23), referia-se ao "sangue precioso" de Jesus que nos livra da ira de Deus e da morte eterna; (Romanos 5:9,10)
-Os sacrifícios da lei cerimonial que pediam um macho perfeito e imaculado (Êxodo 12:5,6) (Gênesis 22:8-14) revelavam Jesus como “O Cordeiro que tira o pecado do mundo” (João 1:29) (1 Pedro 1:19);
Estes e uma infinidade de outros exemplos saturam as Escrituras do Velho testamento, profeticamente abrindo o caminho para a revelação do Evangelho, como o poder de Deus para a Salvação de todo aquele que Nele crer.
Exemplos de profecias cumpridas em Jesus: (Gênesis 49:10,11) (Salmos 22:16-18) (Salmos 30:3) (Salmos 69:20,21) (Salmos 41:9) (Salmos 68:18,19) (Isaías 7:14) (Isaías 9:1,2) (Isaías 11:1,2) (Isaías 53:1-9) (Oséias 6:2) (Oséias 11:1) (Amós 8:9,10) (Miquéias 5:2) (Zacarias 9:9,10) (Zacarias 11:12-14)
–“Pelos seus Profetas” O termo “Profeta” (PROPHÊTÔN) tem a mesma raiz base da palavra “Prometeu”; (Junção de pro = anteriormente + Phemí = Falar);
-Então o que foi previamente ou anteriormente anunciado, e falado pelos profetas, segundo Paulo?
A vinda de Jesus como O Messias redentor! Todos os profetas sempre apontaram para Jesus como: A fonte da salvação, O Redentor, O Renovo, O Ungido de Deus (Messias), O maior Profeta por vir, uma grande Luz, Aquele que vai governar as Nações a partir de Sião;
Profecias acerca do Messias prometido que é O Senhor Jesus: (Deuteronômio 18:15) (1 Samuel 2:10) (Isaías 12:2,3) (Isaías 59:20) (Miquéias 4:1-5) (Zacarias 3:8)
em Isaías lemos: “Eis que Deus é a minha salvação” (Isaías 12:2) “Hineh el Yeshuati”; Lemos ainda: “fontes da salvação.” (Isaías 12:3) “MimaaYeney HaYeshuah”;
Como já vimos nas próprias palavras do Senhor Jesus, Ele é a fonte das águas vivas; Jesus é O Yeshua profetizado do Velho testamento que o seu próprio povo não reconheceu, como disse João: “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1:9-11) comparar com (Isaías 9:1,2)
A promessa de Deus antes feita pelos profetas do Antigo testamento era acerca do Seu Filho -Jesus- entregando-se a Si mesmo para justificar e purificar permanentemente os que Nele crêem. (Hebreus 9:25,26)
Este é o último profeta a quem devemos obedecer (Deuteronômio 18:15-19) (Atos 3:18-22);
–”Nas Santas Escrituras” As escrituras são chamadas de Santas, porque elas foram escrituras pelas mãos de homens, segundo a mente de Deus; O Deus que é Santo (Isaías 6:3)
As escrituras são Santas porque Deus é Santo! Toda a palavra de Deus é divinamente inspirada (2 Timóteo 3:16) é Pura (Provérbios 30:5); é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Salmos 119:105); é viva e eficaz (Hebreus 4:12).
Não ocorreu segundo o fenómeno da Psicografia que os espíritas médiuns, definem como um evento em que alguém é possuído para escrever mensagens passadas por espíritos. O Espírito Santo conduziu aqueles homens revelando e inspirando, em comunhão de Espírito e não em possessão de espírito.
Jesus trouxe todas as revelações necessárias em Si mesmo, e hoje a Palavra de Deus inspirada e completa, comprova que O Próprio Jesus revelado é a fonte final das revelações Divinas (Hebreus 1:1).
Os “profetas” de hoje são aqueles que anunciam a Palavra já revelada através da Pessoa de Jesus, e não pessoas a quem são dadas novas revelações após Jesus.
Quando Jesus diz no último capítulo de Apocalipse: “Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo.” (Apocalipse 22:10) Ele não estava a dizer, que novas revelações poderiam ser adicionadas à Bíblia, mas que as profecias não seriam “seladas” como “dadas por terminadas”, ou seja que ainda não estavam todas cumpridas.
Por isso logo uns versículos abaixo na mesma passagem diz: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.” (Apocalipse 22:18,19)
-Versículo 3- "Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne," (Romanos 1:3)
[1,3] PERI TOU HUIOU AUTOU TOU GENOMENOU EK SPERMATOS DAUID KATA SARKA
–“Acerca de Seu Filho” - Tudo o que realmente importa referir por Paulo, e também pelos profetas, é acerca de Jesus como O Filho de Deus! Tudo o que diz respeito à Sua pessoa e obra sempre foi a mensagem real dos profetas de antigamente que para Ele apontavam;
Por isso lemos que após a concretização da Obra, e de Jesus cumprir todo o plano que Lhe estava proposto: “Deus O exaltou soberanamente, e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é O Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:9-11)
O fim da Lei é Jesus e a Palavra é Lei, desde que a promessa profética foi feita a Abraão (Gálatas 3:16-20).
Jesus é a Palavra da Verdade pelo qual fomos gerados (Tiago 1:18) para entrada na Graça; Por isso lemos que: “A lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” (João 1:17)
A própria pessoa do Senhor Jesus dá credibilidade à Bíblia como um livro de Inspiração e autoria Sobrenatural, sendo cada profecia a Seu respeito a declaração de que Ele é o cumprimento da vontade de Deus de resgatar o mundo do pecado. Tudo aquilo que está encoberto, está porque Deus assim o determinou, e Ele mesmo virá uma segunda vez para por todas as coisas a descoberto.
“As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.” (Deuteronômio 29:29)
Quando Jesus afirma que não veio “anular a Lei (as instruções e revelações dos profetas) mas cumprir” (Mateus 5:17) Ele está a afirmar categoricamente que O Evangelho e Sua obra são o cumprimento profético das mensagens dos profetas;
Que Ele não vem quebrar a Lei do Velho testamento, mas consumá-la, dando início a outra dispensação (a da Graça), onde a Vontade de Deus predestinada desde sempre, vem completar-se de forma precisa, centrando Nele mesmo, o fim do pecado.
Paulo explica esta ideia do “círculo fechar-se” (que é a resolução do plano de Deus) nas seguintes palavras: “De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;” (Efésios 1:10)
–“Da descendência de David” Ao referir que Jesus nasceu da mesma descendência de onde O Messias prometido viria, Paulo afirma que Jesus é esse Messias tão esperado;
Que ELE é o cumprimento das profecias acerca de Um Messias Redentor enviado por Deus através da Linhagem de David conforme fora prometido. (Jeremias 23:5) (Daniel 9:25)
Ao referir esta descendência, também reforça a Linhagem Real de Jesus, que não faz Dele somente O Messias, Mas O Rei de Israel e do Universo!
