
A Bíblia não é um "Livro" como os demais, e, ao contrário de todos esses livros disponíveis pela cultura humana, a Bíblia coloca-se noutro patamar, como uma Obra excepcional de cariz sobrenatural, escrita pela mão humana, mas inspirada directamente por Deus, composta por 66 Livros distintos (39 no Velho Testamento e 27 no Novo Testamento) aos quais chamamos de "Cânon Bíblico" (Ou Livros canónicos) que resumidamente quer dizer, que cada um dos distintos Livros aqui compilados foram reconhecidos pelos Filhos de Deus Pelo Espírito Santo que os une como os únicos Livros da Antiguidade que foram escritos por intermédio dessa inspiração e comando de Deus.
Inúmeros outros Livros foram escritos, nessa altura e posteriormente, que são reconhecidos por todos como relatos históricos, culturais, que atestam para algumas verdades bíblicas, proporcionando detalhes sobre aqueles determinados tempos, povos, Nações e História, mas que para os Filhos de Deus não constituem autoridade Escriturística Espiritual, pois seu formato, linguagem, e conteúdo não revelam Revelação Divina, nem são sustentados por todos os outros Livros reconhecidos, em matéria Doutrinária. Desta forma esses Livros foram excluídos do Cânon e chamados de "Apócrifos" pelos Filhos de Deus.
Apócrifo significa primeiramente-"não é do autor a que se atribui";
-Sinónimos aplicáveis que detêm a mesma conotação:
anónimo; não autêntico; duvidoso; ambíguo; arriscado; contestável; dúbio; equívoco; escabroso; escuso; flutuante; incerto; inverídico; irresoluto; opinativo; perigoso; suspeito; tremido; falso; artífice; desleal; dissimulado; enganoso; erróneo; fictício; ilegítimo; ilusório; imitado; infiel; mentido; proditório; repassado; simulado; traidor; vicioso; suposto; conjecturado; fabuloso; figurado; hipotético; imaginário; irreal; presumido; pretenso; putativo;
Desta forma, Este estudo é focado apenas nos Livros que compõe A PALAVRA DE DEUS, excluindo todos os outros, pois claramente não foram inspirados por Deus. São importantes fontes documentais para o conhecimento da história, cultura e hábitos religiosos dos Judeus. Também muito úteis para a compreensão de diversos acontecimentos intertestamentários (entre o Velho e o Novo Testamento), mas não para estarem lado a lado com a literatura canónica (inspirada por Deus), pois ao compararmos uma literatura com a outra, logo percebemos uma profunda e radical diferença no estilo, na autoridade e até nos ensinamentos.
Se Deus inspirou Divinamente cada escritor, o produto destes diferentes autores deve estar em harmonia entre si complementando-se, pois a Mensagem final tem de ser absolutamente perfeita e integrada.
Portanto, os primeiros livros devem constituir o critério para todos os demais livros que se consideram ou são chamados de inspirados. Aliás se todos os Livros são divinamente inspirados não podem ser contraditórios ou escritos em registos nitidamente opostos. Aí se percebe visivelmente a diferença entre a inspiração Divina e a manipulação humana.
Dessa forma identifica-se nos livros conhecidos como apócrifos as seguintes características:
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1. Não se harmonizam em ensino e doutrina com Moisés e outros profetas canónicos;
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2. Nem Jesus, nem os apóstolos citaram os livros apócrifos como fonte de autoridade em momento algum.
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3. Neles se encontra a defesa de práticas e comportamentos que Deus manifesta noutros Livros como abomináveis pondo em causa todo o resto da Bíblia, portanto ou todos os 66 Livros da Bíblia estariam certos e aqueles errados, ou estes em questão errados e todos os 66 Certos. Se os apócrifos estivessem certos, automaticamente tornando os restantes errados, eles também estariam errados por carecerem do acompanhamento dos demais que são o pilar da Doutrina Cristã. Os 66 Livros canónicos ao contrário são auto-suficientes como estão, e perfeitos em sintonia. Os apócrifos sozinhos não o são nem poderiam ser. Por exclusão é fácil determinar que são estes que não são legítimos no sentido de não serem de origem divinamente inspirada.
