
João
(CAPÍTULOS 6 ao 10)
.............(EM DESENVOLVIMENTO)...............
CAPÍTULO 8 - (59 versículos)
-Versículo 1- "Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras." (João 8:1)
Esta passagem, todos conhecem como uma das mais excelentes formas de Deus nos ensinar o valor do "perdão" da "misericórdia" e "compaixão", através de Jesus O "Homem perfeito", "O Filho do Homem", que é O Próprio Deus Vivo, Uma das 3 Pessoas da Trindade de Deus Gloriosa.
Para se entender melhor esta passagem, devemos saber que época era esta e por onde se deslocava Jesus naquela altura, pois existe imenso simbolismo no propósito de Deus conduzir estes eventos, alinhando-os em sincronia com O Seu Eterno plano formado antes da Fundação do Mundo. Jesus não estava ali por acaso, nem nenhum destes momentos foram fruto de circunstâncias aleatórias. Tudo predestinado na Gloriosa mente de Deus, para que tivéssemos hoje estes belos exemplos da excelência do carácter de Deus No Senhor Jesus e para que a história se desenrolasse conforme os desígnios de Deus, e Jesus fosse dirigido à Cruz, cumprindo assim toda a Obra a Ele proposta. Todos os episódios de confronto entre Jesus e os fariseus, servem para desconstruir a o valor das obras do "legalismo e religiosidade hipócrita", e focar no amor e na compaixão de Deus em Verdade. Porque verdade sem Amor, é inútil, da mesma forma que Amor sem verdade, de nada vale.
No capítulo 7 é-nos dito por onde andava Jesus: "Jesus andava pela Galileia, e já não queria andar pela Judeia, pois os judeus procuravam matá-lo." (João 7:1); Neste capítulo também entendemos que época especial era esta: "E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos." (João 7:2); Por isso lemos logo no primeiro versículo aqui de João 8, que Jesus se deslocou para "O monte das Oliveiras"; A passagem começa com Jesus mudando de "cenário" e focando no monte das Oliveiras. Jesus tinha um especial apreço por aquele lugar (Lucas 22:39), e era costume dirigir-se para lá. É um monte situado a leste da Cidade Antiga de Jerusalém, em Israel, pertencente a uma cadeia de colinas com três picos, dispostos de norte a sul por 3 km, dos quais o mais alto, at-Tur, se eleva a 818 metros. 3 picos altos, estrategicamente situados, quase parecem simbolicamente representar as 3 pessoas da Trindade, observando Israel do Alto. Jesus possivelmente gostava de se deslocar ali, por causa da sua elevação, sendo mais fácil levar a sua voz a abranger um número muito maior de ouvintes. Ali também está situado o jardim do Getsêmani; Outra curiosidade é que "o ramo de Oliveira" na antiguidade para os gregos e os romanos, era um símbolo de "tréguas", e o caminho para a Paz. A hiketeria (ἱκετηρία) (o ramo de oliveira) era carregado pelos suplicantes, quando abordavam personagens de poder e autoridade implorando misericórdia, ou nos templos quando apelar aos Deuses pelo seu favor. Sabendo isto, é curioso que este episódio da mulher adúltera, passar-se precisamente aqui neste lugar.
Se repararmos alguns episódios conhecidos de Jesus e o Monte das Oliveiras, vemos:
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Lição de Perdão e misericórdia (João 8:1)
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Lição de Aviso do fim dos tempos e o apelo à prudência (Marcos 13:3)
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Lição Sobre oração, sacrifício e sujeição a Deus (Mateus 26:41-44)
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Lição sobre o Vindouro Juízo e protecção de Jesus (Zacarias 14:4)
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Lição sobre Jesus sendo reconhecido como Rei pelos humildes, e rejeitado pelos fariseus (Lucas 19:37-39)
Então Jesus aparece no monte das Oliveiras, perto da Festa dos tabernáculos em "momento oportuno".
Já vimos sobre a pertinência interessante do monte das oliveiras, mas agora vamos ver porque razão é importante saber que aquele tempo era próximo da Festa dos tabernáculos.