“Descendência” é a palavra grega (SPERMATOS) (de onde vem a palavra espermatozoide) como “Semente” aqui aponta para a genealogia humana de David preparada por Deus para a qual Jesus O Filho Amado entrasse, unindo as gerações das famílias dos Homens à família de Deus nos céus; (Efésios 2:19)
–“Segundo a carne” foca no aspecto humano de Jesus, que para além da Sua óbvia natureza Divina como “Filho de Deus” era também O “Filho do Homem”.
Jesus filho de Deus: (1 João 4:15) (João 1:34) (Atos 9:20)
Jesus filho do Homem: (Mateus 18:11) (João 5:27) (Marcos 13:26)
O aspecto de Jesus “carnal” ou seja, feito de carne mortal como nós, (Não carnal como tendo pecado) é de suma importância nas Escrituras, porque assim prova que Ele foi sujeito a todas as experiências comuns ao ser humano, sendo testado em tudo, provado perfeito e mais excelente do que todos (Hebreus 4:14,15) e só assim sendo, pode Sua vida entregue ser preço suficiente para saldar a Dívida do pecado (1 Coríntios 6:20) (Colossenses 2:13,14);
Negar que Jesus é 100% homem, e 100% Deus é negar a credibilidade e completude da obra da Cruz e a natureza perfeita de Jesus;
Por isso negar o aspecto que Jesus veio em carne e se fez homem sendo Deus (1 Timóteo 3:16) (Filipenses 2:6-8) é condenável como sendo uma postura anti-cristã (1 João 4:2,3) (2 João 1:7); A verdade da Encarnação de Jesus é de Suma importância (João 1:14) porque se assim não fosse, também não seria verdadeira e real para nós mortais a Sua reencarnação pela qual nos foi possível receber a vida eterna (Romanos 6:4,5).
Aqui Jesus associado ao Rei que representa o auge e ascensão de Israel, está presente a promessa que Deus fez a David pelos profetas: (2 Samuel 7:16) (Salmos 89:36) (Isaías 9:6,7) (Jeremias 23:5,6) (Amós 9:11)
Assim sendo, quando chegassem os tempos preparados por Deus, O Filho de Deus fazendo-se Filho do Homem, permitiria que nós filhos de Homem, pudéssemos ser feitos Filhos de Deus.
Jesus nascendo da carne de uma Mulher, debaixo da Lei, pode agora redimir todos os que estavam encerrados debaixo da Lei (Gálatas 3:23) (Romanos 11:32).
Essa redenção serve o fim de serem adoptados por Deus como filhos e co-herdeiros em Cristo da Herança eterna. Leia-se: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” (Gálatas 4:4,5)
-Versículo 4- "Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor," (Romanos 1:4)
[1,4] TOU HORISTHENTOS HUIOU THEOU EN DYNAMEI KATA PNEUMA HAGIÔSYNÊS EX ANASTASEÔS NEKRÔN IÊSOU KHRISTOU TOU KYRIOU HÊMÔN
–“Declarado” (HORISTHENTOS) curiosamente vem da palavra (HORIZO) de (HOROS) que é definido como: “Limite”; a linha até onde se vai; A Linha do “Horizonte”; A linha que divide o céu da Terra; neste sentido também tem o sentido aplicável de: “constituído; designado; predeterminado: fixo ou fixado”;
Isto leva-nos ao pensamento de Jesus como Aquele Homem designado ou predeterminado por Deus para estabelecer ou fixar a única forma de permissão para atravessar essa linha da Terra e aceder aos céus; O termo Horizo marca um limite prático e objectivo, para de seguida definir, delinear, especificar alguma coisa a partir daí;
Este entendimento dá uma visão ainda mais perfeita da afirmação de Jesus dizendo: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:6); Jesus está na Terra dizendo isto, e O Pai está no céu, para onde Ele também irá assim que finalizar a obra que Lhe fora proposta;
Jesus no monte das Oliveiras dá o seu primeiro sermão das Bem-aventuranças escolhendo aquele lugar por causa de uma certa particularidade (Mateus 5:1); No monte como um lugar elevado, Jesus tem o céu nas suas costas, a vista da cidade abaixo e a multidão diante de Si, aos Seus pés; A Sua autoridade do céu estava ali claramente evidenciada.
Jesus coloca-se de frente para a multidão a Seus pés, para que seja notório que atrás de Si, está simultaneamente o céu aberto, e o precipício. Só quem reconhece Jesus como “a porta para o céu” (João 10:9) pode evitar a queda ao abismo. Jesus é a Linha do horizonte entre o céu e a Terra; Também é a divisão que separa o céu do inferno.
Na passagem de (Lucas 16:26) assim vemos que há uma linha que divide em forma de abismo, um lado do outro, e é O Próprio Senhor Jesus que define essa linha, pois é ELE é O Senhor tanto do céu como do inferno.
–“O Filho declarado em poder” expressa a necessidade de olharmos para Jesus como Aquele que Deus enviou para marcar uma divisão entre as coisas da Terra e as coisas do céu; as coisas passageiras e as eternas;
Notem-se as seguintes palavras do Senhor Jesus aos Judeus: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Eu retiro-me, e buscar-me-eis, e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, não podeis vós vir.” (João 8:21) Os Judeus não entenderam e Jesus diz de seguida: “Vós sois de baixo, Eu sou de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo.” (João 8:23)
Na Verdade a intenção de Jesus aqui era mostrar ao povo preso à religião, com zelo mas sem entendimento (Romanos 10:2) que Ele e somente Ele pode atravessar o “Horizonte” entre a vida e a morte, dos céus para vir à Terra, e retornar da Terra aos céus; Só Ele pode proporcionar aos Homens a habilidade de passar “da morte para a vida” como alguém que passa da Terra ao céu; (João 5:24)
Atravessar esse “limite” é impossível sem crer que Jesus é “O Filho declarado em Poder” (O Próprio Deus na Pessoa do Filho) e por isso Jesus remata com a seguinte declaração: “Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que Eu sou, morrereis em vossos pecados.” (João 8:24)
O Termo “EU SOU” queria literalmente dizer que Ele era O Próprio Deus, fazendo referência ao Velho testamento quando Deus se revela a Moisés dizendo: “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14) Em Hebraico: (EHËYEH ASHER EHËYEH).
Portanto Jesus declarou-se a Si mesmo como O Próprio Deus, e Paulo quer declarar também que Jesus tem em Si mesmo O poder de Deus para a Salvação dos Homens, porque ELE é Deus na pessoa do Filho.
Como João também diz: “Ele (O Verbo) estava com Deus, e Ele era Deus” (João 1:1) (KAI O LOGOS ÊN PROS TON THEON. KAI THEOS ÊN O LOGOS)
O poder de Jesus é a vitória da morte, pela qual nos é possível atravessar essa linha do horizonte da vida na terra (mortalidade) para entrada nos céus (Imortalidade); como lemos:
Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.
Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
1 Coríntios 15:53-55
“O Filho de Deus declarado em poder” portanto, é um termo revelador da autoridade de Jesus; Este “poder” (DYNAMIS) refere-se particularmente a: poder em si mesmo para operar uma função; o poder que reside em alguma coisa por virtude da sua própria natureza; poder intrínseco; o potencial para funcionar segundo os conceitos de força, energia, capacidade, habilidade; a descrição de um dínamo como aparelho que gera corrente contínua;
O termo que usamos como “Dinamismo” tem origem nesta palavra; Este termo usado na Bíblia serve para descrever uma energia produtiva e eficaz, simbolizando a energia Divina, essência, ou a Força Espiritual de Deus; (Não devemos confundir isto com a “energia” mística da Nova era)
Desta forma percebe-se que Jesus está imbuído Pelo Pai e Pelo Espírito da completa essência de Deus; Jesus é O Poder de Deus! (1 Coríntios 1:24) (2 Coríntios 13:4)
“O poder de Deus” aparece na Bíblia como símbolo do Próprio Senhor Jesus, na figura da Palavra revelada, na expressão da obra da cruz, ou ainda do próprio Evangelho, inúmeras vezes:
(Mateus 22:29) (1 Coríntios 1:18) (1 Coríntios 2:5) (2 Coríntios 6:7) (Colossenses 2:12 ) (Romanos 1:16) (1 Coríntios 4:20)
Esta introdução de Paulo na sua carta aos Romanos, apresenta Jesus como Aquele de quem ele é servo; Ao descrever o seu serviço a Jesus, ele acaba também por descrever Jesus e os aspectos que caracterizam a natureza do seu serviço.
Depois de referir o aspecto da força e poder de Jesus na essência da Sua natureza Divina, aponta para o Seu comportamento, conduta e carácter ao referir:
–“Segundo o Espírito de Santificação” - Esta é a presença directa da ação do Espírito Santo operando através de Jesus; Jesus é associado ao Pai e também ao Espírito, como fazendo parte da Trindade ou do poder Tripartido de Deus.
Jesus nasceu de uma concepção gerada pelo Espírito Santo; Viveu toda a vida guiado pelo Espírito e foi trazido de volta à vida, ressurgindo, pela acção vivificante do Espírito. (1 Pedro 3:18) (Romanos 8:11)
Desta forma, toda a Vida de Jesus é um registo deixado pela assinatura do Espírito Santo para testemunho de santificação para a Igreja. Por isto Jesus ao partir nos deixa também O Espírito no papel de Consolador (João 15:26) para nos guiar em toda a Verdade (João 16:13) à santificação. Deus quer de nós pureza de coração e pensamento, para obras de Espírito e não para obras da carne!
Por isso Paulo adverte com as seguintes palavras: “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.” (1 Tessalonicenses 4:7).
A maior vergonha de nossos dias é que a santidade que ensinamos é muitas vezes anulada pela impiedade de nosso modo de viver.
O Espírito Santo agora opera a santificação em nós, sempre apontando para Jesus como o exemplo perfeito de conduta e carácter a seguir (Romanos 15:16) (1 Coríntios 6:11) (1 Pedro 1:2);
Doutrina da Santificação dos Santos: (Levítico 20:26) (Isaías 35:8) (João 17:17-19) (Romanos 6:22) (Romanos 12:1) (1 Tessalonicenses 4:2-5) (1 Tessalonicenses 4:4) (1 Tessalonicenses 4:7) (2 Tessalonicenses 2:13 ) (Hebreus 12:14) (1 Pedro 1:2) (1 Pedro 1:14-16) (1 Pedro 2:9)
–“Pela ressurreição de entre os mortos” (EX ANASTASEÔS NEKRÔN) Paulo centra-se na Obra ou no propósito da vida de Jesus; Sua morte era o propósito da Sua vida; Jesus veio para morrer e dar a Sua vida por nós;
(EX) quer literalmente dizer: Tirar para fora, ou passar de um lado para o outro; descrevendo a vitória de Paulo (e de todos nós os que cremos e somos salvos) de “passar da morte para a vida”; (Romanos 5:10)
Doutrina da Ressurreição em Jesus: (João 11:25,26) (1 Coríntios 6:14) (1 Tessalonicenses 4:14) (1 Pedro 1:3) (1 Coríntios 15:20-22) (Romanos 6:3-5) (Filipenses 3:10,11)
(ANASTASEÔS) ou (ANASTASIS) de (ANISTEMI) é a junção de 2 palavras (Ana = de novo + Histemi = erguer-se); Qualquer pessoa que morre de verdade, jamais pode operar qualquer função, pois a “energia do corpo” cessa;
“O dínamo” de um corpo mortal deixa de funcionar, e não há mais como aquele corpo descobrir força, capacidade ou habilidade de fazer o que quer que seja;
Contudo, por Jesus, ainda que um corpo esteja neste estado perdido, pode ser imbuído de “energia Divina” e ser Vivificado para erguer-se dos mortos.
A Morte e ressurreição de Jesus têm esse poder (Mateus 27:52,53)
Doutrina da Vivificação espiritual em Jesus: (Salmos 119:50) (Ezequiel 37:4,5) (Romanos 8:11) (1 Coríntios 15:22) (1 Coríntios 15:35,36) (1 Coríntios 15:45) (Efésios 2:1) (Colossenses 2:13) (1 Pedro 3:18)
A Ressurreição faz parte de 3 aspetos sobrenaturais relativos à vida de Jesus que revelam que ELE não era meramente um homem:
-Seu nascimento virginal (Mateus 1:18-20)
-Sua morte e ressurreição (Mateus 27:50) (Mateus 28:6)
-Sua ascensão aos céus (Atos 1:9)
–“Jesus Cristo nosso Senhor” - É Aquele que nasceu para morrer, vencer a morte, e se sentar à destra Do Pai nos céus (Atos 2:33) (1 Pedro 3:22) (Hebreus 10:12);
O Senhorio de Jesus está revelado a nós na consumação da Sua obra de vida completa (Nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão), pela qual O Pai Lhe exaltou soberanamente:
“Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus O exaltou soberanamente, e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é O Senhor, para glória de Deus Pai.”
Filipenses 2:6-11
É a consumação desta obra completa que revelou para todos nós o Seu estatuto de Senhor dos Senhores, título que a Bíblia faz questão de evidenciar.
Doutrina do Senhorio de Jesus: (Daniel 7:13,14) (Atos 2:32-36) (Atos 10:36) (1 Coríntios 1:2) (1 Coríntios 12:3) (Efésios 1:20-23) (Filipenses 2:11) (1 Timóteo 6:15) (Apocalipse 17:14) (Apocalipse 19:16)
Quando Paulo refere-se a Jesus desta forma, ele revela a postura de sujeição que há naqueles que seguem e servem a Cristo; Ninguém se engane, pois Jesus só é Salvador de todos de quem também é Senhor!