Porque a Bíblia é uma Obra complexa de conhecimento Espiritual (sobrenatural) para um entendimento renovado Pelo Espírito de Deus, pode ser que você em seus primeiros passos tenha encontrado imensa dificuldade em entender ou reter o que leu. A Bíblia está estruturada não para ser lida da primeira página à última em registo sequencial, mas para ser lida de trás para a frente e de frente para trás, sendo recorrentemente necessário saltar de Livro em Livro como se "caçando" versículos, para obter suas riquezas elusivas que escapam rapidamente aos olhos pois foram concebidas assim, para que esse conhecimento possa esquivar de forma evasiva à percepção resistente dos que se dirigem a ela de corações repletos de más intenções, para que somente os Filhos de Deus de coração certo e com bastante ânsia de conhecimento, possam obtê-lo, guiados somente pela direcção Do Espírito de Deus.
Desta forma iremos muitas vezes tratar cronologicamente os assuntos da Bíblia segundo a ordem do Plano de Deus, mesmo que muitas vezes, não siga a ordem aparente dos versículos e passagens nela descritos sequencialmente página a página.
História Bíblica e O Plano de Deus
GÉNESIS A APOCALIPSE
GÉNESIS
Génesis retrata o "Inicio da Criação", e o próprio nome do Livro atesta para isto, sendo que a palavra que a inspirou -Génese- significa "Início" (Princípio criado ou começo de todas as coisas)
Antes da Génese acontecer, existia um tempo que a Bíblia descreve por "Antes da fundação do mundo" (1 Pedro 1:20) (Efésios 1:4) (Mateus 25:34) (Hebreus 9:26)
Kairós (em grego: (καιρός), Simboliza este tempo aqui referido. Os Gregos como cultura pagã e idólatra, atribuíam conceito de Divindade distinta a todas as coisas que eram reconhecíveis o que é comum nas práticas pagãs mitológicas. Desta forma para os Gregos o tempo era simbolizado também por 2 deuses distintos -chronos e kairós. Enquanto o primeiro refere-se ao tempo cronológico ou sequencial (o tempo que se mede, de natureza quantitativa), Kairós possui natureza qualitativa, o momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece: a experiência do momento oportuno, ou o "momento certo".
Estas 2 formas de reconhecer o tempo são encontradas na Bíblia também, que atribui ao único Deus comando sobre o tempo na sua totalidade. (O tempo de Chronos e Kairós)
O termo Kairós portanto é usado na Bíblia para descrever a forma qualitativa do tempo, como o "Tempo de Deus" (a eternidade), enquanto khronos é de natureza quantitativa, o "tempo dos homens".
Ambos os tempos são do controlo de Deus que os governa soberanamente. A nós criaturas, resta-nos viver o tempo concedido segundo a liberdade da nossa consciência ou temendo e servindo a Deus, ou em rebelião servindo-nos a nós mesmos e ao mundo. Nesse sentido Jesus disse em determinado momento aos Seus discípulos, usando ambos os termos em grego numa única afirmação:
"E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos (aqui referido como -Chronos) ou as estações (aqui referido como -Kairós) que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder." (Atos 1:7);
Esta passagem refere-se a "tempos" da mesma forma, ou com a mesma intenção que o Antigo testamento (Eclesiastes 3:9-11) descreve por as "Eras" - "olam" ou ET-HÅOLÅM (אֶת- הָעֹלָם) = as Eras; Tempos; referindo que Deus as gravou no coração dos Homens, de forma a que pudéssemos discernir sobre a soberania de Deus agindo no tempo considerado como "Eternidade". A passagem refere que Deus "pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim"; Isto é o mesmo que O Senhor Jesus quis dizer em Actos. Só Deus tem conhecimento que atravessa as Eras, pelo qual só Ele pode determinar o que é bom ou não, justo ou injusto, proveitoso ou não. A nós basta reconhecer essa autoridade e recebê-la com sujeição e gratidão, sabendo que Ele mesmo nos conduz por todos os caminhos (Provérbios 16:9) (Jeremias 10:23)
Em Hebreus é-nos explicado como é que podemos agradavelmente usar o nosso tempo, segundo O tempo de Deus para a oportunidade que Ele cria para nós, sem ainda, que a nossa Liberdade e consciência sejam interrompidas:
"Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno (aqui referido como -Eukairos)." (Hebreus 4:16);
Kairós é portanto "O tempo" antes da Génese do Mundo, onde apenas Deus reinava absoluto sobre o infinito em toda a Sua Glória. E é neste "Tempo" que Deus cria a oportunidade para a Vida como a conhecemos, partindo de um momento eterno, para uma realidade temporal que visa a continuidade para a Eternidade ao Seu lado; um privilégio, bênção e honra Divinas, que o Homem nunca podia alcançar senão através de um plano Divino complexo, preparado de forma a juntar em comunhão Um Deus Santo e imaculado com criaturas mortais pecadoras.
Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.
Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,
Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
Isaías 55:6-11
Agora que sabemos discernir os tempos de Deus, podemos melhor entender a História Bíblia atravessando o tempo.
Então Génesis retrata logo no início a seguinte ordem:
-KAIRÓS - Deus preenchendo o Infinito (O tempo eterno chamado de Eternidade), antes da Fundação do mundo e a Criação.
-KHRONOS - Surge o tempo criado, pelo princípio da Oportunidade em que Deus coloca Seu plano eterno para a Criação em desenvolvimento.
-CRIAÇÃO - Deus Cria O Universo e O Reino dos Céus, com Seu exército de Anjos, E Prossegue criando os Céus e Terra - O ÉDEN (Paraíso inicial).
"No princípio criou Deus o céu e a terra." (Gênesis 1:1);
-A REBELIÃO DE LÚCIFER - Lúcifer esteve no Éden, como criatura de excelência; "Estiveste no Éden, jardim de Deus" (Ezequiel 28:13); criado por Deus PERFEITO; "Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado" (Ezequiel 28:15);
Ele é a origem do pecado, e o pecado original de Lúcifer foi querer ser igual a Deus. "e serei semelhante ao Altíssimo." (Isaías 14:14); Sabemos que os Anjos foram criados com Liberdade, porque se Lúcifer foi criado perfeito por Deus, foi pela Liberdade que ele deixou a perfeição que tinha na comunhão com Deus, para se achar ele mesmo digno de Adoração; "até que se achou iniquidade em ti." (Ezequiel 28:15); O pecado original não é então a desobediência de Eva ou de Adão, mas a Vaidade; "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor" (Ezequiel 28:17);
A Vaidade como pecado tem como essência o desejo de roubar a Glória de Deus, ou de diminuir a Sua Autoridade e Soberania, engrandecendo a criatura em vez do Criador (Romanos 1:25).
O pecado da Vaidade portanto é o pecado da Rebelião, que por sua vez, produz toda uma outra espécie de pecados, que pretendem afrontar a Verdade com Mentira (Que Deus tem todo o poder, e que somente a Sua vontade reina); Desobediência, inveja, engano, traição, ingratidão, e por aí fora são a lista que a bíblia descreve de seguida, partindo desta mesma afronta a Deus.
A rebelião de Lúcifer influencia a 3º parte dos Anjos do Céu, que o seguem em pecado; "E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu" (Apocalipse 12:4); Aqui começa a grande batalha entre O bem e o mal seguindo o curso que presentemente conhecemos.