Em Hebraico esta festa é chamada de Sucote (סוכות ou סֻכּוֹת, sukkōt, que significa "tendas") é um festival judaico que se inicia no dia 15 de Tishrei de acordo com o calendário judaico.
Tishrei é o primeiro mês do calendário civil hebraico, e o sétimo mês do calendário religioso; Inicia-se no outono do hemisfério norte. Na Bíblia hebraica, antes do exílio babilónico, o mês era chamado de Etanim.
Também conhecida como Festa dos Tabernáculos ou Festa das Tendas ou, ainda, festa das colheitas, tendo em vista que coincide com a estação das colheitas em Israel, no começo do outono. É uma das três maiores festas, conhecidas como Shalosh Regalim, onde o povo de Israel peregrinava para o Templo de Jerusalém.
As festividades incluídas nesta categoria são:
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Pesach - A Páscoa Judaica
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Shavuot - A Festa das Semanas, ou do Pentecostes
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Sucot - A celebração das tendas ou dos Tabernáculos
Porque razão esta altura é de especial relevância? A festa dos tabernáculos, celebra sobretudo a realidade de Deus descer à Terra para habitar entre os Homens, conforme havia acontecido no êxodo do povo Judeu do Egipto, quando o povo habitou em tendas no deserto, a caminho da Terra prometida.
Nesse tempo Deus descia à Terra sobrenaturalmente e habitava entre os Homens, e o povo via a Glória de Deus enchendo aquele lugar. (Êxodo 40:35)
"Tendas" ou "tabernáculos", são símbolos de residência, habitação, e comunhão; O termo "Tabernáculo" em hebraico: מִשְׁכַּן, mishkan, significa isto mesmo). De acordo com a Bíblia era a habitação terrestre de Deus entre os filhos de Israel desde o tempo do Êxodo do Egito até a conquista da terra de Canaã, "A Terra Prometida". Construído em camadas de cortinas, juntamente com 48 placas revestidas com ouro polido, como persianas verticais mantidas em cinco barras por lado com a barra do meio e decoradas com ouro, prata, peles, jóias e outros materiais valiosos retirados do Egito Antigo pelas ordens de Deus, e de acordo com as especificações reveladas a Moisés no Monte Sinai. O tabernáculo foi transportado pelos israelitas pelo deserto até chegarem à Terra prometida. O Templo de Salomão em Jerusalém substituiu-o como "habitação de Deus" cerca de 300 anos depois.
A ideia de Deus habitar entre os homens é importante reter, pois o tabernáculo apontava já directamente para Jesus descendo à Terra no futuro para habitar entre nós. Jesus ser chamado de "Emanuel" = Deus connosco (Mateus 1:23) atesta para isto mesmo.
João expressa isto claramente ao dizer: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." (João 1:14)
No tempo do Êxodo, vemos Deus descendo à Terra vindo ao encontro do Seu povo Eleito, com vários intentos. Observando as passagens, rapidamente vemos que a comunhão de Deus, vinha repleta de: Zelo e protecção; Sustento e resguardo; providência e direcção; Justiça e Juízo;
Em apocalipse lemos algo interessante: "Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra." (Apocalipse 7:15)
(em grego) DIA TOUTO EISIN ENÔPION (Por isso estão diante) TOU THRONOU TOU THEOU (do trono de Deus) KAI LATREUOUSIN AUTÔ ÊMERAS KAI NUKTOS (e o servem de dia e de noite) EN TÔ NAÔ AUTOU (no seu templo) KAI O KATHÊMENOS EPI TOU THRONOU (e aquele que está assentado sobre o trono) SKÊNÔSEI EP AUTOUS (os cobrirá com a sua sombra);
A palavra que dá origem à tradução "sombra" aqui no original é o termo "SKÊNÔSEI" de skēnoō que quer literalmente dizer: "andar/estar/viver/conviver debaixo de uma tenda de protecção".
Quem não se lembra da expressão de Jesus: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!" (Mateus 23:37) (Asas símbolo de sombra/protecção/cuidado).
Nesta passagem de João 8 iremos ver O Senhor Jesus fazendo isto mesmo em relação à mulher adúltera, aqui exposta pelos fariseus.