–“nosso Senhor” (TOU KYRIOU HÊMÔN) vem de (KYRIOS) que é literalmente traduzido como “Dono”, revelando que na verdade somos “propriedade de Jesus”; Aquele que nos possui como Lhe pertencendo; Aquele que manda em nós no regime de pôr e dispor;
É assim que nos devemos ver debaixo do serviço em compromisso ao Senhor Jesus, afinal fomos comprados pelo Seu sangue “O Bom preço” (1 Coríntios 6:19,20) (1 Coríntios 7:23) para sermos Dele. (Salmos 100:3)
Português - Hebraico - Grego
“Jesus” (Yeshua - Iésous) (no simbolismo de “Jeová Salva”) (Salmos 20:5,6) (Mateus 1:21);
“Cristo” (Mashiah - Christos) (no simbolismo de "Messias Ungido") (Salmos 28:8) (João 7:41);
“Senhor” (YHVH - Kyrios) (no papel de "Regente Soberano") (Deuteronômio 6:4) (Apocalipse 19:16);
Estes 3 títulos dizem respeito ao carácter de Jesus como O Próprio Deus Redentor revelado em Majestade, e o cumprimento das profecias a respeito do Seu papel como O Eterno governante, ou Supremo Regente que redime o Seu povo com uma grande salvação, para reinar com eles para sempre. (Deuteronômio 7:6) (Daniel 7:13,14) (Daniel 7:27)
Toda esta introdução de Paulo na carta aos Romanos, serve para demonstrar que assim como ele, todos os santos estão debaixo da mesma autoridade que é O Senhor Jesus.
De alguma forma, Paulo também aponta para essa autoridade no seu ministério ao serviço do Evangelho, para edificar a Igreja de Cristo (2 Coríntios 10:8-11) (2 Coríntios 13:10).
Paulo está a descrever o poder de Deus em Jesus, apontando para a entrada nesta Graça que nos é dada por Deus, de testemunhar, conhecer e reconhecer a autoridade de Jesus sobre a vida de todos;
-Versículo 5- "Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome," (Romanos 1:5)
[1,5] DI HOU ELABOMEN CHARIN KAI APOSTOLÊN EIS HYPAKOÊN PISTEÔS EN PASIN TOIS ETHNESIN HYPER TOU ONOMATOS AUTOU
–“Pelo Qual recebemos a Graça (cháris) e o Apostolado” (apostolḗn) Fala do chamado para a salvação que nos coloca debaixo de um chamado contínuo para servir; A entrada na Graça pela qual somos salvos sem obras (Efésios 2:8,9) prepara-nos para uma vida de obras no percurso de seguir a Jesus (Efésios 2:10).
Curioso que Graça (CHÁRIS) tenha dado origem ao termo “Caridade” como um acto voluntário e altruísta de fazer bem a alguém segundo uma boa vontade. Seu significado expressa várias nuances como: Favor; boa vontade; benignidade voluntária; Bondade misericordiosa; um favor não merecido, ou não conquistado, como um acto que é totalmente altruísta a favor de outro que não fez nada para lhe ser de direito;
(Note-se que a Graça vem primeiro que o apostolado, pois sem ela ninguém pode servir como convém) Ele mesmo atesta disto mais tarde na sua carta aos Coríntios (1 Coríntios 15:9,10)
Recebemos a Graça para vencermos o pecado em obediência da Fé; Convém sempre lembrar que: "onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Romanos 5:20)
Mas também que, onde superabundou a graça, o pecado deixou de abundar. (Romanos 6:11-15) (1 Coríntios 5:7) (Romanos 12:1,2) (1 Pedro 4:1,2) (Tiago 1:21,22) (Efésios 4:22-24)
–“Para a obediência da Fé” (HYPAKOÊN PISTEÔS) O termo “obediência” é a junção de 2 palavras (Hupó) = debaixo de alguma coisa + (Akoúo) = Ouvir.
Mas aqui refere-se a ouvir debaixo do quê?
Esta junção de palavras formando o termo obediência, fala literalmente de “ouvir debaixo de uma submissão” (ou debaixo de uma autoridade mandatária);
Assim sendo Obediência trata de algo que é ouvido, retido, assimilado e posto em prática; O acto de se sujeitar ou submeter está implícito, para definir uma resposta de mudança na atitude do ouvinte.
A ideia é de obedecer na base de ter prestado atenção ao que foi dito.
Note-se o que está escrito em Hebreus acerca de Jesus como Filho diante do Pai: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;” (Hebreus 5:8,9)
Paulo descreve uma vida de serviço, que é exatamente o que se segue no viver debaixo da Graça; Ouvir a Voz de Deus, e obedecê-la; Reconhecer a vontade de Deus na sua Voz, e servi-la. Esta é a obediência da fé!
Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;
Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.
1 Pedro 1:13-16
-Você ama a Jesus? Prove nas suas obras, na conquista do pecado, na prática da justiça, na defesa da Verdade, na expressão do amor, e no desejo de Santidade!
Jesus repete várias vezes a seguinte declaração: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama" (João 14:21); "Se alguém me ama, guardará a minha palavra" (João 14:23); "Quem não me ama não guarda as minhas palavras" (João 14:24)
A Bíblia é bem clara: "E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos." (Tiago 1:22)
A salvação traz obediência em gratidão e retribuição; O reconhecimento da autoridade de Jesus é o que nos faz naturalmente obedientes e sujeitos, desejosos de servir.
Quem tem muita dificuldade em viver na obediência da Fé, é porque tem dificuldade em fazer de Jesus Seu Senhor.
Poderia alguém receber somente Jesus como Salvador, e não Senhor? Notem-se as seguintes palavras de Jesus:
“E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” (Lucas 6:46)
A Fé que Justifica (Gálatas 3:24) é em si própria um acto de permanente obediência em sujeição à justiça de Deus (Que é figurada em Cristo e na Sua obediência ao Pai).
Paulo um pouco mais tarde nesta mesma carta diz do povo judeu que ainda não havia sido justificado pela fé em Jesus: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” (Romanos 10:3,4)
Sujeitar-se à justiça de Deus, pede primeiro reconhecimento prático da justiça de Deus, por isso Paulo diz “Não conhecendo a justiça de Deus”; Como pode alguém saber se está ou não em obediência da Fé, se ela não consegue discernir a voz, a vontade manifesta, e a justiça de Deus?
A obediência da fé portanto é nada mais que ter O mesmo sentimento de Cristo de sujeição ao Pai, para somente fazer a vontade Daquele que O enviou (João 6:38)
Nós agora somos os enviados de Jesus ao mundo para no mesmo registo que Jesus viveu, vivamos nós também!
(PISTEÔS) de (PÍSTIS) fala de FÉ como: convicção da verdade acerca de alguma coisa ainda em processo de descoberta; A carta aos Hebreus tem uma descrição perfeita sobre a natureza da Fé bíblica: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” (Hebreus 11:1)
A fé no contexto Bíblico fala da firme convicção da criatura acerca da relação que existe entre ela e O Deus criador.