-A CRIAÇÃO DO HOMEM - Sensivelmente algures entre 3875 a 4000 a.c a Trindade de Deus cria Adão ("façamos o Homem") (Gênesis 1:26) o primeiro Homem, e Eva sua companheira segundo uma particular distinção - "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." (Gênesis 1:27); Adão e Eva foram criados segundo o mesmo princípio de excelência com que Deus criou Seus anjos - Perfeitos; "e eis que era muito bom" (Gênesis 1:31). Há que referir que a única forma de Deus (Criador) se relacionar directamente com o Homem (Criatura) é porque Deus é um Deus completo, através do trabalho separado e distinto de cada Pessoa da Trindade, O único Deus manifesta-se então de 3 formas distintas (Pai Filho e Espírito Santo) (1 João 5:7,8), permitindo essa comunhão, na pessoa Do Filho, por intermédio Do Espírito (Visto que O Pai é inacessível em toda a Sua Glória). Conhecer O Pai é Conhecer O Filho (João 14:9); De outra forma, da mesma maneira que No Antigo Testamento ninguém podia ver a Deus, nem tampouco suportar estar na Sua Santa presença sem cair por Terra, Jesus veio destruir a inimizade que havia entre O Criador Santo, e a criatura pecadora (Efésios 2:16) para, segundo o papel de Mediador (1 Timóteo 2:5), permitir essa comunhão.
As escrituras relatam que Deus ao criar toda a natureza e os elementos que compõe o universo, a cada dia é referido as seguintes palavras: "E viu Deus que era bom"; (Gênesis 1:10) (Gênesis 1:12) (Gênesis 1:18) (Gênesis 1:21) (Gênesis 1:25); Ao criar porém o Homem como a coroa da criação, finalizando a Sua obra, refere: "E viu Deus que era muito bom". (Gênesis 1:31). Uma coisa curiosa de se perceber é que Deus fez o Homem no sexto dia (a última obra), porém a passagem nos diz que Deus terminou tudo no sétimo (Gênesis 2:2). 6x encontramos Deus referindo que "era bom", tudo o que criara. No fim ainda refere que "era muito bom"; Na Bíblia conforme já nos debruçamos no estudo detalhado de Génesis versículo a versículo, o Nº 7, assim como o 6, o 12, o 3, o 70, são usados nas escrituras carregados de simbolismo. 7 é o número da perfeição para a acção de Deus na Criação; Deus criou o mundo e tudo o que existe em 7 dias. Uma obra perfeita, contudo vemos as escrituras descreverem o Homem criado no 6º dia, e Deus terminar a obra no 7º. Que quer isto dizer?
Que Deus embora tenha feito a Criação perfeita, INCLUINDO o Homem, desde o princípio que era sabido por Deus que o Homem iria pecar e cair da Graça. (Contudo ainda assim, era muito bom aos olhos de Deus porquê?) A queda do Homem pede uma redenção gloriosa, onde O Filho é exaltado em Glória (Colossenses 1:18) (João 17:4,5). Sendo que a Glória de Deus (e não o benefício humano) é o propósito de Deus para todo o empreendimento da Criação, (Efésios 1:6) (Efésios 1:12) (Efésios 1:14) (Filipenses 2:11) (Filipenses 1:11) (Apocalipse 1:6) este cenário, embora incluindo a rebelião da criatura contra O Criador, ainda assim é "bom" no cenário geral, e na narrativa completa de Deus para a eternidade. O simbolismo do Homem sendo feito no sexto dia não é um acaso, mas uma demonstração da soberania de Deus apontando não para uma obra de "aperfeiçoamento" (isto porque o homem já foi feito perfeito), mas sim, para uma obra de restauração e glorificação do Homem (caído da Graça) através de Cristo na Gloriosa Obra da Cruz. Diz a Escritura: "E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um." (João 17:22);
O número 6 na Bíblia é o número antes do 7, o número que simboliza algo que caiu da perfeição, como se refere em especial a Satanás, como a triplicidade do 6 (o 666 -número da Besta) (Apocalipse 13:18), ou ainda como uma obra de trabalho completo para o momento, (porém incompleto na perspectiva de um plano eterno) como esperando a completude da acção de Deus maior.
Ou seja, O homem foi criado perfeito por Deus, mas o pecado e desobediência do homem não veio colocar Deus num ponto onde Ele tem de contornar o Seu plano para a concretização da Sua vontade. O cenário do Homem pecando (por intermédio de Lúcifer já em pecado) faz parte do plano de Deus eterno, preparado perfeito para a acção temporária, contudo, ainda se desenrolando para a completude final.