-Versículo 2- "E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava." (João 8:2)
-Versículo 3- "E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;" (João 8:3)
-Versículo 4- "E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando." (João 8:4)
-Versículo 5- "E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?" (João 8:5)
Esta passagem da Mulher adúltera sendo exposta publicamente, julgada por todos para ser apedrejada, e Jesus na Sua infinita Sabedoria Ilibá-la, protegendo-a dos fariseus, tornou-se conhecida por muitas pessoas, trazendo até para a sabedoria popular o ditado comum que até descrentes usam para se defenderem a si e aos seus pecados, dizendo: "Quem não tem pecado que atire a primeira pedra".
Esta passagem não é de todo o que estas pessoas ignorantes fazem dela, como uma forma de usar Jesus como uma figura de "perdão incondicional" e de "palmadinhas nas costas" para trivializar pecados de forma a continuarem neles. É claro ao ler esta passagem que Jesus perdoou a mulher adúltera, mas não a permitiu continuar a pecar, nem tampouco agiu como se o pecado dela fosse trivial. Jesus viu para além do pecado, para a vulnerabilidade daquela mulher perdida, e conduziu-a à redenção, traçando para ela um novo caminho, diferente do que ela havia andado até então.
Quem trouxe a mulher até Jesus? Os fariseus! sabendo que os fariseus são homens não convertidos, que usam a religião e os rituais para se auto-justificarem perante Deus, fica fácil saber que a intenção deles perante a mulher não era de conduzi-la ao arrependimento ou à redenção, mas de condená-la sem misericórdia diante de Jesus, usando a Lei (a religiosidade e o legalismo) na tentativa de encurralar Jesus num posicionamento que o pudesse incriminar. dizem eles: "na lei nos mandou Moisés", de forma a dizer, que era a autoridade de Moisés a condenar a mulher e não eles propriamente. Todo o legalista, gosta sempre de desviar suas más intenções para uma espécie de moralismo absoluto ao qual não podem escapar. Talvez por isso noutro episódio Jesus tenha dito aos fariseus: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. Condutores cegos! que coais um mosquito e engulis um camelo." (Mateus 23:23,24)
Jesus diz que os fariseus desprezam 3 coisas: "O juízo" (o arrependimento); a "misericórdia" (O amor e a compaixão); e a "Fé" (A sujeição, devoção e confiança em Deus).
Isto porque em todos os episódios com os fariseus se nota uma profunda falta de noção do próprio pecado; visto que os fariseus têm demasiado tempo os olhos postos nos outros e nunca em si mesmos, não se apercebendo que mais do que ninguém, eles próprios estão debaixo do Juízo. O melhor conselho a dar a um fariseu é: "Se tu não és o maior pecador que conheces, então tens de te conhecer melhor";
Depois é visível um tom de desprezo para com a autoridade maior, uma espécie de altivez/orgulho que coloca o fariseu como resistente ao poder e ao juízo, razão pela qual eles resistiam a Jesus, pois Sua autoridade desafiava a posição deles (João 11:48) e Sua verdade, expunha as obras mortas pelas quais eles se vangloriavam. E por fim, de verdadeira Fé para crer na Verdade, e confiar que a justificação só pode vir de Deus, e homem algum pode crer por seus próprios méritos que alcançará salvação. A FÉ em Deus não é compatível com a Fé em si mesmo, algo que o fariseu legalista, ainda está por descobrir.
-Versículo 6- "Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra." (João 8:6)
-Versículo 7- "E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela." (João 8:7)
-Versículo 8- "E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra." (João 8:8)
-Versículo 9- "Quando ouviram isto, redarguidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio." (João 8:9)
-Versículo 10- "E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?" (João 8:10)
-Versículo 11- "E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." (João 8:11)
A Bíblia é clara ao identificar a intenção dos fariseus, que era tão somente "tentar" Ao Senhor Jesus (como fez o Diabo várias vezes); Por isso Jesus diz-lhes na continuação deste encontro um pouco mais tarde: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai..." (João 8:44)
-Versículo 12- "Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (João 8:12)
-Versículo 13- "
-Versículo 14- "
-Versículo 15- "