A Fé bíblica, não é cega, porque embora não vejamos através dos olhos como diz Paulo: “(Porque andamos por fé, e não por vista) (2 Coríntios 5:7) nós obtemos a visão do Espírito que é sobrenatural, agindo no discernimento, na sensibilidade, e na intuição. (Romanos 12:2) (2 Timóteo 3:17)
A Fé que procede do Espírito e não da emoção tem incluída a ideia de confiança e sujeição para a obediência em santo fervor. A fé Bíblica não é um acto de “acreditar” superficial, mas de “crer” profundo, que conduz toda a emoção carnal à Verdade de Deus revelada, e a partir dela, gera novas convicções que transformam os pensamentos e desejos humanos de tal forma a que Deus seja sempre o centro de todo o empreendimento pessoal.
A FÉ que vem de Deus transforma opiniões em convicções; emoção em discernimento; Carnalidade em Santidade; Superficialidade em Eternidade!
A FÉ é que nos dá entrada na Graça, e é a Graça que produz toda esta contínua transformação (Romanos 5:2)
A FÉ é provada na obediência, dentro da graça, para alcançar o fim, que é a Salvação e vida eterna (1 Pedro 1:7-9)
A Fé é convicção transformada em sujeição, e por meio dela, obediência e confiança em Deus e no Seu favor sobre nós, por isso a Palavra diz que: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6)
Somos justificados pela Fé sem quaisquer obras, mas na entrada na Graça, as obras dos justificados, logo justificam a Fé.
Fé bíblica sempre é acompanhada de obras naqueles que são salvos; O estado ímpio de determinada pessoa não tem obras dignas de Deus, mas assim que pela Fé ele tem entrada na Graça, suas obras são tornadas dignas, pois são obras que Deus preparou para os eleitos da Graça:
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
João 3:21
Tiago apresenta a realidade de Fé e obras, fora e dentro da Graça, de forma a representar a natureza da Fé bíblica (Para as obras) em contraste com a fé emocional (pelas obras).
Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Tiago 2:14
Tiago passa a explicar que a Entrada na fé não requer obras para a justificação, pois ela crê com convicção na totalidade da obra de Jesus, e no favor imerecido de Deus; Contudo a imediata entrada na Graça, produz obras que transformam o interior, enquanto exteriorizam o poder de Deus numa vida de sujeição, obediência e serviço.
A transformação da Fé bíblica pelo Espírito vem de dentro para fora, enquanto que a fé emocional religiosa pretende transformar de fora para dentro.
A fé emocional, pretende alcançar a Graça através de obras de mérito conquistadas na carne, que para Deus valem tanto como trapos de imundícia. (Isaías 64:6)
Os esforços humanos de tentar por si mesmo alcançar a Graça sempre são provados inúteis, pois somente a obra de Jesus é digna de transportar um homem das trevas para a Luz (Efésios 5:8) (de outra forma porque haveria Jesus morrido na Cruz?);
Por isso disse Jesus aos fariseus religiosos: “desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele.” (Lucas 16:16)
É somente a Fé na obra completa de Jesus que permite alguém dar entrada na Graça para as obras dignas.
O que Tiago pretende dizer é que somos justificados pela Fé sem as obras para a entrada na Graça, e uma vez salvos continuamos sendo justificados pelas obras da graça que Deus preparou! Desta forma a Fé na graça fortalece a obra, e a obra aperfeiçoa a Fé. (Tiago 2:17-24)
A obediência está ligada à Fé, porque embora seja a Fé sozinha que justifica; a Fé que justifica não está sozinha!
A carta aos Hebreus mostra perfeitamente a Fé e a obediência de mãos dadas, e a figura de Abraão oferecendo Isaac, é o símbolo que Deus preparou como testemunho futuro de uma fé em total dependência e confiança em Deus que sempre proverá (Hebreus 11:17,18)
A obediência ligada à Fé é o que Paulo faz ao designar-se logo como “Servo de Cristo chamado para apóstolo”;
Um apóstolo (Apo+Stello) é exatamente alguém que é tirado do lugar onde está (Apo) para ser enviado para outro lugar (Stello); ou seja, todos aqueles que não querem sair do seu lugar de conforto para ir servir ao Senhor em obediência não têm este espírito de apostolado de que Paulo fala.
Claro que o que faz uma pessoa não querer servir a Jesus é realmente não crerem que Ele é digno de ser servido; não crerem que a vontade de Jesus precede a nossa.
Leia-se: “O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; (Romanos 2:6-8)
É neste espírito de obediência da fé como servidão e sujeição, que Paulo começa e termina a carta aos romanos conforme se lê no penúltimo (Romanos 16:26)
Muitas pessoas por saberem que basta “crer”, acreditam que o termo “basta” se limita somente a uma afirmação positiva de acreditar em alguma coisa, sem pedir absolutamente nada mais.
Contudo o “Crer bíblico” é um comportamento activo, dinâmico que nasce do espírito e não da mente. Por isso diz Paulo: “Para a obediência da Fé” sendo o propósito final da fé, a obediência.
Este crer espiritual está associado à convicção que gera acções. É um sentimento proactivo de produzir obras, de servir, como Tiago diz em (Tiago 2:17-24) que “A fé sem obras é morta”.
Crer de uma forma frívola é descrito por Tiago como um acto vazio que até os demónios fazem, ainda assim estando destinados ao inferno: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demónios o crêem, e estremecem.” (Tiago 2:19)
–”Entre todas as gentes pelo seu nome” esta declaração esclarece que o chamado pela Graça para esta fé obediente, não faz acepção particular de pessoas por causa de quem elas são (Romanos 2:11) (Deuteronômio 10:17) (Atos 10:34) (1 Pedro 1:17).
Para Deus detalhes como: Cultura, povo, raça, etnia, idade, estatuto social, sexo ou qualquer outra particularidade semelhante, não são relevantes para Deus no que diz respeito à Salvação. Para Deus, segundo a Fé em Cristo Jesus, todos são feitos iguais (Gálatas 3:28) (Colossenses 3:11)
Muito crente tem dificuldade em entender o que quer dizer “Acepção”, de tal forma que acham que quer dizer que Deus não escolhe particularmente pessoas, mas isto não é o que a Bíblia diz quando refere: “Amei a Jacó, e odiei a Esaú” (Romanos 9:13-18).
Deus escolhe sim pessoas particularmente segundo a Eleição, mas esta não é mediante as qualidades das pessoas, de forma a que Deus tenha “favoritismos” para deixar de fora pessoas com qualidades merecedoras.
O termo “Acepção” significa distinguir por condições apresentadas, ou mediante características que abonem a favor daquele que é distinguido.
Ora a Bíblia é clara que todos são pecadores perdidos e miseráveis, portanto a condição é a mesma para todos, de onde Deus parte para escolher. Sendo assim, a Sua escolha, não é a partir daquilo que as pessoas são ou deixam de ter a seu favor, mas somente acerca da Sua vontade particular que a Bíblia descreve por “Beneplácito” (vontade de aprovar). Deus decide em Si mesmo, aprovar muitos, de todos os que estão já naturalmente reprovados. Isto é a Eleição Bíblica.