Cristo faz a obra de transição entre um momento e outro, e a Cruz é o centro de toda a narrativa; o intermeio da "viagem" gloriosa entre a perfeição, a queda e a redenção. Por isso as notáveis palavras de Jesus na Cruz: "Está consumado" (João 19:30);
A "passagem" do Homem (do 6 para o 7 como ideia de "ascensão"), é a glorificação (o trabalho final da Graça mediante a obra completa de Jesus) que nos está reservada para a vida eterna em Cristo, quando formos revestidos da "nova habitação", o corpo de Glória à semelhança Do Senhor Jesus para a entrada "no repouso" da Eternidade. (2 Coríntios 5:2) (Romanos 8:17) (Romanos 8:30)
Em relação ao "repouso" (o milénio com entrada na eternidade para os Filhos de Deus contemplem-se os seguintes versículos: "Assim repousou o povo no sétimo dia." (Êxodo 16:30); "Porque disse Davi: O Senhor Deus de Israel deu repouso ao seu povo, e habitará em Jerusalém para sempre." (1 Crônicas 23:25); "E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre." (Isaías 32:17); e ainda a seguinte passagem tão explícita:
Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo.
Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia.
E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso.
Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência,
Determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações.
Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia.
Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.
Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.
Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
Hebreus 4:3-11
Agora vem o "repouso" em negação e apelo à consciência a todos os que não são filhos de Deus, como forma de demonstrar que a esses não lhes é permitida entrada na Vida eterna: "E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?" (Hebreus 3:18); "A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso." (Salmos 95:11);
A Ideia de Deus descansar no 7º dia, passa-nos a ideia de que nós também podemos descansar na certeza da perfeição (símbolo do 7) preparada por Deus para nós para a qual caminhamos. O 7º dia de descanso, é a promessa do descanso eterno, que depois da acção temporária (a vida na terra) do nosso trabalho e esforço, também descansarmos com Deus (agora pela eternidade).
Segundo o calendário Judeu, a Terra tem sensivelmente 5781 anos + os 1000 anos do milénio (6581) para de seguida entrarmos no 7º milénio (a eternidade). É possível olharmos para os 6000 de história da Terra como os primeiros 6 dias do trabalho e obra de Deus temporária, e o 7º como o descanso da eternidade. 7 dias de criação simbolizando assim o plano eterno de Deus para a narrativa da vida eterna da qual passaremos a fazer parte, através de Jesus Cristo O Redentor e Salvador dos Homens.
Olhe para estes versículos vendo agora o simbolismo dos 6 dias (vida na terra) e o 7 dia (o descanso da eternidade): "Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra." (Êxodo 20:9); "Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho." (Deuteronômio 5:13); "Seis dias trabalharás, mas ao sétimo dia descansarás" (Êxodo 34:21); "Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações." (Levítico 23:3);
-A QUEDA DO HOMEM - De todas as Bênçãos ofertadas por Deus a Adão e Eva, só havia uma regra simples a cumprir, para a obediência e gratidão livres que Adão e Eva tinham no paraíso excepcionalmente. "Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais." (Gênesis 3:3); Só existe exigência no cumprimento de regras para quem as pode cumprir, e só pode cumprir ou não cumprir quem pode em liberdade agir de acordo com a regra. Deus não iria determinar uma regra para Adão e Eva que eles não pudessem cumprir. Deus também não determinaria uma regra, que Ele mesmo os forçaria ao não cumprimento. Desta forma aqui entende-se o princípio Bíblico do Livre-arbítrio (No Espírito conforme a Bíblia nos indica ser a única forma -2 Coríntios 3:17) e da Liberdade de consciência, ambos sendo colocados por Deus diante de Suas criaturas.
Porque o pecado já tinha corrompido Lúcifer, este aparece no Éden em forma de Serpente dirigindo-se a Eva em particular. "E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? (Gênesis 3:1); Segundo pecado denunciado na Bíblia: "O relativismo da Verdade". Primeiro Lúcifer abandonou a Verdade de que só Deus é digno de Adoração, afastando-se de Deus para se auto-adorar exaltando-se a si mesmo; "Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono" (Isaías 14:13); e agora aparece aqui tentando Eva segundo o mesmo princípio: O Apelo ao ego para transformar a Liberdade em Rebelião e a Verdade em Relativismo (seu próprio pecado). Diz ele em toda a sua "astúcia": "Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." (Gênesis 3:4,5)
"E sereis como Deus" é o estímulo base de todo o pecado que produz rebelião natural contra as coisas de Deus. Esta é a origem do pecado e a razão porque Deus baniu o Homem e a mulher do Éden, e porque até hoje existe separação entre nós e Deus.
-CAIM E ABEL - O afastamento de Deus dos Homens, pelo pecado, revela o pecado como "Crime", não só contra Deus, mas também do Homem contra si mesmo. A Bíblia é clara em descrever o pecado como a natureza criminosa contra Deus e a "Transgressão" a obra prática do pecado; Todo o pecador é naturalmente também um transgressor: (Jó 13:23) (Salmos 32:1) (Jó 34:37) (Gênesis 50:17) (Romanos 5:14); "Qualquer que pratica o pecado, também transgride a Lei; porque o pecado é a transgressão da Lei." (1 João 3:4);
A História de Caim e Abel é apresentada logo à saída de Adão e Eva do Jardim, no sentido de evidenciar o percurso natural do Homem afastado de Deus; a cedência ao pecado da sua natureza corrompida e o início de um longo percurso de perversidades e transgressões.
Talvez por isso quando Adão e Eva pecaram, a primeira reacção que tiveram seja a de "vergonha da nudez" (Gênesis 3:7) (Gênesis 3:10). O Homem agora está ciente das suas misérias (o qual só ocorre posteriormente à queda) porque o pecado é a origem de toda a miserabilidade humana no coração pervertido. Pecar abriu o coração humano para a pobreza do afastamento entre nós e Deus. Antes de pecarem, Adão e Eva não tinham noção de nenhuma miséria, porque anteriormente, sua comunhão com Deus era perfeita e isso é visível na afirmação do seguinte versículo: "E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam." (Gênesis 2:25)
O coração pervertido agora é uma fonte inesgotável de misérias contrastando com a ausência da comunhão com Deus, e é pelo coração pobre e miserável que agora o Homem experimenta toda a espécie de desejos pecaminosos alimentando o ímpeto à transgressão.
Repare-se em Caim e Abel a origem de todos os problemas Humanos sendo cuidadosamente descritos. Caim e Abel fazem 2 ofertas ao Senhor, mas Deus agrada-se de um e da sua oferta, e não do outro: "e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta." (Gênesis 4:4); "Mas para Caim e para a sua oferta não atentou" (Gênesis 4:5); A Bíblia é clara em demonstrar aqui 2 coisas:
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-A Reacção de Deus às ofertas e àqueles que ofertavam (Agradando-se de um e não do outro)
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-A reacção produzida em Caim ao falhar o alvo da intenção em ofertar que era agradar ao Senhor.
Veja o que diz: "E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante." (Gênesis 4:5);
Agora note-se a abordagem de Deus para com Caim excepcionalmente: "Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar." (Gênesis 4:7);
Primeira Grande lição Bíblica sobre agradar e desagradar a Deus, e saber como resistir à tentação de pecar está aqui:
-As nossas "ofertas" (serviço, adoração, culto, etc), devem ser feitos segundo a Vontade de Deus (Seus decretos, Suas ordenanças e regras), e não segundo a nossa vontade pessoal (e nossa perspectiva relativa do que é ou não agradável). Deus instituiu ordem e regras desde o jardim, e é evidente que o não cumprimento levou ao abandono, ao castigo, e ao desagrado de Deus.