Deus chama para a Salvação segundo a Eleição em Cristo (1 Tessalonicenses 1:4) (Efésios 1:3-11) (Apocalipse 17:14) (Romanos 9:11) (Romanos 9:13-18) (Romanos 11:5-7) (Romanos 8:29,30) que é um decreto de predestinação nascido na mente e coração de Deus, segundo o conselho da Sua Vontade somente (Efésios 1:11)
Jesus é O Eleito de Deus (Isaías 42:1) em quem nós pela fé, também somos feitos Eleitos (Efésios 1:4) (1 Pedro 1:20); A qualidade de Jesus de “Eleito e precioso” para Deus (1 Pedro 2:4) é então passada para todos nós (1 Pedro 2:5)
A manifestação de Jesus ao mundo é para receber do mundo os eleitos da Fé, de entre todas as Nações e povos.
“Entre todas as Gentes” significa que o Evangelho deve ser pregado pelo mundo a todos sem excepção, para que os eleitos da Fé em Cristo Jesus, espalhados pela terra, ouçam, creiam e sejam salvos (Mateus 24:14) (Apocalipse 10:11) (Apocalipse 14:6)
Todos os Salvos Eleitos e Fiéis, que entram na Eleição pela fé em Jesus, pertencem a todos os povos, tribos, línguas e Nações conforme vemos no fim dos tempos esse povo especial e redimido, vitorioso ao lado Do Senhor Jesus (Apocalipse 7:9)
-Versículo 6- "Entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo." (Romanos 1:6)
[1,6] EN HOIS ESTE KAI HYMEIS KLÊTOI IÊSOU CHRISTOU
–“Entre as quais sois também vós chamados” Aqui Paulo pretende apelar à consciência para a hierarquia, ordem, zelo, responsabilidade e privilégio do que é fazer parte desta obra e deste povo especial para a qual fomos "chamados" (KLÊTOI).
Cada um dos salvos é escolhido por Deus (João 15:16) (João 13:18) (Salmos 65:4) de todas as Nações do mundo para ser de Jesus! (João 10:28,29) (João 10:16)
O Próprio Senhor Jesus falando segundo a autoridade do Pai diz: “Eu vos escolhi do mundo” (João 15:19) para mostrar que a escolha é uma acção hierárquica da Trindade, e Jesus já havia dito anteriormente que “Ele e O Pai eram um” (João 10:30)
É uma honra indescritível para um crente descobrir pela Fé, que a entrada na Graça é um plano eterno de Deus, em que somos cada um de nós, Elegidos Pelo Pai, Redimidos pelo Filho e Selados pelo Espírito, segundo uma escolha unânime entre as 3 pessoas Gloriosas da Trindade.
Na Bíblia a Eleição particular elege ou “escolhe” pessoas como parte de uma “selecção” especial.
Isto parte da vontade directa de Deus visando a aquisição de um povo que faz parte de uma realidade eterna concebida na mente de Deus.
Deus no percurso de toda a Bíblia, escolhe pessoas, uma cidade e Nação, Uma terra e um povo, sempre segundo o conselho da Sua própria vontade seguindo a concretização desse plano forjado antes e preparado desde a Fundação do mundo para a glória. (Mateus 25:34)
Em relação a este tipo de escolha particular como Eleição distinta diz:
A Israel :”Pois tu para tua herança os elegeste de todos os povos da terra” (1 Reis 8:53)
A Jacó e Israel diz: “Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, e tu, ó Israel, a quem escolhi.” (Isaías 44:1)
A Jacó ainda diz: “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo;” (Isaías 41:8 )
A Abraão diz: “Tu és o Senhor, o Deus, que elegeste a Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão.” (Neemias 9:7)
A Ciro: “para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses.” (Isaías 45:3,4)
A Jacó e Jesurum: “Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi.” (Isaías 44:2)
A David: “Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não tem escolhido a estes.” (1 Samuel 16:10) “Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas” (1 Samuel 16:11) “e disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo.” (1 Samuel 16:12)
A David: “Davi, meu servo, a quem escolhi” (1 Reis 11:34) (Salmos 89:3)
A Salomão: “Salomão, a quem só Deus escolheu” (1 Crônicas 29:1 )
De Jerusalém: “Jerusalém, a cidade que escolhi de todas as tribos de Israel.” (1 Reis 11:32)
De David e Jerusalém: “Porém escolhi a Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi a Davi, para que estivesse sobre o meu povo Israel.” (2 Crônicas 6:6)
O Objectivo da Palavra de Deus nos mostrar que Deus investe de Si mesmo na escolha particular daqueles a quem chama, é para mostrar a relação de intimidade que Ele quer desenvolver com cada um que escolhe;
Doutrina da Eleição e Predestinação particular: (1 Reis 8:53) (Neemias 9:7) (Salmos 78:70) (Isaías 42:1) (Isaías 45:4) (Isaías 65:9) (Marcos 4:11,12) (Marcos 13:20) (Atos 13:48) (Romanos 8:29,30) (Romanos 9:11) (Romanos 9:13-19) (Romanos 9:21-23) (Romanos 11:5-7) (Romanos 11:28) (Efésios 1:3-11) (Colossenses 3:12) (1 Tessalonicenses 1:4) (2 Tessalonicenses 2:13) (Tito 1:1,2) (1 Pedro 1:2) (2 Pedro 1:10) (Apocalipse 17:14)
Doutrina da Iniciativa de Deus nos escolhidos: (Salmos 53:1-3) (Salmos 65:4) (Jeremias 30:21) (Ezequiel 36:21-28) (João 6:70) (João 13:18) (João 15:16) (João 15:19) (Romanos 3:11) (Tiago 1:18) (1 João 4:19)
Doutrina da Expiação limitada: (Daniel 12:10) (Mateus 20:28) (Mateus 26:28) (Marcos 14:24) (João 10:14-18) (João 17:6-12) (Hebreus 2:10-13) (Hebreus 9:28)
Quando Paulo fala em “sermos de Jesus Cristo” (Romanos 1:6), é disto mesmo que ele se refere; De sermos Sua propriedade, Seu povo; Claro que o contexto é para o chamado à responsabilidade da honra que nos foi concedida. Este “chamado” vem de um relacionamento pessoal que Deus cria connosco mesmo antes ainda de cada um de nós existir (Romanos 8:28-30) (Romanos 9:11); Por isso mesmo o chamado é “eficaz”, produzindo a conversão.
Paulo quer deixar claro que a entrada na Graça, é também entrada no serviço real; A responsabilidade e o zelo não dizem só respeito aos Apóstolos (Aqueles que percorriam as regiões pregando e espalhando a obra) mas também aos que se diziam seguidores de Cristo (os que buscavam direção e cresciam na Fé) pois todos igualmente deram entrada na Graça.
Nós fomos todos chamados para “sermos de Jesus” de entre todas as gentes (povos, tribos, línguas e Nações) para fazermos parte de um povo especial, uma família real e celestial: (1 Pedro 2:9) (Efésios 2:19) (Efésios 3:15) (Apocalipse 1:6)
Por isso devemos estar imbuídos do mesmo sentido de serviço, e compromisso de Paulo; Não nos fazendo somente “ouvintes” negligentes, mas como “praticantes” (Tiago 1:22).
-Versículo 7- "A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo." (Romanos 1:7)
[1,7] PASIN TOIS OUSIN EN RHÔMÊ AGAPÊTOIS THEOU KLÊTOIS HAGIOIS CHARIS HYMIN KAI EIRÊNÊ APO THEOU PATROS HÊMÔN KAI KYRIOU IÊSOU KHRISTOU
–“A todos os que estais em Roma” revela a quem a carta é inicialmente dirigida no contexto histórico-cultural, contudo, não é só para os romanos em particular que Paulo escreveu esta carta.
É para todas as Igrejas em todos os tempos, e para todos os crentes, que no curso da sua vivência na fé, vão viver, presenciar, fazer parte, ou lidar com circunstâncias semelhantes a estas que os Romanos estavam sujeitos.
Nunca devemos ter o pensamento de achar que alguma coisa na bíblia não nos diz respeito a nós propriamente, pois tudo o que está escrito na Palavra é dirigido a cada um de nós particularmente, ainda que em determinado momento na nossa vida, não vejamos a aplicação directa em nós. A Bíblia inteira é o manual de vida para todos os que vivem debaixo da Graça e do favor imerecido de Deus.
Disse Pedro a respeito: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.” (Atos 2:39)
–”Amados de Deus chamados Santos” - O que a Bíblia revela sobre a natureza do Amor de Deus, é que ele está centrado em Cristo; “Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8:39)
Nós somos amados por Deus somente em Jesus; Quem não tem Jesus como Senhor e Salvador, permanece debaixo da ira e da condenação (João 3:18) (João 3:36)
Jesus é O Filho amado em quem Deus Pai Se compraz (ou Se agrada) (Mateus 3:17) (Mateus 12:18) (Mateus 17:5);
Todos os que são chamados “Amados de Deus” na Bíblia, são os que estão em Cristo!
Esta ideia de que Deus ama toda a gente, quer estando em Cristo ou não, é totalmente errada, pois os que estão sem Cristo são os “que estão sem esperança e sem Deus” (Efésios 2:12) Por isso também lemos que “Ele é a nossa paz” e que “na sua carne desfez a inimizade” que havia entre nós e Deus, estando previamente encerrados debaixo da Lei do pecado como “filhos da ira e desobediência” (Efésios 2:14-16) (Efésios 2:3).
Paulo explica esta inimizade sendo destruída por Jesus nesta mesma carta aos Romanos: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” (Romanos 5:1)
Jesus deixou bem claro que quem O ama e à Sua Palavra, tem a condição de ser amado Pelo Pai, de forma a que fora deste contexto, Deus não ama ninguém sem Jesus (João 14:21) Por isso é que todas as religiões e seitas, e cultos místicos têm seus profetas, Mestres, iluminados, Gurus, mas só O Cristianismo tem UM SALVADOR!
Jesus na firmeza incontornável das Suas Palavras disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:6) Ninguém vai a Deus senão por Jesus!
O termo “Amados” (AGAPÊTOIS) também significa: estimados; queridos; favoritos; dignos de amor.
Na Bíblia embora o grego original tenha muitos termos para definir amor, só 2 termos aparecem registados: “Agápe” e “Philia” em que um descreve o Amor Divino com que Deus nos ama em Cristo, e o outro, o amor que Jesus demonstrava publicamente para com os Seus amigos e comunidade.
A perversão do sentido original de “AMOR” na bíblia tem sido a base de muitas heresias e falso ensino dentro das comunidades cristãs.
O Amor cultural não pode de forma alguma se misturar com o Amor descrito na Bíblia de forma a introduzir nos textos verdades interpretativas que não estão lá.
Nós só somos dignos do Amor de Deus por causa do Amor que existe entre as 3 pessoas da Trindade; Porque Jesus é amado pelo Pai e Pelo Espírito Santo, e sendo Ele O Mediador entre Deus e os Homens (1 Timóteo 2:5) é que nós podemos através Dele, e centrados Nele, aceder a este amor perfeito e Divino.
Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus.
E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.
1 João 4:15,16
No Grego existem várias palavras para definir amor, segundo a aplicação prática do que se pretende definir:
(ἔρως - EROS) define um “amor romântico” ou o amor dos apaixonados evocando uma atracção física, erótica ou sexual.
(φιλία - PHILIA) É o "amor amistoso” como um amor virtuoso de companheirismo que visa a felicidade; Como o amor dedicado a estranhos a quem queremos desenvolver bem-estar; um amor de lealdade aos amigos e à comunidade através de igualdade e familiaridade.
(φίλος - PHÍLOS) é um "amor de confiança" de tornar alguém especial ou próximo em regime de parceria; A amizade de um melhor amigo, um laço recíproco de favores e apoio com o senso intimo de partilha e conhecimento mútuo.
(στοργή - STORGE) é o “amor afectuoso” que representa o amor benéfico entre familiares; é o amor automático que está pronto no nascimento, desenvolvido naturalmente e biologicamente por aqueles que são próximos;
(πραγμα - PRÁGMA) É o "amor amadurecido" e pragmático; um amor de convivência permanente que resulta em mútua aceitação e companheirismo de vida; associado somente aos cônjuges passados muitos anos de comunhão e convívio. O amor em que 2 pessoas se aceitam apesar das suas diferenças manifestas e provadas.
(λυδός - LÚDOS) O “amor lúdico”, alusivo a um jogo de brincadeira entre pessoas que se usam para se divertirem uma com a outra; uma afinidade para a diversão. A euforia, a aventura, a provocação compulsória estão presentes em todas as actividades que unem 2 pessoas segundo este tipo de amor.
(μανία - MANÍA) “Amor doentio”; expressa um amor maníaco de transtorno emocional ou mental, intimamente ligado com a obsessão; um amor que coloca o seu parceiro em tão alto patamar de estima, que exige ser amado no mesmo registo; O “amor assustador”;
(φιλαυτία - PHILAUTÍA) É o tipo de “Amor-próprio” sinónimo de um amor por si mesmo; auto-aceitação, auto-estima; O amor que se põe sempre a si mesmo em primeiro lugar;
(ἀγάπη - AGÁPE) “O amor altruísta”, simbolizando o amor Divino, que prefere o outro em honra; Um amor sacrificial, puro, incondicional; o Amor que não faz acepção de pessoas e é igualmente difundido a todos na mesma intensidade; também chamado de “Amor ao próximo” ou ainda “O amor de Deus”;
O Amor dedicado aos Santos (que são os crentes, chamados para uma vida de santidade) é o Amor AGÁPE, centrado em Cristo, totalmente distinto do amor que o mundo promove desprezando a Cristo;
O amor que nós temos por Deus é o resultado final do Amor que primeiro O Pai tem pelo Filho! Nós estamos seguros nesse amor, porque embora o nosso amor seja limitado e falho, o de Deus é perfeito! A Bíblia é clara ao dizer: “Nós o amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19) Por isso Paulo também diz em tom retórico: “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Romanos 8:35) e até ao fim do capítulo dá a resposta conclusiva que nada nem ninguém pode fazê-lo.