Caim achou que sua "oferta" era legítima, pois ele não se importou primeiro com o que Deus se agrada, mas com a ideia de ele agradar a Deus como lhe convém. Caim queria ser aceite exactamente como ele é, e queria que Deus atentasse para ele da mesma forma. Ora se Deus tivesse de "atentar" para nós, segundo as nossas próprias ideias de ordem, quem é que servia quem a dada altura?
Deus diz: "Se bem fizeres, não é certo que serás aceito?" instruindo que a forma de agradar a Deus é obedecer e respeitar a Sua vontade em primeiro lugar. Quem pode dizer que tem posto a vontade de Deus em primeiro lugar nas suas vidas? Por certo haverá poucos Abéis e muitos Caims por aí.
-A nossa frustração para com a vontade de Deus é sinal de que na verdade nossa maior prioridade não é servir, mas sermos aceites; não de adorar, mas de recebermos louvor perante Deus e os Homens. Caim indignou-se porque ele não entendeu a razão pela qual a sua oferta não foi aceite, e tomou o desprezo de Deus como um ataque à sua própria identidade.
Orgulho, inveja e vaidade andando de mãos dadas, demonstrando a assinatura de satanás escravizando o Homem ao pecado. Caim e Abel não eram mais Livres como Adão e Eva, na medida em que agora o pecado reinava na carne, contudo Abel honrou ao Senhor na sua oferta, e Caim não.
A Morte de Abel significa que o pecado traz inimizade entre os Homens da mesma forma que previamente trouxe inimizade entre o Homem e Deus. As guerras do nosso mundo, as invejas, a cobiça, o rancor, a vingança são tudo sentimentos do coração pervertido para a auto-adoração (Mateus 15:19). Caim matou Abel, não porque ele tivesse um problema directo com seu irmão, mas porque ele tinha um problema com Deus em primeiro lugar.
Veja o que Diz a seguinte passagem: "De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?" (Tiago 4:1); repare agora nesta particularidade: "Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes" (Tiago 4:2)
Esta passagem específica aborda o problema do coração humano competindo entre Adorar a Deus, e o mundo (a si mesmo e uns aos outros). (Tiago 4:4)
Uma condição aqui é colocada como razão por haver esta falta de discernimento em saber o que fazer e como fazer; -Não saber pedir.
Devemos pedir a Deus discernimento e sabedoria para servi-Lo conforme Lhe agrade, segundo a Sua vontade e não a nossa. A Bíblia é bem clara dizendo que tudo o que pedirmos a Deus Ele concede (Mateus 21:22) (João 16:23), mas porque razão muitos pedem luxos, e bens e riquezas e Deus não concede?
Tiago diz que a razão porque pedimos e não recebemos é porque: "pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." (Tiago 4:3); Ora Deus disse a Caim: ""Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? (Gênesis 4:7)
Veja a seguinte passagem e descubra porque razão Caim não foi aceite: "Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito." (João 15:7)
Caim não estava verdadeiramente com O Senhor, nem as Suas Palavras com Ele. Veja ainda que Deus explicou com todas as letras a Caim, sobre o sentimento que ele desenvolvia no seu coração naquele momento de rejeição: ""E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar." A razão porque Caim não "dominou" suas tentações é porque ele não era de Deus verdadeiramente. Caim por certo não pediu a Deus nem perdão, nem ajuda para superar a tentação, mas ao invés confiou em si mesmo e seguindo o seu coração, tomou a vida de seu irmão. Praticar a Justiça e amar a seu irmão são 2 evidências de que alguém realmente tem a Vontade de Deus gravada no seu coração em cima da vontade pessoal (a gravação original do pecado). Amar a Deus em primeiro lugar é o que permite ao Homem praticar a justiça, obedecer, servir adequadamente, e por conseguinte amar a seu irmão vivendo uma vida agradável perante Deus.
"Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.
Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas." (1 João 3:10-12);
Você tem pedido a Deus para mudar as suas vontades alinhando-as à Sua vontade, ou você somente tem pedido para que Deus lhe conceda a concretização da sua vontade? A sua resposta sincera determinará se você tem sido Caim ou Abel aos olhos de Deus.
-ENOQUE -