(Curiosidade) - os primeiro 9 usos do termo “Agápe” no novo Testamento são usados quando Deus Pai se refere a Jesus O Filho.
O Número 9 na Bíblia é sempre um número ligado ao acto de: finalizar, cumprir ou completar algo;
Não é à toa que à “hora nona” Jesus diga: “Está consumado” (Mateus 27:45) (João 19:30) referindo-se à Sua obra da Salvação.
O amor do Pai pelo Filho, é o fim e último propósito de todo o plano eterno do qual nós passamos a fazer parte em Cristo. Tudo sempre reverte de volta ao Amor do Pai pelo Filho! É nesse amor que nós somos amados por Deus!
–“Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” - Sendo esta uma carta destinada a edificar e fortalecer a Igreja e os crentes que estavam em Roma, que melhor introdução do que desejar Graça e Paz aos irmãos ali.
Note-se que a “Graça (Charis) (Lê-se Karis) e Paz (eirḗnē)” (Lê-se Eireiney) são atribuídas a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo!
A cultura do mundo e as religiões idólatras e pagãs também pretendem oferecer Amor, Graça e Paz, mas não é destas versões culturais que Paulo fala. Paulo fala da manifestação directa do amor de Deus dirigida aos Santos; Este estado de Graça referido é a de plena consciência da riqueza que nos está reservada; da habilidade de sentir a presença Do Espírito Santo e experimentar a plenitude de Jesus em espírito (João 1:16);
No mesmo versículo vemos O amor, a Graça e a Paz de Deus sendo referidos por Paulo à Igreja de Roma;
“Amados” no “Amor que excede todo o entendimento” (Efésios 3:19) “Na Graça” das “Abundantes riquezas” (Efésios 2:7) (2 Coríntios 8:7) E “em Paz” na “Paz que excede todo o entendimento” (Filipenses 4:7);
O Mundo não pode conhecer verdadeiramente estes conceitos porque eles só nos são acessíveis pelo Espírito De Deus que é “O Espírito da Verdade que o mundo não pode receber” através da religião das obras, mas somente por Jesus (João 14:17)
Paulo reconhecendo isto, dá graças a Deus por Jesus Cristo, manifestando que é por ELE e Sua obra e amor, que todos eles estão na Fé, dando bom testemunho que é reconhecido por todo o mundo que deles ouve falar.
Paulo dá Graças a Deus porque Ele bem sabe que se há coisas louváveis nos crentes em Roma, não é pelo seu próprio mérito pessoal, mas como Tiago também diz, porque: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes” (Tiago 1:17);
Por isso é que a Glória é sempre dada a Deus abundando em acções de graças (2 Coríntios 4:15) por meio de Jesus Cristo (Colossenses 2:7) a quem temos entrada nesta graça (Romanos 5:2).
-Versículo 8- "Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé." (Romanos 1:8)
[1,8] PRÔTON MEN EUCHARISTÔ TÔ THEÔ MOU DIA IÊSOU KHRISTOU PERI PANTÔN HYMÔN OTI HÊ PISTIS HYMÔN KATANGELLETAI EN HOLÔ TÔ KOSMÔ
–“Primeiramente” (PRÔTON) revela que Paulo porque sabe que sua carta vai tocar em pontos sensíveis e vai em alguns momentos adoptar tom de exortação e condenação, ele primeiro começa com o elogio, e a mútua partilha de fé e dons espirituais de forma a preparar a sensibilidade dos irmãos para reconhecerem que ele não está se dirigindo a eles apenas com o sentido de criticar. A psicologia moderna descobriu séculos depois aquilo que O Espírito Santo já havia dado por sensibilidade a Paulo; que um elogio bem colocado antes de uma crítica, minimiza o peso da palavra dita, e suaviza a dureza e resistência que a natureza da carne tem ao acto de repreensão. Desta forma a crítica é recebida no mesmo registo do elogio, com o intuito de benefício e não de prejuízo.
–”dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo” -Paulo dá Graças a Deus, e glorifica a Deus em Jesus por causa daqueles irmãos e do bom testemunho que eles dão publicamente da sua Fé; Da mesma forma muitos irmãos davam graças a Deus pela conversão de Paulo, e como ele outrora perseguidor da Igreja, agora se havia tornado também perseguido ao serviço do Evangelho pela Fé em Jesus Cristo; como ele mesmo o diz: “E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo; Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía. E glorificavam a Deus a respeito de mim.“ (Gálatas 1:22-24)
–”Acerca de todos vós” - Paulo inclui todos nesta fé louvável que ficara conhecida de todos, para que todos saibam, que tanto o elogio como as críticas que se seguem são a todos dirigidas, como comunidade, pois a saúde interna da Igreja, depende e é da responsabilidade de todos sem excepção.
Se todos dentro de uma uma comunidade Cristã fossem responsáveis, zelosos, não vagarosos no cuidado, fervorosos no Espírito, voluntários, e com discernimento, nenhum erro entrava ao ponto de se instalar no seio da Igreja. Por isso a Palavra indica que todos os crentes devem ter um mesmo pensamento (1 Coríntios 1:10) e serem unânimes e unidos (Atos 2:44-47)
–“Porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé” - Paulo fala da Fé dos romanos, não somente da Fé como ter Crido em Jesus para a Salvação, mas da Fé que agora é revelada na forma de viver. Existem várias coisas louváveis na conduta e comportamento daqueles irmãos em geral e isso se tornou conhecido.
O termo (KATANGELLETAI) fala de declarar (Anunciar) intensivamente e publicamente, de forma a que o seu testemunho era notável de que a Fé havia produzido diferenças substanciais na vida daquela comunidade Cristã.
O problema daquela Igreja de forma nenhuma era falta de Fé e de desejo de Santidade, mas sim de Doutrina e fundamento de Verdade como base da fé.
A falta de entendimento sobre a doutrina da depravação total, e como para Deus não há acepção de pessoas; a má compreensão entre a Lei e a Graça; O esclarecimento perfeito de como a justificação opera; A Lei da carne contra O Espírito; A Eleição como fundamento da perseverança dos Santos; Todas estas áreas precisavam de ser devidamente esclarecidas, por isso a carta aos Romanos é a carta de Paulo mais repleta de Doutrina.
(E por isso é que depois dos elogios serem feitos, Paulo faz algumas admoestações despejando doutrina na sua carta de forma a que sejam esclarecidos todos estes pontos em questão)